Universidade Federal de Sergipe

Departamento de Arquitetura e
Urbanismo
Aluno: Nathan Ferreira Barreto
Orientadora: Sarah França

UMA TRAJETÓRIA DE LUTA PELO DIREITO À CIDADE EM ARACAJU/SE:

ZONA DE EXPANSÃO OU ZONA DE EXCLUSÃO URBANA?
OBJETIVO GERAL
Analisar a participação popular na conquista do direito a uma cidade mais democrática, considerando a
atuação das associações de moradores da Zona de Expansão Urbana de Aracaju.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Compreender questões relacionada ao Direito à Cidade e a participação da população na efetivação
desses direitos;
Descrever o cenário da participação popular na Zona de Expansão Urbana de Aracaju;
Destacar as reinvindicações e conquistas resultado da atuação dos movimentos sociais na Zona de
Expansão Urbana de Aracaju.

METODOLOGIA
Revisão bibliográfica em autores que abordam o tema o Direito à cidade, destacando Henri Lefebvre e David Harvey.
Em seguida autores regionais que vão tratar da Zona de Expansão Urbana de Aracaju.
Levantamento de dados e informações em órgão públicos, como a Prefeitura Municipal de Aracaju.
Estudo em campo, contendo entrevista, elaboração de questionários, entre outros, no intuito de entender os conflitos,
carências e a atuação das associações de moradores na ZEU.
A população deve participar da gestão e planejamento da cidade,
para só assim construir uma sociedade justa e democrática!

A participação popular no planejamento e gestão urbana teve maior destaque no Brasil ao final da década de 1980,
com a Constituição Federal de 1988.

ESTATUTO DA CIDADE DE 2001

PARTICIPAÇÃO POPULAR na tomada de decisões públicas.

Fruto de um histórico de LUTAS e REIVINDICAÇÕES POPULARES.

Pela primeira vez a CIDADE é tratada na CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

A partir ESTATUTO DA CIDADE, os governos municipais passam a ter responsabilidade em tornar as

cidades mais justas e democráticas, isto é, o pleno desenvolvimento das FUNÇÕES SOCIAIS DA
CIDADE e da PROPRIEDADE URBANA.
Embora a Constituição Federal seja uma das mais avançadas do
mundo no quesito função social do espaço urbano e gestão
democrática da cidade, e o Estatuto da Cidade vem para
reforçar isso,

NÃO DETERMINOU o fim das desigualdades sociais na cidade,

nem democratizou o acesso os serviços básicos para a toda a
população

Portanto, diante da ineficácia do poder público em garantir

melhorias para a região, a população passa a reivindicar por
direitos, a partir da mobilização dos mais prejudicados diante
desse panorama de descaso. ELES LUTAM PELO DIREITO À
CIDADE, PELO DIREITO A PERTENCER À CIDADE.
 O QUE
SERIA O
DIREITO
À
CIDADE?
DE ONDE PARTIMOS O direito à cidade idealizado por Lefebvre adquire um caráter
REVOLUCIONÁRIO E ANTICAPITALISTA;
Henri Lefebvre (1901-1991)
A crise da cidade é consequência do MODELO CAPITALISTA DE
PRODUÇÃO, e sua superação, virá da revolução, não do proletariado,
mas “pelas mãos” dos GRUPOS SOCIAIS;

A revolução urbana de Lefebvre se dirige CONTRA A

MERCANTILIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO, fruto da ATUAÇÃO DO
CAPITALISMO E CONIVÊNCIA DO ESTADO, e propõe a substituição
do valor de troca (ligado a reprodução do capital), pelo valor de uso (ligado
a reprodução de vida social);

O direito à cidade a ser garantido por essa revolução é o DIREITO DE

TODA A POPULAÇÃO EM PARTICIPAR DA VIDA URBANA E
USUFRUIR DE TODOS OS BENEFÍCIOS QUE ELA OFERECE;

X
Le droit à la ville, publicado em 1968.
O ESPAÇO URBANO

Valor de uso Valor de troca

Cisão

CIDADE POLÍTICA CIDADE COMERCIAL CIDADE INDUSTRIAL

O CAPITALISMO DECRATA O FIM DAS RELAÇÕES SOCIAIS NO ESPAÇO URBANO

CONTEMPORANEIDADE
O direito à cidade sob à perspectiva de Harvey, é um conceito ligado ao
PENSAMENTO LEVEFBREANO;
David Harvey
A retomada do direito à cidade, está relacionado aos MOVIMENTOS
REIVINDICATÓRIOS, em busca por uma resposta CONTRA A
ATUAÇÃO DO CAPITALISMO internacional e brutalmente
neoliberalizante que vem interferindo NEGATIVAMENTE na qualidade
da vida da população;

O fenômeno da URBANIZAÇÃO e o CAPITALISMO, mantém uma

íntima relação, uma vez que o espaço urbano é responsável por absorver
os excedentes produzidos pelos capitalistas;

As relações urbanas estão cada vez mais ligada às necessidades

particulares de uma PEQUENA ELITE POLÍTICA E ECONÔMICA que
detém o PODER DE MOLDAR A CIDADE para satisfazer seus
interesses;

Retomada da cidade pela população, cuja finalidade seja a GESTÃO

DEMOCRÁTICA DO CAPITAL NO ESPAÇO URBANO, permite
vislumbrar possibilidades de mudança na realidade urbana;
Cidades Rebeldes: do direito à cidade à
revolução urbana, publicado em 2012
PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO
CONTEMPORÊNEO

Mercado imobiliário Elite que detém poder econômico e político

PRECARIEDADE:

Moradia
Poder Público
Mobilidade Urbana
Saúde
Cidade Educação
Transporte
População Saneamento básico

E ASSIM SURGEM OS MOVIMENTOS SOCIAIS, FORMADOS EM TORNO DE OBJETIVOS E CAUSAS

COMUNS, SENDO EM SUA MAIORIA ASSOCIADAS A QUESTÕES SOCIAIS, POLÍTICAS, ECONÔMICAS
E/OU CULTURAIS.
 MOVIMENTOS SOCIAIS NA
GARANTIA DOS DIREITOS URBANOS

Mercado imobiliário

Manifestação Occupy Wall Street, Manhattan, EUA. Ocupe Estelita, Recife. Comunidade Vila autódromo, Rio de Janeiro.

