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SST Bloco 4 CNU

Prof. Charles Oscar e Anderson Miron

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ITEM DO EDITAL:
Eixo Temático 4:

5.4 Assédio moral organizacional

10. A psicopatologia do trabalho:

10.1 Sofrimento e prazer no trabalho.

10.2 Processo de trabalho e adoecimento.

Assunto

REDES SOCIAIS 2
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA ................................................................................................................ 3
RESUMO 3
LER/DORT 4
5.4 ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL .............................................................................. 42
10. A PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO:............................................................................... 51
10.1 SOFRIMENTO E PRAZER NO TRABALHO .....................................................................52
10.2 PROCESSO DE TRABALHO E ADOECIMENTO ........................................................... 61
QUESTÕES DE FIXAÇÃO..................................................................................................................80
QUESTÕES APRESENTADAS EM AULA ................................................................................. 109
GABARITO 128

Redes Sociais

@aftcharles
@miron.aft

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Bibliografia Sugerida

Material de apoio:

- Manual de DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO do Ministério da


Saúde, que possui a Lista de Doenças Relacionadas ao
Trabalho:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_relacionadas_tr
abalho_manual_procedimentos.pdf

- Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT) – Portaria GM/MS


1999/2023

- Artigo ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL NAS INSTITUIÇÕES


BANCÁRIAS (revista ENIT).

Resumo

O Resumo desta aula constará no Resumo Final para o concurso, a ser


disponibilizado na área do aluno.

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LER/DORT

Pessoal, já tratamos do item 1.3 do seu Edital na aula sobre


doenças relacionadas ao trabalho, conceitos, espécies, etiologias,
fisiopatologias.
No entanto, resolvi deixar para tratar nesta aula acerca de “Lesões
por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados
ao Trabalho (DORT)- LER/DORT”, pois tem relação com os assuntos desta
e da aula anterior.
Pois bem, entende-se LER/DORT como uma síndrome
relacionada ao trabalho, caracterizada pela ocorrência de vários
sintomas concomitantes ou não, tais como: dor, parestesia, sensação
de peso, fadiga, de aparecimento insidioso(aparece gradualmente), e
acomete geralmente os membros superiores, mas podendo
acometer membros inferiores.
Trabalhadores de diversos ramos de atividades estão expostos a
condições de trabalho que propiciam a ocorrência e/ou agravamento de
quadros relacionados às LER/DORT. Pode-se citar: trabalhadores de linhas
de produção de frigoríficos; cortadores de carne; empacotadores;
digitadores; bancários; passadeiras; costureiras, dentre outros.

Ocorrência de vários sintomas,


concomitantes ou não(dor,
parestesia, etc.)
LER/DORT
Geralmente acomete os membros
superiores, mas pode acometer
membros inferiores

Senta que lá vem a história...

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Com o advento da Revolução Industrial, quadros clínicos


decorrentes de sobrecarga estática e dinâmica do sistema osteomuscular
tornaram-se mais numerosos. No entanto, apenas a partir da segunda
metade do século XX, esses quadros osteomusculares adquiriram
expressão em número e relevância social. A alta prevalência das
LER/DORT tem sido explicada por transformações do trabalho e
das empresas.
Estas têm se caracterizado pelo estabelecimento de metas e
produtividade, considerando apenas suas necessidades, particularmente a
qualidade dos produtos e serviços e competitividade de mercado, sem
levar em conta os trabalhadores e seus limites físicos e psicossociais,
muitas vezes em flagrante despeito à NR-17, que prevê:

17.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR visa estabelecer as diretrizes e


os requisitos que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho.

Ao contrário do que prevê a NR 17, há uma exigência de adequação


dos trabalhadores às características organizacionais das empresas, com
intensificação do trabalho e padronização dos procedimentos,
impossibilitando qualquer manifestação de criatividade e flexibilidade,
execução de movimentos repetitivos, ausência e impossibilidade de pausas
espontâneas, necessidade de permanência em determinadas posições por
tempo prolongado, atenção para não errar e submissão a monitoramento
de cada etapa dos procedimentos, além de mobiliário, equipamentos e
instrumentos que não propiciam conforto.
Entre os vários países que viveram epidemias de LER/DORT estão a
Inglaterra, os países escandinavos, o Japão, os Estados Unidos, a Austrália
e o Brasil. A evolução das epidemias nesses países foi variada e alguns
deles continuam ainda com problemas significativos.
As LER/DORT têm se constituído em grande problema da saúde
pública em muitos dos países industrializados. Como mencionado, tais
doenças ocupacionais são causadas principalmente por um ritmo cada vez
mais intenso de trabalho e pela pressão por produção vinda dos
empregadores. Elas atingem homens e mulheres indistintamente podendo
levar à incapacidade laboral parcial ou permanente.
O advento das LER/DORT em grande número de pessoas, em
diferentes países, provocou uma mudança no conceito tradicional de que o
trabalho pesado, envolvendo esforço físico, é mais desgastante que o
trabalho leve, envolvendo esforço mental, com sobrecarga dos membros
superiores e relativo gasto de energia.

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No Brasil, os primeiros casos de LER/Dort registrados datam


da década de 70 do século passado, quando foram descritos como
tenossinovite ocupacional. Isso ocorreu no XII Congresso Nacional de
Prevenção de Acidentes do Trabalho - 1973, quando foram apresentados
casos de tenossinovite ocupacional em lavadeiras, limpadoras e
engomadeiras, recomendando-se que fossem observadas pausas de
trabalho daqueles que operavam intensamente com as mãos.

1- (CESPE - 2018 - SERPRO - Médico do trabalho) Os primeiros casos


de LER/Dort registrados no Brasil datam da década de 80 do século
passado, quando foram descritos como tenossinovite ocupacional.
Resolução:
O item está ERRADO. Os primeiros casos de LER/Dort registrados no Brasil
datam da década de 70 (e não 80), quando, de fato, foram descritos como
tenossinovite ocupacional.
Gabarito 1: E

No campo social, sobretudo na década de 80, os sindicatos dos


trabalhadores em processamento de dados travaram uma luta pelo
enquadramento da tenossinovite como doença do trabalho.
Já em 1987 ocorreu o reconhecimento da LER/DORT como doença
profissional, com "a tenossinovite do digitador" sendo considerada uma
doença ocupacional. A "síndrome" foi enquadrada como doença do
trabalho e estendia a peculiaridade do esforço repetitivo a determinadas
categorias, além dos digitadores, tais como datilógrafos, pianistas, entre
outros.
Um aspecto importante é a alteração da NR 17, ocorrida em 1990 e
com várias atualizações posteriores, sendo que o novo texto teve vigência
a partir de 2022, estabelecendo, por exemplo, a seguinte disposição:

17.4.4 Todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de


remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as
repercussões sobre a saúde dos trabalhadores.

De forma semelhante, a NR 36, publicada em 2013, trouxe várias


disposições com o intuito de evitar o surgimento de casos de LER/DORT,
por exemplo:

“36.13.2 Para os trabalhadores que desenvolvem atividades exercidas


diretamente no processo produtivo, ou seja, desde a recepção até a expedição,
onde são exigidas repetitividade e/ou sobrecarga muscular estática ou dinâmica

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do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, devem ser


asseguradas pausas psicofisiológicas(...).”

Embora os esforços no campo de normatização, dados do


Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho demonstram que as
principais causas de afastamentos por doenças relacionadas ao trabalho no
Brasil nos últimos anos foram Dorsalgia (dor nas costas), Lesões do
ombro, Sinovite e tenossinovite(inflamação dos tecidos sinoviais e
tendões), além de Mononeuropatias (afeta nervos periféricos). Todas elas
podem ser enquadradas como LER/DORT.

Figura 1 - Principais causas de afastamentos por doenças relacionadas ao trabalho


no Brasil (2012-2022). Fonte: Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.
Disponível em: https://smartlabbr.org.

Uma das características das LER/DORT é sua origem multifatorial,


isto é, são inúmeros fatores causais na gênese da patologia. Entre os
principais fatores determinantes estão:
• Força excessiva
• Alta repetitividade
• Falta de pausas de repouso
• Posturas inadequadas dos segmentos corporais

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LER/DORT

As figuras abaixo ilustram profissões em que existe a obrigação de


posturas inadequadas, com movimentos fora dos limites das articulações,
e carga para enfrentar a força da gravidade, predispondo às LER/DORT:

Figura 2 – Fonte: ENIT/MTE.

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Figura 3 - Trabalho de soldagem de joias e bijuterias a quente: Cadeira


improvisada, posição estática dos ombros. Flexão contínua do cotovelo. Braços
sem apoio. Flexão da coluna para aproximação do campo visual.1

Além disso, existem fatores coadjuvantes como a exigência


crescente de produtividade, remuneração por tarefas, trabalho por turnos,
compressão de estruturas e traumas, vibração por máquinas e
equipamentos, relações interpessoais autoritárias, dentre outros.
O esquema abaixo ilustra alguns dos determinantes e fatores de
risco para o surgimento das LER/DORT2:

1
VILELA, Rodolfo Andrade de Gouveia et. al. Nem tudo brilha na produção de
jóias de Limeira- SP. Produção, 2008.

2
Lesões por esforços repetitivos: guia para profissionais de saúde. / Ada Ávila
Assunção, Lailah Vasconcelos Oliveira Vilela. - Piracicaba-SP: Centro de Referência
em Saúde do Trabalhador - CEREST, 2009. 168p.

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Figura 4- Esquema ilustrativo dos determinantes dos fatores de risco de LER.


Adaptado de: Agence Nationale pour l´Amélioration des Conditions de Travail.

Os fatores de risco não são independentes. Na prática, há a


interação destes fatores nos locais de trabalho. Na identificação dos
fatores de risco, deve-se integrar as diversas informações.

Kuorinka e Forcier3 listam os grupos de fatores de risco das LER ,


que podem ser relacionados com:
a) o grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e à
visão. A dimensão do posto de trabalho pode forçar os indivíduos a
adotarem posturas ou métodos de trabalho que causam ou agravam as
lesões osteomusculares;

b) o frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos. O frio


acaba por provocar contração dos músculos e das articulações, o que
reduz a destreza e a força das mãos na realização de um trabalho manual.
Um dado trabalho, torna-se, então, mais exigente no frio, predispondo às
LER/DORT. Em relação à vibração, esta contribui para o aparecimento de
vários problemas vasculares, neurológicos e articulares dos membros
superiores. Além disso, não se pode esquecer que é necessário se manter
mais força na utilização de um instrumento vibratório.
Quanto à pressão mecânica localizada, esta é provocada pelo
contato físico de cantos retos ou pontiagudos de um objeto ou ferramentas
com tecidos moles do corpo e trajetos nervosos.

3
Kuorinka I, Forcier L (org). Work related musculoskeletal disorders (WMSDs): a
reference book for prevention. London: Taylor& Francis Ltd; 1995.

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c) as posturas inadequadas. Em relação à postura existem três


mecanismos que podem causar as LER/DORT: (i) os limites da amplitude
articular; (ii) a força da gravidade oferecendo uma carga suplementar
sobre as articulações e músculos; (ii) as lesões mecânicas sobre os
diferentes tecidos;

d) a carga osteomuscular. A carga osteomuscular pode ser entendida


como a carga mecânica decorrente: (i) de uma tensão (por exemplo, a
tensão do bíceps); (ii) de uma pressão (por exemplo, a pressão sobre o
canal do carpo); (iii) de uma fricção (por exemplo, a fricção de um tendão
sobre a sua bainha); (iv) de uma irritação (por exemplo, a irritação de um
nervo). Entre os fatores que influenciam a carga osteomuscular,
encontramos: a força, a repetitividade, a duração da carga, o tipo de
preensão, a postura do punho e o método de trabalho;

e) a carga estática. A carga estática está presente quando um membro é


mantido numa posição que vai contra a gravidade, como, por exemplo,
quando o trabalhador precisa ficar o tempo todo em ortostatismo (de pé),
de forma estática, como caixas de fast-food. Nesses casos, a atividade
muscular não pode se reverter a zero (esforço estático). Três aspectos
servem para caracterizar a presença de posturas estáticas: a fixação
postural observada, as tensões ligadas ao trabalho, sua organização e
conteúdo;

f) a invariabilidade da tarefa. A invariabilidade da tarefa implica


monotonia fisiológica e/ou psicológica. Assim, a carga mecânica fica
restrita a um ou a poucos segmentos corpóreos, amplificando o risco
potencial;

g) as exigências cognitivas. As exigências cognitivas podem ter um


papel no surgimento das LER/DORT, seja causando um aumento de tensão
muscular, seja causando uma reação mais generalizada de estresse;

h) os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho.


Os fatores psicossociais do trabalho são as percepções subjetivas
que o trabalhador tem dos fatores de organização do trabalho. Como
exemplo de fatores psicossociais podemos citar: considerações relativas à
carreira, à carga e ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do
trabalho. A "percepção" psicológica que o indivíduo tem das exigências do
trabalho é o resultado das características físicas da carga, da

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personalidade do indivíduo, das experiências anteriores e da situação


social do trabalho.

Assim, temos como os seguintes fatores de risco para as LER/DORT


listados por Kuorinka e Forcier:

✓ o grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e


à visão.
✓ o frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos.
✓ as posturas inadequadas.
✓ a carga osteomuscular.
✓ a carga estática.
✓ a invariabilidade da tarefa.
✓ as exigências cognitivas.
✓ os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho.

Além disso, de acordo com a IN 98/03, que aprova a Norma Técnica


sobre LER/DORT, ruído excessivo, desconforto térmico, iluminação
inadequada e móveis desconfortáveis são outros fatores que contribuem
para a ocorrência de LER/DORT. Tais itens são bem menos cobrados em
provas. Além disso, quando se fala em desconforto térmico está mais
associado à exposição ao frio, conforme já explanado. Inclusive, já vi
prova que não considerou calor como fator de risco para LER/DORT!

Assim, as LER/DORT resultam de um desequilíbrio entre as


exigências das tarefas realizadas no trabalho e as capacidades funcionais
individuais para responder a essas exigências. Os desequilíbrios são
modulados pelas características da organização do trabalho, a qual
constitui alvo das medidas de transformação das condições geradoras do
adoecimento.

Os elementos importantes na exposição aos fatores de risco são:(i)


região anatômica exposta; (ii) intensidade dos fatores de risco; (iii)
organização temporal da atividade (ciclos, pausas, horários...); e (iv)
tempo de exposição.
As LER/DORT são resultado da combinação da sobrecarga das
estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo
para sua recuperação:

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Entre as Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo


Relacionadas ao Trabalho, inclui-se algumas patologias que podem ser
enquadradas como LER/DORT. Os distúrbios musculoesqueléticos dizem
respeito a uma gama de doenças inflamatórias e degenerativas do
aparelho locomotor. Entre elas, são citadas:
– As inflamações dos tendões(tendinites) dos antebraços, punhos,
ombros, em trabalhadores que realizam trabalho repetitivo e/ou
adotam postura estática por exigência da tarefa;
– As mialgias, dores e perturbações funcionais dos músculos na região
do ombro e pescoço, principalmente, em trabalhadores que adotam,
por exigência da tarefa, posturas estáticas prolongadas nessa
região;
– Degenerações na coluna cervical.

O quadro abaixo demonstra diversas doenças, especialmente do


sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas com o trabalho,
e que podem ser enquadradas como LER/DORT:

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

- Biomecânica do trabalho com: manipulação manual


DORSALGIA: Cervicalgia, Ciática,
de carga; e/ou movimentos articulares repetitivos; e/ou
Lumbago com Ciática, Dor lombar
posições forçadas e/ou aplicação de força.
baixa.
- Exposição a vibração em atividades de trabalho.

LESÕES DO OMBRO:Capsulite - Biomecânica do trabalho com: movimentos articulares


Adesiva do Ombro (Ombro Congelado, repetitivos; e/ou posições forçadas; e/ou aplicação de
Periartrite do Ombro); Síndrome do força;

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Manguito Rotatório ou Síndrome do - Exposição a vibração em atividades de trabalho;


Supraespinhoso; Tendinite Bicipital ;
- Fatores psicossociais relacionados a: gestão
Tendinite Calcificante do Ombro;
organizacional; e/ou contexto da organização do
Bursite do Ombro ; Outras Lesões do
trabalho; e/ou característica das relações sociais no
Ombro; Lesões do Ombro, não
trabalho; e/ou conteúdo das tarefas do trabalho; e/ou
especificadas
condição do ambiente de trabalho; e/ou interação
pessoa-tarefa; e/ou jornada de trabalho; e/ou violência
e assédio moral/sexual no trabalho; e/ou discriminação
no trabalho.

- Biomecânica do trabalho com: movimentos articulares


repetitivos; e/ou posições forçadas e/ou aplicação de
força.
SINOVITES E TENOSSINOVITES:
- Fatores psicossociais relacionados a: gestão
Dedo em Gatilho; Tenossinovite do
organizacional; e/ou contexto da organização do trabalho;
Estilóide Radial (De Quervain); Outras
e/ou característica das relações sociais no trabalho; e/ou
Sinovites e Tenossinovites ; Sinovites e
conteúdo das tarefas do trabalho; e/ou condição do
Tenossinovites não especificadas
ambiente de trabalho; e/ou interação pessoa-tarefa; e/ou
jornada de trabalho; e/ou violência e assédio moral/sexual
no trabalho; e/ou discriminação no trabalho.

Mononeuropatias dos membros


superiores4: Síndrome do túnel do
Biomecânica do trabalho com: movimentos articulares
carpo, outras lesões do nervo mediano,
repetitivos; e/ou posições forçadas.
Lesões do nervo cubital [ulnar], Lesão
do nervo radial

Transtornos dos tecidos moles


- Biomecânica do trabalho com: movimentos articulares
relacionados com o uso, o uso
repetitivos; e/ou posições forçadas;
excessivo e a pressão, de origem
-Fatores psicossociais relacionados a: gestão
ocupacional: Sinovite Crepitante
organizacional; e/ou contexto da organização do
Crônica da mão e do punho; Bursite da
trabalho; e/ou característica das relações sociais no
Mão; Bursite do Olécrano; Outras
trabalho; e/ou conteúdo das tarefas do trabalho; e/ou
Bursites do Cotovelo; Outras Bursites
condição do ambiente de trabalho; e/ou interação
Pré-rotulianas ; Outras Bursites do

4
Doença do sistema nervoso.

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Joelho; Outros transtornos dos tecidos pessoa-tarefa; e/ou jornada de trabalho; e/ou violência
moles relacionados com o uso, o uso e assédio moral/sexual no trabalho; e/ou discriminação
excessivo e a pressão; Transtorno não no trabalho.
especificado dos tecidos moles,
relacionados com o uso, o uso
excessivo e a pressão

- Biomecânica do trabalho com: movimentos articulares


repetitivos; e/ou posições forçadas; e/ou aplicação de
força;

- Exposição a vibração em atividades de trabalho;

Fibromatose da FasciaPalmar: - Fatores psicossociais relacionados a: gestão


“Contratura ou Moléstia de Dupuytren” organizacional; e/ou contexto da organização do trabalho;
e/ou característica das relações sociais no trabalho; e/ou
conteúdo das tarefas do trabalho; e/ou condição do
ambiente de trabalho; e/ou interação pessoa-tarefa; e/ou
jornada de trabalho; e/ou violência e assédio moral/sexual
no trabalho; e/ou discriminação no trabalho.

2- (CESPE - 2013 - MTE - AFT) Cervicalgia, lombalgia, dedo em


gatilho e fibromatose da fáscia palmar são diagnósticos possivelmente
relacionados ao trabalho e, portanto, podem ser enquadrados como
LER/DORT.
Resolução:
Certo. Inúmeras doenças que podem ser enquadradas como LER/DORT,
alcançando, principalmente os membros superiores, mas, também,
atingindo os membros inferiores (como a bursite pré-patelar):

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Gabarito 2: C

A Figura abaixo ilustra alguns dos quadros mais frequentes


considerados como LER/DORT:

Figura 5 - Fonte: ENIT/MTE

• DORSALGIA:
As dorsalgias referem-se a quadros dolorosos na coluna vertebral,
ilustrada abaixo:

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Em relação à dorsalgia, a depender da região afetada, temos a


Cervicalgia; Ciática; Lumbago com Ciática. A cervicalgia caracteriza-se
pela presença de dor espontânea ou à palpação e/ou edema em região
cervical.
Ciática e lumbago com caracterizam-se por dor na região lombar,
que pode se irradiar para o(s) membro(s) inferior(es) e evoluir para um
quadro persistente de dor isolada em membros inferiores.

A dor na região lombar pode


irradiar para os membros
inferiores devido à
compressão do nervo ciático.

As dorsalgias estão entre as queixas mais frequentes da população


geral, segundo inquéritos de prevalência realizados em diversos países do
mundo. Dentre elas destaca-se a lombalgia ou dor lombar, tanto em
jovens como em idosos. Ocupa lugar de destaque entre as causas de
concessão de auxílio-doença previdenciário e de aposentadoria por
invalidez.
A dorsalgia pode ser sintoma de inúmeras doenças. Episódios
agudos de lombalgia costumam ocorrer em pacientes em torno de 25 anos
e, em 90% dos casos, a sintomatologia desaparece em 30 dias, com ou
sem tratamento medicamentoso, fisioterápico, com ou sem repouso. A
lombalgia crônica, dor persistente durante três meses ou mais,
corresponde a 10% dos pacientes acometidos por lombalgia aguda ou
recidivante.
Os seguintes fatores têm sido associados à cronicidade da
lombalgia: trabalho pesado, levantamento de peso, trabalho
sentado, falta de exercícios e problemas psicológicos.
Na construção civil, assim como em outras áreas, as questões
organizacionais conduzem o trabalhador a posturas de risco para saúde,
repetitividade e excesso de horas trabalhadas. O risco de desenvolver
doenças musculoesqueléticas, em especial a lombalgia, aumenta em
função de esses trabalhadores necessitarem manusear pesos durante o

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desempenho de suas atividades, sem ter sido informado da dinâmica


corporal adequada e ausência de análise de risco ergonômico das tarefas
realizadas.
Os casos descritos como dorsalgias ocupacionais são associados a:
- atividades que envolvem contratura estática ou imobilização, por tempo
prolongado, de segmentos corporais, como cabeça, pescoço ou ombros;
- tensão crônica;
- esforços excessivos;
- elevação e abdução dos braços acima da altura dos ombros, empregando
força; e
- vibrações do corpo inteiro.

Figura 6 - Lombalgia na construção civil: posturas inadequadas, dentre outros


fatores, contribuem para o quadro. À direita, região da coluna afetada (região
lombar).

• SINOVITES E TENOSSINOVITES:
Outra doença relacionada ao trabalho com alta prevalências são o
grupo das Sinovites e tenossinovites, que são doenças inflamatórias
que comprometem as bainhas tendíneas e os tendões, em
decorrência das exigências do trabalho.
Podem ser de origem traumática, agudas, decorrentes de acidentes
típicos ou de trajeto, se forem relacionadas ao trabalho. Os casos crônicos
estão, geralmente, associados a trabalhos com movimentos repetitivos
aliados à exigência de força.
Vamos a alguns conceitos para facilitar a compreensão da matéria:

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- Tendão: estabelece a ligação entre músculos e ossos e transferem a


força para o esqueleto.

Tendão

- Bainha Sinovial - Tem a função de revestir o tendão para protegê-lo do


atrito.
- Bainha Fibrosa dos tendões - Tem a função de "conter o tendão" para
delimitar seu movimento, porém permite seu deslizamento.

Bainha sinovial Bainha sinovial

Tendão

Bolsa Sinovial (Bursa): Tem a função de diminuir o atrito entre duas


estruturas (osso e músculo, por exemplo):

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Osso

Bolsa sinovial

Músculo

Visto isso, temos que o quadro clínico das sinovites e tenossinovites


varia com o segmento atingido e recebe denominações específicas (não é
o caso de ficar decorando sintomatologia, pois não há previsão Edital, mas
sim entender o básico):
- SINOVITE é a inflamação dos tecidos sinoviais. É um termo de
ampla abrangência, aplicável a qualquer processo inflamatório que
acometa tecidos sinoviais articulares, intermusculares ou peritendinosos,
em qualquer local do corpo, com ou sem degeneração tecidual. O
diagnóstico deve ser acompanhado da especificação dos locais envolvidos
e de sua etiologia.
- TENOSSINOVITE é a inflamação dos tecidos sinoviais que envolvem os
tendões. Esse termo pode ser aplicado aos processos inflamatórios de
qualquer etiologia, que acometam esses tecidos, com ou sem degeneração
tecidual. Pode se desenvolver em qualquer localização em que um tendão
passe através de uma capa ou de um conduto osteoligamentoso, devendo
ser especificado(s) o(s) local(is) atingido(s) e sua etiologia.
A Tenossinovite de Quervain é uma subcategoria das sinovites e
tenossinovites:

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Bainha
sinovial
inflamada

Figura 7 - Tenossinovite do Estilóide Radial (De Quervain).

A Tenossinovite do Estilóide Radial (De Quervain) tem sua ocorrência mais


frequente em mulheres em grupos populacionais acima de 40 anos de
idade e tem sido associada a:
- exposições ocupacionais que exigem movimentos repetitivos de polegar
(apertar botão com o polegar);
- pinça de polegar associada à flexão, extensão, rotação ou desvio ulnar
repetido do carpo, principalmente se associado com força (ex: uso de
chave de fenda; montagem de equipamentos eletrônicos; etc.)
- polegar mantido elevado e/ou abduzido durante atividades (polegar
alienado); e
- uso prolongado de tesouras.

Figura 8 – Movimento de apertar botão com o polegar.

3- (CESPE - 2013 - SERPRO - Médico do Trabalho) Tenossinovite do


estiloide radial (de Quervain) está associada a exposições ocupacionais
que exigem movimentos repetitivos de polegar, tais como pinça de polegar
associada à flexão, extensão, rotação ou desvio ulnar repetido do carpo e
o uso prolongado de tesouras.
Resolução:
Certo. Tais fatores estão associados à Tenossinovite do estiloide radial (de
Quervain).Espero que no CNU não vem com esses detalhes!
Gabarito 3: C

- TENDINITES são inflamações do tecido próprio dos tendões, com ou

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sem degeneração de suas fibras. O termo, de ampla abrangência, é


aplicável a todo e qualquer processo inflamatório dos tendões, em
qualquer local do corpo. Quando os músculos acometidos possuem uma
cobertura ou bainha sinovial, o processo é denominado de tenossinovite e,
quando não a possuem, é chamado de tendinite.
O dedo em gatilho é uma inflamação no tendão responsável por dobrar o
dedo, fazendo com que o dedo fique sempre dobrado, mesmo que o
indivíduo tente abri-lo.

O dedo em gatilho está relacionado à compressão palmar associada à


realização de força, como apertar alicates e tesouras.

- FASCIITES são inflamações de fáscias e de ligamentos com ou sem


degeneração de suas fibras. O termo é aplicável a todo e qualquer
processo inflamatório que atinja qualquer ligamento ou fáscia em qualquer
lugar do corpo.

TRANSTORNOS DOS TECIDOS MOLES RELACIONADOS COM O USO, O


USO EXCESSIVO E A PRESSÃO, DE ORIGEM OCUPACIONAL:
Dentre as patologias do grupo, merece destaque as bursites, que
resultam de um processo inflamatório que acomete as bolsas
sinoviais(bursas), pequenas bolsas de paredes finas, constituídas de fibras

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colágenas e revestidas de membrana sinovial, encontradas em regiões em


que os tecidos são submetidos à fricção, geralmente próxima a inserções
tendinosas e articulações. Sua localização mais importante é nos ombros,
mas podem ser encontradas em outras regiões, como no joelho:

Os quadros de bursite que acometem o joelho, particularmente a


bursite pré e infrapatelar, podem ser observados, com muita frequência,
em indivíduos que trabalham ajoelhados, como os aplicadores de carpetes,
trabalhadores domésticos, faxineiros, religiosos e mineradores. É um dos
exemplos de patologia que acomete os membros inferiores e pode ser
enquadrada como LER/DORT.

Figura 9 - aplicadores de carpetes e instaladores de pisos estão entre os


trabalhadores acometidos pela bursite infrapatelar. Causas incluem posições
forçadas e compressão do joelho contra superfícies duras.

- EPICONDILITE MEDIAL E EPICONDILITE LATERAL (COTOVELO DE


TENISTA) : São inflamações agudas ou crônicas que acometem a inserção
de tendões em epicôndilo medial (cotovelo do jogador de golfe) ou
epicôndilo lateral (cotovelo de tenista). Pessoal, não acho que é o caso de
decorar essa informação!

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São desencadeadas por movimentos repetitivos de punho e dedos,


com flexão brusca ou frequente, esforço estático e preensão prolongada de
objetos, principalmente com punho estabilizado em flexão e pronação,
como, por exemplo, na preensão de chaves de fenda, condução de
veículos, cujos volantes exigem esforço, e no transporte ou
deslocamento de bolsas ou sacos pesados, em que haja pronação
repetida.

Na extremidade inferior
do úmero existem duas
protuberâncias ósseas,
chamadas de epicôndilos:

Dos portadores de cotovelo de tenista, 95% não praticam esportes.


