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TEORIA DO MITO

Prof. Dr. Johnni Langer (UFPB/NEVE)


Programa de Pós Graduação em
Ciências das Religiões - UFPB
DETURPAÇÕES DO MITO

VOLTAIRE, séc. XVIII – o estudo dos mitos é uma ocupação


para estúpidos

ANDREW LANG, 1886 – A dificuldade encontrada pela


ciência está em explicar as questões que se seguem e
que, ao lado de outros elementos de aparência
irracional, estão contidas nos mitos: as histórias
selvagens e absurdas sobre o início das coisas, a origem
do homem, do sol, dos animais, das estrelas, da morte e
do mundo em geral; as aventuras infames e ridículas dos
deuses; explicar por que os seres divinos são vistos como
incestuosos, adúlteros, assassinos, ladrões, cruéis e
canibais e por que tomam a forma de animais; os mitos
de metamorfose em plantas, animais e estrelas;
esclarecer as histórias repugnantes sobre o reino dos
mortos
ETIMOLOGIA DO MITO

• MYTHOS – discurso, palavra, narrativa

• LOGOS – razão, estudo

• MITOLOGIA – transmissão pela palavra escrita


ou falada, o conjunto de mitos ou o estudo
dos mitos.
CONCEITOS GERAIS DO MITO

• 1 – O mito é uma narrativa


• 2 – O mito não tem autoria
• 3 – O mito está localizado num tempo muito antigo -
aurora
• 4 – O fundo é lendário, étnico, imaginário
• 5 – O mito é integrado a um sistema religioso
• 6 – O mito é presente na forma literária
• 7 - O mito não fala diretamente, esconde alguma
coisa, precisa ser interpretado
• 8 - O mito não é verdadeiro no seu conteúdo literal,
mas possui eficácia simbólica e social
• 9 – O mito é agrupado numa mitologia
TIPOS DE MITOS

1 – Ontológicos
2 – Cosmogônicos
3 – Antropogônicos
4 – Antropológicos
5 – Soteriológicos
6 – Culturais
7 – Etiológicos
8 – Naturalistas
9 – Morais
10 - Escatológicos
CONCEITOS OITOCENTISTAS DO MITO

• MÜLLER – O mito não é uma simples alegoria

• DUPOIS – O mito como alegoria social

• CREUZER – O mito como símbolo

• BACHOFEN – O mito como documento da


história humana
CONCEITOS OITOCENTISTAS DO MITO II

• JACOB BRYANT – A adoração ao Sol é a chave


de toda a mitologia pagã

• CHARLES DUPOIS – O zodíaco é a matriz de


todas as mitologias

• SCHELLING – O mito como religião natural


CONCEITOS MODERNOS DO MITO

• FREUD – O mito como sonho coletivo

• RAPHAEL PAZAI – O mito como história


dramática

• G. KIRK – Todos os mitos são fábulas, mas


nem todas as fábulas são mitos
O MITO COMO FORMA INACESSÍVEL

• KERÉNYI – O mito é inacessível. A ciência dos


mitos é a história das interpretações dos
mitos.

• DETIENNE – “Peixe disperso nas águas da


mitologia, o mito é uma forma inacessível”
O MITO COMO EXPERIÊNCIA

• CAMPBELL – Os mitos são pistas para a


potencialidade da vida humana
• Os mitos como experiências de sentido, experiências
de vida
• Os mitos de outros povos ajudam você com a
experiência de estar vivo

• JUNG – os mitos ligam-se diretamente à nossa vida


psíquica, são vitais

• LEENHARDT – O mito é vivido e sentido antes de ser


inteligível
• O mito é uma realidade que tem uma função e uma
vivência no cotidiano
O MITO COMO FORMA DE CONHECIMENTO

• JACQUES DOURNES – O mito explica, justifica,


transmite

• BARTHES – O mito é uma fala, é código e mensagem

• HILÁRIO FRANCO JÚNIOR – O mito é uma forma de


conhecimento, um relato sincrônico inserido num
conjunto diacrônico (mitologia)

• DETIENNE – Todo mito conta uma história essencial


que é indissociável de sua forma narrativa, o mito é
um relato mas não é uma forma literária
A ESTRUTURA DOS MITOS

• CASSIRER – O mito é dinâmico, recria-se,


atualiza-se

• JABOUILLE – A mitologia não é unitária, lógica,


organizada.
• O mito é um produto do imaginário, que
concede respostas teológicas, cósmicas,
sociais
BIBLIOGRAFIA

• CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. SP: Editora Palas


Athenas, 2000.
• DETIENNE, Marcel. A invenção da mitologia. Brasília: UNB,
1992.
• ELIADE, Mircea. Mito e realidade. SP; Perspectiva, 2002.
• FRANCO JÚNIOR, Hilário. Cristianismo medieval e mitologia:
reflexões sobre um problema historiográfico. In: A Eva
barbada: ensaios de mitologia medieval. SP: Edusp, 1996, pp.
45-70.
• HENDERSON, Joseph. Os mitos antigos e o homem moderno.
In: JUNG, Carl G. (Org). O homem e seus símbolos. RJ: Nova
Fronteira, 1987.
• JABOUILLE, Victor. Iniciação à ciência dos mitos. Lisboa:
Inquérito, 1986.
• JESI, Furio. O mito. Lisboa: Editorial Presença, 1977.
• RUTHVEN, K. K. O mito. SP: Perspectiva, 1997.
• VERNANT, Jean-Pierre. Esboços de uma ciência dos mitos. In:
Mito e sociedade na Grécia Antiga. Brasília: UNB, 1992, pp.
191-214.

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