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INQUÉRITO

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Desenho da Casa
1 – Quantos andares tem esta casa?
• R – Teste de realidade e atenção. Indivíduos altamente perturbados ou
retraídos respondem sem olhar para os desenhos.

2 – De que esta casa é feita?


• R – Determinar o que o material da casa significa para o sujeito.
Exemplo: para alguns tijolos representam estabilidade, para outros
segurança, para outros ainda economia de manutenção.

3 – Esta casa é sua própria casa? De quem é ela?


• R – É frequente desenhar a sua própria casa, mas raramente são
reproduzidas corretamente – por diversas razões. Por ser um
autorretrato, age numa situação que envolve aspectos mais íntimos de
suas relações interpessoais. Podem enfatizar aspectos da casa com
significados mais agradáveis ou desagradáveis. Isto enfatiza detalhes ou
distorções de proporção e perspectiva. A casa também representa
várias habitações do passado, do presente e do futuro. Determinar se é
vista como um lugar positivo ou negativo.
4 – Em que casa você estava pensando enquanto estava
desenhando?
• R – Procura obter informações que levem a uma identificação
mais precisa. A casa desenhada, a árvore e a pessoa, podem
ter diversas identidades.

5 – Você gostaria que esta casa fosse sua? Por quê?


• R – Revela atitudes em relação ao seu lar e às pessoas com
quem ele partilha o lar. Pode mostrar que tipo de casa gostaria
de ter, a força do desejo de possuí-la e a possibilidade de que
esse objetivo produza frustração. Se preferir esta casa a sua,
por ser maior, pode existir uma superlotação real ou um
sentido de frustração. Se é rejeitada por ser grande demais,
pode se sentir inseguro em sua casa atual.
6 – Se esta casa fosse sua e você pudesse fazer nela o que quisesse, qual quarto você
escolheria para você? Por quê?
• R – Pode surpreender o desejo expresso de indivíduos retraídos de procurarem
refúgio em um quarto dos fundos do andar de cima. Escolha do andar de cima pois
assim pode-se olhar para fora mais facilmente. Indivíduos desconfiados tendem a
escolher quartos que lhes permitam a observação total dos arredores das portas.
Ocasionalmente, as razões para a escolha de um quarto no andar de baixo
revelarão sentimentos de insegurança e a necessidade de se estar mais próximo da
realidade. Qualquer outra escolha que não seja a de um quarto pode ser
significativa e pode ser interpretada em termos da significação do cômodo
particular escolhido. A posição do cômodo escolhido em relação aos outros quartos
pode indicar o grau de proximidade sentido em relação a cada membro da família.

7 – Quem você gostaria que morasse nesta casa com você? Por quê?
• R – Crianças desajustadas podem revelar forte necessidade de afeto e aprovação
paterna dizendo que querem os pais morando com elas, mas não seus irmãos.
Indivíduos fortemente paranoicos geralmente preferem morar sozinhos ou com
outra pessoa que eles possam dominar. Os pacientes rapidamente detectam o
significado dessa pergunta e evitam respostas diretas; a tentativa de evasão pode
ser mais reveladora do que uma resposta franca.
8 – Quando você olha para esta casa, ela parece estar perto ou longe?
• R – Testa a realidade, e respostas diretas, contradizendo a realidade, são
significativas. Normalmente a proximidade parece significar capacidade de
realização ou sentimentos de calor e acolhimento, ou ambos. A distância
sugere luta ou sentimentos de rejeição, ou ambos.

9 – Quando você olha para esta casa, você tem a impressão de que ela está
acima, abaixo ou no mesmo nível do que você?
• R – As resposta a esta pergunta parecem se referir a relações pessoais, com
ênfase no lar e na família.

10 – Em que esta casa faz você pensar ou lembrar?


• R – A qualidade da associação é importante, bem como sua valência para o
indivíduo.

11 – Em que mais?
• R - É importante dar ao indivíduo a oportunidade de expandir suas
associações em cada desenho. A qualidade das relações entre as ideias é
tão interessante como o seu tom positivo ou negativo para o cliente.
12 – É um tipo de casa feliz, amigável?
• R – O tom emocional que acompanha uma resposta negativa pode dizer
muito sobre o ponto de vista do indivíduo em relação ao lar e aos que o
habitam. Respostas altamente evasivas podem indicar valências
fortemente negativas.

13 – O que nela lhe dá esta impressão?