Ambos os sexos são acometidos na mesma proporção e a doença é mais
frequente que a epicondilite medial. Causas de epicondilite lateral são os
esforços excessivos de extensão do punho e dedos, com o cotovelo em
extensão, supinação do antebraço e extensão brusca do cotovelo
(movimento que os pedreiros fazem ao chapiscar paredes). A epicondilite
lateral tem sido descrita em trabalhadores de fábricas de linguiça,
cortadores e empacotadores de carne e de frigoríficos.
Como no cotovelo de tenista, o cotovelo de jogador de golfe
(epicondilite medial) raramente é provocado por práticas esportivas,
podendo estar associado a qualquer atividade que exija flexão forçada do
punho e arremesso.

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-FIBROMATOSE DA FÁSCIA PALMAR, CONTRATURA OU MOLÉSTIA DE


DUPUYTREN: A Fibromatose da fáscia palmar é uma entidade clínica
caracterizada por espessamento e retração da fáscia palmar,
acarretando contratura em flexão dos dedos e incapacidade
funcional das mãos. Relaciona-se a exigências de compressão palmar
repetida com trabalho pesado, associadas ou não a vibrações. Entre os
fatores de risco são considerados: posições forçadas, gestos repetitivos,
ritmo de trabalho penoso e vibrações localizadas.

CONTRATURA FÁSCIA
PALMAR

fáscia palmar
fáscia
palmar
Fibromatose da EXEMPLO:
fáscia palmar Compressão
palmar associada Operar
(Contratura de ou não a vibrações compressores
Dupuytren) pneumáticos

Figura 10 – Trabalhador operando compressor pneumático.

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• LESÕES DO OMBRO
Pessoal, o ombro é uma das estruturas mais complexas do aparelho
locomotor, o que se traduz na diversidade de síndromes resultantes de seu
comprometimento, muitas delas relacionadas ao trabalho. O
desenvolvimento das lesões do ombro, assim como de outros distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho, é multicausal, sendo
importante analisar os fatores de risco, direta ou indiretamente
envolvidos. Entre os fatores de risco de natureza ocupacional temos:
Vamos falar sobre algumas dessas patologias que acometem a região do
ombro.
CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO (OMBRO CONGELADO, PERIARTRITE
DO OMBRO)

BURSITE DO OMBRO
Processo inflamatório que ocorre devido à compressão da Bursa
(bolsa sinovial) e que, geralmente, também comprime o tendão do supra-
espinhoso, um dos músculos pertencentes ao manguito rotador (apontado
abaixo):

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• DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO RELACIONADAS COM O


TRABALHO
Além dos distúrbios do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo,
relacionadas com o trabalho, certas doenças do sistema nervoso
relacionadas com o trabalho podem ser enquadradas como LER/DORT.
De forma preliminar, destaco que o sistema nervoso é divido em
sistema nervoso central (SNC), formado pelo encéfalo e a medula
espinhal; e o sistema nervoso periférico (SNP), composto pelos nervos
periféricos:

As mononeuropatias periféricas designam um conjunto de alterações


decorrentes da compressão de apenas um dos nervos dos membros
superiores e inferiores. Essas lesões podem decorrer de uma pressão
interna, como, por exemplo, de uma contração muscular ou edema da
bainha dos tendões ou de forças externas, como a quina de uma mesa,
uma ferramenta manual ou a superfície rígida de uma cadeira, e estão
incluídas no grupo LER/DORT.
Entre as entidades que acometem os membros superiores estão
síndrome do túnel do carpo, neuropatia caracterizada pela
compressão do nervo mediano em sua passagem pelo canal ou túnel
do carpo, estrutura anatômica que se localiza entre a mão e o antebraço.
Através desse túnel rígido, além do nervo mediano, passam os tendões
flexores que são revestidos pelo tecido sinovial. Qualquer situação que
aumente a pressão dentro do canal provoca compressão do nervo mediano
e a síndrome do túnel do carpo.
Entre os profissionais mais afetados estão os que usam
intensivamente os teclados de computadores, os trabalhadores que lidam

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com caixas registradoras, as costureiras, os açougueiros e os


trabalhadores em abatedouros de aves ou em linhas de montagem.

Nervo
Mediano

Digitadores são
frequentemente
acometidos pela Síndrome
do Túnel do Carpo

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Atividade de desossa. Trabalho em


ambiente frio, sem adequação
ergonômica e movimentos
repetitivos contribuem para o
aparecimento/agravamento da
Síndrome do Túnel do Carpo

Entre as medidas preventivas, além de se ater ao PGR e ao PCMSO,


essencial é a observância aos preceitos contidos na NR 17(Ergonomia) e
NR 36 (segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e
processamento de carnes e derivados).
A síndrome do Desfiladeiro Torácico (transtorno do plexo
braquial) é uma disfunção caracterizada pela compressão do feixe
neurovascular – plexo braquial, artéria e veia subclávia –na sua
passagem pela região cervical, no desfiladeiro torácico, considerada como
integrante do grupo LER/DORT.

EXEMPLOS:
Compressão
sobre o ombro, Fazer trabalho manual
Síndrome do sobre veículos, trocar
flexão lateral do
Desfiladeiro lâmpadas, pintar paredes,
pescoço,
Torácico lavar vidraças, apoiar
elevação do
braço telefones entre o ombro e a
cabeça

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Exemplos de atividades em que há compressão sobre o ombro,


flexão lateral do pescoço, e elevação do braço, predispondo à Síndrome do
Desfiladeiro Torácico:

Um outro exemplo de atividade que propicia a Síndrome do


Desfiladeiro Torácico é apoiar telefones entre o ombro e a cabeça
(figura à esquerda). Nesse contexto, importante destacar que a NR 17,
Anexo II (trabalho em teleatendimento/telemarketing), prevê que devem
ser fornecidos gratuitamente conjuntos de microfone e fone de ouvido
(head-sets) individuais:

Na caracterização da exposição aos fatores de risco, alguns


elementos são importantes, dentre outros:
a) a região anatômica exposta aos fatores de risco (punho, cotovelo,
ombro, mão, pescoço, etc.);
b) a intensidade dos fatores de risco;
c) a organização temporal da atividade (por exemplo: a duração do
ciclo de trabalho, a distribuição das pausas ou a estrutura de horários);

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Figura 11 – Corte de traqueia em abatedouros de aves=0,8 segundos. Setor


apresenta um grande número de afastamentos do trabalho, dado o reduzido ciclo
de trabalho, e a ausência ou concessões de poucas pausas.

d) o tempo de exposição aos fatores de risco(duração). Quanto maior


exposição ao risco, maior será a chance de desenvolvimento de
LER/DORT, sendo que o tempo de latência das LER/Dort pode variar de
dias a décadas.

O diagnóstico de LER/DORT consiste, como em qualquer caso, nas


etapas habituais de investigação clínica, com os objetivos de se

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estabelecer a existência de uma ou mais entidades nosológicas, os fatores


etiológicos e de agravamento:
a) HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL - As queixas mais comuns entre os
trabalhadores com LER/DORT são a dor localizada, irradiada ou
generalizada, desconforto, fadiga e sensação de peso
O início dos sintomas é insidioso (aparece vagarosamente, ou aos poucos
sem apresentar sintomas específicos), com predominância nos finais de
jornada de trabalho ou durante os picos de produção, ocorrendo alívio com
o repouso noturno e nos finais de semana.
Aos poucos, os sintomas intermitentemente tornam-se presentes por mais
tempo durante a jornada de trabalho e, às vezes, passam a invadir as
noites e finais de semana. Nessa fase, há um aumento relativamente
significativo de pessoas que procuram auxílio médico, por não
conseguirem mais responder à demanda da função.
No entanto, nem sempre conseguem receber informações dos
médicos sobre procedimentos adequados para conter a progressão do
problema. Muitas vezes recebem tratamento baseado apenas em anti-
inflamatórios e sessões de fisioterapia, que "mascaram" transitoriamente
os sintomas, sem que haja ação de controle de fatores desencadeantes e
agravantes. O paciente permanece, assim, submetido à sobrecarga
estática e dinâmica do sistema musculoesquelético, e os sintomas evoluem
de forma tão intensa, que sua permanência no posto de trabalho se dá às
custas de muito esforço. Não ocorrendo mudanças nas condições de
trabalho, há grandes chances de piora progressiva do quadro clínico.
Em geral, o alerta só ocorre para o paciente quando os sintomas
passam a existir, mesmo por ocasião da realização de esforços mínimos,
comprometendo a capacidade funcional, seja no trabalho ou em casa.
Com o passar do tempo, os sintomas aparecem espontaneamente e
tendem a se manter continuamente, com a existência de crises de dor
intensa, geralmente desencadeadas por movimentos bruscos, pequenos
esforços físicos, mudança de temperatura ambiente, nervosismo,
insatisfação e tensão. Às vezes, as crises ocorrem sem nenhum fator
desencadeante aparente. Essas características já fazem parte de um
quadro mais grave de dor crônica, que merecerá uma abordagem especial
por parte do médico, integrado em uma equipe multidisciplinar.
TOME NOTA: Nessa fase, dificilmente o trabalhador consegue trabalhar na
mesma função e várias de suas atividades cotidianas estão
comprometidas.

É comum que se identifiquem evidências de ansiedade, angústia,


medo e depressão, pela incerteza do futuro tanto do ponto de vista
profissional, como do pessoal. Embora esses sintomas sejam comuns a

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quase todos os pacientes, com longo tempo de evolução, às vezes, mesmo


pacientes com pouco tempo de queixas também os apresentam, por
testemunharem problemas que seus colegas nas mesmas condições
enfrentam, seja pela duração e dificuldade de tratamento, seja pela
necessidade de peregrinação na estrutura burocrática da Previdência
Social, seja pelas repercussões nas relações com a família, colegas e
empresa.
Especial menção deve ser feita em relação à dor crônica dos
pacientes com LER/DORT. Trata-se de quadro caracterizado por dor
contínua, espontânea, atingindo segmentos extensos, com crises álgicas
de duração variável e existência de comprometimento importante das
atividades da vida diária. Estímulos que, a princípio não deveriam provocar
dor, causam sensações de dor intensa, acompanhadas muitas vezes de
choque e formigamento.

b) INVESTIGAÇÃO DOS DIVERSOS APARELHOS - como em qualquer caso


clínico, é importante que outros sintomas ou doenças sejam investigados.
Pessoal, a pergunta que se deve fazer é: tais sintomas ou doenças
mencionadas podem ter influência na determinação e/ou agravamento do
caso?
Para ser significativo como causa, o fator não-ocupacional precisa ter
intensidade e frequência similar àquela dos fatores ocupacionais
conhecidos. O achado de uma patologia não-ocupacional não
descarta de forma alguma a existência concomitante de
LER/DORT. Não esquecer que um paciente pode ter dois ou três
problemas ao mesmo tempo. Não há regra matemática neste caso: é
impossível determinar com exatidão a porcentagem de influência de
fatores laborais e não laborais e frequentemente a evolução clínica os dá
maiores indícios a respeito.
Do ponto de vista da legislação previdenciária, havendo relação com
o trabalho, a doença é considerada ocupacional, mesmo que haja
fatores concomitantes não relacionados à atividade laboral.

C) COMPORTAMENTOS E HÁBITOS RELEVANTES - hábitos que possam


causar ou agravar sintomas do sistema musculoesquelético devem ser
objeto de investigação: uso excessivo de computador em casa, lavagem
manual de grande quantidade de roupas, ato de passar grande quantidade
de roupas, limpeza manual de vidros e azulejos, ato de tricotar,
carregamento de sacolas cheias, polimento manual de carro, o ato de
dirigir etc.

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Essas atividades acima citadas geralmente agravam o quadro de


LER/DORT, mas dificilmente podem ser consideradas causas
determinantes dos sintomas do sistema musculoesquelético, tais
como se apresentam nas LER/DORT, uma vez que são atividades com
características de flexibilidade de ritmo e tempos.
Ou seja, as atividades extralaborais do paciente devem ser identificadas,
pois, geralmente, agravam o quadro da LER/DORT, todavia, elas
dificilmente desencadeiam quadros semelhantes aos casos de LER/DORT.
Nesse sentido, o CESPE considerou a questão abaixo incorreta:

(CESPE - 2013 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) Na pesquisa e no


diagnóstico de casos de dor osteomuscular de origem ocupacional, as atividades
extralaborais do paciente devem ser identificadas, pois, geralmente, elas
desencadeiam quadros semelhantes aos casos de LER/DORT.

Além do mais, não se tem conhecimento de nenhum estudo que


indique tarefas domésticas como causas de quadros do sistema músculo-
esquelético semelhantes aos quadros das LER/DORT; em contraposição,
há vários que demonstram associação entre fatores laborais de diversas
categorias profissionais e a ocorrência de LER/DORT.

ATENÇÂO: as tarefas domésticas não devem ser confundidas com


atividades profissionais de limpeza, faxina ou cozinha industrial. Estas
últimas são consideradas de risco para a ocorrência de LER/DORT.

D) ANTECEDENTES PESSOAIS - história de traumas, fraturas e outros


quadros mórbidos que possam ter desencadeado e/ou agravado processos
de dor crônica, entrando como fator de confusão, devem ser investigados.

E) ANTECEDENTES FAMILIARES - existência de familiares consanguíneos,


com história de diabetes e outros distúrbios hormonais, reumatismos,
deve merecer especial atenção.

F) HISTÓRIA OCUPACIONAL - tão fundamental quanto elaborar uma boa


história clínica é perguntar detalhadamente como e onde o paciente
trabalha, tentando ter um retrato dinâmico de sua rotina laboral: duração
de jornada de trabalho, existência de tempo de pausas, forças exercidas,
execução e frequência de movimentos repetitivos, identificação de
musculatura e segmentos do corpo mais utilizados, existência de
sobrecarga estática, formas de pressão de chefias, exigência de
produtividade, existência de prêmio por produção, falta de flexibilidade de
tempo, mudanças no ritmo de trabalho ou na organização do trabalho,

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existência de ambiente estressante, relações com chefes e colegas,


insatisfações, falta de reconhecimento profissional, sensação de perda de
qualificação profissional.
Deve-se observar, também, empregos anteriores e suas características,
independentemente do tipo de vínculo empregatício.
Cabe ao médico atentar para os seguintes questionamentos: houve tempo
suficiente de exposição aos fatores de risco? houve intensidade suficiente
de exposição aos fatores de risco? os fatores existentes no trabalho são
importantes para, entre outros, produzir ou agravar o quadro clínico?

G) EXAMES COMPLEMENTARES - exames complementares devem ser


solicitados à luz de hipóteses diagnósticas e não de forma indiscriminada.
Seus resultados devem sempre levar em conta o quadro clínico e a
evolução, que são soberanos na análise e conclusão diagnóstica.

Esquematizando os fatores que devem ser consideradas quando do


diagnóstico das LER/DORT:

Nas LER/DORT, em geral, como em qualquer outro caso, quanto


mais precoce o diagnóstico e o início do tratamento adequado, maiores
as possibilidades de êxito. Isto depende de vários fatores, dentre eles,
do grau de informação do paciente, da efetividade do programa de
prevenção de controle médico da empresa, da possibilidade de o paciente

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manifestar-se em relação às queixas de saúde sem "sofrer represálias",


explícitas ou implícitas, e da direção da empresa, que pode facilitar ou não
o diagnóstico precoce.
Cabe destacar neste ponto, a importância de se implementar o
PCMSO (NR 7), que deverá rastrear e detectar precocemente os agravos à
saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da
constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos
irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

O tratamento não é exclusividade médica. O controle da dor crônica


musculoesquelética exige o emprego de abordagem interdisciplinar, que
tente focalizar as raízes do problema. Os tratamentos costumam ser
longos e envolvem questões sociais, empregatícias, trabalhistas e
previdenciárias, além das clínicas.
Alguns dos recursos terapêuticos que podem ser utilizados em um
programa de tratamento e reabilitação encontram-se abaixo citados:
- Medicamentos, que devem ser prescritos de maneira cautelosa.
- Atividades coletivas com os grupos de adoecidos por LER/DORT;
- Fisioterapia, tendo como objetivos principais o alívio da dor, o
relaxamento muscular e a prevenção de deformidades, proporcionando
uma melhoria da capacidade funcional;
- Apoio psicológico, que é essencial aos pacientes portadores de
LER/DORT, para que se sintam amparados em sua insegurança e temor no
que se refere às atividades prévias no trabalho, às consequências do
adoecimento, às perspectivas no emprego;
- Terapia ocupacional, que tem se mostrado bastante importante na
conquista da autonomia dos pacientes adoecidos por LER/DORT.
- Terapias complementares, como a acupuntura, shiatsu, entre outras,
também têm se mostrado bastante eficazes no tratamento da LER/DORT;
Por fim, destaco que os procedimentos cirúrgicos não têm se
mostrado úteis, mesmo nos casos em que a indicação cirúrgica parece
adequada. Frequentemente ocorre evolução para dor crônica de difícil
controle.

A prevenção das LER/DORT não depende de medidas isoladas!


Um programa de prevenção das LER/DORT em uma empresa inicia-
se pela criteriosa identificação dos fatores de risco presentes na
situação de trabalho. Deve ser analisado o modo como as tarefas são
realizadas, especialmente as que envolvem movimentos repetitivos,

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movimentos bruscos, uso de força, posições forçadas e por tempo


prolongado. Aspectos organizacionais do trabalho e psicossociais devem
ser especialmente focalizados.
A identificação de aspectos que propiciam a ocorrência de LER/DORT
e as estratégias de defesa, individuais e coletivas, dos trabalhadores, deve
ser fruto de análise integrada entre a equipe técnica e os trabalhadores,
considerando-se o saber de ambos os lados.
Análises unilaterais geralmente não costumam retratar a realidade
das condições de risco e podem levar a conclusões equivocadas e a
consequentes encaminhamentos não efetivos.
A Norma Regulamentadora (NR 17) estabelece alguns parâmetros
que podem auxiliar a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
conforto, segurança e desempenho eficiente. Embora não seja específica
para a prevenção de LER/DORT, trata da organização do trabalho nos
aspectos das normas de produção, modo operatório(quando aplicável),
exigência de tempo, ritmo de trabalho, o conteúdo das tarefas e os
instrumentos e meios técnicos disponíveis e os aspectos cognitivos que
possam comprometer a segurança e a saúde do trabalhador.
De forma a viabilizar, concretamente, a prevenção das LER/DORT nas
empresas, deve-se adotar:
➢ Alternância das tarefas e rotação dos postos de trabalho;

➢ Pausas;

➢ Redução da jornada de trabalho;

➢ Revisão da produtividade/supervisão dos trabalhos;

➢ Acompanhamento dos trabalhadores acometidos;

Nesse sentido, veja a disposição prevista na NR-17:

17.4.3.1 As medidas de prevenção devem incluir duas ou mais das seguintes


alternativas:
a) pausas para propiciar a recuperação psicofisiológica dos trabalhadores, que
devem ser computadas como tempo de trabalho efetivo;
b) alternância de atividades com outras tarefas que permitam variar as posturas,
os grupos musculares utilizados ou o ritmo de trabalho;
c) alteração da forma de execução ou organização da tarefa; e
d) outras medidas técnicas aplicáveis, recomendadas na avaliação ergonômica
preliminar ou na AET.

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4- (CESGRANRIO - 2010 - Petrobras - Enfermeiro do Trabalho) Nos


ambientes laborais, o crescimento de casos de DORT – LER no Brasil é
atribuído a vários fatores, EXCETO por:
A) aspectos relacionados ao crescimento da informação sobre a doença e
melhor aperfeiçoamento dos técnicos ligados à área de saúde do
trabalhador
B) aspectos biomecânicos como mobiliário inadequado, posturas viciosas,
força e repetitividade.
C) aspectos ligados à organização do trabalho como ritmo, aceleração,
exigência de tempo e falta de autonomia.
D) diminuição da competição entre empresas, em decorrência do processo
de globalização.
E) modificações introduzidas no processo de trabalho, decorrentes de
modernização.
Resolução:
O erro está na letra D, pois, temos, na verdade, um aumento da
competição entre empresas, em virtude do processo de globalização, o
que contribui para o crescimento dos casos de DORT/LER.
Gabarito 4: D

5- (CESGRANRIO - 2011 - Petrobras - Técnico de Segurança)Um


programa de prevenção de Dort/LER deve contemplar a adoção de:
A) movimentos repetitivos
B) movimentos bruscos
C) uso de força física
D) posições forçadas
E) posturas flexíveis
Resolução:
Incorporar posturas flexíveis em programas de prevenção de DORT/LER
permite uma abordagem mais ergonômica ao trabalho, adaptando o
ambiente e as tarefas às capacidades físicas do trabalhador, reduzindo
assim o risco de lesões.
Gabarito 5: E

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6- (CESGRANRIO - 2016 - UNIRIO - Médico do Trabalho) A sobrecarga


de trabalho em linhas de produção pode gerar danos ao sistema músculo-
esquelético, decorrentes da sua utilização excessiva e falta de tempo de
recuperação, caracterizando os distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho (DORT). Nessa síndrome,
A) a etiologia multifatorial facilita o estabelecimento do nexo causal,
gerando alta prevalência.
B) a alta prevalência tem sido explicada por transformações do trabalho e
das empresas focadas no estabelecimento de metas e produtividade.
C) as tendinopatias, expressão clínica mais habitual, correspondem à
primeira causa de concessão de auxílio-acidentário.
D) os fatores de risco são independentes e devem ser analisados de forma
individualizada.
E) os quadros são equiparados aos acidentes de trabalho de média
gravidade sem a necessidade de notificação compulsória.
Resolução:
A. Errado. As LER/DORT não possuem causa única, sendo uma
patologia considerada de origem multifatorial, na qual se entrelaçam
inúmeros fatores causais e, exatamente por causa disso, é que dificulta o
estabelecimento do nexo causal.
B. Certo. Uma das transformações refere-se ao estabelecimento de metas
de produtividade, , sem levar em conta os limites físicos e psicossociais
dos trabalhadores.
C. Errado. Entre 2012 e 2022, as doenças do trabalho que mais geraram
afastamentos foram: dorsalgia (a lombalgia ou dor lombar é um tipo de
dorsalgia), lesões no ombro; sinovite e tenossinovite, nesta ordem.
Desse modo, NÃO se pode concluir que as tendinopatias correspondem à
primeira causa de concessão de auxílio-acidentário.
D. Errado. Os fatores de risco NÃO são independentes. Na prática, há a
interação destes fatores nos locais de trabalho.
E. Errado. O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação de
vários agravos à saúde relacionados ao trabalho, dentre eles, as
LER/DORT. Lembrando que se equiparam aos acidentes de trabalho.
Gabarito 6: B

7- (CESGRANRIO - 2024 - UNEMAT – Administrador) O diretor de uma


empresa manifestou sua preocupação com eventuais riscos do ambiente
de trabalho. Ele observou que havia muitos funcionários com lesões por
esforço repetitivo e percebeu que o mobiliário utilizado no escritório
precisava ser modificado, pois era uma fonte de risco.

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Nesse caso, o risco observado pelo diretor no ambiente de trabalho é


classificado como risco
A) ergonômico
B) químico
C) biológico
D) orgânico
E) Físico
Resolução:
A preocupação do diretor com o mobiliário inadequado aponta para fatores
de origem ergonômica, que estão relacionados à adaptação do ambiente
de trabalho às necessidades físicas dos funcionários.
Gabarito 7: A

8- (FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB –


Fisioterapeuta) Segundo o estudo Saúde Brasil 2018, do Ministério da
Saúde, as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são as doenças que
mais afetam os trabalhadores brasileiros. Sobre as LER/DORT, é correto
afirmar que
A) o paciente deverá ficar afastado do trabalho ao ser diagnosticado com
LER/DORT, independente dos fatores de risco a que esteja exposto em sua
atividade laboral ou do grau de evolução da doença.
B) as/os LER/DORT não possuem fatores de risco psicossociais ou
cognitivos.
C) as/os LER/DORT englobam quadros clínicos adquiridos pela população
em função das suas condições de trabalho, podendo apresentar tendinites,
lombalgias, compressões de nervos periféricos e perda auditiva induzida
por ruído.
D) o encaminhamento ao tratamento e a notificação no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN) devem ser realizados, uma
vez estabelecido o diagnóstico de LER/DORT em um trabalhador.
Resolução:
A. Errado. Cada caso deve ser avaliado individualmente, levando em
consideração diversos aspectos, como a gravidade dos sintomas, a
capacidade de adaptação do ambiente de trabalho e a possibilidade de
reabilitação.
B. Errado. Os fatores de risco para LER/DORT podem incluir não apenas
aspectos biomecânicos, mas também fatores psicossociais, cognitivos e
organizacionais do trabalho. Estes podem incluir ritmo de trabalho intenso,

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pressão por produtividade, falta de autonomia, relações interpessoais no


trabalho, entre outros.
C. Errado. LER/DORT englobam condições relacionadas ao trabalho, como
tendinites e lombalgias. A perda auditiva induzida por ruído é um
problema de saúde ocupacional, mas não é classificada como LER/DORT.
D. Certo. O encaminhamento ao tratamento e a notificação de LER/DORT
no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) são
procedimentos recomendados após o estabelecimento do diagnóstico
dessas condições em um trabalhador.
Gabarito 8: D

9- (CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Médico do Trabalho) Atividades


extralaborais geralmente são consideradas causas importantes de quadros
musculoesqueléticos semelhantes aos casos de LER/DORT.
Resolução:
Errado. As atividades fora do trabalho podem influenciar ou agravar essas
condições, mas não são vistas como determinantes principais, que
geralmente estão mais relacionados às condições e atividades no ambiente
de trabalho. Para terem significado como causa, os fatores não
ocupacionais devem ter intensidade e frequência similares as dos fatores
ocupacionais conhecidos, o que raramente acontece.
Gabarito 9: E

10- (FGV - 2021 - IMBEL - Médico do Trabalho) As opções a seguir


apresentam fatores de risco para LER/Dort, à exceção de uma. Assinale-a.
A) Dimensões do posto de trabalho.
B) Pressão mecânica localizada.
C) Posturas que modificam a geometria musculoesquelética.
D) Fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho.
E) Trabalho em regime de “home office”.
Resolução:
Aqui é aquela situação que você deve marcar a menos certa, pois o
"trabalho em regime de 'home office'" por si só não é considerado um fator
de risco direto para LER/DORT. Embora o ambiente de home office possa
contribuir para riscos ergonômicos se mal estruturado, os demais fatores
listados estão diretamente ligados às causas reconhecidas dessas
condições.
Gabarito 10: E

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5.4 Assédio moral organizacional

A origem do termo "assédio moral" remonta às pesquisas de Konrad


Lorenz, na década de 1960, que inicialmente o aplicou no contexto
biológico para descrever o comportamento agressivo coletivo de animais
de pequeno porte em resposta à invasão de seu território por um intruso.
Este fenômeno, denominado "mobbing5", mostrou como o grupo usava
intimidações e atitudes agressivas para expulsar o invasor, um conceito
posteriormente adaptado para descrever comportamentos similares de
intimidação e agressão no ambiente de trabalho humano.
O termo "mobbing" foi ampliado pelo médico Heinemann em 1972,
aplicando as observações de Konrad Lorenz ao comportamento agressivo
entre crianças nas escolas. Heinemann explorou como o comportamento
intimidador coletivo impactava as relações entre as crianças, lançando a
base para o entendimento moderno do assédio moral em contextos
humanos, incluindo ambientes educacionais e de trabalho.
A evolução da compreensão sobre o assédio moral no Brasil incluiu
uma revisão sobre a necessidade de intencionalidade e habitualidade para
sua caracterização. A Convenção 190 da OIT, ainda não ratificada pelo
Brasil, enfatiza a prevenção e eliminação da violência e assédio no
trabalho, definindo-os como comportamentos ou ameaças, únicas ou
repetitivas, que causam ou são susceptíveis de causar danos físicos,
psicológicos, sexuais ou econômicos, incluindo violência e assédio de
gênero.
No Brasil são adotados conceitos separados para discriminação,
assédio moral, assédio sexual e outros tipos de violência no ambiente de
trabalho. Quanto ao assédio moral, tanto a doutrina quanto a
jurisprudência trabalhista, até então têm entendido que, para se
configurar assédio moral, o ato de violência psicológica deve ser
continuado, repetitivo ou sistemático, não se configurando como assédio
moral o ato isolado de perseguição no ambiente de trabalho.
Vale destacar que más condições de trabalho, como falta de
recursos e de instrumentos de trabalho, infraestrutura inadequada,
trabalho em situações de risco ou ergonomicamente desfavoráveis não
caracterizam, por si só, assédio moral, salvo se um único empregado (ou
um grupo) for tratado especificamente dessa forma e se tais condições se
destinarem a desmerecê-lo, ou atingi-lo ou mesmo se forem impostas
como uma política de gestão ofensiva aos empregados.

5
Mobbing é um vocábulo inglês derivado do verbo “to mob” que significa
maltratar, atacar, perseguir, sitiar.

42
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Temos então que o assédio moral no trabalho é caracterizado pela


exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras,
repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de
suas funções. Essas situações são mais frequentes em relações
hierárquicas autoritárias, onde predominam condutas negativas, relações
desumanas e antiéticas de longa duração, marcadas pelo desprezo à
dignidade do trabalhador.
O assédio moral no trabalho pode manifestar-se de várias formas,
dependendo da relação hierárquica entre as partes envolvidas:
• Descendente: Quando o assédio é praticado por um superior
hierárquico em relação aos seus subordinados. É o mais comum de se
encontrar.
• Horizontal: Ocorre entre colegas que estão no mesmo nível
hierárquico.
• Ascendente: Quando um subordinado pratica assédio contra seu
superior.
• Misto: Pode envolver mais de um tipo de assédio, como quando há
uma combinação de assédio horizontal e descendente dentro de uma
equipe.