MOTU, luta por moradias dignas. Bairro Jabotiana contra a atuação do Mercado imobiliário. Manifestação na Zona de Expansão
 A ZONA DE EXPANSÃO DE
ARACAJU

Região abandonada pelo Poder Público.

Condomínios fechados e residência de alto
Sérios problemas de infraestrutura e falta padrão, parte Norte da ZEU. Região
de serviços básicos para a população. dotada de todo tipo de serviços,
saneamento básico e segurança 24 horas.

Desigualdades socioespaciais e Conflitos

Urbanos.

O QUE FAZER PARA REVERTER ESSA

SITUAÇÃO??
Residências com características rurais,
típica dos Povoados da ZEU. Região com
precária condição de infraestrutura.
 APROXIMANDO AO OBJETO
DE ESTUDO

3° CAPÍTULO PROBLEMA

PROCESSO DE
URBANIZAÇÃO DE
ARACAJU

DESIGUALDADE
SOCIOESPACIAIS

CONFLITOS URBANOS ZEU

 PROBLEMAS NO POVOADO
AREIA BRANCA

Precariedade das ruas, transporte público, etc. :

Depoimento morador do Povoado:

- “Infelizmente somos esquecidos pelos gestores municipais! Vivem a
prometer e nada a cumpri e enquanto isso continuamos sofrendo essa
triste realidade. 2020 vem aí e é a nossa vez de responder a altura ao
gestor municipal” (morador do Povoado Areia Branca).
 COMBAZE

4° CAPÍTULO ATUAÇÃO DOS

MOVIMENTOS SOCIAIS
ADCAR

CONQUISTAS SOCIAIS
DESSES MOVIMENTOS AMAR

ADBAMA

APAPAB
ATUAÇÃO DA APAPAB

Ação no MPF para projeto de

pavimentação e drenagem de ruas.

Pressionar a prefeitura para reformar

a quadra que estava em precárias
condições

Reunião da APAPAB em 2019

Luta por uma sede comunitária fixa à
associação.
LEVANTAMENTO DAS
INFORMAÇÕES
PESQUISA DE CAMPO - ROTEIRO DE ENTREVISTAS
ROTEIRO 1- ENTREVISTA COM LÍDERES DAS ASSOCIAÇÕES DE
MORADORES DE BAIRRO.
1- Quando foi fundada a associação de moradores?
2- Atualmente, quais são os principais objetivos da associação?
3- Como a associação é organizada?
4- Qual a média de pessoas que participam? E qual é o perfil desses participantes?
5- Entre o grupo integrante, todos são moradores do povoado? Caso não, de onde são
provenientes?
6- Há reuniões da associação? Caso sim, qual a periodicidade dessas?
7- Nos encontros da associação, quais os principais temas discutidos?
8- Como a associação trabalha no sentido buscar atendê-las?
9- Como é a relação entre a associação de moradores e o poder público local? Há um
diálogo?
10- A associação de moradores conhece a política do planejamento urbano participativo
do município? Caso sim, como foi informada sobre ela? O que entende por essa
política?
11- A associação de moradores é participante de alguma política de planejamento
urbano da cidade? Caso sim, como participa?
12- Em sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pela associação junto ao
poder público?
13- Você considera a associação com indispensável na conquista dos direitos urbanos?
PESQUISA DE CAMPO - ROTEIRO DE ENTREVISTAS
ROTEIRO 2- ENTREVISTA COM MEMBROS DAS ASSOCIAÇÕES DE
MORADORES DE BAIRRO .
1- Há quanto tempo você reside no povoado?
2- Há quanto tempo frequenta a associação de moradores?
3- O que motiva você a fazer parte da associação?
4- Qual a sua frequência nas atividades da associação?
5- Nos encontros da associação, quais os principais assuntos que são discutidos?
6- Durante o período em que você faz parte da associação de moradores, o que você
observa, no que diz respeito à relação entre a associação e a prefeitura?
7- Ainda sobre essa relação, há uma atenção da prefeitura para com as demandas da
associação?
8- Você sabe o que significa o termo “planejamento da cidade”? Caso sim, o que
entende por ele? Como foi informado a respeito?
9- Você já foi informado(a) sobre a política do planejamento urbano participativo
adotada pelo município? Caso sim, sabe o que significa? Como foi informado a
respeito?
10- Você observa que a sua inserção na associação de moradores contribui para a
melhoria da sua qualidade de vida? Por quê?
11- Em sua opinião, quais as conquistas da associação que foram mais relevantes para a
comunidade?
12- Além de se inserir na associação do bairro, você já participou de algum outro
movimento ou encontro para discutir questões da cidade? Caso sim, qual foi esse?
Como foi essa experiência?
13- Você pretende continuar sendo membro da associação? Quais suas expectativas
para o futuro da associação?