• R – Ocasionalmente um indivíduo tentará justificar uma resposta
descrevendo detalhes físicos superficiais da casa, descrevendo-a como
uma casa feliz porque tem cortinas, fumaça saindo da chaminé, etc.
Estas respostas são expressão direta dos sentimentos do indivíduo
referentes às pessoas que ocupam a casa desenhada e sua opinião ou
seus sentimentos em relação a eles.

14 – A maioria das casas é assim? Por que você acha isso?


• R – Tenta determinar em que extensão têm sido generalizados os
sentimentos hostis ou amigáveis dos indivíduos em relação a casa e seus
ocupantes.
15 – Como está o tempo neste desenho?
• R – Verificar período do ano e do dia, céu, temperatura.
Verificar o entendimento do termo tempo (tempo
metereológico, tempo psíquico, tempo em termos de humor).

16 – De que tipo de tempo você gosta?


• R – Mostra o nível de estresse ou calor humano no lar.

17 – De quem esta casa faz você lembrar? Por quê?


• R – Muitas vezes a pessoa nomeada é um membro íntimo da
família do indivíduo.

18 – Do que esta casa mais precisa? Por quê?


• R – Respostas definidas expressam normalmente, a necessidade
do indivíduo de afeto, abrigo, segurança e boa saúde.
19 – Se “isto” fosse uma pessoa em vez de (qualquer objeto desenhado
separado da casa), quem seria?
• R – Frequentemente objetos aparentemente irrelevantes desenhados ao
redor da casa representam membros da família ou pessoas com as quais
o indivíduo está intimamente associado. A distância deles em relação à
casa na folha do desenho pode caracterizar estas relações pessoais.

20 – A que parte da casa esta chaminé está ligada?


• R – Se a chaminé desenhada sugerir patologia, esta pergunta poderá
ajudar a identificar relações familiares relevantes ou aspectos da vida no
lar.

21 – Inquérito da planta dos andares. (Desenhe uma planta dos andares


com os nomes, ex: Que cômodo é representado por cada janela? Quem
geralmente está lá?)
• R – A planta da casa pode expressar por meio de distorções ou de
proporções,dificuldade de apresentação ou omissão de um ou mais
quartos, a presença de conflitos entre os ocupantes da casa ou a função
costumeira de um ou mais cômodos.
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Desenho da árvore
22 – Que tipo de árvore é esta?
• R – Normalmente os indivíduos desenham as árvores mais comuns da
vizinhança de suas casas.

23 – Onde esta árvore realmente está localizada?


• R – Frequentemente os indivíduos desenham a árvore perto de uma
casa do passado ou da atual, ou de um lugar associado a uma
experiência de alta valência negativa ou positiva. Se a árvore está numa
floresta, a definição de uma floresta pode ser reveladora. Para alguns é
um lugar de paz, tranquilo e de solidão; para outros, um lugar de medo
e ameaçador. A resposta “em um grupo de árvores” sugere que o
indivíduo precisa e gosta de companhia.

24 – Mais ou menos, qual a idade desta árvore?


• Muito frequentemente, é a idade cronológica ou a idade sentida pelo
indivíduo. Às vezes é o número de anos que o indivíduo viveu após a
puberdade, o número de anos que o ambiente tem sido sentido como
insatisfatório ou a idade da pessoa representada pela árvore.
25 – Esta árvore está viva?
• R – Nenhum indivíduo bem ajustado já respondeu “não”.
Resposta negativa, em geral, indica que o indivíduo se sente
fisiologicamente inferior ou psicologicamente inadequado,
culpado, profundamente deprimido ou alguma combinação
desses sentimentos. Ocasionalmente, perguntas adicionais
revelarão que o indivíduo vê a árvore mais adormecida do que
morta, o que é um sinal de esperança.

26 – O que nela lhe dá a impressão de que ela está viva?


• R – A resposta a essa questão pode ser a indicação de que o
indivíduo vê a árvore em movimento, variando desde um
pequeno tremor nas folhas, até uma clara oscilação do tronco.
Outras respostas indicam que tais qualidades como força, vigor,
etc., criam a impressão de vida na árvore. A resposta mais óbvia é
a de que a árvore deve estar viva porque tem folhagem.
27 – O que provocou a sua morte? (se não estiver viva)
• R – Quando vermes, insetos, parasitas, ferrugem, relâmpago, vento
ou, ocasionalmente, ações malignamente agressivas de crianças ou
adultos são apontados como a causa da morte, o indivíduo
expressa a convicção de que alguma coisa extrapessoal é a culpada.
Se, entretanto, for dito que a causa é o apodrecimento de alguma
parte ou da árvore inteira, um sentimento de que alguma coisa
dentro do self é culpada, é indicado.