As consequências do assédio moral podem ter efeitos sobre o


indivíduo, sobre a empresa e sobre a sociedade, conforme exemplificado
abaixo:

Consequências para o Indivíduo Consequências para a Consequências para a


Empresa Sociedade
Transtornos Psicopatológicos e Aumento do Custos de saúde pública
Psicossomáticos como depressão absenteísmo e do (SUS) e ao INSS
e ansiedade presenteísmo
Problemas de saúde física como Alta rotatividade de Perda de capacidade
dores de cabeça e problemas pessoal (turnover) produtiva dos trabalhadores;
gastrointestinais, Hipertensão Prejuízos ao desenvolvimento
social e econômico
Transtornos Comportamentais: Queda na produtividade Desgaste nas relações
Isolamento social, aumento do sociais e familiares
consumo de álcool e drogas,
baixa autoestima e
autoconfiança
Clima organizacional Aumento de questões legais
Redução da satisfação pessoal e prejudicado e Danos à e judiciais;
profissional imagem e à reputação
da empresa

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Recentemente, foi aprovada a Lei 14.457/22 (Programa Emprega +


Mulheres), que criou obrigações para as empresas relativas a medidas de
combate e prevenção ao assédio sexual e outras formas de violência no
ambiente de trabalho. Vale ressaltar que, de acordo com seu texto, as
obrigações se aplicam apenas às empresas que são obrigadas a constituir
CIPA (hoje denominada Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e
Assédio).
A referida Lei prevê inclusão de regras de conduta a respeito do
assédio sexual e de outras formas de violência nas normas internas da
empresa, com ampla divulgação do seu conteúdo aos empregados e às
empregadas; fixação de procedimentos para recebimento e
acompanhamento de denúncias, para apuração dos fatos e, quando for o
caso, para aplicação de sanções administrativas aos responsáveis pelos
atos de assédio sexual e de violência, garantido o anonimato da pessoa
denunciante, sem prejuízo dos procedimentos jurídicos cabíveis; e
realização, no mínimo a cada 12 (doze) meses, de ações de capacitação,
de orientação e de sensibilização dos empregados e das empregadas de
todos os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados à
violência, ao assédio, à igualdade e à diversidade no âmbito do trabalho,
em formatos acessíveis, apropriados e que apresentem máxima
efetividade de tais ações.
Quanto à CIPA, foi adicionado nas suas atribuições, incluir temas
referentes à prevenção e ao combate ao assédio sexual e a outras formas
de violência no trabalho nas suas atividades e práticas e capacitação para
prevenção e combate ao assédio sexual e a outras formas de violência no
trabalho para os seus membros e para o representante nomeado.

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Tendo em vista que o assédio moral é um fenômeno complexo e


multidimensional, a prevenção e intervenção devem ter um enfoque mais
amplo, multidisciplinar, incluindo o indivíduo, o trabalho e atividades em
nível organizacional e social.
De acordo com a OIT, é fundamental promover uma cultura
organizacional positiva para erradicar a violência e o assédio no local de
trabalho. Isso envolve criar um ambiente onde a violência e o assédio não
são tolerados ou incentivados. Esse ambiente deve ser caracterizado por
ser civilizado (em vez de hostil), inclusivo (em vez de discriminatório),
promovendo a colaboração (em vez da competição), e possuir processos
de comunicação eficazes e construtivos em toda a organização. Além
disso, deve implementar boas práticas que incentivem comportamentos de
trabalho respeitosos.

As intervenções em assédio moral no nível das empresas, assim


como os fatores de risco psicossociais, podem ser classificadas em três
tipos:

Tipo de Descrição
Intervenção
Primárias Enfocam as causas do assédio moral, alterando as condições
organizacionais que o favorecem. São proativas e visam diminuir
as chances de ocorrência do assédio.
Secundárias Fortalecem a capacidade dos empregados de identificar, gerir e
responder aos riscos psicossociais. Podem incluir treinamentos e
pesquisas de clima.
Terciárias Ocorrem após a exposição ao assédio moral, visando minimizar o
dano e promover a recuperação dos indivíduos afetados.

Além disso, diversos estudos apontam recomendações para uma


política antiassédio moral eficaz, incluindo a definição clara do assédio, a
promoção de um ambiente ético, a proteção contra retaliações e a
integração da política nos planos estratégicos da empresa.

Pois bem, existem dois principais tipos de assédio moral: o


interpessoal e o organizacional. O interpessoal ocorre quando a agressão é
direcionada a indivíduos específicos dentro da organização, identificando-
se claramente agressores e vítimas. Já o organizacional é caracterizado
por práticas e políticas da empresa que afetam negativamente a maioria
ou todo o grupo de trabalho, como, por exemplo, a divulgação de rankings
baseados em produtividade individual, sem considerar as consequências
para o bem-estar dos empregados.

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➢ Condutas mais típicas ou comuns no Assédio interpessoal:


• Medidas destinadas a excluir uma pessoa de uma atividade profissional;
• Ataques persistentes e negativos ao rendimento pessoal ou profissional
sem razão;
• A manipulação da reputação pessoal ou profissional de uma pessoa
através de rumores e ridicularização;
• Abuso de poder através do menosprezo persistente do trabalho da
pessoa ou a fixação de objetivos com prazos inatingíveis ou pouco
razoáveis ou a atribuição de tarefas impossíveis;
• Controle desmedido ou inapropriado do rendimento de uma pessoa ou
algumas pessoas especificas.;

➢ Condutas mais típicas ou comuns no Assédio Organizacional:


• Violência expressa por meios institucionalizados por meio de políticas e
práticas organizacionais;
• Práticas de gestão abusivas que se configuram como um abuso do poder
diretivo do empregador;
• Se manifesta principalmente de forma coletiva;
• Alvo generalizado;
• Práticas de assédio estão inseridas nas estratégias e métodos de gestão
por meio de pressões, humilhações e constrangimentos;
• Utilizado para alcançar determinados objetivos empresariais ou
institucionais relativos ao: controle do trabalhador (incluindo-se o corpo, o
comportamento e tempo de trabalho, custo do trabalho, aumento de
produtividade e resultados e à exclusão de indivíduos ou grupos com
fundamentos discriminatórios.

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No contexto do assédio organizacional, os grupos que podem ser


mais vulneráveis ou alvos específicos incluem, mas não estão limitados a:
- Funcionários mais antigos: Podem ser visados devido a percepções
de menor adaptabilidade a mudanças ou maior custo para a empresa.
- Trabalhadores adoecidos ou com limitações: Pessoas que tiveram
afastamentos médicos prolongados ou que apresentam limitações físicas
ou psicológicas podem ser alvos:

- Minorias étnicas ou sociais: Discriminação com base em etnia,


orientação sexual, gênero ou religião pode se manifestar como assédio.
- Mulheres, especialmente em ambientes predominantemente
masculinos: Podem enfrentar desafios adicionais devido a preconceitos de
gênero.

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Assim, o assédio moral organizacional, também denominado de


assédio moral institucional, gestão por stress ou straining, caracteriza-se
como uma modalidade de assédio moral relacionada aos métodos de
gestão de determinada organização laboral, que, em busca da elevação
dos índices de produtividade e lucro, viola os direitos fundamentais de
diversos trabalhadores:

O assédio moral organizacional, pode ser praticado de forma


presencial ou virtual e pode acarretar várias consequências para a saúde
mental do trabalhador, identificando-se, precipuamente, os seguintes
transtornos: estresse; crises de ansiedade; desordem de estresse pós-
traumático; síndrome do burn-out; depressão; e suicídio.

Alguns exemplos práticos mais comuns de assédio moral


organizacional:
• Cobrança de metas de produtividade muito difíceis de serem atingidas/
inatingíveis;
NOTA: Definir metas é uma prática comum e aceitável no ambiente de
trabalho, servindo como ferramenta de gestão para orientar o
desempenho dos empregados e ajudar na organização dos objetivos
empresariais. Quando bem estabelecidas, as metas incentivam o
crescimento e a melhoria contínua, contribuindo para a motivação da
equipe. É importante que sejam realistas, claras, alcançáveis e alinhadas
com as capacidades dos empregados.

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• Supervisão rigorosa;
• Estímulo abusivo à competição;
Promover uma competição saudável é prática comum. Entretanto, quando
se torna abusiva, pode criar um ambiente de trabalho hostil e prejudicar
as relações entre colegas.
• Controle para idas ao banheiro;
Sobre o assunto, destaco a previsão contida na NR-17, no anexo de
Telemarketing:

Anexo II da NR 17:
6.7 Com o fim de permitir a satisfação das necessidades fisiológicas, a
organização deve permitir que os operadores saiam de seus postos de trabalho a
qualquer momento da jornada, sem repercussões sobre suas avaliações e
remunerações.

• Proibição de saídas do posto de trabalho;


Limitações razoáveis são normais, mas proibições estritas sem justificativa
podem contribuir para um ambiente opressivo e podem ser vistas como
assédio moral organizacional.

Segundo Soboll6 (2008), o assédio moral organizacional tem como


principais formas de expressão as estratégias abusivas de gestão- gestão
por injúria, gestão por estresse e gestão por medo:

Forma de
Expressão Descrição Exemplos

- Exposições desnecessárias que


Uso de humilhações e
depreciam as pessoas;
Gestão por constrangimentos como meio de
Injúria conseguir obediência e submissão. - Uso de palavras que rebaixam.
Autoritarismo e falta de respeito.
- Premiações negativas.

- Ameaças de demissão ou outras


Ameaça implícita ou explícita visando
Gestão por consequências negativas para
adesão do trabalhador aos objetivos
Medo forçar a conformidade com as
organizacionais.
metas organizacionais.

6
Soboll, Lis Andréa Pereira Assédio moral/organizacional: uma análise da
organização do trabalho/ Lis Andréa Soboll. — São Paulo : Casa do Psicólogo®,
2008.

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- Supervisão constante e invasiva.


Supervisão exagerada e um alto e - Expectativas irrealistas de
Gestão por constante nível de cobrança. produtividade.
Estresse Cobrança de metas altas de - Pressão para trabalhar além do
produtividade. horário regular sem compensação
adequada.

11- (UFMA - 2016 - UFMA – Psicólogo) No assédio organizacional, o alvo


é amplo, isto é, várias pessoas de uma mesma equipe ou um grupo com
um perfil específico podem ser atingidas, com o intuito de aumentar a
produtividade e o ritmo de trabalho por meio de intimidações e coações.
Resolução:
Certo. No assédio organizacional, as táticas de intimidação e coação são
geralmente empregadas de forma ampla e sistemática, afetando um grupo
inteiro ou indivíduos dentro de um perfil específico, muitas vezes com o
objetivo de aumentar a produtividade e o ritmo de trabalho.
Gabarito 11: C

12- (FAURGS - 2023 - UFRGS – Administrador) Assinale a afirmativa


que melhor explica o porquê de o assédio moral organizacional adoecer os
trabalhadores de acordo com o livro Estado, poder e assédio (GEDIEL,
2015).
A Adoecimento mental é a tônica dos tempos atuais, isso porque a tomada
de força de trabalho dá-se hoje de forma acentuada no campo do braçal e
do repetitivo.
B A educação que os empregadores e seus prepostos na cadeia de
comando receberam da família é oposta ao tratamento que dispensam aos
seus subordinados, transferindo a figura do próprio pai conciliador,
personificada no momento de transmissão das diretrizes empresariais.
C O trabalho em equipe nada mais é do que um recurso que permite a
identificação entre o trabalhador e o resultado do seu trabalho.
D A liquefação dos valores trazidos pela modernidade e que conformaram
o solidarismo social sublinha o cooperativismo, que se alia à luta sindical,
como forma de ação efetiva.
E A condição do trabalhador é naturalmente vulnerável sempre que aquele
que lhe dá ordens ultrapassa as fronteiras inerentes ao poder diretivo do
empregador.
Resolução:

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Nem precisava ler a obra em questão, pois, sabe-se, de fato, que o


assédio moral organizacional ocorre quando o poder de direção do
empregador é exercido de maneira abusiva, ultrapassando os limites
aceitáveis e invadindo o campo da dignidade e da integridade mental do
trabalhador.
Gabarito 12: E

10. A psicopatologia do trabalho

A psicopatologia do trabalho é um campo de estudo que se


concentra nas manifestações de sofrimento psíquico decorrentes do
contexto laboral, assim como nos elementos que podem gerar satisfação e
bem-estar no ambiente de trabalho. Este campo busca entender como as
condições e a organização do trabalho podem influenciar a saúde mental
dos trabalhadores, identificando tanto os fatores de risco para o
adoecimento quanto os aspectos que contribuem para a qualidade de vida
no trabalho.
Principais pontos da Psicopatologia do Trabalho:
• Investigação de como as condições de trabalho podem causar
transtornos mentais.
• Estudo dos impactos do trabalho sobre a psique dos
trabalhadores.
• Desenvolvimento de métodos de diagnóstico, prevenção e
tratamento de doenças mentais relacionadas ao trabalho.

Já a Psicodinâmica do Trabalho, um termo associado aos trabalhos


de Christophe Dejours, tem uma abordagem um pouco diferente. Ela se
interessa não apenas pelos aspectos patológicos, mas também pelos
mecanismos psicológicos que permitem que o trabalho seja uma fonte de
prazer e desenvolvimento pessoal.
Principais pontos da Psicodinâmica do Trabalho:
• Estudo das relações entre a organização do trabalho, o
significado do trabalho para o indivíduo e as defesas psíquicas
mobilizadas para lidar com o sofrimento.
• Análise de como o trabalho pode ser estruturado para
promover o bem-estar e a realização pessoal.

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• Reconhecimento de que o trabalho pode ser uma fonte de


sofrimento e de prazer, e como a subjetividade do
trabalhador contribui para ambos.

Enquanto a Psicopatologia do Trabalho tende a se concentrar mais


nos aspectos negativos e nos danos à saúde mental, a Psicodinâmica do
Trabalho oferece uma visão mais equilibrada e compreensiva,
considerando o trabalho como um elemento integral do desenvolvimento
humano, capaz de contribuir tanto para a saúde quanto para a doença
mental, dependendo de como ele é estruturado e vivenciado pelo
trabalhador. Ambas as abordagens são fundamentais para a compreensão
integral do impacto do trabalho na saúde mental e para o desenvolvimento
de políticas de saúde do trabalhador e práticas organizacionais saudáveis.

10.1 Sofrimento e prazer no trabalho

O sofrimento no trabalho pode ser entendido como uma resposta ao


estresse ocupacional, às demandas excessivas, à falta de reconhecimento,
ao assédio moral, à insegurança no emprego, entre outros fatores. Essas
condições podem levar a problemas como ansiedade, depressão, burnout e
outras formas de sofrimento psíquico. É importante destacar que o
sofrimento no trabalho não é meramente individual, mas está intimamente
ligado às práticas de gestão, à cultura organizacional e às condições
materiais do trabalho.
Por outro lado, o prazer no trabalho surge da realização profissional,
do reconhecimento, da autonomia, do trabalho significativo e da boa
relação com colegas e superiores. Encontrar prazer no trabalho contribui
para a motivação, o engajamento e a satisfação no trabalho, elementos
fundamentais para a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores.
Estudos desenvolvidos na França por Dejours criticam o modelo
taylorista e demonstram que é a organização do trabalho a responsável
pelas consequências penosas ou favoráveis para o funcionamento psíquico
do trabalhador. O autor afirma que podem ocorrer vivências de prazer
e/ou de sofrimento no trabalho, expressas por meio de sintomas
específicos relacionados ao contexto sócio-profissional e a própria
estrutura de personalidade.
Dejours desenvolveu a teoria da psicodinâmica do trabalho, que se
propõe a entender a complexa relação entre a identidade do trabalhador, o
significado do trabalho e a organização do trabalho. Dejours argumenta
que a maneira como o trabalho é organizado pode ser uma fonte
significativa de sofrimento psíquico, mas também de prazer e realização, e

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que a tarefa da psicopatologia do trabalho é encontrar um equilíbrio que


promova o bem-estar psicológico dos trabalhadores.
Dejours acredita que a oportunidade de realizar um trabalho
significativo, onde os trabalhadores podem exercer certa autonomia e
reconhecerem-se nas tarefas que executam, é crucial para a saúde
mental. Por outro lado, o trabalho que é percebido como sem sentido, que
impõe restrições excessivas ou que não permite a expressão da
individualidade, pode levar ao sofrimento psíquico.
Um dos conceitos centrais em seu trabalho é a "mobilização
subjetiva", que envolve a capacidade dos indivíduos de transformar e
ressignificar o sofrimento no ambiente de trabalho, utilizando sua
inteligência e habilidades de maneira criativa para enfrentar situações
desafiadoras. Essa mobilização é crucial para a saúde mental, permitindo
que o trabalhador confronte a realidade laboral de forma a transformar o
sofrimento em algo positivo, denominado sofrimento criativo.
Dejours também explora o conceito de "defesas coletivas", que são
estratégias desenvolvidas por grupos de trabalhadores para lidar com o
estresse e a ansiedade gerados por condições de trabalho adversas.
Para Dejours, o sofrimento não se manifesta porque os sujeitos
buscam ativamente se proteger e defender por meio de mecanismos ou
estratégias de defesa. A patologia surgiria quando se rompe o equilíbrio e
o sofrimento não é mais contornável, ou seja, quando o trabalhador já
utilizou todos os seus recursos intelectuais e psicoafetivos para dar conta
da atividade e demandas impostas pela organização, e percebe que nada
pode fazer para se adaptar e/ou transformar o trabalho.
Por exemplo, consideremos um empregado de uma linha de
montagem que trabalha com uma carga de trabalho excessiva e
constantemente sente que não consegue acompanhar a velocidade
exigida. Esse empregado pode inicialmente criar estratégias de defesa,
como organizar o trabalho de forma mais eficiente ou buscar apoio em
colegas. No entanto, se a demanda de trabalho continua a ser
insustentável e o suporte insuficiente, e o funcionário sente que não há
mais nada que possa fazer para aliviar a pressão, ele pode começar a
experimentar sofrimento patológico. Isso poderia se manifestar em
sintomas físicos, como dores de cabeça ou problemas gastrointestinais, ou
em sintomas psicológicos, como ansiedade ou apatia. Se essas condições
persistirem sem intervenção adequada, podem evoluir para problemas
mais graves de saúde mental.
As organizações favoráveis à saúde são aquelas que oferecem um
campo de ação, um terreno em que o trabalhador concretiza suas
aspirações, suas ideias, sua imaginação, seu desejo. Em geral, essa
situação é possível quando o trabalho é livremente escolhido e quando a
organização do trabalho é suficientemente flexível para que o trabalhador

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possa organizá-lo e adaptá-lo aos seus desejos, às necessidades de seu


corpo, às variações de seu estado de espírito.

O esquema acima descreve um modelo de como diferentes tipos de


organização do trabalho podem levar a diferentes tipos de sofrimento ou
saúde no contexto laboral, influenciando a atuação e as reações dos
trabalhadores. A organização do trabalho pode ser flexível ou rígida, e isso
impacta o trabalhador, que pode adotar estratégias defensivas, sejam elas
coletivas (baseadas em uma ideologia defensiva) ou individuais.
Essas estratégias defensivas podem ser adaptativas (como a
sublimação, que é um processo pelo qual os indivíduos redirecionam
emoções ou impulsos inaceitáveis para formas de comportamento
socialmente aceitáveis) ou não adaptativas (patológicas), levando,
respectivamente, a um "sofrimento criativo" que está associado à saúde,
ou a um "sofrimento patológico" associado à doença.
Exemplos de estratégias de defesa no ambiente de trabalho incluem:

1. Sublimação: Canalizar a energia de impulsos ou conflitos internos


em atividades produtivas e socialmente aceitas, como um projeto
criativo ou uma causa comunitária no trabalho.

2. Racionalização: Justificar comportamentos ou situações


desagradáveis com explicações lógicas, minimizando as emoções
negativas associadas a elas.

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3. Formação reativa: Adotar comportamentos opostos aos desejos ou


sentimentos inconscientes que são percebidos como inaceitáveis ou
ameaçadores. Por exemplo, um trabalhador que se sente
subvalorizado pode se esforçar extra na execução de suas tarefas.

4. Negação: Recusar-se a aceitar a realidade ou a gravidade de uma


situação estressante no trabalho, como ignorar a existência de
conflitos interpessoais.

5. Compensação: Esforçar-se em uma área para compensar


deficiências percebidas em outra. Por exemplo, um trabalhador pode
se dedicar ao trabalho com mais afinco se sentir que está falhando
em outro aspecto da vida.

6. Identificação: Adotar as características ou ideias de um grupo ou de


uma pessoa admirada, como um líder de equipe, para lidar com
sentimentos de inadequação ou para reforçar a identidade pessoal.

7. Humor: Utilizar o humor para lidar com situações estressantes ou


desagradáveis no local de trabalho, o que pode ajudar a aliviar a
tensão interna e melhorar o clima entre colegas.

Essas estratégias são empregadas, muitas vezes de forma


inconsciente, para ajudar a manter a estabilidade psicológica e a enfrentar
os desafios cotidianos no ambiente de trabalho. No entanto, elas podem
ser tanto adaptativas quanto mal adaptativas, dependendo de como são
utilizadas e dos efeitos que têm sobre o indivíduo e seu ambiente.
Estratégias adaptativas promovem o bem-estar e o crescimento pessoal,
enquanto as mal adaptativas podem levar ao sofrimento psíquico e,
potencialmente, a transtornos mentais.

O reconhecimento do trabalho, tanto em termos de beleza quanto


de utilidade, pode levar a um ciclo virtuoso de sofrimento criativo que
reforça a saúde e o bem-estar do trabalhador, em contraste com situações
em que o trabalho não é reconhecido ou valorizado, potencialmente
contribuindo para o sofrimento patológico. Este modelo destaca a
importância do ambiente de trabalho e a forma como ele é percebido pelos
trabalhadores, tanto para o desenvolvimento pessoal quanto para a
prevenção de doenças ocupacionais.

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Assim, a prevenção da psicopatologia do trabalho envolve a


reestruturação das condições de trabalho para promover práticas mais
saudáveis, apoiando a autonomia dos trabalhadores e a participação nas
decisões relacionadas ao trabalho, e cultivando um ambiente de trabalho
que reconheça e valorize o esforço e a contribuição dos empregados.
Outros pesquisadores e especialistas na área da saúde do
trabalhador têm expandido essas ideias, estudando, por exemplo, como o
assédio moral, o assédio sexual e a violência no trabalho contribuem para
a psicopatologia do trabalho e como as empresas podem desenvolver
políticas e programas de apoio para lidar com esses problemas.
No Brasil, o sociólogo Ricardo Antunes aprofunda a discussão sobre
o papel do trabalho na sociedade, argumentando que, apesar das
transformações trazidas pelo capitalismo contemporâneo — como a
precarização e a flexibilização do trabalho —, o trabalho mantém sua
centralidade na formação e estruturação da sociedade. Para Antunes, o
trabalho vai além de uma simples necessidade econômica; é uma
atividade que confere sentido à existência humana, um aspecto
fundamental da vida social e um componente chave da identidade
individual e coletiva.
Tanto a Psicodinâmica do Trabalho de Dejours quanto a análise
sociológica de Antunes reforçam que o trabalho não deve ser visto apenas
como meio de sobrevivência ou fonte de renda. Eles argumentam que o
trabalho é intrínseco à vida humana e tem um papel crucial no nosso bem-
estar, na forma como nós percebemos e como nos relacionamos uns com
os outros.
Dejours enfoca o impacto do trabalho na saúde mental, estudando
como ele pode ser fonte tanto de sofrimento quanto de prazer,
dependendo das condições laborais e das estratégias de defesa que os
trabalhadores utilizam para lidar com as exigências laborais.
Já Antunes coloca o trabalho no centro da experiência humana e da
estrutura social. Ele observa que, mesmo com as transformações do
mercado de trabalho moderno, o trabalho continua sendo fundamental
para a construção de relações sociais e para a formação da identidade
pessoal e coletiva.
Ambos concordam que o trabalho é uma dimensão fundamental da
existência, determinando não só a economia, mas também a saúde
psicológica, as relações sociais e a construção de significados na vida das
pessoas.

13- (SELECON – 2023 – CREA/RJ – Psicologia) De acordo com Dejours


(1985), a psicopatologia do trabalho tem como objeto de estudo:
A. a doença mental

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B. as patologias psíquicas
C. o sofrimento no trabalho
D. a desarmonia no ambiente de trabalho
E. o trabalho dos psicólogos organizacionais
Resolução:
Dejours, em sua abordagem da psicopatologia do trabalho, enfoca
especialmente o sofrimento no trabalho e como ele pode ser gerado pelas
condições laborais, pelas relações interpessoais no ambiente de trabalho e
pela organização do trabalho em si. A psicopatologia do trabalho procura
entender como o sofrimento advindo dessas condições pode levar a
patologias psíquicas ou a um impacto negativo na saúde mental dos
trabalhadores. Dejours destaca a importância de se analisar o sofrimento
no trabalho não apenas como uma fonte de doença, mas também como
um potencial ponto de partida para o desenvolvimento de estratégias de
defesa e de resistência por parte dos trabalhadores, que podem levar ao
que ele chama de "sofrimento criativo". Portanto, o sofrimento no trabalho
é o principal objeto de estudo na abordagem de Dejours sobre a
psicopatologia do trabalho.
Gabarito 13: C

14- (Prof. Charles) Considerando as teorias contemporâneas sobre


psicodinâmica e psicopatologia do trabalho, que enfatizam a complexidade
das relações entre as condições laborais e o bem-estar psíquico dos
trabalhadores, analise as afirmativas a seguir e identifique a opção que
corretamente descreve os conceitos de sofrimento criativo e sofrimento
patológico no contexto do trabalho.
I. O sofrimento criativo é um conceito que descreve a capacidade do
trabalhador de transformar experiências laborais adversas em fontes de
realização pessoal e profissional, contribuindo assim para o seu
desenvolvimento psíquico e fortalecimento da identidade profissional.
II. O sofrimento patológico, diferentemente do sofrimento criativo, é
caracterizado pela incapacidade do trabalhador de mobilizar recursos
psíquicos para lidar com as pressões laborais, resultando em
manifestações de adoecimento mental, como a síndrome de burnout,
depressão e ansiedade.
III. O conceito de sofrimento criativo sugere que qualquer forma de
sofrimento no ambiente de trabalho é benéfica e necessária para o
crescimento profissional do trabalhador, independentemente de suas
condições de trabalho e das relações interpessoais no local de trabalho.

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IV. O sofrimento patológico ocorre exclusivamente em ambientes de


trabalho com alta demanda física, sendo raramente observado em
profissões que exigem maior carga cognitiva ou emocional.
É correto o que se afirma em:
A) I e II, apenas.
B) II e IV, apenas.
C) I, II e III, apenas.
D) III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.
Resolução:
As afirmativas I e II descrevem corretamente os conceitos de sofrimento
criativo e sofrimento patológico, destacando como o trabalhador pode
transformar as adversidades em crescimento pessoal ou, por outro lado,
ser adoecido por elas. A afirmativa III está incorreta porque o sofrimento
criativo não sugere que qualquer forma de sofrimento seja benéfica. Ele se
refere à capacidade de transformar experiências adversas em crescimento,
o que não significa que todas as formas de sofrimento sejam benéficas ou
necessárias. A afirmativa IV também está incorreta, pois o sofrimento
patológico pode ocorrer em qualquer tipo de trabalho, independentemente
da sua natureza física, cognitiva ou emocional.
Gabarito 14: A

15- (CESGRANRIO - 2012 - Petrobras - Psicólogo Júnior) A associação


entre o adoecimento psíquico e o mundo laboral é tema de uma série de
pesquisas no campo da psicologia.
Do ponto de vista psicodinâmico, um trabalho que promove o equilíbrio
psíquico se caracteriza por
A distinguir-se pela inexistência de fatores produtores de angústia,
associada à ausência de ameaças à integridade física, e pela percepção de
justiça na relação entre o custo do trabalho e a remuneração.
B distinguir-se pela ausência de regularidade, repetitivi dade e monotonia
das tarefas, associada à possibilidade de escolher o seu modo operatório e
modificá-lo de acordo com as circunstâncias pessoais e do trabalho.
C produzir o equilíbrio do ponto de vista fisiológico, entendido como a
variação normal das substâncias corporais em torno de valores fixos.
D produzir satisfação das necessidades materiais e sociais, e por promover
o reconhecimento pessoal do trabalhador e permitir o crescimento pessoal
e profissional

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E oferecer um campo de ação onde o trabalhador possa concretizar suas


aspirações, suas ideias, exercer sua imaginação e dar vazão a seu desejo,
adaptando seu trabalho aos seus estados corporal e psicológico.
Resolução:
Do ponto de vista psicodinâmico, um trabalho que promove o equilíbrio
psíquico é aquele que permite ao trabalhador a expressão de sua
subjetividade, criatividade e autonomia. A alternativa E capta
essencialmente esses aspectos, enfatizando a importância de o trabalho
ser um espaço onde o indivíduo possa realizar suas potencialidades,
adaptar suas atividades conforme suas necessidades e estados, o que é
fundamental para o bem-estar psicológico e a saúde mental. As outras
alternativas, embora possam conter elementos verdadeiros sobre
condições de trabalho saudáveis, não abordam de forma tão direta a
questão da realização pessoal e da adaptação do trabalho às necessidades
subjetivas do trabalhador, aspectos centrais na abordagem psicodinâmica.
Gabarito 15: E

16- (Prof. Charles) No contexto das relações de trabalho


contemporâneas, a dialética entre sofrimento e prazer emerge como um
fenômeno complexo e multifacetado, influenciando diretamente a saúde
mental, a produtividade e a satisfação dos trabalhadores. O sofrimento no
trabalho pode se manifestar sob diversas formas, incluindo a pressão por
metas inatingíveis, conflitos interpessoais e a sensação de falta de
reconhecimento. Por outro lado, o prazer no trabalho pode advir do senso
de realização, reconhecimento profissional e do desenvolvimento de
relações positivas no ambiente de trabalho. Considerando o papel da
gestão organizacional e os conceitos de sofrimento e prazer no trabalho,
assinale a opção que melhor descreve uma ação eficaz para promover um
equilíbrio saudável entre sofrimento e prazer no ambiente de trabalho.
A) Priorizar exclusivamente a eliminação de fatores de sofrimento no
trabalho, sem considerar a promoção de fatores que geram prazer e
satisfação para os trabalhadores.
B) Fomentar a realização de atividades de team building e integração
social fora do ambiente de trabalho, sem intervir nas práticas gerenciais e
organizacionais que possam contribuir para o sofrimento no trabalho.
C) Implementar políticas de saúde mental que incluam programas de
apoio psicológico e a promoção de uma cultura organizacional que valorize
o bem-estar dos trabalhadores, reconhecendo a importância do equilíbrio
entre vida profissional e pessoal.
D) Focar unicamente na fiscalização do cumprimento de normas de
segurança e saúde ocupacional, desconsiderando aspectos relacionados ao
bem-estar psicológico e à satisfação no trabalho.

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E) Promover a automatização de todas as tarefas repetitivas e


potencialmente estressantes, assumindo que a eliminação do esforço físico
e cognitivo redundante é suficiente para garantir o prazer no trabalho.
Resolução:
A) Errado. Priorizar exclusivamente a eliminação de fatores de sofrimento
no trabalho, sem promover ativamente fatores que geram prazer e
satisfação, pode resultar em um ambiente de trabalho que, embora livre
de estressores negativos, pode ser percebido como neutro ou
desmotivador pelos trabalhadores. A gestão eficaz deve buscar um
equilíbrio, promovendo tanto a redução do sofrimento quanto o aumento
do prazer no trabalho.
B) Errado. Embora atividades de team building e integração social possam
contribuir para o desenvolvimento de relações positivas no ambiente de
trabalho, elas são insuficientes por si só se as práticas gerenciais e
organizacionais que contribuem para o sofrimento no trabalho
permanecerem inalteradas. Uma abordagem eficaz requer intervenções
tanto no ambiente físico quanto nas dinâmicas organizacionais e
interpessoais.
C) Certo. Implementar políticas de saúde mental que incluem programas
de apoio psicológico e a promoção de uma cultura organizacional que
valoriza o bem-estar dos trabalhadores aborda diretamente a
complexidade do sofrimento e prazer no trabalho. Reconhecendo a
importância do equilíbrio entre vida profissional e pessoal, esta ação
promove um ambiente de trabalho que pode reduzir o sofrimento e
aumentar o prazer, contribuindo para a saúde mental, a produtividade e a
satisfação dos trabalhadores.
D) Errado. Focar apenas na fiscalização do cumprimento de normas de
segurança e saúde ocupacional, enquanto ignora aspectos relacionados ao
bem-estar psicológico e à satisfação no trabalho, oferece uma visão
limitada da saúde ocupacional. O bem-estar dos trabalhadores é
influenciado por uma ampla gama de fatores, incluindo os relacionados à
saúde mental e satisfação no trabalho, que também devem ser
considerados.
E) Errado. Promover a automatização de todas as tarefas repetitivas e
potencialmente estressantes pode aliviar certos tipos de sofrimento no
trabalho, mas não garante automaticamente o prazer no trabalho. O
prazer deriva também de aspectos como realização pessoal,
reconhecimento e desenvolvimento de competências. Uma abordagem
equilibrada requer não apenas a eliminação de tarefas estressantes, mas
também a criação de oportunidades para o engajamento significativo e o
crescimento profissional.
Gabarito 16: C

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10.2 Processo de trabalho e adoecimento

O processo de trabalho refere-se à maneira como o trabalho é


organizado, incluindo as tarefas realizadas, os métodos utilizados, as
relações hierárquicas, as condições ambientais e os recursos disponíveis. A
forma como o processo de trabalho é estruturada pode ter um impacto
significativo na saúde física e mental dos trabalhadores. Adoecimentos
relacionados ao trabalho podem decorrer de múltiplos fatores, incluindo:
• Exposição a riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos: que
podem causar doenças ocupacionais específicas ou contribuir para o
desgaste físico.
• Fatores psicossociais e organizacionais: como alta demanda
psicológica, baixo controle sobre o trabalho, falta de apoio social,
jornadas de trabalho prolongadas, conflitos no trabalho e
insegurança quanto à estabilidade no emprego.

O reconhecimento da relação entre o processo de trabalho e o


adoecimento é crucial para o desenvolvimento de intervenções eficazes na
promoção da saúde no trabalho, prevenção de doenças ocupacionais e
melhoria das condições de trabalho. Isso envolve tanto mudanças
organizacionais quanto ações voltadas para o fortalecimento dos
trabalhadores, como treinamentos, suporte psicológico e promoção de um
ambiente de trabalho saudável.
Quando o ambiente de trabalho é nocivo e as condições são
estressantes ou prejudiciais, as estratégias de defesa podem ajudar a
mitigar o impacto negativo sobre a saúde mental e física do trabalhador.
Se essas estratégias falharem ou forem insuficientes, podem levar ao
adoecimento, que pode ser físico psíquico (como o burnout).

Fatores no processo de trabalho que podem levar ao adoecimento:

➢ Carga de trabalho excessiva: Longas horas de trabalho, excesso de


tarefas e pressão por produtividade podem causar estresse crônico,
esgotamento (burnout) e problemas físicos.

➢ Monotonia e repetitividade: Tarefas repetitivas ou monótonas podem


levar a problemas musculoesqueléticos e a uma sensação de
desvalorização, resultando em desmotivação e depressão.

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➢ Falta de autonomia: Pouco controle sobre o próprio trabalho pode


diminuir a satisfação e aumentar a sensação de impotência,
contribuindo para o estresse e ansiedade.

➢ Relações interpessoais problemáticas: Conflitos com colegas ou


gestores, assédio moral ou sexual e falta de apoio podem levar a
transtornos emocionais e a um ambiente de trabalho hostil.

➢ Insegurança no trabalho: A preocupação com a estabilidade do


emprego pode causar ansiedade persistente e afetar negativamente a
saúde mental.

➢ Condições ambientais inadequadas: Exposição a ruídos intensos,


iluminação inadequada, temperaturas extremas ou substâncias
tóxicas pode causar danos à saúde física.

➢ Ergonomia insatisfatória: Um ambiente de trabalho que não considera


a ergonomia pode levar a lesões por esforços repetitivos (LER/DORT)
e outros problemas musculoesqueléticos.

➢ Falta de reconhecimento: Não receber reconhecimento pelo trabalho


pode levar à desvalorização profissional, impactando negativamente a
autoestima e o bem-estar.

O atual quadro econômico mundial, em que as condições de


insegurança no emprego, subemprego e a segmentação do mercado de
trabalho são crescentes, reflete-se em processos internos de
reestruturação da produção, enxugamento de quadro de funcionários,
incorporação tecnológica, repercutindo sobre a saúde mental dos
trabalhadores.
Situações variadas como um fracasso, um acidente de trabalho, uma
mudança de posição (ascensão ou queda) na hierarquia frequentemente
determinam quadros psicopatológicos diversos, desde os chamados
transtornos de ajustamento ou reações ao estresse até depressões graves
e incapacitantes, variando segundo características do contexto da situação
e do modo do indivíduo responder a elas. Nesse sentido, o CESPE:

(CESPE - 2019 - FUB - Médico do trabalho) Situações como, por exemplo,


fracasso, acidente de trabalho ou mudança de posição na hierarquia, tanto
ascensão quanto queda, frequentemente levam o trabalhador a quadros

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psicopatológicos diversos, desde transtornos de ajustamento ou reações ao


estresse até depressões graves e incapacitantes.
Correto.

Os fatores relacionados ao tempo e ao ritmo de trabalho são muito


importantes na determinação do sofrimento psíquico relacionado ao
trabalho. Jornadas de trabalho longas, com poucas pausas destinadas ao
descanso e/ou refeições de curta duração, em lugares desconfortáveis,
turnos de trabalho noturnos, turnos alternados ou turnos iniciando muito
cedo pela manhã; ritmos intensos ou monótonos; submissão do
trabalhador ao ritmo das máquinas, sob as quais não tem controle;
pressão de supervisores ou chefias por mais velocidade e produtividade
causam, com frequência, quadros ansiosos, fadiga crônica e distúrbios do
sono.
Os níveis de atenção e concentração exigidos para a realização das
tarefas, combinados com o nível de pressão exercido pela organização do
trabalho, podem gerar tensão, fadiga e esgotamento profissional ou burn-
out (traduzido para o português como síndrome do esgotamento
profissional ou estafa).
Além disso, os acidentes de trabalho podem ter consequências
mentais quando, por exemplo, afetam o sistema nervoso central, como
nos traumatismos crânio-encefálicos com concussão e/ou contusão. A
vivência de acidentes de trabalho que envolvem risco de vida ou que
ameaçam a integridade física dos trabalhadores determinam, por vezes,
quadros psicopatológicos típicos, caracterizados como síndromes psíquicas
pós-traumáticas. Por vezes, surgem síndromes relacionadas à disfunção ou
lesão cerebral, sobrepostas a sintomas psíquicos, combinando-se ainda à
deterioração da rede social em função de mudanças no panorama
econômico do trabalho, agravando os quadros psiquiátricos.
Contextos de trabalho particulares têm sido associados a quadros
psicopatológicos específicos, aos quais são atribuídas terminologias
específicas. Um exemplo é o burn-out, síndrome caracterizada por
exaustão emocional, despersonalização e autodepreciação.
Inicialmente relacionada a profissões ligadas à prestação de cuidados e
assistência a pessoas, especialmente em situações economicamente
críticas e de carência, a denominação vem sendo estendida a outras
profissões que envolvem alto investimento afetivo e pessoal, em que o
trabalho tem como objeto problemas humanos de alta complexidade.
Outro exemplo são as síndromes pós-traumáticas que se referem a
vivências de situações traumáticas no ambiente de trabalho, nos últimos
tempos cada vez mais frequentes, como, por exemplo, o grande número
de assaltos a agências bancárias com reféns.

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Após essa breve introdução, trataremos dos Transtornos Mentais


Relacionados ao Trabalho de mais importância.
A PORTARIA GM/MS Nº 1.999/2023, que atualiza a Lista de Doenças
Relacionadas ao Trabalho (LDRT), aponta agentes e/ou fatores de risco
psicossociais no trabalho.
Abaixo segue um extrato da Lista:

LISTA A - Agentes e/ou Fatores de Risco com respectivas Doenças Relacionadas ao


Trabalho (Parte V)

Agentes e/ou Fatores de Risco Doença Relacionada ao Trabalho


Psicossociais no Trabalho
Fatores psicossociais relacionados a:
- Gestão organizacional: Deficiências na - Transtornos mentais e comportamentais devidos
administração de recursos humanos, que ao uso de álcool
incluem estilo de comando, modalidades de
pagamento e contratação [terceirização,
trabalho intermitente, MEI, pejotização e - Transtornos mentais e comportamentais devidos
uberização], participação, acesso a ao uso de opiáceos
integração e treinamento, serviços de
assistência social, mecanismos de avaliação
de desempenho e estratégias para gerenciar
mudanças que afetam as pessoas, entre
outros.
- Contexto da organização do trabalho:
Deficiência nas formas de comunicação,
tecnologia, modalidade de organização do
trabalho e demandas qualitativas e
quantitativas do trabalho, entre outros.
Características das relações sociais no - Transtornos mentais e comportamentais
trabalho: Deficiência no clima das relações, devidos ao uso de: Canabinóides; sedativos e
coesão e qualidade das interações, inclusive hipnóticos; cocaína; outros estimulantes,
trabalho em equipe, assédio psicológico, entre inclusive a cafeína; alucinógenos; fumo;
outros. solventes voláteis; múltiplas drogas e ao uso de
Conteúdo das tarefas do trabalho: Exigências outras substâncias psicoativas
de carga mental (velocidade, complexidade, - Transtornos delirantes persistentes
atenção, profundidade, variedade e restrição
- Transtornos psicóticos agudos e transitórios
de tempo); o próprio conteúdo da tarefa que é
definida através do nível de responsabilidade - Episódios Depressivos
direta (por bens, pela segurança de outros, por
- Transtornos ansiosos
informações confidenciais, pela vida e saúde
de outros, por orientação e resultados); - Reações ao "stress" grave e transtornos de

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demandas emocionais (pelo atendimento ao adaptação


cliente); especificação de sistemas de controle
- Estado de "Stress" Pós-Traumático
e definição de funções, entre outros.
- Transtornos de adaptação
·Condições do ambiente de trabalho:
Deficiência em aspectos físicos (temperatura, - Transtornos somatoformes
ruído, iluminação, ventilação, vibração); - Neurastenia
químicos; biológicos; projeto de trabalho e
- Outros transtornos neuróticos especificados
saneamento, como fatores psicossociais
agravantes ou coadjuvantes. - Transtorno do Ciclo Vigília-Sono Devido a
Fatores Não-Orgânicos
·Interação pessoa-tarefa: Avaliar a relevância
do conhecimento e das habilidades que a - Isquemia cerebral transitória não especificada
pessoa possui em relação às demandas da
- Distúrbios do ciclo vigília-sono
tarefa, os níveis de iniciativa e autonomia
permitidos e de reconhecimento, bem como a - Hipertensão essencial (primária); - Angina
identificação da pessoa com a tarefa e com a Pectoris; Infarto Agudo do Miocárdio;
organização. Encefalopatia hipertensiva

·Jornada de trabalho: Problemas na - Úlcera péptica de localização não especificada


organização e duração da jornada de trabalho; - Transtornos do sistema musculoesquelético,
existência ou ausência de pausas durante o tais como: Sinovites e Tenossinovites, Lesões do
dia, diferente da hora das refeições; trabalho Ombro, bursites.
em turno e noturno; tipo e frequência de
- Lesões autoprovocadas intencionalmente
rotação dos turnos; número e frequência de
(Suicídio)
horas extras mensais e duração e frequência
de intervalos semanais; Trabalho intermitente. - Esgotamento (Burnout)
·Violência e Assédio moral/sexual: Violência
física ou psicológica relacionada a aspectos do
trabalho
·Discriminação
Fatores psicossociais relacionados a:
- Transtornos mentais e comportamentais
Risco de morte e trauma no trabalho: devidos ao uso de álcool, opiáceos etc
amputações e esmagamentos, queimaduras,
- Doenças do sistema cardiovascular (Infarto
choques elétricos de alta tensão, acidentes de
Agudo do Miocárdio, p.ex)
trânsito, queda de alturas, explosões,
afogamentos e outros; assaltos, - Suicídio
assaltos/ataques à integridade física, entre
- Esgotamento (Burnout)
outros
Fatores psicossociais relacionados à:
Jornada de trabalho: Problemas na - Parada Cardíaca
organização e duração da jornada de trabalho;
- Hemorragia subaracnóide
existência ou ausência de pausas durante o
dia, diferente da hora das refeições; trabalho - Hemorragia intracerebral
em turno e noturno; tipo e frequência de - Infarto cerebral

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rotação dos turnos; número · e frequência de - Acidente vascular cerebral, não especificado
horas extras mensais e duração e frequência como hemorrágico ou isquêmico
de intervalos semanais; Trabalho intermitente
Fatores psicossociais relacionados à - Diabetes mellitus não insulino-dependente;
jornada de trabalho (Trabalho em turnos; Obesidade; Distúrbios metabólicos não
Trabalho noturno) especificados,
Fatores psicossociais relacionados à - Neoplasia maligna de: cólon, reto, mama,
jornada de trabalho (Trabalho noturno) próstata
- Transtornos relacionados ao uso de
substâncias psicoativas, como álcool, opiáceos,
Desemprego
canabinóides, sedativos, hipnóticos, cocaína,
estimulantes, alucinógenos, fumo, solventes
voláteis e múltiplas drogas.
- Transtornos psicóticos, como transtornos
delirantes persistentes e transtornos psicóticos
agudos e transitórios.
- Transtornos de humor, incluindo episódios
depressivos e transtorno depressivo recorrente.
- Transtornos de ansiedade, como transtornos
ansiosos e reações ao estresse grave.
- Transtornos somatoformes, neurastenia e
outros transtornos neuróticos especificados.
- Transtorno do ciclo vigília-sono devido a
fatores não-orgânicos.
- Condições médicas relacionadas, como
hipertensão essencial, angina pectoris, infarto
agudo do miocárdio, encefalopatia hipertensiva e
úlcera péptica de localização não especificada.
- Lesões autoprovocadas intencionalmente
(suicídio).

1. ALCOOLISMO CRÔNICO RELACIONADO AO TRABALHO


O alcoolismo refere-se a um modo crônico e continuado de usar
bebidas alcoólicas, caracterizado pelo descontrole periódico da ingestão ou
por um padrão de consumo de álcool com episódios frequentes de
intoxicação e preocupação com o álcool e o seu uso, apesar das
consequências adversas desse comportamento para a vida e a saúde do
usuário. Segundo a OMS, a síndrome de dependência do álcool é um dos
problemas relacionados ao trabalho. A perturbação do controle de ingestão
de álcool caracteriza-se por ser contínua ou periódica e por distorções do

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pensamento, caracteristicamente a negação, isto é, o bebedor alcoólico


tende a não reconhecer que faz uso abusivo do álcool.
O trabalho é considerado um dos fatores psicossociais de risco para
o alcoolismo crônico. Os transtornos mentais e comportamentais devidos
ao uso de álcool podem ser significativamente influenciados por fatores
psicossociais relacionados ao ambiente de trabalho e ao desemprego.
Gestão organizacional inadequada, relações sociais precárias, tarefas
estressantes, condições insalubres, jornadas extenuantes, além de
experiências de violência, assédio e discriminação, contribuem para o
estresse e a ansiedade, levando muitos a recorrerem ao álcool como forma
de enfrentamento.
O consumo coletivo de bebidas alcoólicas associado a situações de
trabalho pode ser decorrente de prática defensiva, como meio de garantir
inclusão no grupo. Também pode ser uma forma de viabilizar o próprio
trabalho, em decorrência dos efeitos farmacológicos próprios do álcool:
calmante, euforizante, estimulante, relaxante, indutor do sono, anestésico
e antisséptico.
Entretanto, essas situações não são suficientes para caracterizar o
uso patológico de bebidas alcoólicas. Uma frequência maior de casos
(individuais) de alcoolismo tem sido observada em determinadas
ocupações, especialmente:
- aquelas que se caracterizam por ser socialmente desprestigiadas e
mesmo determinantes de certa rejeição, como as que implicam contato
com cadáveres, lixo ou dejetos em geral (lixeiros), apreensão e sacrifício
de cães;
- atividades em que a tensão é constante e elevada, como nas
situações de trabalho perigoso7 (transportes coletivos, estabelecimentos
bancários, construção civil), de grande densidade de atividade mental
(repartições públicas, estabelecimentos bancários e comerciais), de
trabalho monótono, que gera tédio, trabalhos em que a pessoa trabalha
em isolamento do convívio humano (vigias); situações de trabalho que
envolvem afastamento prolongado do lar (viagens frequentes, plataformas
marítimas, zonas de mineração).
Nesse contexto, importante lembrar que, conforme o art.482 da
CLT, dentre outras razões de justa causa para rescisão do contrato de
trabalho pelo empregador, está a embriaguez habitual ou em serviço. Mas,
professor, no caso do alcoolismo crônico relacionado ao trabalho? Não
estamos diante de um caso de doença relacionada ao trabalho? Isso
mesmo, futuro (a) AFT!

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Trabalho perigoso é usado aqui não como sinônimo de atividade perigosa para
fins de percepção de periculosidade.

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Diante disso, a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho


(TST) entende que o alcoolismo crônico não pode justificar dispensa de
trabalhador, devendo o trabalhador com alcoolismo crônico ser tratado
ainda na vigência do contrato de trabalho.

Atividades socialmente
Alcoolismo observado, com desprestigiadas(Lixeiro);
crônico frequência, em Atividades em que a tensão é
relacionado determinadas constante e elevada(Trabalhos
ao trabalho ocupações perigosos; Trabalho monótono;
etc.); Distanciamento da família.

2. EPISÓDIOS DEPRESSIVOS
Os episódios depressivos caracterizam-se por humor triste, perda do
interesse e prazer nas atividades cotidianas, sendo comum uma sensação
de fadiga aumentada. O paciente pode se queixar de dificuldade de
concentração, pode apresentar baixa autoestima e autoconfiança,
desesperança, ideias de culpa e inutilidade; visões desoladas e pessimistas
do futuro, ideias ou atos suicidas. As alterações da psicomotricidade
podem variar da lentificação à agitação. Pode haver lentificação do
pensamento.
A exposição a substâncias neurotóxicas no ambiente de trabalho,
como tolueno, chumbo, tricloroetileno, tetracloroetileno, brometo de
metila, manganês, mercúrio, dissulfeto de carbono, outros solventes
orgânicos e agrotóxicos, pode aumentar significativamente o risco de
episódios depressivos.
Além dos riscos químicos, fatores psicossociais adversos
relacionados à gestão organizacional, ao contexto do trabalho, às relações
sociais, ao conteúdo e condições das tarefas, à interação pessoa-tarefa, às
jornadas de trabalho, à violência, ao assédio moral e sexual, à
discriminação e ao risco de morte ou trauma também contribuem para o
desenvolvimento de depressão. O desemprego amplifica esses riscos, pois
a falta de trabalho pode levar à perda de propósito, identidade e suporte
social, exacerbando sentimentos de desvalorização e isolamento.

3. LESÕES AUTOPROVOCADAS INTENCIONALMENTE (SUICÍDIO)


O suicídio pode ter raízes em vários aspectos do ambiente de
trabalho. Uma gestão falha, relações sociais complicadas no trabalho,
tarefas desgastantes, ambientes de trabalho precários, desajustes entre o
trabalhador e suas tarefas, jornadas exaustivas, assim como experiências
de violência, assédio, discriminação são fatores que podem desencadear

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um forte estresse emocional e psicológico, culminando em um aumento do


risco de pensamentos e atos suicidas.

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-48963405

A situação se agrava com o desemprego, que, ao retirar do


indivíduo sua rotina, identidade profissional e estabilidade financeira, pode
aprofundar o isolamento, a ansiedade e a depressão, ampliando ainda
mais a vulnerabilidade ao suicídio.

4. ESTADO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO


O estado de estresse pós-traumático caracteriza-se como uma
resposta tardia e/ou protraída a um evento ou situação estressante (de
curta ou longa duração) de natureza excepcionalmente ameaçadora ou
catastrófica. E, reconhecidamente, causaria extrema angústia em qualquer
pessoa. São exemplos: os desastres naturais ou produzidos pelo homem (
a exemplo do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho),
acidentes graves, testemunho de morte violenta ou ser vítima de tortura,
terrorismo ou qualquer outro crime. O paciente experimentou,
testemunhou ou foi confrontado com um evento ou eventos que
implicaram morte ou ameaça de morte, lesão grave ou ameaça da
integridade física a si ou a outros.
Fatores predisponentes, tais como traços de personalidade ou
história prévia de doença neurótica, podem baixar o limiar para o
desenvolvimento da síndrome ou agravar seu curso, mas não são
necessários nem suficientes para explicar sua ocorrência.
O risco de desenvolvimento do transtorno de estresse pós-
traumático relacionado ao trabalho parece estar relacionado a trabalhos
perigosos que envolvem responsabilidade com vidas humanas, com risco

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de grandes acidentes, como o trabalho nos sistemas de transporte


ferroviário, metroviário e aéreo, o trabalho dos bombeiros, etc. É mais
comum em adultos e jovens, mas pode surgir em qualquer idade devido à
natureza das situações desencadeadoras.

5. TRANSTORNO DO CICLO VIGÍLIA-SONO


O transtorno do ciclo vigília-sono devido a fatores não-orgânicos é
definido como uma perda de sincronia entre o ciclo vigília-sono do
indivíduo e o ciclo vigília-sono socialmente estabelecido como normal,
resultando em queixas de insônia, interrupção precoce do sono ou de
sonolência excessiva. Esses transtornos podem ser psicogênicos ou de
origem orgânica presumida, dependendo da contribuição relativa de
fatores psicológicos, psicossociais ou orgânicos.
O transtorno do ciclo vigília-sono relacionado ao trabalho pode ser
incluído nessa categoria, uma vez que, por definição, é determinado pela
jornada de trabalho à noite em regime fixo ou pela alternância de horários
diurnos, vespertinos e/ou noturnos, em regime de revezamento de turnos:

O trabalho em turnos é uma forma de organização do trabalho, na


qual equipes de trabalhadores se revezam para garantir a realização de
uma mesma atividade num esquema de horários que diferem
sensivelmente da jornada de trabalho normal da média da população. No
trabalho em turnos, os trabalhadores exercem suas atividades modificando
seus horários de trabalho durante a semana, o mês (turnos alternantes)
ou permanecem em horários fixos matutinos, vespertinos ou noturnos.
Também são considerados os esquemas de trabalho em turnos e horários
irregulares de entrada e saída no trabalho, a cada dia, semana ou mês.

Problemas relacionados com o emprego e com o


Transtorno do desemprego; Má adaptação à organização do
Ciclo Vigília-Sono horário de trabalho (Trabalho em Turnos ou Trabalho
devido a Fatores Noturno) ; violência e assédio moral/sexual no
Não-Orgânicos trabalho; e/ou discriminação no trabalho e/ou risco
de morte e trauma no trabalho

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6. SENSAÇÃO DE ESTAR ACABADO (“SÍNDROME DE BURN-OUT”,


“SÍNDROME DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL”) – CID Z73.0
A sensação de estar acabado ou síndrome do esgotamento
profissional é um tipo de resposta prolongada a estressores emocionais e
interpessoais crônicos no trabalho. Tem sido descrita como resultante da
vivência profissional em um contexto de relações sociais complexas,
envolvendo a representação que a pessoa tem de si e dos outros. O
trabalhador que antes era muito envolvido afetivamente com os seus
clientes, com os seus pacientes ou com o trabalho em si, desgasta-se e,
em um dado momento, desiste, perde a energia ou se “queima”
completamente. O trabalhador perde o sentido de sua relação com o
trabalho, desinteressa-se e qualquer esforço lhe parece inútil.
A síndrome de esgotamento profissional é composta por três
elementos centrais:
• exaustão emocional (sentimentos de desgaste emocional e
esvaziamento afetivo);
• despersonalização (reação negativa, insensibilidade ou
afastamento excessivo do público que deveria receber os serviços ou
cuidados do paciente);
• reduzida realização pessoal no trabalho/falta de
envolvimento com o trabalho (sentimento de diminuição de
competência e de sucesso no trabalho).

Pessoal, deve ser feita uma diferenciação entre o burn-out, que


seria uma resposta ao estresse laboral crônico, de outras formas de
resposta ao estresse. A síndrome de burn-out envolve atitudes e condutas
negativas com relação aos usuários, aos clientes, à organização e ao

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trabalho, sendo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos


e emocionais para o trabalhador e a organização. O quadro tradicional de
estresse não envolve tais atitudes e condutas, sendo um esgotamento
pessoal que interfere na vida do indivíduo, mas não de modo direto na sua
relação com o trabalho.
Considerando isso, o CESPE considerou o item abaixo incorreto:

(CESPE - 2014 - Caixa - Médico do trabalho) A síndrome de esgotamento


profissional (burnout), que normalmente está associada à carga de trabalho
elevada e a estressores emocionais e interpessoais crônicos no ambiente
ocupacional, costuma apresentar a mesma fisiopatologia das demais
psicopatologias relacionadas ao trabalho.
ERRADO. A Síndrome de Burnout é uma resposta a estressores interpessoais
crônicos no trabalho, caracterizada por três dimensões interdependentes:
exaustão emocional, despersonalização e redução do sentimento de realização
pessoal. Embora esteja relacionada ao ambiente de trabalho, como as demais
psicopatologias do trabalho, a Síndrome de Burnout tem uma fisiopatologia
específica que pode não ser a mesma das demais psicopatologias relacionadas
ao trabalho.