28 – Ela voltará a viver?


• R – Às vezes, o indivíduo dirá que a árvore está morta, quando quer
realmente dizer que ela perdeu as suas folhas no inverno.
Perguntar se a árvore voltará a viver outra vez, pode ajudar a
determinar se é este caso.
29 – Alguma parte da árvore está morta? Qual parte? O que você acha que
causou a sua morte? Há quanto tempo ela está morta?
• R – Folhas mortas podem indicar incapacidade de fazer ajustamentos mais
controlados e delicados com o ambiente. Muito comumente os galhos e as
raízes são vistos como mortos ou partes mortas. Galhos mortos podem
expressar a crença do indivíduo de que muita frustração foi produzida apenas
por fatores extrapessoais do ambiente. Às vezes, um galho morto representa
um trauma físico ou psicológico, e a localização do galho ao longo do tronco
pode indicar a idade relativa em que o trauma ocorreu. Raízes mortas
implicam desequilíbrio ou desintegração pessoal com o início de uma séria
perda de contato com a realidade. Um indivíduo que desenha a árvore com um
tronco morto revela uma severa perda de controle do ego.
A pergunta sobre há quanto tempo a árvore está morta permite determinar a
impressão do indivíduo da duração de seu desajustamento, o que geralmente
não coincide com a data fornecida na história do paciente. Quando o indivíduo
especifica uma data deve-se determinar o evento que fixou a data tão
firmemente em sua memória. Como na questão 28, o indivíduo dirá que uma
parte da árvore está morta por ter perdido suas folhas no inverno. Perguntar
se a parte que está morta voltará a viver um dia pode ajudar a determinar se
este é o caso.
30 – Para você esta árvore parece mais um homem ou uma mulher?
• R – Em geral, pinheiros ou abetos são vistos como masculinas;
bordos, e árvores frutíferas como femininas. Para crianças, essa
questão traz a identificação da árvore com o pai, a mãe ou outra
pessoa com quem a criança se identifica.

31 – O que nela lhe dá essa impressão?


• R – O sexo atribuído à árvore parece normalmente determinado
por características, tais como a forma, a força, a aspereza, a
graciosidade, a fragilidade, etc. Algumas vezes, entretanto, certos
aspectos da árvore são vistos como partes correspondentes
específicas da figura humana. Os longos galhos de uma sempre-
viva lembraram a um indivíduo o cabelo de sua mãe. Uma
pequena garota desajustada afirmou explosivamente que ela viu o
punho de seu pai no meio da estrutura dos galhos de uma árvore
de bordo: “Exatamente como ele costumava levantá-lo para bater
em minha mãe”.
32 – Se ela fosse uma pessoa em vez de uma árvore, para onde ela estaria virada?
• R – Como a árvore não tem frente, lado nem costas, exceto como vista pelo
observador, a resposta do indivíduo é uma projeção de sua relação com o
ambiente. A resposta pode também revelar a atitude da pessoa representada
pela árvore em relação ao indivíduo.

33 – Essa árvore está sozinha ou em um grupo de árvores?


• R – Respostas a essa questão são muito significativas, a não ser que tenham forte
carga emocional. Sentimentos de isolamento e/ou uma necessidade de
associação com outros são frequentemente estimulados aqui.

34 – Quando olha para esta árvore, você tem a impressão de que ela está acima,
abaixo ou no mesmo nível do que você?
• R – Para alguns indivíduos, uma árvore desenhada crescendo no topo de uma
colina simboliza esforço tenso em relação a um objetivo distante e talvez
inatingível. Para outros, reflete necessidade de autonomia e domínio. Para
muitos, uma árvore desenhada parcialmente protegida por uma montanha, indica
uma necessidade de proteção e auxílio. Uma árvore desenhada claramente
abaixo do observador quase invariavelmente conota depressão de humor, bem
como sentimento de inferioridade.
35 – Como está o tempo neste desenho? (período do dia e ano, céu,
temperatura)
• R – Supõe-se que a árvore expressa um sentimento consciente ou
inconsciente do self do indivíduo em relação ao ambiente. Uma vez
que as forças externas que afetam uma árvore viva são amplamente
meteorológicas, não é surpreendente que muitos indivíduos sejam
capazes de expressar simbolicamente seus sentimentos de que seu
ambiente é protetor e amigável, ou opressor e hostil. Os indivíduos
podem descrever condições de tempo desagradáveis, em detalhe,
apesar da ausência de qualquer representação de tais condições no
desenho. A significação que o tempo descrito tem para o indivíduo
deve ser explorada. O significado de um tempo frio, por exemplo,
não será o mesmo para alguém que o prefira,em relação a outro
que não o faça. Crianças pequenas geralmente preferem a neve
porque gostam de brincar nela.
36 – Há algum vento soprando? Mostre-me em que direção ele está soprando.
Que tipo de vento é este?
• R – O vento simboliza sentimentos de pressão de forças ambientais, pessoais
ou situacionais.