A síndrome de esgotamento profissional pode estar associada a uma


suscetibilidade aumentada para doenças físicas, uso de álcool ou outras
drogas (para obtenção de alívio) e para o suicídio.
A síndrome afeta principalmente profissionais da área de serviços ou
cuidadores, quando em contato direto com os usuários, como os
trabalhadores da educação, da saúde, policiais, assistentes sociais,
agentes penitenciários, professores, entre outros.

A “Síndrome de Burn-Out” é muito


comum em profissionais da saúde;
professores; bombeiros; policiais;
sendo uma resposta prolongada a
estressores emocionais e
interpessoais crônicos no trabalho.

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Também têm sido descritos aumentos de prevalência de síndrome


de esgotamento profissional em trabalhadores provenientes de ambientes
de trabalho que passam por transformações organizacionais, como
dispensas temporárias do trabalho, sem reposição de substitutos, e
enxugamento (downsizing) na chamada reestruturação produtiva.
O risco da síndrome de esgotamento profissional é maior para todos
aqueles que vivem a ameaça de mudanças compulsórias na jornada de
trabalho e declínio significativo na situação econômica. Todos os fatores de
insegurança social e econômica aumentam o risco de esgotamento
profissional em todos os grupos etários.
Em geral, os fatores relacionados ao trabalho estão mais fortemente
relacionados ao trabalho em si do que com os fatores biográficos ou
pessoais.
Vários fatores psicossociais podem contribuir para o desenvolvimento
dessa síndrome:
➢ Gestão Organizacional: Práticas de gestão inadequadas ou
ineficazes podem levar a um ambiente de trabalho estressante.
➢ Contexto da Organização do Trabalho: A estrutura e a cultura
da organização podem contribuir para o estresse no trabalho.
➢ Característica das Relações Sociais no Trabalho: Conflitos
interpessoais ou falta de apoio social no trabalho podem levar ao
esgotamento.
➢ Conteúdo das Tarefas do Trabalho: Tarefas monótonas,
repetitivas ou excessivamente exigentes podem contribuir para o
esgotamento.
➢ Condição do Ambiente de Trabalho: Ambientes de trabalho
fisicamente desconfortáveis ou perigosos podem aumentar o
estresse.
➢ Interação Pessoa-Tarefa: Um desequilíbrio entre as habilidades
de um indivíduo e as demandas de suas tarefas pode levar ao
esgotamento.
➢ Jornada de Trabalho: Longas horas de trabalho, turnos irregulares
ou falta de tempo de descanso podem contribuir para o
esgotamento.
➢ Violência e Assédio Moral/Sexual no Trabalho: Experiências de
violência ou assédio no trabalho podem levar ao esgotamento.
➢ Discriminação no Trabalho: A discriminação no local de trabalho
pode levar a sentimentos de injustiça e esgotamento.
➢ Risco de Morte e Trauma no Trabalho: Trabalhar em condições
que envolvem risco de morte ou trauma pode levar ao esgotamento.

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É importante notar que esses fatores podem interagir de maneiras


complexas e que diferentes indivíduos podem ser afetados de maneiras
diferentes.

A prevenção dos transtornos mentais e do comportamento


relacionados ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância dos
agravos à saúde e dos ambientes e condições de trabalho. Utiliza
conhecimentos médico-clínicos, epidemiológicos, de higiene ocupacional,
toxicologia, ergonomia, psicologia, entre outras disciplinas, e valoriza a
percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho e a saúde, baseiando-se
nas normas técnicas e regulamentos vigentes, envolvendo:
✓ Avaliação e Gestão de Riscos: Identificar fatores de risco no ambiente
de trabalho que possam contribuir para transtornos mentais, como
carga de trabalho excessiva, falta de controle sobre o trabalho,
conflitos interpessoais, assédio moral e sexual, e insegurança no
emprego. Implementar medidas para gerenciar e mitigar esses riscos.

✓ Promoção de um Ambiente de Trabalho Positivo: Criar uma cultura


organizacional que promova o respeito, o apoio mútuo, e a valorização
do bem-estar dos empregados. Isso inclui encorajar a comunicação
aberta, o reconhecimento do trabalho bem-feito e o estabelecimento de
relações de trabalho positivas.

✓ Flexibilidade e Suporte ao Equilíbrio Trabalho-Vida: Oferecer


flexibilidade nos horários de trabalho, opções de trabalho remoto e
políticas que suportem o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
Apoiar os empregados durante períodos de estresse elevado ou crises
pessoais também é vital.

✓ Programas de Assistência aos Empregados: Implementar programas


que ofereçam serviços de aconselhamento e suporte psicológico aos
empregados. Esses programas podem ajudar a identificar e tratar
precocemente problemas de saúde mental, além de oferecer orientação
sobre questões pessoais e profissionais.

✓ Treinamento e Educação: Promover treinamentos sobre saúde mental


no trabalho para gerentes e empregados, ensinando-os a reconhecer
sinais de transtornos mentais, a oferecer apoio inicial e a encaminhar
para ajuda profissional quando necessário.

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✓ Apoio ao Desenvolvimento de Carreira e Crescimento Profissional:


Fornecer oportunidades para o desenvolvimento de habilidades e
avanço na carreira pode aumentar a satisfação no trabalho e diminuir o
risco de transtornos mentais, ao promover a realização pessoal e
profissional.

✓ Intervenções Direcionadas: Para trabalhadores já identificados com


risco de transtornos mentais, desenvolver planos de ação
personalizados que possam incluir ajustes no trabalho, apoio
psicossocial específico e encaminhamento para tratamento
especializado.

✓ Monitoramento e Avaliação Contínuos: Regularmente revisar e ajustar


as políticas de saúde mental e bem-estar no local de trabalho para
garantir sua eficácia e responder às mudanças nas necessidades dos
empregados.

17- (CESGRANRIO – 2012 – PETROBRÁS – Psicologia) Uma


consequência severa do estresse é a estafa ou síndrome de Burnout,
classificada no CID-10 como Esgotamento, cujas características principais
são as seguintes:
A. derivar de um episódio agudo de exposição a um estressor no ambiente
de trabalho, bem como ser marcada pelos sintomas de fadiga, hostilidade
a outras pessoas e baixa motivação.
B. derivar da exposição crônica ao estresse no ambiente de trabalho, bem
como apresentar exaustão emocional, despersonalização e redução da
realização pessoal.
C. derivar de atividades profissionais com alto nível de controle, bem como
apresentar sintomas exclusivamente físicos, como úlceras e cardiopatias,
além de ter caráter transitório e episódico.
D. definir as três etapas de alarme, resistência e exaustão, além de esvair-
se no período máximo de poucas horas de descanso.
E. apresentar discrepância entre a percepção do estado do trabalhador e o
estado por ele desejado, além de trazer prejuízos objetivos à sua
produtividade e motivação.
Resolução:
A. Errado. A síndrome de Burnout não se origina de um episódio agudo de
estresse, mas sim da exposição crônica a estressores no ambiente de
trabalho.

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B. Certo. Esta é a descrição correta da síndrome de Burnout. Ela se origina


da exposição crônica ao estresse no ambiente de trabalho e é
caracterizada por exaustão emocional (sensação de esgotamento),
despersonalização (sentimentos cínicos e negativos em relação aos outros,
especialmente em profissões de ajuda) e uma sensação de diminuição da
realização pessoal ou eficácia no trabalho.
C. Errado. Burnout geralmente deriva de atividades profissionais com
baixo nível de controle sobre o trabalho e demandas elevadas, e não
exclusivamente de atividades com alto nível de controle. Além disso,
embora possa ter manifestações físicas, Burnout é primariamente uma
condição psicológica, e seus sintomas centrais não são exclusivamente
físicos, nem é considerada de caráter transitório e episódico.
D. Errado. As três etapas de alarme, resistência e exaustão descrevem o
modelo de estresse de Selye, não a síndrome de Burnout. Embora Burnout
possa resultar como uma fase de exaustão prolongada no modelo de
estresse, essa alternativa não descreve adequadamente Burnout por si só.
Além disso, Burnout não se resolve após "poucas horas de descanso",
necessitando de intervenções mais significativas para sua resolução.
E. Errado. Embora possa haver uma discrepância entre o estado atual do
trabalhador e o estado desejado, essa não é uma descrição precisa ou
completa dos critérios diagnósticos de Burnout. Enquanto prejuízos à
produtividade e motivação podem ser consequências do Burnout, esses
não são critérios para seu diagnóstico.
Gabarito 17: B

18- (CESGRANRIO - 2016 - UNIRIO – Psicólogo) Um psicólogo hospitalar


que trabalha em uma UTI, devido à exposição à rotina de casos entre a
vida e a morte, comum entre seus pacientes, desenvolve uma síndrome
decorrente da prevalência de estresse, caracterizada por esgotamento
emocional e psíquico com desenvolvimento de imagem negativa de si,
atitudes negativas em relação ao trabalho, despersonalização e
desinteresse pelos seus pacientes. Além de se ausentar do trabalho com
mais frequência, vem desenvolvendo comportamento cínico, em relação
aos seus colegas de trabalho, e dependência de álcool.
O quadro patológico descrito na história é característico de
A Fibromialgia
B Síndrome de Burnout
C Transtorno de Personalidade Narcísica
D Transtorno de Personalidade Histriônica
E Transtorno de Personalidade Antissocial

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Resolução:
A descrição apresentada corresponde à Síndrome de Burnout, que é
caracterizada por esgotamento emocional e psíquico, desenvolvimento de
uma imagem negativa de si mesmo, atitudes negativas em relação ao
trabalho, despersonalização, e desinteresse pelos pacientes ou clientes. O
aumento de faltas ao trabalho e dependência de substâncias, como o
álcool, são também indicativos comuns dessa síndrome, especialmente em
profissões de alta demanda emocional e psicológica, como é o caso de
profissionais que trabalham em UTI.
Gabarito 18: B

19- (VUNESP - 2024 - UNICAMP – Psicólogo) “É um tipo de resposta


prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho.
Tem sido descrita como resultante da vivência profissional em um contexto
de relações sociais complexas, envolvendo a representação que a pessoa
tem de si e dos outros. O trabalhador que antes era muito envolvido
afetivamente com os seus clientes, com os seus pacientes ou com o
trabalho em si, desgasta-se e, em um dado momento, desiste, perde a
energia ou se ‘queima’ completamente. O trabalhador perde o sentido de
sua relação com o trabalho, desinteressa-se e qualquer esforço lhe parece
inútil”. A descrição refere-se a(o):
A Neurastenia.
B Episódio Depressivo.
C Transtorno de Ansiedade Generalizada.
D Síndrome de Burnout.
E Estado de Estresse Pós-Traumático.
Resolução:
A. Neurastenia: Errado. Este termo é historicamente usado para descrever
um estado de fadiga mental e física ou exaustão com sintomas associados.
Não é especificamente focado nos estressores do ambiente de trabalho e
não tem a mesma definição contextual da síndrome de burnout.
B - Episódio Depressivo: Errado. Enquanto um episódio depressivo pode
ser caracterizado por exaustão e perda de interesse, ele não é exclusivo ao
ambiente de trabalho e pode envolver uma gama mais ampla de sintomas
e causas.
C - Transtorno de Ansiedade Generalizada: Errado. Esse transtorno se
caracteriza por ansiedade e preocupação excessivas e difusas que são
difíceis de controlar. O foco não é especificamente sobre o desgaste
profissional e a relação com o trabalho, mas sim sobre a ansiedade em
muitos aspectos da vida do indivíduo.

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D - Síndrome de Burnout: Certo. A descrição encaixa-se precisamente na


definição de burnout, que é uma síndrome conceptualizada como
resultante do estresse laboral crônico que não foi gerenciado com
sucesso, com ênfase na exaustão emocional, despersonalização e
diminuição da realização pessoal no trabalho.
E - Estado de Estresse Pós-Traumático: Errado. Este estado geralmente
segue a exposição a um evento traumático que envolve morte, ameaça de
morte, lesões graves ou violência sexual. Não está especificamente
relacionado à exaustão por fatores crônicos de estresse no ambiente de
trabalho.
Gabarito 19: D

20- (FGV - 2024 - Residente (TJ RJ)/Psicólogo) O álcool é uma droga


lícita e, na nossa sociedade, é a substância psicoativa usada com mais
frequência. Sobre o transtorno por uso de álcool é correto afirmar que
A transtornos relacionados ao álcool colaboram para absenteísmo no
emprego, acidentes relacionados ao trabalho e baixa produtividade.
B o transtorno por uso de álcool está associado a declínio significativo no
risco de acidentes de trânsito, violência doméstica e suicídio.
C a ingestão de bebidas alcoólicas, mesmo socialmente e em pequenas
doses, já é um critério para o diagnóstico da dependência alcoólica.
D como a abstinência de álcool pode ser desagradável e intensa, os
indivíduos interrompem o uso para evitar ou aliviar os sintomas de
abstinência.
E o consumo intenso do álcool pelos pares e formas inadequadas de
enfrentamento de estresse são fatores ambientais de proteção para o
alcoolismo.
Resolução:
O uso abusivo de álcool é amplamente reconhecido por sua associação
com uma variedade de problemas no local de trabalho, incluindo maior
absenteísmo, menor desempenho e um aumento no risco de acidentes.
Gabarito 20: A

21- (VUNESP - 2024 - Psicólogo (UNICAMP) Um funcionário, em contato


com o psicólogo responsável, relata os seguintes sintomas - humor triste,
perda do interesse e prazer nas atividades cotidianas, sensação de fadiga,
dificuldade de concentração, baixa autoestima e autoconfiança,
desesperança, ideias de culpa e inutilidade, visões desoladas e pessimistas
do futuro, ideias ou atos suicidas. Questionado, diz ainda que o sono se
encontra frequentemente perturbado, geralmente por insônia terminal.

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Relata diminuição do apetite e perda de peso. Sintomas de ansiedade


também são muito frequentes. Diante do exposto, o psicólogo está diante
de um quadro de:
A Episódio depressivo.
B Transtorno de Pânico.
C Síndrome de despersonalização -desrealização.
D Estado de estresse pós-traumático.
E Síndrome de Burnout.
Resolução:
O funcionário apresenta sintomas clássicos de um episódio depressivo,
incluindo humor deprimido, anedonia (perda do interesse e prazer),
fadiga, dificuldades de concentração, baixa autoestima e autoconfiança,
pensamentos de desesperança e inutilidade, perspectivas negativas do
futuro, ideias ou atos suicidas, além de distúrbios do sono, apetite
reduzido e perda de peso.
Gabarito 21: A

22- (CESPE – 2023 – TJ/ES – Méd. Trabalho) A depressão desencadeada


pelo contexto de trabalho — quadro que, muitas vezes, se manifesta por
meio de expressões somáticas de mal-estar ou doenças, acidentes de
trabalho, alcoolismo, absenteísmo — é o transtorno mental mais associado
ao suicídio.
Resolução:
A depressão é, de fato, um dos transtornos mentais mais associados ao
risco de suicídio. O estresse e a insatisfação no trabalho podem contribuir
para o desenvolvimento da depressão, que por sua vez pode levar a
comportamentos autodestrutivos, incluindo o suicídio.
Gabarito 22: C

23- (CESGRANRIO - 2018 - Banco da Amazônia - Medicina do Trabalho)


As mudanças ocorridas no mundo do trabalho, nas últimas décadas,
resultaram em riscos emergenciais para a saúde dos trabalhadores. Nesse
contexto, surgem os chamados riscos psicossociais, que seriam a raiz do
quadro de exaustão emocional, desumanização e reduzida realização
pessoal no trabalho, que configuram a Síndrome de Burnout.
Avaliando-se o grau de demanda psicológica e o grau de controle sobre a
atividade laboral, qual situação representa um risco maior para o
surgimento dessa síndrome?
A Baixa demanda psicológica e alto controle laboral

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B Baixa demanda psicológica e baixo controle laboral


C Alta demanda psicológica e alto controle laboral
D Alta demanda psicológica e baixo controle laboral
E Demanda psicológica, apenas
Resolução:
A Alta demanda psicológica e baixo controle laboral representa um risco
maior para o surgimento da Síndrome de Burnout, pois quando os
trabalhadores enfrentam altas demandas psicológicas no trabalho sem
terem controle suficiente sobre suas atividades e decisões, eles são mais
susceptíveis a experimentar o estresse crônico que pode levar ao
esgotamento emocional, desumanização e uma sensação de reduzida
realização pessoal.
Veja o modelo demanda-controle abaixo:

Gabarito 23: D

Questões de Fixação

24- (VUNESP - 2012 - SPTrans - Médico do Trabalho) As dorsalgias, de


um modo geral, quando descritas como ocupacionais, podem estar
associadas a:
I. atividades que envolvem contratura estática ou imobilização, por tempo
prolongado, de segmentos corporais;

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II. tensão crônica;


III. elevação e abdução dos braços acima da altura dos ombros;
IV. vibrações.
Estão corretas as afirmativas contidas em
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
Resolução:
Os casos de dorsalgias descritos como ocupacionais são associados a
atividades que envolvem contratura estática ou imobilização, por
tempo prolongado, de segmentos corporais, como cabeça, pescoço ou
ombros; tensão crônica; esforços excessivos; elevação e abdução dos
braços acima da altura dos ombros, empregando força; e vibrações
do corpo inteiro.
Gabarito 24: E

25- (Prof. Charles ) Evidências epidemiológicas têm indicado que, dentre


as classes trabalhadoras, os motoristas possuem alto risco para dor
lombar e outras desordens vertebrais.
Resolução:
Certo. A permanência, por longos períodos em uma mesma posição
(sentado), a vibração do veículo, impactos do veículo por conta de terreno
acidentado, reduzido espaço do motorista, movimentos repetitivos de
flexão e rotação do tronco e estresse mental devido às extenuantes horas
de trabalho são preditores significantes da dor lombar em motoristas.
Gabarito 25: C

26- (CESPE - 2014 - Caixa - Médico do Trabalho) Para um trabalhador


que, por fazer uso prolongado e diário de telefone apoiado entre a orelha e
o ombro na atividade de teleatendimento a clientes, tenha desenvolvido
sinais de compressão do feixe neurovascular do membro superior
esquerdo, o diagnóstico mais provável de DORT é a epicondilite.
Resolução:
Errado. Para início de conversa, epicondilites são inflamações que
acometem a inserção de tendões no cotovelo e são distúrbios
musculoesqueléticos. A compressão de feixe neurovascular é típico das
mononeuropatias periféricas, sendo que a atividade de apoiar telefones

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entre o ombro e a cabeça (ou orelha) está envolvida na gênese do


Síndrome do Desfiladeiro Torácico:

EXEMPLOS:
Compressão sobre Fazer trabalho manual sobre
Síndrome do
o ombro, flexão veículos, trocar lâmpadas,
Desfiladeiro
lateral do pescoço, pintar paredes, lavar vidraças,
Torácico
elevação do braço apoiar telefones entre o
ombro e a cabeça

Gabarito 26: E

27- (CESPE – 2019 - UNIPAMPA/RS – Médico do Trabalho) A síndrome


do desfiladeiro torácico relaciona-se a um conjunto de sinais e sintomas
neurovasculares localizados na cabeça, pescoço, ombros e membros
superiores, causado pela compressão do plexo braquial por estruturas
musculoesqueléticas.
Resolução:
Certo. A síndrome do desfiladeiro torácico é uma disfunção caracterizada
pela compressão do feixe neurovascular – plexo braquial, artéria e veia
subclávia – na sua passagem pela região cervical, relacionando-se a um
conjunto de sinais e sintomas neurovasculares localizados na cabeça,
pescoço, ombros e membros superiores (dores irradiadas da coluna
cervical por todo o membro superior; edema;etc.).
Gabarito 27: C

28- (CESPE - 2019 - TCU - Analista de Controle Externo – Medicina)


Dor ciática, lombalgia e moléstia de Dupuytren não são classificadas como
LER/DORT, em face de sua origem não estar relacionada diretamente com
o trabalho.
Resolução:
Errado. Todas as patologias descritas podem ser classificadas como
LER/DORT.
Gabarito 28: E

29- (CESPE - 2011 - FUB - Médico do trabalho) Uma das características


básicas dos casos de LER/DORT é o acometimento tanto dos membros
superiores quanto dos inferiores.
Resolução:

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A questão está corretíssima. Muitos têm a ideia que LER/DORT aparece


apenas nos membros superiores (“punho”, por exemplo). No entanto,
LER/DORT pode acometer tanto os membros superiores como os membros
inferiores.
Gabarito 29: C

30- (CESPE - 2018 - SERPRO - Médico do trabalho) De acordo com o


Ministério da Saúde, lombalgias não podem ser classificadas como quadros
de LER/Dort.
Resolução:
Errado. Pessoal, as lombalgias são um tipo de dorsalgia, estando elencada,
portanto, nas doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo
relacionadas ao trabalho, podendo ser identificadas como LER/DORT.
Gabarito 30: E

31- (CESPE - 2014 - TRE-AL - Técnico de enfermagem) As lesões por


esforços repetitivos (LER) ou doenças osteomusculares relacionadas ao
trabalho (DORT) são doenças do trabalho que acometem tendões,
articulações, músculos, nervos, fáscias e ligamentos e que podem causar
incapacidades e trazer conseqüências socioeconômicas significativas.
Resolução:
Certo. As LER/DORT acometem diversas estruturas musculoesqueléticas,
sendo frequentemente causa de incapacidade laboral temporária ou
permanente, o provoca consequências socioeconômicas significativas.
Gabarito 31: C

32- (CESPE - 2010 - BRB - Engenheiro de Segurança) Por definição,


LER/DORT engloba apenas os distúrbios relacionados à região cervical, à
cintura escapular ou aos membros superiores.
Resolução:
Errado. Em que pese as LER/DORT geralmente acometerem os membros
superiores, podem comprometer, também, os membros inferiores.
Gabarito 32: E

33- (UFBA - 2009 - UFBA - Terapeuta Ocupacional) Sobre as lesões por


esforços repetitivos e as doenças osteomusculares relacionadas ao
trabalho (LER/DORT), pode-se concluir:

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1. São afecções que atingem, principalmente, pescoço, região pélvica e


membros inferiores.
Resolução:
Errado. Embora atinjam também os membros inferiores, as LER/DORT
geralmente atingem os membros superiores (punho, por exemplo).
Gabarito 33: E

34- (CESPE - 2008 - STF - Analista Judiciário – Medicina) A síndrome de


LER/DORT caracteriza-se por dor, parestesia, fadiga e sensação de peso,
de surgimento insidioso e relacionadas ao trabalho que ocorrem de forma
concomitante ou não, geralmente nos membros superiores (mas também
podem ocorrer nos membros inferiores).
Resolução:
Certo. A alternativa dispõe a previsão contida na IN 98/03 do INSS.
Gabarito 34: C

35- (CESPE - 2011 - FUB - Médico do trabalho) A respeito de doenças


relacionadas ao ambiente de trabalho, julgue os próximos itens.
1. LER/DORT caracteriza-se pela ocorrência de vários sintomas
concomitantes ou não, como dor, parestesia, sensação de peso, de fadiga
e de aparecimento insidioso, geralmente nos membros inferiores.
2. Assim como os fatores ergonômicos, os aspectos mentais, psicológicos e
sociais contribuem para o aparecimento, manutenção e(ou) mesmo
perpetuamento dos casos de DORT.
Resolução:
1.Errado. O erro está no final, pois as LER/DORT aparecem geralmente nos
membros superiores.
2. Certo. Além dos aspectos ergonômicos, outros fatores também
contribuem para o aparecimento, manutenção e(ou) mesmo
perpetuamento das LER/DORT, como as exigências de produtividade,
competitividade, gerando tensão que reflete em aspectos mentais e
psicológicos dos trabalhadores.
Gabarito 35: E/C

36- (CESPE - 2020 - BRB - Engenheiro de Segurança do Trabalho) As


LER/DORT tratam-se de afecções multifatoriais cuja abordagem implica
investigação das exigências biomecânicas, cognitivas, sensoriais e afetivas
das atividades de trabalho.
Resolução:

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Certo. Exatamente por se tratar de afecções multifatoriais, a abordagem


também deve ser múltipla, como a investigação das exigências
biomecânicas, cognitivas, sensoriais.
Gabarito 36: C

37- (CESPE - 2018 - SERPRO - Médico do trabalho) As LER/Dort são


danos decorrentes da utilização excessiva imposta ao sistema
musculoesquelético, associada à falta de tempo para recuperação.
Resolução:
Certo. As LER/Dort são resultado da combinação da sobrecarga das
estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo
para sua recuperação.
Gabarito 37: C

38- (Quadrix - 2022 - DATAPREV - Médico do Trabalho) Assinale a


alternativa em que não se aponta um fator de risco para desenvolvimento
de DORT (Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho).
a) Fatores ergonômicos.
b) Pausas freqüentes na rotina da tarefa.
c) Atividades que exigem grande número de repetições.
d) Monotonia da tarefa.
e) Falta de controle sobre a forma de desenvolver a tarefa.
Resolução:
Temos que um dos fatores de risco para o desenvolvimento das LER/DORT
refere-se à ausência ou a concessão de poucas pausas, o que resulta na
falta de tempo para recuperação das estruturas
musculoesqueléticas, contrariando o disposto na letra B.
Gabarito 38: B

39- (CESPE - 2013 - STF – Anal. Jud. - Medicina do Trabalho) O estresse


no trabalho é fator predisponente para o aparecimento de doenças
osteoarticulares relacionadas ao trabalho.
Resolução:
Certo. A tensão imposta pela organização do trabalho é fator que interfere
de forma significativa para a ocorrência das LER/DORT.
Gabarito 39: C

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40- (CESPE - 2014 - SERPRO - Médico do trabalho) A frequente


ocorrência de LER/DORT ratificou o conceito de que o trabalho envolvendo
esforço físico é mais desgastante que o trabalho envolvendo esforço
mental.
Resolução:
Errado. A frequente ocorrência de LER/DORT não necessariamente ratifica
o conceito de que o trabalho envolvendo esforço físico é mais desgastante
que o trabalho envolvendo esforço mental. LER/DORT pode ser
influenciado por uma variedade de fatores de risco, incluindo aqueles
relacionados ao trabalho repetitivo, posturas inadequadas, e esforços
físicos, mas também pode ser afetado por estresse e fatores psicossociais
relacionados ao trabalho mental. Portanto, ambos os tipos de trabalho
podem ser desgastantes e contribuir para o desenvolvimento de distúrbios
musculoesqueléticos, cada um com suas especificidades.
Gabarito 40: E

41- (FUNIVERSA - 2020 - CEB – Psicólogo - Adaptada) As Lesões por


Esforços Repetitivos (LER), também conhecidas como Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), ou ainda, como
patologias por hipersolicitação, tornaram-se uma epidemia com o advento
da reestruturação produtiva e da terceirização. Elas são afecções
ocupacionais que expressam um dos sofrimentos advindos da relação do
trabalhador com o trabalho. Com base na temática DORT, julgue o item
abaixo.
1. Os DORT abrangem quadros clínicos que afetam o sistema
musculoesquelético adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas
condições de trabalho, para os quais não há uma causa única de
ocorrências.
2. Alguns dos principais fatores predisponentes na incidência de DORT são
a repetitividade de movimentos, a manutenção de posturas inadequadas
por tempo prolongado, o esforço físico, a invariabilidade de tarefas, a
pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo.
Resolução:
1. Certo. As LER/DORT não possuem causa única, sendo uma patologia
considerada de origem multifatorial, na qual se entrelaçam inúmeros
fatores causais.
2. Certo. Os grupos de fatores de risco das LER podem ser relacionados
com:
✓ o grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e
à visão.
✓ o frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos.
✓ as posturas inadequadas.

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✓ a carga osteomuscular.
✓ a carga estática.
✓ a invariabilidade da tarefa.
✓ as exigências cognitivas.
✓ os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho.
Gabarito 41: C/C

42- (CESPE - 2014 - STJ - Analista Judiciário – Psicologia)


1. Há um relativo consenso na literatura científica de que a gênese e a
evolução de LER/DORT são por definição, de natureza multicausal;
portanto, os postos de trabalho são tão- somente um dos fatores que
podem contribuir para a propagação desses distúrbios.
2. Os aspectos relativos à organização do trabalho — normas, forma de
controle, horários e metas de produtividade — não têm importância na
origem de casos de LER/DORT entre os trabalhadores.
Resolução:
1. Certo. O desenvolvimento das LER/DORT é multicausal, sendo
importante analisar os fatores de risco envolvidos direta ou indiretamente.
Um dos fatores que podem contribuir com as LER/DORT é o grau de
adequação do posto de trabalho à zona de atenção e à visão.
2. Errado. Dentre os fatores de risco para as LER/DORT têm-se os fatores
organizacionais ligados ao trabalho.
Gabarito 42: C/E

43- (CESGRANRIO - 2011 - Petrobrás – Eng. de Segurança) Diversos


são os fatores de risco que predispõem ao aparecimento de Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), tais como fatores
organizacionais e biomecânicos. Esses fatores apresentam como
características moduladoras, que potencializam o risco, a
a) intensidade, a frequência e a repetitividade.
b) intensidade, a frequência e a duração.
c) frequência, a duração e a monotonia.
d) frequência, a duração e a repetitividade.
e) frequência, a monotonia e a repetitividade
Resolução:

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Gabarito 43: B

44- (CESPE – 2011 - TRE/PR – Médico do Trabalho) As exigências


cognitivas envolvidas no trabalho, por causarem aumento da tensão
muscular ou reação mais generalizada de estresse, são consideradas
fatores de risco para LER/DORT.
Resolução:
Certo. As exigências cognitivas envolvidas no trabalho estão entre os
fatores de risco para o desenvolvimento de LER/DORT.
Gabarito 44: C

45- (CESPE - 2011 – Correios - Médico do trabalho) Dor aguda e


contínua, acompanhada de sensação de desconforto, peso ou
formigamento, é o sintoma inicial de LER/DORT.
Resolução:
Errado. O início dos sintomas é insidioso (aparece vagarosamente, ou aos
poucos sem apresentar sintomas específicos), com predominância nos
finais de jornada de trabalho ou durante os picos de produção, ocorrendo
alívio com o repouso noturno e nos finais de semana. No caso da
questão, já teríamos uma fase avançada das LER/DORT, com um quadro
caracterizado por dor contínua, espontânea, atingindo segmentos
extensos, com crises álgicas de duração variável e existência de
comprometimento importante das atividades da vida diária. Estímulos que,
a princípio não deveriam provocar dor, causam sensações de dor intensa,
acompanhadas muitas vezes de choque e formigamento.

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Gabarito 45: E

46- (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Clínica Médica) Uma


mulher com 34 anos de idade, taquígrafa de órgão da administração
pública federal, cujo ritmo de trabalho intenso compreende apanhamento
taquigráfico e revisão de textos no computador, havia 6 meses,
apresentava dor e parestesia em mãos, que se agravaram, nos últimos 2
meses, na mão direita, apresentando piora, principalmente, no período da
noite. No último mês, houve mutirão em seu trabalho, e ela computou 20
horas de serviços extraordinários por semana. A partir de então, notou o
surgimento de parestesia também na face lateral das coxas. Na última
semana, apresentou dificuldade para a execução de tarefas simples, tais
como abrir latas, escovar os dentes e pentear os cabelos. Grávida de 26
semanas, a paciente foi submetida a teste de tolerância oral à glicose
(TTOG) com sobrecarga de 75 g de glicose, que foi realizado na 1.ª hora e
na 2.ª hora, com resultados de 180 mg% e 160 mg%, respectivamente.
Com base no quadro clínico hipotético acima, julgue o item subsequente.
Os sintomas apresentados pela paciente em questão não podem ser
atribuídos a LER/DORT, uma vez que ela também apresenta parestesia em
membros inferiores, o que exclui esse diagnóstico.
Resolução:
Errado. Aluno meu nem precisava de ler o enunciado. Vimos que a
LER/DORT é uma síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada pela
ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, tais como: dor,
parestesia, sensação de peso, fadiga, de aparecimento insidioso,
geralmente nos membros superiores, mas podendo acometer membros
inferiores.
Gabarito 46: E

47- (Prof.Charles)
1. O tratamento cirúrgico das LER/DORT tem-se mostrado bastante útil,
apresentando resultado satisfatório em todos os tipos de LER/DORT.
2. Não é atribuição exclusivamente médica o tratamento das LER/DORT.
Resolução:
1. Errado. Os procedimentos cirúrgicos não têm se mostrado útil nos casos
de LER/Dort. Frequentemente os pacientes com história relativamente
longa, submetidos a procedimentos cirúrgicos, evoluem para dor crônica
de difícil controle.
2. Certo. O tratamento não é exclusividade médica, exigindo o emprego de
abordagem interdisciplinar. É desejável a participação de outros
profissionais da saúde, tais como fisioterapeuta, terapeuta ocupacional,

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enfermeiro, assistente social, psicólogo, profissional de terapias


complementares, terapeuta corporal com domínio de técnicas
diversificadas para se obter a efetividade no tratamento.
Gabarito 47: E/C

48- (CESPE - 2008 - STF - Analista Judiciário – Medicina) A


Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) somente deve ser emitida nos
casos confirmados de LER/DORT que acarretem incapacidade laborativa e
necessidade de afastamento do trabalho.
Resolução:
Errado. Conforme a IN 98/03 todos os casos com suspeita diagnóstica de
LER/DORT devem ser objeto de emissão de CAT pelo empregador. A CAT
deve ser emitida servindo para fins de registro e não necessariamente
para o afastamento do trabalho.
Gabarito 48: E

49- (CESPE – 2016 - TRT8 – Médico do Trabalho) Em relação às lesões


por esforços repetitivos (LER) e aos distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORT), assinale a opção correta.
a) A carga estática está presente quando um membro é mantido em uma
posição que aumenta o esforço cortante e diminui o momento fletor a
ponto de extra tensionar os tecidos e as estruturas ativadas.
b) Os fatores de risco para LER/DORT não são independentes, interagem
entre si e devem ser sempre analisados de forma integrada. Esses fatores
envolvem aspectos biomecânicos, cognitivos, sensoriais, afetivos e de
organização do trabalho. Por exemplo, fatores organizacionais como carga
de trabalho e pausas para descanso podem controlar fatores de risco de
frequência e de intensidade
c) Uma dor contínua, que pode persistir mesmo ao repouso, é sinal
sugestivo de LER/DORT. A dor ao movimento, chamada dor mecânica, é
sugestiva de um provável processo inflamatório, que inclui a dor noturna.
Por outro lado, a dor protocinética, com melhora no decorrer da
persistência do movimento, é indicativa de osteoporose.
d) O diagnóstico das síndromes compressivas neurais é definido
basicamente por protocolos eletromiográficos, tendo os achados clínicos
papel secundário. Entretanto, para o planejamento terapêutico cirúrgico,
tornam-se importantes as evidências de fatores causais (tumores, cistos
etc.).
e) Considera-se esforço repetitivo o movimento músculo-esquelético que
ultrapassa vinte oscilações por minuto, com qualquer tipo de carga

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mecânica, ou quarenta oscilações por minuto, para situações sem carga


mecânica.
Resolução:
Embora pareça uma questão complicada, não é.
De fato, os fatores de risco das LER/DORT não são independentes,
interagindo entre si e devendo ser sempre analisados de forma integrada.
Vimos que as LER/DORT tratam-se de afecções multifatoriais cuja
abordagem implica investigação das exigências biomecânicas, cognitivas,
sensoriais e afetivas das atividades de trabalho;
Em um atividade de frigorífico, por exemplo, é comum temos diversos
fatores de riscos no surgimento da LER/DORT atuando de modo integrado
(frio, invariabilidade da tarefa, fatores organizacionais etc)
Gabarito 49: B

50- (FUMARC – 2023 – ALMG – An. Legislativo) Analise as assertivas


abaixo acerca da temática “assédio moral no trabalho” identificando-as
com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas:
I - O assédio moral pode repercutir em diferentes esferas: pessoal,
organizacional e relacional.
II- Podemos considerar o assédio moral como uma característica
essencialmente de organizações públicas.
III - No Brasil, o termo assédio moral contempla as palavras assédio, da
área psicológica, e moral, que remete a uma perspectiva de bem ou mal.
IV - O assédio moral no trabalho pode ser caracterizado por
comportamentos persistentes, prejudiciais e indesejáveis que contribuem
para um desequilíbrio de poder entre o agressor e a vítima.
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
A. F; V; F; F.
B. F; V; F; V.
C. V; F; V; F.
D. V; F; V; V.
Resolução:
I. Verdadeiro. O assédio moral de fato tem repercussões em várias esferas
da vida de uma pessoa, incluindo a pessoal, organizacional e relacional.
II - Falsa. O assédio moral pode ocorrer em organizações públicas e
privadas, não sendo uma característica essencial apenas das organizações
públicas.

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III. Verdadeiro. Veja:

“No Brasil, o termo assédio moral remete a palavra assédio se referindo à área
psicológica, e a palavra moral remete a uma perspectiva de bem ou mal, correto
ou incorreto na convivência em sociedade (TOLFO, 2013; HIRIGOYEN, 2015)”

IV. Verdadeiro. O assédio moral é caracterizado por comportamentos


persistentes e prejudiciais que criam um ambiente de trabalho hostil,
contribuindo para um desequilíbrio de poder entre agressor e vítima.
A sequência ficou V – F – V – V.
Gabarito 50: D

51- (FCC – 2017 – DPE/RS – Psicólogo) O assédio moral organizacional


contempla interações entre o indivíduo e a organização ou a administração
da empresa, as quais utilizam de violência e da hostilização, na formulação
de procedimentos e políticas organizacionais, de modo
A. declarado e pejorativo, na forma de orientação autoritária, manifestada
na figura de um chefe que é visto por todos de sua equipe como um
ditador.
B. assertivo e pontual, na forma de mecanismos de dominação
evidenciados, tendo que necessariamente existir um agressor
personalizado.
C. dissimulado e sádico, na forma de submissão ofensiva, personificado
em um agressor que sempre ocupará uma função de autoridade na
hierarquia.
D. continuado e crônico, na forma de mecanismos de gestão abusivos,
sem necessariamente existir um agressor personalizado.
E. perturbado e dissociado, na forma de coaching de carreira, sem
necessariamente existir um assessor externo.
Resolução:
A letra D reconhece que o assédio moral organizacional pode ocorrer
através de políticas e práticas abusivas que não estão vinculadas a um
único agressor, mas são parte de um sistema de gestão prejudicial que é
persistente e institucionalizado:

'Interações entre o indivíduo e a organização ou a administração da empresa, as


quais utilizam da violência e da hostilização, de forma continuada e crônica, na
formulação de procedimentos e políticas organizacionais, na forma
de mecanismos de gestão abusivos sem necessariamente existir um agressor
personalizado.' (SOBOLL, 2011, p. 42)."

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Gabarito 51: D

52- (FUMARC – 2023 – ALMG – Psicólogo) Sobre o assédio moral, Soball


(2017) afirma que:
“Reservamos o termo assédio moral para descrever situações extremas de
violência psicológica no trabalho, de natureza processual, pessoalizada,
mal-intencionada e agressiva. Entendemos que o assédio moral se
configura como um conjunto articulado de armadilhas
preparadas, premeditadas, repetitivas e prolongadas. Os comportamentos
hostis ocorrem repetidas vezes e por um período de tempo estendido. Sua
prática é permeada de intencionalidade no sentido de querer prejudicar,
anular ou excluir um ou alguns alvos escolhidos.” (SOBOLL, L. A.
(org.). Intervenções em assédio moral e organizacional. São Paulo:
LTr, 2017).
De acordo com a autora, os elementos essenciais para que a conduta seja
identificada como assédio moral são, EXCETO:
A. Atos isolados também se configuram como assédio moral, ou seja, pode
ser configurado imediatamente após a primeira atitude hostil, com intuito
de constranger a vítima, bem como causar-lhe violência psicológica no
ambiente do trabalho.
B. O alvo das agressões deve ser uma pessoa específica, pois o processo
de perseguição não ocorre de maneira generalizada para todo o grupo.
C. O assédio moral tem a intenção de prejudicar, anular ou excluir a
vítima, anulando seus espaços de ação ou forçando seu desligamento
(voluntário ou não) de um projeto, função ou do emprego.
D. Violência psicológica inclui condutas e omissões que induzem ao
desconforto, que humilham ou ofendem a vítima.
Resolução:
De acordo com Soboll (2017), assédio moral é caracterizado por uma série
de comportamentos agressivos e mal-intencionados que são repetitivos e
prolongados. Atos isolados não se enquadram nessa definição, pois o
assédio moral implica uma conduta hostil que ocorre repetidas vezes e por
um período estendido.
Gabarito 52: A
53- (QUADRIX – 2017 – TERRACAP – Psicólogo) Assinale a alternativa
que apresenta efeito das práticas de assédio moral nas organizações.
A. diminuição do absentismo e dos acidentes no trabalho
B. aumento da eficácia, da eficiência, da produtividade e da
competitividade organizacional

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C. deficit da qualidade dos produtos e melhoria dos serviços


D. deterioração da imagem da empresa
E. proteção de sanções econômicas e certificações de qualidade
Resolução:
A. Errado. O assédio moral geralmente aumenta o absentismo e pode
levar a um aumento dos acidentes de trabalho devido ao estresse e à
distração dos trabalhadores.
B. Errado. O assédio moral tende a diminuir a moral dos empregados,
prejudicando a eficácia, eficiência, produtividade e a competitividade da
organização.
C. Errado. O assédio moral pode resultar em déficit de qualidade dos
produtos ou serviços, mas não promove a melhoria dos serviços.
D. Certo. O assédio moral pode danificar seriamente a reputação e a
imagem de uma empresa, especialmente se as práticas se tornarem
públicas.
E. Errado. O assédio moral pode, na verdade, expor a empresa a sanções
econômicas e prejudicar sua capacidade de obter ou manter certificações
de qualidade.
Gabarito 53: D

54- (Prof. Charles) O prazer no trabalho pode ser potencializado por:


A) Redução do número de tarefas atribuídas a cada trabalhador.
B) Estruturas hierárquicas rígidas e controle minucioso das atividades.
C) Iniciativas que promovem o reconhecimento das conquistas individuais
e coletivas.
D) Isolamento dos trabalhadores para evitar distrações.
E) Aumento da carga horária para garantir a conclusão das tarefas.
Resolução:
A) Errado. Reduzir o número de tarefas sem melhorar a qualidade do
trabalho pode não aumentar o prazer no trabalho.
B) Errado. Estruturas hierárquicas rígidas e controle minucioso podem
diminuir a autonomia e o prazer no trabalho.
C) Certo. Reconhecer conquistas individuais e coletivas pode sim aumentar
a satisfação e o prazer no trabalho.
D) Errado. Isolamento para evitar distrações pode levar a solidão e reduzir
o prazer no trabalho.

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E) Errado. Aumentar a carga horária geralmente diminui o prazer no


trabalho devido ao estresse e à exaustão.
Gabarito 54: C

55- (Prof. Charles) Joana, uma funcionária de uma grande corporação,


relata sentir-se constantemente marginalizada e menosprezada por seus
colegas devido à sua orientação sexual. Além disso, ela observa que
reclamações similares de outros colegas não são adequadamente
endereçadas pela gerência.
Considerando a situação de Joana, qual deve ser a abordagem mais
adequada pela gestão para enfrentar o problema de assédio e
discriminação no ambiente de trabalho, garantindo um espaço seguro e
inclusivo para todos os funcionários?
A) O estabelecimento de um comitê específico, composto por membros
treinados de diversos departamentos, responsável pelo recebimento,
análise e acompanhamento das denúncias, assegurando a
confidencialidade e o anonimato dos envolvidos.
B) Ignorar as reclamações, presumindo que se resolverão por si mesmas.
C) Incentivar Joana a se adaptar melhor ao ambiente de trabalho para
evitar conflitos.
D) A imposição de uma política de tolerância zero que resulte na demissão
imediata de qualquer funcionário mencionado em uma denúncia,
independentemente da apuração dos fatos.
E) A realização de reuniões mensais para discutir abertamente todas as
denúncias recebidas, com a participação de todos os funcionários,
incluindo os denunciados.
Resolução:
A) Certo. É a melhor opção:

1.4.1.1 As organizações obrigadas a constituir CIPA nos termos da NR-05 devem


adotar as seguintes medidas, além de outras que entenderem necessárias, com
vistas à prevenção e ao combate ao assédio sexual e às demais formas de
violência no âmbito do trabalho:
(...)
b) fixação de procedimentos para recebimento e acompanhamento de
denúncias, para apuração dos fatos e, quando for o caso, para aplicação de
sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos de
assédio sexual e de violência, garantido o anonimato da pessoa denunciante,
sem prejuízo dos procedimentos jurídicos cabíveis;

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B) Errado. Ignorar as reclamações pode agravar o problema de assédio e


discriminação, contribuindo para um ambiente de trabalho tóxico e
desmotivador, além de violar a legislação.
C) Errado. Incentivar Joana a se adaptar ao ambiente, em vez de abordar
a discriminação, coloca a responsabilidade indevidamente sobre a vítima e
não resolve o problema fundamental da cultura organizacional que permite
o assédio.
D) Errado. Uma política de tolerância zero que resulte em demissão
imediata sem apuração adequada dos fatos pode ser injusta e criar um
clima de medo.
E) Errado. Embora a transparência e a comunicação sejam importantes,
discutir abertamente todas as denúncias com a participação dos
denunciados pode comprometer a confidencialidade, intimidar as vítimas,
violando a NR-01, que garante o anonimato da pessoa denunciante.
Gabarito 55: A

56- (CESPE - 2010 - MS – Médico do Trabalho - Adaptada) Não existe


correlação estabelecida entre o tipo de trabalho e o desenvolvimento de
alcoolismo.
Resolução:
Errado. Vimos que o trabalho é considerado um dos fatores psicossociais
de risco para o alcoolismo crônico, sendo mais frequente naqueles
trabalhos socialmente desprestigiadas, em atividades em que a tensão é
constante e elevada, ou mesmo em situações de trabalho que envolvem
afastamento prolongado do lar.
Gabarito 56: E

57- (CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário - Medicina do Trabalho)


Observa-se maior concentração de casos de alcoolismo, problema de
saúde pública, em ocupações que envolvam
a) isolamento social, exposição ao ácido crômico e trabalho perigoso.
b) isolamento social, atividades que geram tensão constante e elevada, e
exposição ao ácido crômico.
c) atividades socialmente desprestigiadas, trabalho perigoso e exposição
ao cloreto de etila.
d) atividades socialmente desprestigiadas, atividades que gerem tensão
constante e elevada, e isolamento social.
e) atividades socialmente desprestigiadas, atividades que gerem tensão
constante e elevada, e exposição ao cloreto de etila.

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Resolução:
Em atividades socialmente desprestigiadas (lixeiros, por exemplo),
atividades que gerem tensão constante e elevada (trabalho perigoso-
transportes coletivos, estabelecimentos bancários, construção civil, por
exemplo), e isolamento social(vigias) observa-se maior concentração de
casos de alcoolismo.
Gabarito 57: D

58- (CESPE - 2013 - SERPRO - Médico do trabalho) Entre trabalhadores


cujas atividades implicam contato com materiais desagradáveis ou
repugnantes, o alcoolismo mostra-se como o distúrbio mental mais típico.
Resolução:
Certo. Uma frequência maior de casos (individuais) de alcoolismo tem sido
observada em determinadas ocupações, especialmente aquelas que se
caracterizam por ser socialmente desprestigiadas e mesmo determinantes
de certa rejeição, como as que implicam contato com cadáveres, lixo ou
dejetos em geral, apreensão e sacrifício de cães, sendo o alcoolismo o
distúrbio mental mais típico entre tais trabalhadores.
Gabarito 58: C

59- (CESPE - 2013 - MPU - Médico do trabalho) Transtornos mentais e


comportamentais devidos ao uso do álcool, alcoolismo crônico relacionado
com o trabalho, devem ser reportados como acidentes do trabalho assim
considerados os fatores de risco relacionados com o emprego e com o
desemprego, condições difíceis de trabalho, bem como circunstância
relativa às condições de trabalho.
Resolução:
Certo. Tais fatores estão envolvidos no alcoolismo crônico relacionado com
o trabalho que, uma vez caracterizado, deve ser considerado como
acidente de trabalho, conforme já visto no curso:

“Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as


seguintes entidades mórbidas:
(...)
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.”

Gabarito 59: C

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60- (CESPE - 2013 - SESA/ES - Médico do trabalho) A respeito da


relação entre alcoolismo e trabalho, julgue os itens abaixo.
1. A ingestão de bebidas alcoólicas por grupo de funcionários após a
jornada de trabalho pode ser considerada uma expressão das estratégias
coletivas de defesa psicológica, considerando a psicodinâmica do trabalho.
2. Não há correlação entre a incidência de alcoolismo e a prática de
determinadas atividades profissionais, haja vista que o alcoolismo
relaciona-se principalmente à predisposição individual.
Resolução:
1. Certo. O consumo coletivo de bebidas alcoólicas associado a situações
de trabalho pode ser decorrente de prática defensiva, como meio de
garantir inclusão no grupo.
2. Errado. Vimos que há correlação entre a incidência de alcoolismo e a
prática de determinadas atividades profissionais:

Atividades socialmente
Alcoolismo observado, com desprestigiadas(Lixeiro);
crônico frequência, em Atividades em que a tensão é
relacionado determinadas constante e elevada(Trabalhos
ao trabalho ocupações perigosos; Trabalho monótono;
etc.); Distanciamento da família.

Gabarito 60: C/E

61- (CESGRANRIO - 2023 - Transpetro - Enfermagem do Trabalho) Uma


enfermeira, que atuava há cinco anos numa enfermaria com índice elevado
de mortes, solicitou à sua chefia que fosse remanejada para outra
enfermaria ou ambulatório que tivesse risco menor ou nulo de
mortalidade, pois estava com exaustão emocional, falta de envolvimento
com o trabalho e despersonalização.
De acordo com essa descrição, a enfermeira desenvolveu
A estresse ocupacional
B síndrome de burnout
C síndrome da servidão voluntária
D estresse pós-traumático
E ansiedade patológica
Resolução:
A descrição dada corresponde à Síndrome de Burnout, caracterizada por
exaustão emocional, falta de envolvimento com o trabalho e

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despersonalização, sintomas típicos dessa condição, especialmente em


profissões com alto estresse emocional.
Gabarito 61: B

62- (PUC/PR - 2012 - FEAES/PR - Enfermeiro do Trabalho) A síndrome


da estafa profissional (síndrome de Burnout) constitui um quadro bem
definido, caracterizado por exaustão emocional, despersonalização e
ineficácia. Sobre essa síndrome, julgue os itens abaixo.
1. A exaustão emocional representa o esgotamento dos recursos
emocionais do indivíduo. É considerado o traço inicial da síndrome e
decorre, principalmente, da sobrecarga e do conflito pessoal nas relações
interpessoais do profissional.
2. As condições de trabalho não têm relação com a síndrome de Burnout,
logo, os aspectos organizacionais da empresa devem ser excluídos de
possível diagnóstico.
3. A síndrome de Burnout se manifesta por psicossomatização e prejuízo
nas relações interpessoais, porém com envolvimento no trabalho e sem
perda na qualidade da assistência ou absenteísmo por parte dos
trabalhadores.
Resolução:
1. Certo. A síndrome de Burnout tem sido descrita como resultante da
vivência profissional em um contexto de relações sociais complexas,
envolvendo a representação que a pessoa tem de si e dos outros.
2. Errado. Vimos que a síndrome de Burnout é um tipo de resposta
prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho.
3. Errado. O trabalhador que antes era muito envolvido afetivamente com
os seus clientes, com os seus pacientes ou com o trabalho em si,
desgasta-se e, em um dado momento, desiste, perde a energia ou se
“queima” completamente. O trabalhador perde o sentido de sua relação
com o trabalho, desinteressa-se e qualquer esforço lhe parece inútil.
Gabarito 62: C/E/E

63- (CESPE – 2023 – TJ/ES – Méd. Trabalho) A psiconeurose profissional


ocorre quando uma dada situação de trabalho reativa conflitos infantis que
permaneciam no inconsciente da pessoa, aumentando o risco de suicídio,
especialmente em pessoas do sexo masculino e portadoras de transtornos
de personalidade narcisista e obsessivo-compulsivo.
Resolução:

99
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A psiconeurose profissional pode ser desencadeada por situações de


trabalho estressantes, mas não há evidências suficientes para afirmar que
ela reativa especificamente conflitos infantis que permaneciam no
inconsciente da pessoa. Além disso, embora o risco de suicídio possa ser
maior em pessoas com certos transtornos de personalidade, não é correto
afirmar que isso se aplica especificamente a pessoas do sexo masculino e
portadoras de transtornos de personalidade narcisista e obsessivo-
compulsivo.
Gabarito 63: E

64- (QUADRIX – 2023 – IIER – Psicólogo) Assinale a alternativa que


apresenta os sintomas mais característicos de burnout.
A. cansaço e improdutividade
B. falta de foco e distanciamento social
C. autoexclusão e cansaço
D. falta de criatividade e falta de inovação
E. exaustão emocional e distanciamento afetivo
Resolução:
Exaustão emocional e distanciamento afetivo (letra E) são dois dos
sintomas mais característicos da síndrome de burnout, que também inclui
uma sensação reduzida de realização pessoal no trabalho.
Gabarito 64: E

65- (FEPESE – 2022 – CASAN – Psicólogo) O funcionário acometido pela


Síndrome de Bournout pode comumente apresentar em seu quadro:
1. Senso de realização pessoal sempre aumentado.
2. Exaustão emocional.
3. Despersonalização.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
A. É correta apenas a afirmativa 1.
B. É correta apenas a afirmativa 2.
C. São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
D. São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
E. São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.
Resolução:
Analisando as alternativas:

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1. Senso de realização pessoal sempre aumentado. Errado. O senso de


realização pessoal geralmente está diminuído, e não aumentado, em
indivíduos com Burnout.
2. Exaustão emocional.
3. Despersonalização.
Logo, são corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
Gabarito 65: D

66- (FCC – 2019 – METRO SP – Enf. Trabalho) Um trabalhador recebeu


o diagnóstico médico de Neurastenia relacionada ao trabalho. Dentre os
fatores desencadeantes dessa doença relacionados à organização do
trabalho, está
A. o ritmo de trabalho acelerado.
B. a inalação de poeira contendo sílica.
C. a exposição prolongada a múltiplos agrotóxicos.
D. o acidente de trabalho típico.
E. a doença arteriosclerótica sistêmica.
Resolução:
A Neurastenia, no contexto do trabalho, está frequentemente associada a
fatores psicossociais, como estresse excessivo devido ao ritmo de trabalho
acelerado. Não está diretamente relacionada a fatores físicos ou químicos,
como a inalação de poeira ou a exposição a agrotóxicos, nem a eventos
pontuais como acidentes de trabalho ou doenças físicas como a
arteriosclerose.
Gabarito 66: A

67- (CEV UECE – 2019 – Pref. Sobral/CE – An. Desenv. Humano)


Estresse é um estado de saúde ou sentimento experimentado quando a
pessoa percebe que “as exigências excedem os recursos pessoais e sociais
que um indivíduo pode mobilizar” (Richard S. Lazarus). Manifesta-se em
cinco níveis de intensidade: alerta, resistência, exaustão, burnout e
karoshi. Atente para a seguinte enunciado, que relata uma situação de
estresse:
“Um engenheiro, que trabalhou em uma empresa por 3 anos, foi
encontrado morto em seu gabinete, na frente de seu computador, cercado
por documentos da empresa. Os procuradores souberam, através dos
responsáveis pela autópsia, que o engenheiro morrera de um choque
cardiogênico. Os pais do engenheiro disseram que ele trabalhava de 16 a
19 horas por dia. Literalmente, ele morreu de tanto trabalhar”.

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Considerando o enunciado acima, é correto afirmar que o nível de estresse


que causou a morte do engenheiro é denominado
A. Resistência.
B. Exaustão.
C. Burnout.
D. Karoshi.
Resolução:
"Karoshi" é um termo japonês que se traduz literalmente como "morte por
excesso de trabalho". Refere-se a uma morte súbita causada por
insuficiência cardíaca ou derrame devido a longas horas de trabalho sem
descanso adequado, geralmente associada a estresse crônico e elevada
pressão no trabalho. O caso descrito se enquadra nessa definição, com o
engenheiro trabalhando de 16 a 19 horas por dia até sua morte por
choque cardiogênico.
Gabarito 67: D

68- (CESPE – 2018 – STJ – Psicologia) No contexto de trabalho, podem


estar presentes variáveis responsáveis pelo adoecimento físico, que, por
sua vez, pode desencadear o adoecimento psicológico — a ansiedade e a
depressão, por exemplo.
Resolução:
No ambiente de trabalho, existem várias condições que podem levar ao
adoecimento físico, como estresse crônico, excesso de trabalho, falta de
descanso adequado, entre outros. Essas condições, por sua vez, podem
desencadear problemas psicológicos como ansiedade e depressão.
Gabarito 68: C

69- (COPEVE – 2018 – UFMG – Psicólogo) A saúde do trabalhador é alvo


de pesquisas, estudos e intervenções. Considerando as alternativas
abaixo, é INCORRETO afirmar que
A. a intensificação dos ritmos de trabalho, com excessiva procura por
eficiência e eficácia, e o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle não
apresentam nexos claros e inequívocos com os quadros de LER/DORT
contemporâneos.
B. o trabalho com características de pouca variabilidade nas atividades,
apresentando uma rotina caracterizada pela monotonia psíquica e
fisiológica, é um fator de risco de adoecimento.
C. a capacidade decisória e a autonomia são fatores que influenciam na
percepção e no limite pessoal de tolerância a dor, assim como no

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transcurso dos quadros de adoecimento, podendo agravar ocorrências pelo


adiamento de intervenções e tratamentos possíveis.
D. as alterações no ambiente de trabalho, ainda que baseadas em estudos
ergonômicos sistemáticos, podem gerar outras formas de adoecimento
relacionadas à organização das tarefas efetivamente realizadas pelos
trabalhadores.
Resolução:
A. Incorreta. A intensificação dos ritmos de trabalho e o aperfeiçoamento
dos mecanismos de controle estão, na verdade, bem relacionados aos
quadros contemporâneos LER/DORT. A pressão por eficiência e eficácia,
combinada com o monitoramento rigoroso, pode levar a práticas de
trabalho que aumentam o risco desses transtornos, devido ao estresse
repetitivo e posturas inadequadas prolongadas.
B. Correta. Trabalhos com pouca variabilidade, que induzem a monotonia
psíquica e fisiológica, são reconhecidos como fatores de risco para o
adoecimento. A falta de diversidade nas tarefas pode contribuir para o
desenvolvimento de LER/DORT e outros problemas de saúde, pois a
repetição contínua de movimentos específicos sem alternância pode levar
a sobrecarga em determinadas partes do corpo.
C. Correta. A capacidade decisória e a autonomia no trabalho podem
influenciar a forma como o trabalhador percebe e lida com a dor, além de
afetar o curso do adoecimento. A possibilidade de tomar decisões e ter
algum controle sobre o próprio trabalho pode mitigar o impacto de tarefas
potencialmente prejudiciais à saúde, enquanto a falta de autonomia pode
agravar as condições de saúde por não permitir ajustes necessários ou a
procura por tratamento adequado de forma tempestiva.
D. Correta. Mesmo alterações no ambiente de trabalho que são baseadas
em estudos ergonômicos e visam melhorar as condições de trabalho
podem, paradoxalmente, introduzir novos riscos ou formas de
adoecimento. Isso pode acontecer se as mudanças não forem
adequadamente adaptadas às reais necessidades dos trabalhadores ou se
não considerarem completamente como as tarefas são executadas na
prática, levando a desajustes entre o trabalho planejado e o trabalho real.
Gabarito 69: A

70- (FCC – 2016 – PGE/MT – Psicólogo) Quadros de sintomas psíquicos


pós-traumáticos podem se desenvolver devido à
A. mera alteração da rotina de trabalho, que gera estresse à sua
adaptação.
B. adoção de novas tecnologias, por sua ameaça ao emprego.