Um jovem adulto com uma neurose severa respondeu “É a calma antes da


tempestade”. Para a pergunta do examinador: “A tempestade irá danificar a
árvore?”, obteve-se a resposta: “Não, eu acho que não. É a tranquilidade antes da
guerra atômica. Não irá destruir a árvore; apenas o cachorro”. O indivíduo reiterou
várias vezes que sua árvore, obviamente um autorretrato, representava a “Beleza” e
o cachorro, que estava farejando o tronco da árvore, significava o “Homem”.

Normalmente, o vento é descrito como soprando horizontalmente da


esquerda para a direita. Isso revela, na ausência de intensidade incomum, a
tendência do campo psicológico de locomoção do passado (esquerda) para o
futuro (direita). Ventos que têm intensidade acima da média e que desviam
da direção convencional parecem ser significativos.
Um indivíduo muito perturbado, por exemplo, afirmou que o vento estava soprando
em todas as direções simultaneamente.
Ventos descritos como soprando do chão para o alto da árvore,
cruzando a página diagonalmente para cima, simbolizam um forte
desejo de escapar da realidade. O inverso se aplica a ventos ditos
como soprando diagonalmente de um canto superior para o inferior
oposto (e a conotação temporal, esquerda para o passado, direita para
o futuro, parece se manter). O vento descrito como soprando da
direita para a esquerda pode indicar uma forte tendência a regredir
sob pressões ambientais ou intrapessoais. Indivíduos narcisistas
podem descrever o vento como “soprando em minha direção”.

A descrição do indivíduo da velocidade, umidade e temperatura do


vento pode ser reveladora. Um vento, descrito como soprando com
grande força, muito úmido, muito seco, muito quente, muito frio, ou
alguma combinação desse tipo, sugere que o indivíduo sofre pressões
dolorosas de uma ou mais fontes ambientais. O grau de pressão
sentida presumivelmente corresponde ao grau de variação em relação
a um estado de tempo calmo. Isso pressupõe, é claro, que a resposta
não seja apenas uma descrição do tempo na hora do exame.
37 – Do que esta árvore faz você lembrar?
38 – Do que mais?
• R – Assim como para os outros desenhos, a qualidade dessas
associações deve ser observada de acordo com seu tom positivo ou
negativo.

39 – Esta árvore é saudável? O que nela lhe dá essa impressão?


• R – Os indivíduos expressam imagem corporal, sentimentos de
inadequação, isolamento, pressões ambientais, etc., mais facilmente
do que nos comentários sobre os demais desenhos, aparentemente
porque a árvore não desperta fortes sentimentos de identificação ou
nem muitas associações conscientes ou tão próximas do nível da
consciência como o desenho da pessoa. Logicamente, uma resposta
negativa pode apenas indicar uma preocupação do indivíduo acerca
de sua saúde ou da saúde da pessoa que a árvore representa.
40 – Esta árvore é forte? O que nela lhe dá essa impressão?
• R – Saúde e força são duas qualidades diferentes para muitas pessoas. A
presença de saúde não implica, necessariamente, presença concomitante
de força, ou vice-versa. A resposta indica a estimativa do indivíduo de sua
própria força de ego. Quando a estrutura da raiz da árvore não for
desenhada, o examinador deverá pedir ao indivíduo para desenhar, já que
pode representar sua visão da força e da qualidade dos aspectos da
personalidade teorizados como estando abaixo do nível consciente.

41 – De quem esta árvore faz você lembrar?


• R – Muitas vezes, estes são indivíduos com quem o cliente se identifica
fortemente.

42 – Do que esta árvore mais precisa? Por quê?


• R – Respostas claras geralmente expressam simbolicamente as
necessidades do indivíduo de afeto, proteção, segurança e boa saúde.
Respostas como “luz do sol” ou “água” são frequentes e devem ser
consideradas como particularmente significativas.
43 – Alguém já machucou esta árvore? Como?
• R – Estas respostas costumam indicar o grau em que o
indivíduo se sente agredido pelo ambiente. A localização do
ferimento pode ser informativa. Ferimento na raiz implica uma
ameaça à capacidade fundamental do indivíduo de se manter
em contato com a realidade; ferimentos nos galhos podem
indicar obstáculos à obtenção de satisfação bem-sucedida por
um indivíduo cujos processos de pensamento estão
basicamente intactos.

44 – Se “isto” fosse uma pessoa em vez de (qualquer objeto


desenhado separado da árvore), quem ele poderia ser?
• R – Da mesma forma que nos outros desenhos, o examinador
deve observar a qualidade dessas associações, bem como seus
significados positivos ou negativos para o cliente.
P

Desenho da Pessoa
(Figura humana)
45 – Esta pessoa é um homem ou uma mulher (menino ou menina)?
• R – Um indivíduo que afirma que uma figura obviamente feminina em
roupas masculinas é um homem, ou que uma figura obviamente
masculina de vestido é uma mulher, confirmará verbalmente a
impressão já criada pelo desenho, isto é, de que o indivíduo manifesta
confusão e indecisão no papel sexual, que pode ser patológica.
Indivíduos muito fechados ou altamente perturbados frequentemente
dizem que a pessoa é do sexo oposto ao que foi representado. Esse
tipo de falha no teste de realidade é sempre patológica.

46 – Quantos anos ele(a) tem?


• R – Quanto a idade aparente da pessoa desenhada se aproxima da
idade atribuída pelo indivíduo. Ocasionalmente a idade estabelecida
representa a idade sentida pelo indivíduo em vez da idade
cronológica.
47 – Quem é ele(a)?
• R – Essa tentativa brusca para determinar a identidade da pessoa
desenhada é respondida muitas vezes com “Eu não sei”.
Frequentemente mais tarde identificará a pessoa durante o
questionamento direto. Muitas vezes a pessoa será identificada
posteriormente como alguém diferente e o desenho pode, na verdade,
representar uma combinação de pessoas diferentes.

48 – Ele(a) é um parente, um amigo ou o quê?


• R – Pode ajudar a estabelecer a valência positiva ou negativa que a
pessoa identificada apresenta para o indivíduo.

49 – Em quem você estava pensando enquanto estava desenhando?


• R – Em alguns casos, o indivíduo nomeado aqui não é aquele que foi
dito representar a figura. A resposta “Ninguém” não é necessariamente
uma evasão ou falsificação, uma vez que o indivíduo pode não ter
pensado conscientemente em alguém durante a produção do desenho.
50 – O que ele(a) está fazendo? Onde ele(a) está fazendo isso?
• R – Essa pergunta tenta determinar o quanto a ação aparente da
pessoa desenhada se aproxima da descrição verbal do indivíduo. A
questão também pode estimular sentimentos de pressão ou
compulsão. As ações descritas pelo indivíduo, bem como a força e o
grau em que elas estão de acordo com a representação gráfica, podem
ser altamente significativas. A ausência de movimento não indica
necessariamente patologia, a menos que ela seja rígida,
excessivamente controlada e essencialmente defeituosa.

51 – Em que ele(a) está pensando?


• R – Pode estimular evidências de pensamentos obsessivos ou
alucinatórios do indivíduo. Se o indivíduo vê a pessoa desenhada como
um autorretrato, ele revelará muitas vezes neste ponto sentimentos
bem desenvolvidos de culpa, raiva, confusão ou ressentimento. Se o
indivíduo vê a pessoa desenhada como alguém mais, os pensamentos
expressos podem representar o que a pessoa pensa dele.
52 – Como ele(a) se sente? Por quê?
• R – A resposta a esta pergunta normalmente parece expressar
os sentimentos do indivíduo em relação à situação que
envolve a pessoa desenhada. A pergunta também pode
fornecer estímulo suficiente para produzir comentários
diretos referentes aos sentimentos do indivíduo em relação
às condições do presente ou a assuntos que ele ainda não foi
capaz de discutir. Às vezes, a resposta “feliz” é, simplesmente,
uma evasiva.

53 – Em que esta pessoa faz você pensar ou lembrar?


54 – Em que mais?
• R – Provocam associações sobre a pessoa desenhada e sobre
relacionamentos interpessoais em geral.
55 – Esta pessoa está bem?
• R – Para indivíduos que usam doenças como formas de
fuga, esta pergunta costuma estimular descrições
detalhadas de queixas somáticas. Indivíduos com
problemas psicossomáticos dificilmente responderão
afirmativamente a esta questão; enquanto que aqueles
que fingem ser doentes responderão que sim. Em alguns
casos, a questão libera hostilidade anteriormente
reprimida contra a pessoa representada no desenho.