103
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C. vivência de acidentes de trabalho, que envolvam risco de morte ou


ameaça à integridade física.
D. exposição ao sulfeto de carbono, que teve sua relação estabelecida com
a doença em 1856.
E. longas jornadas de trabalho, associadas à dificuldades de sono.
Resolução:
Quadros de sintomas psíquicos pós-traumáticos, como o Transtorno de
Estresse Pós-Traumático (TEPT), são frequentemente desenvolvidos após
experiências extremamente estressantes ou traumáticas que envolvem
risco de morte, ameaça séria à integridade física, ou outras experiências
intensamente negativas. Acidentes de trabalho graves, que colocam em
risco a vida ou a saúde física do indivíduo, são exemplos claros de eventos
que podem desencadear TEPT. A tragédia da ruptura da barragem da Vale
em Brumadinho é um exemplo marcante de como acidentes de trabalho
envolvendo risco de morte ou ameaça à integridade física podem
desencadear quadros de sintomas psíquicos pós-traumáticos entre os
sobreviventes e as comunidades afetadas.
Gabarito 70: C

71- (QUADRIX – 2017 – TERRACAP – Psicólogo) No que diz respeito às


psicopatologias do trabalho, é correto afirmar que ao estresse pós-
traumático corresponda a seguinte afirmação:
A. “Pensar no dia seguinte é uma tortura, meu trabalho é sem sentido e
nada me faz pensar que valha à pena continuar vivo”.
B. “Mesmo sem ganhar horas extras, fico após o expediente, caso
contrário, perco a função”.
C. “Cada vez mais, o número de atividades a serem executadas aumenta;
100% não é mais o limite”.
D. “Eu não consigo atender às demandas, aquele grito não sai da minha
mente”.
E. “Só de pensar em vir trabalhar, tenho taquicardia, sudorese e crise de
choro. Não aguento mais”.
Resolução:
A letra D (“ Eu não consigo atender às demandas, aquele grito não sai da
minha mente”) captura a essência do TEPT, que é frequentemente
desencadeado por uma experiência traumática vivenciada ou
testemunhada pelo indivíduo. No contexto do trabalho, isso pode envolver
incidentes específicos (como um assalto, acidente grave ou uma situação
de violência) que deixam memórias perturbadoras, levando a sintomas
como re-experiências intrusivas, evitação de estímulos associados ao

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trauma, alterações no humor e na cognição, e reações de alerta


exageradas:

Comentários sobre as demais opções:


A. Incorreta. Esta afirmação descreve mais adequadamente sentimentos
associados à depressão, caracterizados por desesperança, falta de sentido
e pensamentos suicidas.
B. Incorreta. Refere-se a uma situação de pressão para trabalhar além do
horário normal, o que pode estar mais relacionado a questões de carga de
trabalho excessiva e medo de perder o emprego, mas não especificamente
ao TEPT.
C. Incorreta. Descreve a sensação de sobrecarga de trabalho, onde as
expectativas e demandas são cada vez maiores, aludindo mais a estresse
ocupacional crônico ou burnout.
E. Incorreta. Embora a ansiedade sobre o trabalho possa ser uma
característica do TEPT, os sintomas descritos (taquicardia, sudorese, crises
de choro) são mais típicos de transtornos de ansiedade generalizados ou
específicos, não sendo exclusivos ao TEPT.
Gabarito 71: D

72- (CESGRANRIO – 2010 – PETROBRÁS – Psicologia) Analise o caso


abaixo.
Diego, 40 anos, solteiro, é psicólogo encarregado de cuidar dos
trabalhadores de uma plataforma de petróleo localizada na Bacia de
Campos. Ele sempre foi um psicólogo atuante na área da saúde mental do
trabalho, sendo considerado pelos amigos um sujeito que trabalhava em
excesso para o bem-estar dos outros. Nos últimos dois meses, apresenta
uma insatisfação crescente com relação ao trabalho que executa, se

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queixa de fortes dores de cabeça, insônia, dores musculares, uma grande


exaustão física e emocional, contrastando, em alguns momentos, fortes
tensões e arrebatadoras ondas de tédio. Começou a faltar ao trabalho sem
justificativa e aumentou consideravelmente o consumo de álcool e de
cigarro, segundo os colegas mais próximos na embarcação.
Emocionalmente, se mostra irritado, sem muita concentração e está mais
distante afetivamente de seus colegas mais chegados. Os sintomas
apresentados por Diego correspondem aos da síndrome de
A. Asperger.
B. Burnout.
C. Kanner.
D. Landau-Kleffner.
E. Munchhausen.
Resolução:
A. Errado. A Síndrome de Asperger é um transtorno do espectro autista
caracterizado por dificuldades na interação social e padrões restritos e
repetitivos de comportamento.
B. Certo. Os sintomas apresentados por Diego, como exaustão física e
emocional, insatisfação com o trabalho, aumento do consumo de álcool e
afastamento social, são indicativos de Burnout.
C. Errado. A referência a Kanner pode estar relacionada ao autismo
infantil, mas não é relevante para o caso apresentado.
D. Errado. A síndrome de Landau-Kleffner é uma condição neurológica que
afeta a linguagem e não está associada aos sintomas descritos por Diego.
E. Errado. A Síndrome de Munchhausen é um transtorno psiquiátrico em
que uma pessoa simula ou causa sintomas de doença em si mesma para
chamar a atenção médica. Não se aplica ao caso de Diego.
Gabarito 72: B

73- (CESGRANRIO – 2009 – BNDES – Psicologia) Quando o indivíduo


desenvolve seu trabalho, seu corpo vai-se modelando às exigências e
necessidades mentais, físicas e de relacionamento de cada função. Diante
de tais exigências, ocorrem várias manifestações, com forte carga
emocional levando a problemas graves, dentre eles a Síndrome de
Burnout. Nese contexto, a Síndrome de Burnout é definida como
A. estado de exaustão total decorrente de esforço excessivo e contínuo.
B. medo contínuo da perda do emprego e sentimento de perseguição .
C. falta de ânimo, descrença na vida e uma profunda sensação de
abandono.

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D. desgaste de energia física ou mental, que pode ser recuperada por meio
de repouso.
E. estado de medo intenso, repentino, acompanhado de imobilidade e
sudorese.
Resolução:
A Síndrome de Burnout é caracterizada por um estado de exaustão
emocional, física e mental devido ao estresse crônico no ambiente de
trabalho.
Gabarito 73: A

74- (CEBRASPE - 2023 - TBG - Técnico de Segurança Júnior) Um


funcionário que faça acompanhamento em grupo contra o alcoolismo e
revele ao médico do trabalho ideação suicida não deve ser considerado
como trabalhador de risco, porque os suicídios ocorrem em eventos
impulsivos, sem que haja sinais prévios.
Resolução:
Ao contrário ao que sugere a afirmação, muitos casos de suicídio são
precedidos por sinais de alerta, como a ideação suicida (pensamentos,
planos ou intenções relacionados ao desejo ou à intenção de se matar). É
fundamental que o ambiente de trabalho promova uma cultura de apoio e
que os profissionais estejam preparados para identificar sinais de risco e
encaminhar os trabalhadores para a assistência adequada.
Gabarito 74: E

75- (FCC - 2018 - DPE AM – Psicologia) O Estresse Ocupacional e


Burnout têm forte implicações na saúde do trabalhador. Como estratégias
de enfrentamento para ambas patologias está o gerenciamento das
condições de trabalho e técnicas de relaxamento. No momento de
identificação e diferenciação das características e sintomas de cada uma, é
importante considerar que
A há no estresse ocupacional a fase de exaustão e no Burnout a
exaustação emocional.
B ambas as patologias são semelhantes e apresentam sintomas físicos e
psicológicos relacionados ao estresse.
C a principal diferença entre ambos está na presença de sintomas
depressivos e irritabilidade.
D tanto o estresse como o Burnout indicam que há baixa realização
profissional.

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E a despersonalização e o contato intenso com outras pessoas intensificam


e caracterizam o Burnout.
Resolução:
A. Errado. A fase de exaustão é uma característica comum tanto do
estresse ocupacional quanto do Burnout. A principal diferença não reside
apenas na fase de exaustão, mas na natureza da exaustão e nas outras
dimensões que caracterizam o Burnout, como a despersonalização e a
diminuição da realização pessoal no trabalho.
B. Errado. Embora ambas as condições compartilhem sintomas
relacionados ao estresse, como cansaço e esgotamento, o Burnout é
especificamente caracterizado por sintomas adicionais como
despersonalização e diminuição da realização pessoal, o que vai além dos
sintomas físicos e psicológicos comuns do estresse ocupacional.
C. Errado. A presença de sintomas depressivos e irritabilidade pode
ocorrer em ambas as condições, mas não é a principal diferença entre
elas.
D. Errado. Embora a baixa realização profissional seja um componente do
Burnout, o estresse ocupacional não implica necessariamente baixa
realização profissional. O estresse ocupacional pode ser resultante de
diversas fontes de pressão no trabalho que não estão diretamente
relacionadas à percepção de realização ou satisfação profissional.
E. Certo. A despersonalização, referindo-se a um estado de distanciamento
e cinismo em relação aos destinatários do seu trabalho, juntamente com o
contato intenso e constante com outras pessoas, são aspectos que
intensificam e caracterizam o Burnout. Essa condição é especialmente
prevalente em profissões que exigem interações frequentes e intensas
com outras pessoas, o que distingue o Burnout do estresse ocupacional,
que pode ocorrer em uma variedade mais ampla de contextos e não
necessariamente envolve despersonalização ou interação intensa com
outras pessoas.
Gabarito 75: E

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Questões apresentadas em aula

1- (CESPE - 2018 - SERPRO - C) aspectos ligados à organização


Médico do trabalho) Os primeiros do trabalho como ritmo,
casos de LER/Dort registrados no aceleração, exigência de tempo e
Brasil datam da década de 80 do falta de autonomia.
século passado, quando foram
D) diminuição da competição entre
descritos como tenossinovite
empresas, em decorrência do
ocupacional.
processo de globalização.
2- (CESPE - 2013 - MTE -
E) modificações introduzidas no
AFT) Cervicalgia, lombalgia, dedo
processo de trabalho, decorrentes
em gatilho e fibromatose da fáscia
de modernização.
palmar são diagnósticos
possivelmente relacionados ao 5- (CESGRANRIO - 2011 -
trabalho e, portanto, podem ser Petrobras - Técnico de
enquadrados como LER/DORT. Segurança)Um programa de
prevenção de Dort/LER deve
3- (CESPE - 2013 - SERPRO -
contemplar a adoção de:
Médico do Trabalho) Tenossinovite
do estiloide radial (de Quervain) A) movimentos repetitivos
está associada a exposições B) movimentos bruscos
ocupacionais que exigem
C) uso de força física
movimentos repetitivos de
polegar, tais como pinça de D) posições forçadas
polegar associada à flexão, E) posturas flexíveis
extensão, rotação ou desvio ulnar
repetido do carpo e o uso 6- (CESGRANRIO - 201) A
prolongado de tesouras. sobrecarga de trabalho em linhas
de produção pode gerar danos ao
4- (CESGRANRIO - 2010 - sistema músculo-esquelético,
Petrobras - Enfermeiro do decorrentes da sua utilização
Trabalho) Nos ambientes laborais, excessiva e falta de tempo de
o crescimento de casos de DORT – recuperação, caracterizando os
LER no Brasil é atribuído a vários distúrbios osteomusculares
fatores, EXCETO por: relacionados ao trabalho (DORT).
A) aspectos relacionados ao Nessa síndrome,
crescimento da informação sobre a A) a etiologia multifatorial facilita
doença e melhor aperfeiçoamento o estabelecimento do nexo causal,
dos técnicos ligados à área de gerando alta prevalência.
saúde do trabalhador
B) a alta prevalência tem sido
B) aspectos biomecânicos como explicada por transformações do
mobiliário inadequado, posturas trabalho e das empresas focadas
viciosas, força e repetitividade. no estabelecimento de metas e
produtividade.

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C) as tendinopatias, expressão os trabalhadores brasileiros. Sobre


clínica mais habitual, as LER/DORT, é correto afirmar
correspondem à primeira causa de que
concessão de auxílio-acidentário.
A) o paciente deverá ficar afastado
D) os fatores de risco são do trabalho ao ser diagnosticado
independentes e devem ser com LER/DORT, independente dos
analisados de forma fatores de risco a que esteja
individualizada. exposto em sua atividade laboral
ou do grau de evolução da doença.
E) os quadros são equiparados aos
acidentes de trabalho de média B) as/os LER/DORT não possuem
gravidade sem a necessidade de fatores de risco psicossociais ou
notificação compulsória. cognitivos.
7- (CESGRANRIO - 2024) O C) as/os LER/DORT englobam
diretor de uma empresa quadros clínicos adquiridos pela
manifestou sua preocupação com população em função das suas
eventuais riscos do ambiente de condições de trabalho, podendo
trabalho. Ele observou que havia apresentar tendinites, lombalgias,
muitos funcionários com lesões compressões de nervos periféricos
por esforço repetitivo e percebeu e perda auditiva induzida por
que o mobiliário utilizado no ruído.
escritório precisava ser
D) o encaminhamento ao
modificado, pois era uma fonte de
tratamento e a notificação no
risco.
Sistema de Informação de Agravos
Nesse caso, o risco observado pelo de Notificação (SINAN) devem ser
diretor no ambiente de trabalho é realizados, uma vez estabelecido o
classificado como risco diagnóstico de LER/DORT em um
trabalhador.
A) ergonômico
9- (CEBRASPE - 2023)
B) químico
Atividades extralaborais
C) biológico geralmente são consideradas
D) orgânico causas importantes de quadros
musculoesqueléticos semelhantes
E) Físico
aos casos de LER/DORT.
8- (FUNCERN - 2023 -
10- (FGV - 2021 - IMBEL -
Prefeitura de Junco do Seridó - PB
Médico do Trabalho) As opções a
– Fisioterapeuta) Segundo o
seguir apresentam fatores de risco
estudo Saúde Brasil 2018, do
para LER/Dort, à exceção de uma.
Ministério da Saúde, as Lesões por
Assinale-a.
Esforços Repetitivos (LER) e os
Distúrbios Osteomusculares A) Dimensões do posto de
Relacionados ao Trabalho (DORT) trabalho.
são as doenças que mais afetam B) Pressão mecânica localizada.

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C) Posturas que modificam a a identificação entre o trabalhador


geometria musculoesquelética. e o resultado do seu trabalho.
D) Fatores organizacionais e D A liquefação dos valores trazidos
psicossociais ligados ao trabalho. pela modernidade e que
conformaram o solidarismo social
E) Trabalho em regime de “home
sublinha o cooperativismo, que se
office”.
alia à luta sindical, como forma de
11- (UFMA - 2016 - UFMA – ação efetiva.
Psicólogo) No assédio
E A condição do trabalhador é
organizacional, o alvo é amplo,
naturalmente vulnerável sempre
isto é, várias pessoas de uma
que aquele que lhe dá ordens
mesma equipe ou um grupo com
ultrapassa as fronteiras inerentes
um perfil específico podem ser
ao poder diretivo do empregador.
atingidas, com o intuito de
aumentar a produtividade e o 13- (SELECON – 2023 –
ritmo de trabalho por meio de CREA/RJ – Psicologia) De acordo
intimidações e coações. com Dejours (1985), a
psicopatologia do trabalho tem
12- (FAURGS - 2023 - UFRGS –
como objeto de estudo:
Administrador) Assinale a
afirmativa que melhor explica o A. a doença mental
porquê de o assédio moral
B. as patologias psíquicas
organizacional adoecer os
trabalhadores de acordo com o C. o sofrimento no trabalho
livro Estado, poder e assédio D. a desarmonia no ambiente de
(GEDIEL, 2015). trabalho
A Adoecimento mental é a tônica E. o trabalho dos psicólogos
dos tempos atuais, isso porque a organizacionais
tomada de força de trabalho dá-se
14- (Prof. Charles)
hoje de forma acentuada no
Considerando as teorias
campo do braçal e do repetitivo.
contemporâneas sobre
B A educação que os psicodinâmica e psicopatologia do
empregadores e seus prepostos na trabalho, que enfatizam a
cadeia de comando receberam da complexidade das relações entre
família é oposta ao tratamento as condições laborais e o bem-
que dispensam aos seus estar psíquico dos trabalhadores,
subordinados, transferindo a figura analise as afirmativas a seguir e
do próprio pai conciliador, identifique a opção que
personificada no momento de corretamente descreve os
transmissão das diretrizes conceitos de sofrimento criativo e
empresariais. sofrimento patológico no contexto
C O trabalho em equipe nada mais do trabalho.
é do que um recurso que permite

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I. O sofrimento criativo é um E) I, II, III e IV.


conceito que descreve a
15- (CESGRANRIO - 2012 -
capacidade do trabalhador de
Petrobras - Psicólogo Júnior) A
transformar experiências laborais
associação entre o adoecimento
adversas em fontes de realização
psíquico e o mundo laboral é tema
pessoal e profissional,
de uma série de pesquisas no
contribuindo assim para o seu
campo da psicologia.
desenvolvimento psíquico e
fortalecimento da identidade Do ponto de vista psicodinâmico,
profissional. um trabalho que promove o
equilíbrio psíquico se caracteriza
II. O sofrimento patológico,
por
diferentemente do sofrimento
criativo, é caracterizado pela A distinguir-se pela inexistência de
incapacidade do trabalhador de fatores produtores de angústia,
mobilizar recursos psíquicos para associada à ausência de ameaças
lidar com as pressões laborais, à integridade física, e pela
resultando em manifestações de percepção de justiça na relação
adoecimento mental, como a entre o custo do trabalho e a
síndrome de burnout, depressão e remuneração.
ansiedade. B distinguir-se pela ausência de
III. O conceito de sofrimento regularidade, repetitivi- dade e
criativo sugere que qualquer forma monotonia das tarefas, associada
de sofrimento no ambiente de à possibilidade de escolher o seu
trabalho é benéfica e necessária modo operatório e modificá-lo de
para o crescimento profissional do acordo com as circunstâncias
trabalhador, independentemente pessoais e do trabalho.
de suas condições de trabalho e C produzir o equilíbrio do ponto de
das relações interpessoais no local vista fisiológico, entendido como a
de trabalho. variação normal das substâncias
IV. O sofrimento patológico ocorre corporais em torno de valores
exclusivamente em ambientes de fixos.
trabalho com alta demanda física, D produzir satisfação das
sendo raramente observado em necessidades materiais e sociais, e
profissões que exigem maior carga por promover o reconhecimento
cognitiva ou emocional. pessoal do trabalhador e permitir
É correto o que se afirma em: o crescimento pessoal e
profissional
A) I e II, apenas.
E oferecer um campo de ação
B) II e IV, apenas.
onde o trabalhador possa
C) I, II e III, apenas. concretizar suas aspirações, suas
ideias, exercer sua imaginação e
D) III e IV, apenas.
dar vazão a seu desejo, adaptando

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seu trabalho aos seus estados contribuir para o sofrimento no


corporal e psicológico. trabalho.
16- (Prof. Charles) No contexto C) Implementar políticas de saúde
das relações de trabalho mental que incluam programas de
contemporâneas, a dialética entre apoio psicológico e a promoção de
sofrimento e prazer emerge como uma cultura organizacional que
um fenômeno complexo e valorize o bem-estar dos
multifacetado, influenciando trabalhadores, reconhecendo a
diretamente a saúde mental, a importância do equilíbrio entre
produtividade e a satisfação dos vida profissional e pessoal.
trabalhadores. O sofrimento no
D) Focar unicamente na
trabalho pode se manifestar sob
fiscalização do cumprimento de
diversas formas, incluindo a
normas de segurança e saúde
pressão por metas inatingíveis,
ocupacional, desconsiderando
conflitos interpessoais e a
aspectos relacionados ao bem-
sensação de falta de
estar psicológico e à satisfação no
reconhecimento. Por outro lado, o
trabalho.
prazer no trabalho pode advir do
senso de realização, E) Promover a automatização de
reconhecimento profissional e do todas as tarefas repetitivas e
desenvolvimento de relações potencialmente estressantes,
positivas no ambiente de trabalho. assumindo que a eliminação do
Considerando o papel da gestão esforço físico e cognitivo
organizacional e os conceitos de redundante é suficiente para
sofrimento e prazer no trabalho, garantir o prazer no trabalho.
assinale a opção que melhor 17- (CESGRANRIO – 2012 –
descreve uma ação eficaz para PETROBRÁS – Psicologia) Uma
promover um equilíbrio saudável consequência severa do estresse é
entre sofrimento e prazer no a estafa ou síndrome de Burnout,
ambiente de trabalho. classificada no CID-10 como
A) Priorizar exclusivamente a Esgotamento, cujas características
eliminação de fatores de principais são as seguintes:
sofrimento no trabalho, sem A. derivar de um episódio agudo
considerar a promoção de fatores de exposição a um estressor no
que geram prazer e satisfação ambiente de trabalho, bem como
para os trabalhadores. ser marcada pelos sintomas de
B) Fomentar a realização de fadiga, hostilidade a outras
atividades de team building e pessoas e baixa motivação.
integração social fora do ambiente B. derivar da exposição crônica ao
de trabalho, sem intervir nas estresse no ambiente de trabalho,
práticas gerenciais e bem como apresentar exaustão
organizacionais que possam

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emocional, despersonalização e A Fibromialgia


redução da realização pessoal.
B Síndrome de Burnout
C. derivar de atividades
C Transtorno de Personalidade
profissionais com alto nível de
Narcísica
controle, bem como apresentar
sintomas exclusivamente físicos, D Transtorno de Personalidade
como úlceras e cardiopatias, além Histriônica
de ter caráter transitório e E Transtorno de Personalidade
episódico. Antissocial
D. definir as três etapas de 19- (VUNESP – 2024) “É um
alarme, resistência e exaustão, tipo de resposta prolongada a
além de esvair-se no período estressores emocionais e
máximo de poucas horas de interpessoais crônicos no trabalho.
descanso. Tem sido descrita como resultante
E. apresentar discrepância entre a da vivência profissional em um
percepção do estado do contexto de relações sociais
trabalhador e o estado por ele complexas, envolvendo a
desejado, além de trazer prejuízos representação que a pessoa tem
objetivos à sua produtividade e de si e dos outros. O trabalhador
motivação. que antes era muito envolvido
afetivamente com os seus clientes,
18- (CESGRANRIO - 2016 -
com os seus pacientes ou com o
UNIRIO – Psicólogo) Um psicólogo
trabalho em si, desgasta-se e, em
hospitalar que trabalha em uma
um dado momento, desiste, perde
UTI, devido à exposição à rotina
a energia ou se ‘queima’
de casos entre a vida e a morte,
completamente. O trabalhador
comum entre seus pacientes,
perde o sentido de sua relação
desenvolve uma síndrome
com o trabalho, desinteressa-se e
decorrente da prevalência de
qualquer esforço lhe parece inútil”.
estresse, caracterizada por
A descrição refere-se a(o):
esgotamento emocional e psíquico
com desenvolvimento de imagem A Neurastenia.
negativa de si, atitudes negativas B Episódio Depressivo.
em relação ao trabalho,
C Transtorno de Ansiedade
despersonalização e desinteresse
Generalizada.
pelos seus pacientes. Além de se
ausentar do trabalho com mais D Síndrome de Burnout.
frequência, vem desenvolvendo E Estado de Estresse Pós-
comportamento cínico, em relação Traumático.
aos seus colegas de trabalho, e
dependência de álcool. 20- (FGV - 2024 - Residente (TJ
RJ)/Psicólogo) O álcool é uma
O quadro patológico descrito na droga lícita e, na nossa sociedade,
história é característico de é a substância psicoativa usada

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com mais frequência. Sobre o se encontra frequentemente


transtorno por uso de álcool é perturbado, geralmente por
correto afirmar que insônia terminal. Relata diminuição
do apetite e perda de peso.
A transtornos relacionados ao
Sintomas de ansiedade também
álcool colaboram para
são muito frequentes. Diante do
absenteísmo no emprego,
exposto, o psicólogo está diante
acidentes relacionados ao trabalho
de um quadro de:
e baixa produtividade.
A Episódio depressivo.
B o transtorno por uso de álcool
está associado a declínio B Transtorno de Pânico.
significativo no risco de acidentes
C Síndrome de despersonalização
de trânsito, violência doméstica e
-desrealização.
suicídio.
D Estado de estresse pós-
C a ingestão de bebidas alcoólicas,
traumático.
mesmo socialmente e em
pequenas doses, já é um critério E Síndrome de Burnout.
para o diagnóstico da dependência 22- (CESPE – 2023 – TJ/ES –
alcoólica. Méd. Trabalho) A depressão
D como a abstinência de álcool desencadeada pelo contexto de
pode ser desagradável e intensa, trabalho — quadro que, muitas
os indivíduos interrompem o uso vezes, se manifesta por meio de
para evitar ou aliviar os sintomas expressões somáticas de mal-
de abstinência. estar ou doenças, acidentes de
trabalho, alcoolismo, absenteísmo
E o consumo intenso do álcool
— é o transtorno mental mais
pelos pares e formas inadequadas
associado ao suicídio.
de enfrentamento de estresse são
fatores ambientais de proteção 23- (CESGRANRIO - 2018 -
para o alcoolismo. Banco da Amazônia - Medicina do
Trabalho) As mudanças ocorridas
21- (VUNESP - 2024) Um
no mundo do trabalho, nas últimas
funcionário, em contato com o
décadas, resultaram em riscos
psicólogo responsável, relata os
emergenciais para a saúde dos
seguintes sintomas - humor triste,
trabalhadores. Nesse contexto,
perda do interesse e prazer nas
surgem os chamados riscos
atividades cotidianas, sensação de
psicossociais, que seriam a raiz do
fadiga, dificuldade de
quadro de exaustão emocional,
concentração, baixa autoestima e
desumanização e reduzida
autoconfiança, desesperança,
realização pessoal no trabalho,
ideias de culpa e inutilidade,
que configuram a Síndrome de
visões desoladas e pessimistas do
Burnout.
futuro, ideias ou atos suicidas.
Questionado, diz ainda que o sono Avaliando-se o grau de demanda
psicológica e o grau de controle

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sobre a atividade laboral, qual os motoristas possuem alto risco


situação representa um risco para dor lombar e outras
maior para o surgimento dessa desordens vertebrais.
síndrome?
26- (CESPE - 2014 - Caixa -
A Baixa demanda psicológica e Médico do Trabalho) Para um
alto controle laboral trabalhador que, por fazer uso
prolongado e diário de telefone
B Baixa demanda psicológica e
apoiado entre a orelha e o ombro
baixo controle laboral
na atividade de teleatendimento a
C Alta demanda psicológica e alto clientes, tenha desenvolvido sinais
controle laboral de compressão do feixe
D Alta demanda psicológica e neurovascular do membro superior
baixo controle laboral esquerdo, o diagnóstico mais
provável de DORT é a epicondilite.
E Demanda psicológica, apenas
27- (CESPE – 2019 -
24- (VUNESP - 2012 - SPTrans -
UNIPAMPA/RS – Médico do
Médico do Trabalho) As dorsalgias,
Trabalho) A síndrome do
de um modo geral, quando
desfiladeiro torácico relaciona-se a
descritas como ocupacionais,
um conjunto de sinais e sintomas
podem estar associadas a:
neurovasculares localizados na
I. atividades que envolvem cabeça, pescoço, ombros e
contratura estática ou membros superiores, causado pela
imobilização, por tempo compressão do plexo braquial por
prolongado, de segmentos estruturas musculoesqueléticas.
corporais;
28- (CESPE - 2019 - TCU -
II. tensão crônica; Analista de Controle Externo –
III. elevação e abdução dos braços Medicina) Dor ciática, lombalgia e
acima da altura dos ombros; moléstia de Dupuytren não são
classificadas como LER/DORT, em
IV. vibrações. face de sua origem não estar
Estão corretas as afirmativas relacionada diretamente com o
contidas em trabalho.

a) I e II, apenas. 29- (CESPE - 2011 - FUB -


Médico do trabalho) Uma das
b) I e III, apenas.
características básicas dos casos
c) II e III, apenas. de LER/DORT é o acometimento
d) II, III e IV, apenas. tanto dos membros superiores
quanto dos inferiores.
e) I, II, III e IV.
30- (CESPE - 2018 - SERPRO -
25- (Prof. Charles ) Evidências Médico do trabalho) De acordo
epidemiológicas têm indicado que, com o Ministério da Saúde,
dentre as classes trabalhadoras, lombalgias não podem ser

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classificadas como quadros de doenças relacionadas ao ambiente


LER/Dort. de trabalho, julgue os próximos
itens.
31- (CESPE - 2014 - TRE-AL -
Técnico de enfermagem) As lesões 1. LER/DORT caracteriza-se pela
por esforços repetitivos (LER) ou ocorrência de vários sintomas
doenças osteomusculares concomitantes ou não, como dor,
relacionadas ao trabalho (DORT) parestesia, sensação de peso, de
são doenças do trabalho que fadiga e de aparecimento
acometem tendões, articulações, insidioso, geralmente nos
músculos, nervos, fáscias e membros inferiores.
ligamentos e que podem causar 2. Assim como os fatores
incapacidades e trazer ergonômicos, os aspectos mentais,
conseqüências socioeconômicas psicológicos e sociais contribuem
significativas. para o aparecimento, manutenção
32- (CESPE - 2010) Por e(ou) mesmo perpetuamento dos
definição, LER/DORT engloba casos de DORT.
apenas os distúrbios relacionados 36- (CESPE - 2020 - BRB -
à região cervical, à cintura Engenheiro de Segurança do
escapular ou aos membros Trabalho) As LER/DORT tratam-se
superiores. de afecções multifatoriais cuja
33- (UFBA - 2009 - UFBA - abordagem implica investigação
Terapeuta Ocupacional) Sobre as das exigências biomecânicas,
lesões por esforços repetitivos e as cognitivas, sensoriais e afetivas
doenças osteomusculares das atividades de trabalho.
relacionadas ao trabalho 37- (CESPE - 2018 - SERPRO -
(LER/DORT), pode-se concluir: Médico do trabalho) As LER/Dort
1. São afecções que atingem, são danos decorrentes da
principalmente, pescoço, região utilização excessiva imposta ao
pélvica e membros inferiores. sistema musculoesquelético,
associada à falta de tempo para
34- (CESPE - 2008 - STF -
recuperação.
Analista Judiciário – Medicina) A
síndrome de LER/DORT 38- (Quadrix - 2022 -
caracteriza-se por dor, parestesia, DATAPREV - Médico do Trabalho)
fadiga e sensação de peso, de Assinale a alternativa em que não
surgimento insidioso e se aponta um fator de risco para
relacionadas ao trabalho que desenvolvimento de DORT
ocorrem de forma concomitante (Doenças Osteomusculares
ou não, geralmente nos membros Relacionadas ao Trabalho).
superiores (mas também podem a) Fatores ergonômicos.
ocorrer nos membros inferiores).
b) Pausas freqüentes na rotina da
35- (CESPE - 2011 - FUB - tarefa.
Médico do trabalho) A respeito de

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c) Atividades que exigem grande 2. Alguns dos principais fatores


número de repetições. predisponentes na incidência de
d) Monotonia da tarefa. DORT são a repetitividade de
movimentos, a manutenção de
e) Falta de controle sobre a forma
posturas inadequadas por tempo
de desenvolver a tarefa.
prolongado, o esforço físico, a
39- (CESPE - 2013 - STF – Anal. invariabilidade de tarefas, a
Jud. - Medicina do Trabalho) O pressão mecânica sobre
estresse no trabalho é fator determinados segmentos do
predisponente para o corpo.
aparecimento de doenças
42- (CESPE - 2014 - STJ -
osteoarticulares relacionadas ao
Analista Judiciário – Psicologia)
trabalho.
1. Há um relativo consenso na
40- (CESPE - 2014 - SERPRO -
literatura científica de que a
Médico do trabalho) A frequente
gênese e a evolução de LER/DORT
ocorrência de LER/DORT ratificou
são por definição, de natureza
o conceito de que o trabalho
multicausal; portanto, os postos
envolvendo esforço físico é mais
de trabalho são tão- somente um
desgastante que o trabalho
dos fatores que podem contribuir
envolvendo esforço mental.
para a propagação desses
41- (FUNIVERSA - 2020 - CEB – distúrbios.
Psicólogo - Adaptada) As Lesões 2. Os aspectos relativos à
por Esforços Repetitivos (LER), organização do trabalho —
também conhecidas como normas, forma de controle,
Distúrbios Osteomusculares horários e metas de produtividade
Relacionados ao Trabalho (DORT), — não têm importância na origem
ou ainda, como patologias por de casos de LER/DORT entre os
hipersolicitação, tornaram-se uma trabalhadores.
epidemia com o advento da
43- (CESGRANRIO - 2011 -
reestruturação produtiva e da
Petrobrás – Eng. de Segurança)
terceirização. Elas são afecções
Diversos são os fatores de risco
ocupacionais que expressam um
que predispõem ao aparecimento
dos sofrimentos advindos da
de Distúrbios Osteomusculares
relação do trabalhador com o
Relacionados ao Trabalho (DORT),
trabalho. Com base na temática
tais como fatores organizacionais e
DORT, julgue o item abaixo.
biomecânicos. Esses fatores
1. Os DORT abrangem quadros apresentam como características
clínicos que afetam o sistema moduladoras, que potencializam o
musculoesquelético adquiridos risco, a
pelo trabalhador submetido a
a) intensidade, a frequência e a
determinadas condições de
repetitividade.
trabalho, para os quais não há
uma causa única de ocorrências.

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b) intensidade, a frequência e a na face lateral das coxas. Na


duração. última semana, apresentou
c) frequência, a duração e a dificuldade para a execução de
monotonia. tarefas simples, tais como abrir
latas, escovar os dentes e pentear
d) frequência, a duração e a
os cabelos. Grávida de 26
repetitividade.
semanas, a paciente foi submetida
e) frequência, a monotonia e a a teste de tolerância oral à glicose
repetitividade (TTOG) com sobrecarga de 75 g
44- (CESPE – 2011 - TRE/PR – de glicose, que foi realizado na 1.ª
Médico do Trabalho) As exigências hora e na 2.ª hora, com resultados
cognitivas envolvidas no trabalho, de 180 mg% e 160 mg%,
por causarem aumento da tensão respectivamente.
muscular ou reação mais Com base no quadro clínico
generalizada de estresse, são hipotético acima, julgue o item
consideradas fatores de risco para subsequente.
LER/DORT.
Os sintomas apresentados pela
45- (CESPE - 2011 – Correios - paciente em questão não podem
Médico do trabalho) Dor aguda e ser atribuídos a LER/DORT, uma
contínua, acompanhada de vez que ela também apresenta
sensação de desconforto, peso ou parestesia em membros inferiores,
formigamento, é o sintoma inicial o que exclui esse diagnóstico.
de LER/DORT.
47- (Prof.Charles)
46- (CESPE - 2011 - STM -
1. O tratamento cirúrgico das
Analista Judiciário - Clínica
LER/DORT tem-se mostrado
Médica) Uma mulher com 34 anos
bastante útil, apresentando
de idade, taquígrafa de órgão da
resultado satisfatório em todos os
administração pública federal, cujo
tipos de LER/DORT.
ritmo de trabalho intenso
compreende apanhamento 2. Não é atribuição exclusivamente
taquigráfico e revisão de textos no médica o tratamento das
computador, havia 6 meses, LER/DORT.
apresentava dor e parestesia em 48- (CESPE - 2008 - STF -
mãos, que se agravaram, nos Analista Judiciário – Medicina) A
últimos 2 meses, na mão direita, Comunicação de Acidente de
apresentando piora, Trabalho (CAT) somente deve ser
principalmente, no período da emitida nos casos confirmados de
noite. No último mês, houve LER/DORT que acarretem
mutirão em seu trabalho, e ela incapacidade laborativa e
computou 20 horas de serviços necessidade de afastamento do
extraordinários por semana. A trabalho.
partir de então, notou o
49- (CESPE – 2016 - TRT8 –
surgimento de parestesia também
Médico do Trabalho) Em relação às

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lesões por esforços repetitivos importantes as evidências de


(LER) e aos distúrbios fatores causais (tumores, cistos
osteomusculares relacionados ao etc.).
trabalho (DORT), assinale a opção e) Considera-se esforço
correta. repetitivo o movimento músculo-
a) A carga estática está presente esquelético que ultrapassa vinte
quando um membro é mantido em oscilações por minuto, com
uma posição que aumenta o qualquer tipo de carga mecânica,
esforço cortante e diminui o ou quarenta oscilações por
momento fletor a ponto de extra minuto, para situações sem carga
tensionar os tecidos e as mecânica.
estruturas ativadas. 50- (FUMARC – 2023 – ALMG –
b) Os fatores de risco para An. Legislativo) Analise as
LER/DORT não são independentes, assertivas abaixo acerca da
interagem entre si e devem ser temática “assédio moral no
sempre analisados de forma trabalho” identificando-as com V
integrada. Esses fatores envolvem ou F, conforme sejam verdadeiras
aspectos biomecânicos, cognitivos, ou falsas:
sensoriais, afetivos e de
I -O assédio moral pode
organização do trabalho. Por
repercutir em diferentes esferas:
exemplo, fatores organizacionais
pessoal, organizacional e
como carga de trabalho e pausas
relacional.
para descanso podem controlar
fatores de risco de frequência e de II- Podemos considerar o assédio
intensidade moral como uma característica
essencialmente de organizações
c) Uma dor contínua, que pode
públicas.
persistir mesmo ao repouso, é
sinal sugestivo de LER/DORT. A III - No Brasil, o termo assédio
dor ao movimento, chamada dor moral contempla as palavras
mecânica, é sugestiva de um assédio, da área psicológica, e
provável processo inflamatório, moral, que remete a uma
que inclui a dor noturna. Por outro perspectiva de bem ou mal.
lado, a dor protocinética, com IV - O assédio moral no trabalho
melhora no decorrer da pode ser caracterizado por
persistência do movimento, é comportamentos persistentes,
indicativa de osteoporose. prejudiciais e indesejáveis que
d) O diagnóstico das síndromes contribuem para um desequilíbrio
compressivas neurais é definido de poder entre o agressor e a
basicamente por protocolos vítima.
eletromiográficos, tendo os
A sequência CORRETA, de cima
achados clínicos papel secundário.
para baixo, é:
Entretanto, para o planejamento
terapêutico cirúrgico, tornam-se A. F; V; F; F.

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B. F; V; F; V. extremas de violência psicológica


no trabalho, de natureza
C. V; F; V; F.
processual, pessoalizada, mal-
D. V; F; V; V. intencionada e agressiva.
51- (FCC – 2017 – DPE/RS – Entendemos que o assédio
Psicólogo) O assédio moral moral se configura como um
organizacional contempla conjunto articulado de armadilhas
interações entre o indivíduo e a preparadas, premeditadas,
organização ou a administração da repetitivas e prolongadas. Os
empresa, as quais utilizam de comportamentos hostis ocorrem
violência e da hostilização, na repetidas vezes e por um período
formulação de procedimentos e de tempo estendido. Sua prática é
políticas organizacionais, de modo permeada de intencionalidade no
sentido de querer prejudicar,
A. declarado e pejorativo, na
anular ou excluir um ou alguns
forma de orientação autoritária,
alvos escolhidos.” (SOBOLL, L. A.
manifestada na figura de um chefe
(org.). Intervenções em
que é visto por todos de sua
assédio moral e
equipe como um ditador.
organizacional. São Paulo: LTr,
B. assertivo e pontual, na forma 2017).
de mecanismos de dominação
De acordo com a autora, os
evidenciados, tendo que
elementos essenciais para que a
necessariamente existir um
conduta seja identificada como
agressor personalizado.
assédio moral são, EXCETO:
C. dissimulado e sádico, na forma
A. Atos isolados também se
de submissão ofensiva,
configuram como assédio moral,
personificado em um agressor que
ou seja, pode ser configurado
sempre ocupará uma função de
imediatamente após a primeira
autoridade na hierarquia.
atitude hostil, com intuito de
D. continuado e crônico, na forma constranger a vítima, bem como
de mecanismos de gestão causar-lhe violência psicológica no
abusivos, sem necessariamente ambiente do trabalho.
existir um agressor personalizado.
B. O alvo das agressões deve ser
E. perturbado e dissociado, na uma pessoa específica, pois o
forma de coaching de carreira, processo de perseguição não
sem necessariamente existir um ocorre de maneira generalizada
assessor externo. para todo o grupo.
52- (FUMARC – 2023 – ALMG – C. O assédio moral tem a intenção
Psicólogo) Sobre o assédio moral, de prejudicar, anular ou excluir a
Soball (2017) afirma que: vítima, anulando seus espaços de
“Reservamos o termo assédio ação ou forçando seu
moral para descrever situações desligamento (voluntário ou não)

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de um projeto, função ou do 55- (Prof. Charles) Joana, uma


emprego. funcionária de uma grande
corporação, relata sentir-se
D. Violência psicológica inclui
constantemente marginalizada e
condutas e omissões que induzem
menosprezada por seus colegas
ao desconforto, que humilham ou
devido à sua orientação sexual.
ofendem a vítima.
Além disso, ela observa que
53- (QUADRIX – 2017 – reclamações similares de outros
TERRACAP – Psicólogo) Assinale a colegas não são adequadamente
alternativa que apresenta efeito endereçadas pela gerência.
das práticas de assédio moral nas
Considerando a situação de Joana,
organizações.
qual deve ser a abordagem mais
A. diminuição do absentismo e dos adequada pela gestão para
acidentes no trabalho enfrentar o problema de assédio e
B. aumento da eficácia, da discriminação no ambiente de
eficiência, da produtividade e da trabalho, garantindo um espaço
competitividade organizacional seguro e inclusivo para todos os
funcionários?
C. deficit da qualidade dos
produtos e melhoria dos serviços A) O estabelecimento de um
comitê específico, composto por
D. deterioração da imagem da
membros treinados de diversos
empresa
departamentos, responsável pelo
E. proteção de sanções recebimento, análise e
econômicas e certificações de acompanhamento das denúncias,
qualidade assegurando a confidencialidade e
54- (Prof. Charles) O prazer no o anonimato dos envolvidos.
trabalho pode ser potencializado B) Ignorar as reclamações,
por: presumindo que se resolverão por
A) Redução do número de tarefas si mesmas.
atribuídas a cada trabalhador. C) Incentivar Joana a se adaptar
B) Estruturas hierárquicas rígidas melhor ao ambiente de trabalho
e controle minucioso das para evitar conflitos.
atividades. D) A imposição de uma política de
C) Iniciativas que promovem o tolerância zero que resulte na
reconhecimento das conquistas demissão imediata de qualquer
individuais e coletivas. funcionário mencionado em uma
denúncia, independentemente da
D) Isolamento dos trabalhadores apuração dos fatos.
para evitar distrações.
E) A realização de reuniões
E) Aumento da carga horária para mensais para discutir abertamente
garantir a conclusão das tarefas. todas as denúncias recebidas, com

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a participação de todos os 59- (CESPE - 2013 - MPU -


funcionários, incluindo os Médico do trabalho) Transtornos
denunciados. mentais e comportamentais
devidos ao uso do álcool,
56- (CESPE - 2010 - MS –
alcoolismo crônico relacionado
Médico do Trabalho - Adaptada)
com o trabalho, devem ser
Não existe correlação estabelecida
reportados como acidentes do
entre o tipo de trabalho e o
trabalho assim considerados os
desenvolvimento de alcoolismo.
fatores de risco relacionados com
57- (CESPE - 2012 - TJ-AL - o emprego e com o desemprego,
Analista Judiciário - Medicina do condições difíceis de trabalho, bem
Trabalho) Observa-se maior como circunstância relativa às
concentração de casos de condições de trabalho.
alcoolismo, problema de saúde
60- (CESPE - 2013 - SESA/ES -
pública, em ocupações que
Médico do trabalho) A respeito da
envolvam
relação entre alcoolismo e
a) isolamento social, exposição ao trabalho, julgue os itens abaixo.
ácido crômico e trabalho perigoso.
1. A ingestão de bebidas alcoólicas
b) isolamento social, atividades por grupo de funcionários após a
que geram tensão constante e jornada de trabalho pode ser
elevada, e exposição ao ácido considerada uma expressão das
crômico. estratégias coletivas de defesa
c) atividades socialmente psicológica, considerando a
desprestigiadas, trabalho perigoso psicodinâmica do trabalho.
e exposição ao cloreto de etila. 2. Não há correlação entre a
d) atividades socialmente incidência de alcoolismo e a
desprestigiadas, atividades que prática de determinadas atividades
gerem tensão constante e elevada, profissionais, haja vista que o
e isolamento social. alcoolismo relaciona-se
principalmente à predisposição
e) atividades socialmente
individual.
desprestigiadas, atividades que
gerem tensão constante e elevada, 61- (CESGRANRIO - 2023 -
e exposição ao cloreto de etila. Transpetro - Enfermagem do
Trabalho) Uma enfermeira, que
58- (CESPE - 2013 - SERPRO -
atuava há cinco anos numa
Médico do trabalho) Entre
enfermaria com índice elevado de
trabalhadores cujas atividades
mortes, solicitou à sua chefia que
implicam contato com materiais
fosse remanejada para outra
desagradáveis ou repugnantes, o
enfermaria ou ambulatório que
alcoolismo mostra-se como o
tivesse risco menor ou nulo de
distúrbio mental mais típico.
mortalidade, pois estava com
exaustão emocional, falta de

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envolvimento com o trabalho e 63- (CESPE – 2023 – TJ/ES –


despersonalização. Méd. Trabalho) A psiconeurose
profissional ocorre quando uma
De acordo com essa descrição, a
dada situação de trabalho reativa
enfermeira desenvolveu
conflitos infantis que permaneciam
A estresse ocupacional no inconsciente da pessoa,
B síndrome de burnout aumentando o risco de suicídio,
especialmente em pessoas do sexo
C síndrome da servidão voluntária
masculino e portadoras de
D estresse pós-traumático transtornos de personalidade
E ansiedade patológica narcisista e obsessivo-compulsivo.
64- (QUADRIX – 2023) Assinale
62- (PUC/PR - 2012) A síndrome a alternativa que apresenta os
da estafa profissional (síndrome sintomas mais característicos
de Burnout) constitui um quadro de burnout.
bem definido, caracterizado por
exaustão emocional, A. cansaço e improdutividade
despersonalização e ineficácia. B. falta de foco e distanciamento
Sobre essa síndrome, julgue os social
itens abaixo.
C. autoexclusão e cansaço
1. A exaustão emocional
D. falta de criatividade e falta de
representa o esgotamento dos
inovação
recursos emocionais do indivíduo.
É considerado o traço inicial da E. exaustão emocional e
síndrome e decorre, distanciamento afetivo
principalmente, da sobrecarga e 65- (FEPESE – 2022 – CASAN –
do conflito pessoal nas relações Psicólogo) O funcionário acometido
interpessoais do profissional. pela Síndrome de Bournout pode
2. As condições de trabalho não comumente apresentar em seu
têm relação com a síndrome de quadro:
Burnout, logo, os aspectos 1. Senso de realização pessoal
organizacionais da empresa devem sempre aumentado.
ser excluídos de possível
2. Exaustão emocional.
diagnóstico.
3. Despersonalização.
3. A síndrome de Burnout se
manifesta por psicossomatização e Assinale a alternativa que indica
prejuízo nas relações todas as afirmativas corretas.
interpessoais, porém com
A. É correta apenas a afirmativa 1.
envolvimento no trabalho e sem
perda na qualidade da assistência B. É correta apenas a afirmativa 2.
ou absenteísmo por parte dos C. São corretas apenas as
trabalhadores. afirmativas 1 e 2.

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D. São corretas apenas as que o engenheiro morrera de um


afirmativas 2 e 3. choque cardiogênico. Os pais do
engenheiro disseram que ele
E. São corretas as afirmativas 1, 2
trabalhava de 16 a 19 horas por
e 3.
dia. Literalmente, ele morreu de
66- (FCC – 2019) Um tanto trabalhar”.
trabalhador recebeu o diagnóstico
Considerando o enunciado acima,
médico de Neurastenia relacionada
é correto afirmar que o nível de
ao trabalho. Dentre os fatores
estresse que causou a morte do
desencadeantes dessa doença
engenheiro é denominado
relacionados à organização do
trabalho, está A. Resistência.
A. o ritmo de trabalho acelerado. B. Exaustão.
B. a inalação de poeira contendo C. Burnout.
sílica.
D. Karoshi.
C. a exposição prolongada a
68- (CESPE – 2018) No contexto
múltiplos agrotóxicos.
de trabalho, podem estar
D. o acidente de trabalho típico. presentes variáveis responsáveis
pelo adoecimento físico, que, por
E. a doença arteriosclerótica
sua vez, pode desencadear o
sistêmica.
adoecimento psicológico — a
67- (CEV UECE – 2019) Estresse ansiedade e a depressão, por
é um estado de saúde ou exemplo.
sentimento experimentado quando 69- (COPEVE – 2018) A saúde
a pessoa percebe que “as do trabalhador é alvo de
exigências excedem os recursos pesquisas, estudos e intervenções.
pessoais e sociais que um Considerando as alternativas
indivíduo pode mobilizar” (Richard abaixo, é INCORRETO afirmar que
S. Lazarus). Manifesta-se em cinco
A. a intensificação dos ritmos de
níveis de intensidade: alerta,
trabalho, com excessiva procura
resistência, exaustão, burnout e
por eficiência e eficácia, e o
karoshi. Atente para a seguinte
aperfeiçoamento dos mecanismos
enunciado, que relata uma
de controle não apresentam nexos
situação de estresse:
claros e inequívocos com os
“Um engenheiro, que trabalhou quadros de LER/DORT
em uma empresa por 3 anos, foi contemporâneos.
encontrado morto em seu
B. o trabalho com características
gabinete, na frente de seu
de pouca variabilidade nas
computador, cercado por
atividades, apresentando uma
documentos da empresa. Os
rotina caracterizada pela
procuradores souberam, através
monotonia psíquica e fisiológica, é
dos responsáveis pela autópsia,
um fator de risco de adoecimento.

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C. a capacidade decisória e a estresse pós-traumático


autonomia são fatores que corresponda a seguinte afirmação:
influenciam na percepção e no
A. “Pensar no dia seguinte é uma
limite pessoal de tolerância a dor,
tortura, meu trabalho é sem
assim como no transcurso dos
sentido e nada me faz pensar que
quadros de adoecimento, podendo
valha à pena continuar vivo”.
agravar ocorrências pelo
adiamento de intervenções e B. “Mesmo sem ganhar horas
tratamentos possíveis. extras, fico após o expediente,
caso contrário, perco a função”.
D. as alterações no ambiente de
trabalho, ainda que baseadas em C. “Cada vez mais, o número de
estudos ergonômicos sistemáticos, atividades a serem executadas
podem gerar outras formas de aumenta; 100% não é mais o
adoecimento relacionadas à limite”.
organização das tarefas D. “Eu não consigo atender às
efetivamente realizadas pelos demandas, aquele grito não sai da
trabalhadores. minha mente”.
70- (FCC – 2016) Quadros de E. “Só de pensar em vir trabalhar,
sintomas psíquicos pós- tenho taquicardia, sudorese e crise
traumáticos podem se desenvolver de choro. Não aguento mais”.
devido à
72- (CESGRANRIO) Analise o
A. mera alteração da rotina de caso abaixo. Diego, 40 anos,
trabalho, que gera estresse à sua solteiro, é psicólogo encarregado
adaptação. de cuidar dos trabalhadores de
B. adoção de novas tecnologias, uma plataforma de petróleo
por sua ameaça ao emprego. localizada na Bacia de Campos. Ele
sempre foi um psicólogo atuante
C. vivência de acidentes de
na área da saúde mental do
trabalho, que envolvam risco de
trabalho, sendo considerado pelos
morte ou ameaça à integridade
amigos um sujeito que trabalhava
física.
em excesso para o bem-estar dos
D. exposição ao sulfeto de outros. Nos últimos dois meses,
carbono, que teve sua relação apresenta uma insatisfação
estabelecida com a doença em crescente com relação ao trabalho
1856. que executa, se queixa de fortes
dores de cabeça, insônia, dores
E. longas jornadas de trabalho,
musculares, uma grande exaustão
associadas à dificuldades de sono.
física e emocional, contrastando,
71- (QUADRIX – 2017 – em alguns momentos, fortes
TERRACAP – Psicólogo) No que diz tensões e arrebatadoras ondas de
respeito às psicopatologias do tédio. Começou a faltar ao
trabalho, é correto afirmar que ao trabalho sem justificativa e

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aumentou consideravelmente o E. estado de medo intenso,


consumo de álcool e de cigarro, repentino, acompanhado de
segundo os colegas mais próximos imobilidade e sudorese.
na embarcação. Emocionalmente, 74- (CEBRASPE - 2023 - TBG )
se mostra irritado, sem muita Um funcionário que faça
concentração e está mais distante acompanhamento em grupo contra
afetivamente de seus colegas mais o alcoolismo e revele ao médico do
chegados. Os sintomas trabalho ideação suicida não deve
apresentados por Diego ser considerado como trabalhador
correspondem aos da síndrome de de risco, porque os suicídios
ocorrem em eventos impulsivos,
A. Asperger.
sem que haja sinais prévios.
B. Burnout.
75- (FCC - 2018) O Estresse
C. Kanner. Ocupacional e Burnout têm forte
D. Landau-Kleffner. implicações na saúde do
trabalhador. Como estratégias de
E. Munchhausen.
enfrentamento para ambas
73- (CESGRANRIO – 2009 – patologias está o gerenciamento
BNDES – Psicologia) Quando o das condições de trabalho e
indivíduo desenvolve seu trabalho, técnicas de relaxamento. No
seu corpo vai-se modelando às momento de identificação e
exigências e necessidades diferenciação das características e
mentais, físicas e de sintomas de cada uma, é
relacionamento de cada função. importante considerar que
Diante de tais exigências, ocorrem
A há no estresse ocupacional a
várias manifestações, com forte fase de exaustão e no Burnout a
carga emocional levando a exaustação emocional.
problemas graves, dentre eles a
B ambas as patologias são
Síndrome de Burnout. Nese semelhantes e apresentam
contexto, a Síndrome de Burnout é sintomas físicos e psicológicos
definida como relacionados ao estresse.
A. estado de exaustão total C a principal diferença entre
decorrente de esforço excessivo e ambos está na presença de
contínuo. sintomas depressivos e
irritabilidade.
B. medo contínuo da perda do
D tanto o estresse como o Burnout
emprego e sentimento de indicam que há baixa realização
perseguição . profissional.
C. falta de ânimo, descrença na E a despersonalização e o contato
vida e uma profunda sensação de intenso com outras pessoas
abandono. intensificam e caracterizam o
Burnout.
D. desgaste de energia física ou
mental, que pode ser recuperada
por meio de repouso.

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Gabarito

GABARITO 1: E GABARITO 20: A GABARITO 39: C GABARITO 58: C


GABARITO 2: C GABARITO 21: A GABARITO 40: E GABARITO 59: C
GABARITO 3: C GABARITO 22: C GABARITO 41: C/C GABARITO 60: C/E
GABARITO 4: D GABARITO 23: D GABARITO 42: C/E GABARITO 61: B
GABARITO 5: E GABARITO 24: E GABARITO 43: B GABARITO 62:
GABARITO 6: B GABARITO 25: C GABARITO 44: C C/E/E
GABARITO 7: A GABARITO 26: E GABARITO 45: E GABARITO 63: E
GABARITO 8: D GABARITO 27: C GABARITO 46: E GABARITO 64: E
GABARITO 9: E GABARITO 28: E GABARITO 47: E/C GABARITO 65: D
GABARITO 10: E GABARITO 29: C GABARITO 48: E GABARITO 66: A
GABARITO 11: C GABARITO 30: E GABARITO 49: B GABARITO 67: D
GABARITO 12: E GABARITO 31: C GABARITO 50: D GABARITO 68: C
GABARITO 13: C GABARITO 32: E GABARITO 51: D GABARITO 69: A
GABARITO 14: A GABARITO 33: E GABARITO 52: A GABARITO 70: C
GABARITO 15: E GABARITO 34: C GABARITO 53: D GABARITO 71: D
GABARITO 16: C GABARITO 35: E/C GABARITO 54: C GABARITO 72: B
GABARITO 17: B GABARITO 36: C GABARITO 55: A GABARITO 73: A
GABARITO 18: B GABARITO 37: C GABARITO 56: E GABARITO 74: E
GABARITO 19: D GABARITO 38: B GABARITO 57: D GABARITO 75: E

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