56 – O que nele(a) lhe dá esta impressão?


• R – Indivíduos com capacidade intelectual limitada
costumam dizer que a figura parece bem porque ela não
parece doente.
57 – Esta pessoa está feliz?
• R – Essa questão muitas vezes precipita expressões de queixas, ela
gera comentários hostis sobre a pessoa representada no desenho.
Uma resposta afirmativa pode ser uma evasão.

58 – O que nele(a) lhe dá essa impressão?


• R – Muitos indivíduos são compelidos a valer-se de seus
sentimentos sobre si mesmos para responder a essa questão
satisfatoriamente.

59 – A maioria das pessoas é assim? Por quê?


• R – Tenta estabelecer se os sentimentos do indivíduo em relação à
pessoa, particularmente se eles forem desagradáveis ou hostis,
são generalizados nas relações interpessoais. A pergunta seguinte
“Por quê?” pode trazer muita informação referente à simpatia e
empatia do indivíduo.
60 – Você acha que gostaria dessa pessoa?
61 – Por quê?
• R – Um indivíduo que se sente maltratado pode lançar-se
veementemente em defesa dessa pessoa. É improvável que
os narcisistas respondam negativamente a esta questão.

62 – Como está o tempo neste desenho? (período do dia e


ano, céu, temperatura)
• R – Raramente o indivíduo desenhará detalhes que indiquem
o tempo, tais como pingos de chuva ou flocos de neve no
desenho da pessoa. Portanto, a representação gráfica do
tempo exige cuidado no inquérito posterior ao desenho e
presume-se que seja altamente significativa. A projeção do
tempo na figura descreve a visão do indivíduo sobre as
relações ambientais e interpessoais.
63 – De quem esta pessoa o faz lembrar? Por quê?
• R – Pode trazer a primeira identificação franca da pessoa. No
entanto, o indivíduo nomeado aqui pode ser a quinta pessoa
nomeada pelo sujeito como representada pelo desenho. Enquanto
tal multiplicidade de identificação é rara, não é incomum que a
figura da pessoa represente, no mínimo, duas pessoas – o indivíduo
e alguém mais de significado particular para ele. A explicação de
por que a pessoa desenhada o faz lembrar de alguém além do
primeiro nome dito é, geralmente reveladora.

64 – Do que esta pessoa mais precisa? Por quê?


• R – Frequentemente, o indivíduo usa o pronome na primeira
pessoa do singular para responder a essa pergunta. As questões de
necessidades estão entre as mais produtivas do inquérito posterior
ao desenho. As necessidades podem ser expressas direta ou
simbolicamente, ou ambas, e podem abranger as totalmente físicas
às psicológicas mais abstratas.
65 – Alguém já machucou esta pessoa? Como ?
• R – Experiências traumáticas em relacionamentos com os outros geralmente
são reveladas.

66 – Se “isto” fosse uma pessoa em vez de (qualquer coisa desenhada separada


da pessoa principal), quem seria?
• R – Para todos os desenhos, as respostas a esta questão são importantes tanto
pelo seu tom negativo ou positivo como pela qualidade das associações
produzidas.

67 – Que tipo de roupa esta pessoa está vestindo?


• R – Quanto maior a discrepância entre aparência objetiva do desenho e a
descrição da roupa usada pela pessoa, menor é a compreensão da realidade
pelo indivíduo. O tipo de roupa pode fornecer insight sobre as necessidades do
indivíduo. Por exemplo, o uniforme de um general sugeriria necessidades de
status e poder. A completa falta de roupa pode indicar um sentimento de
desamparo e exposição, ou forte tendências narcisistas e exibicionistas. Isso
também pode expressar um desejo de degradar alguma outra pessoa ou de
colocá-la em uma posição embaraçosa.
• 68 – (Peça para o cliente desenhar um sol e uma
linha de solo em cada desenho) Suponha que o sol
seja uma pessoa que você conhece – quem seria?
• R – A resposta a essa pergunta em cada desenho
pode identificar as fontes de calor humano para o
indivíduo. Entretanto, se o sol for muito grande,
então as pessoas aqui identificadas poderão ser
aquelas que são percebidas pelo indivíduo como
dominadoras. Se ninguém for identificado, o
indivíduo poderá apresentar extrema dificuldade
de identificação com os outros.

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