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Considerações sobre os

equipamentos
de fusão

Matheus Lopes Ferreira


Introdução

• Um dos pontos mais importantes e de atenção com o manuseio dos metais, são as altas temperaturas envolvidas no
processo de fusão, o que exige ainda mais a presença de mão de obra qualificada para o manuseio das peças.

• Muitas indústrias optam por realizar o trabalho de fundição e derretimento dos metais por meio de sistemas automatizados,
para evitar acidentes de trabalho por conta da temperatura elevada.

• Os metais precisam ser derretidos para serem moldados ou para serem encaminhados para junção na formação de ligas
metálicas. Esse é um procedimento bastaste delicado, que envolve o uso de máquinas bastante potentes e resistentes.

• Neste trabalho iremos focar em dois tipos de equipamentos de fusão, indicando os nomes, tipos, características e funções:
Panelas e Fornos
Fornos

• São elementos que possuem diversificada aplicações, sendo eles capazes de atuar na produção de uma vasta gama de
produtos e acessórios para fundição, como: tenazes, conchas, sinos, escumadeiras, fornos panelas de vazamento e transporte
de metais fundidos, calhas de transferência, sistemas de lingotamento, peças de reposição, etc.

• Algumas indústrias tem a necessidade de ter fornos para fusão de determinado metal específico, para atender a sua
demanda.

• Amplamente utilizados nas industrias, os fornos industriais são resistentes na construção e design para proporcionar um
ótimo resultado sem muita manutenção
Tipos de fornos

• Forno cubilô
• Forno de Crisol
• Forno de reverberação
• Forno elétrico de indução
• Forno a resistência
• Forno elétrico a arco
Forno cubilô

• É quase que exclusivamente utilizado na produção de ferro fundido e Gusa.

• O ferro produzido no cubilô pode custar até a metade do obtido em forno elétrico, o que explica a sua não-desativação, e ainda
apresenta como vantagem o baixíssimo investimento inicial requerido para sua construção, pois é praticamente um forno artesanal.

• É um forno vertical feito de chapa de aço, revestida internamente por tijolos refratários, o seu diâmetro interno do forno pode chegar
a cerca de 1,80m e sua altura pode chegar a 15 metros.

• O cubilô pode ser descrito como um forno de cuba, funcionando em contracorrente, onde o carvão/coque têm a função de ser o
elemento combustível e o sustentáculo da carga metálica.

• O mecanismo de fusão do cubilô se baseia na combustão do coque a partir do ar (O2) soprado nas ventaneiras e separa o forno em
três regiões: zona de combustão, zona de redução e zona de pré-aquecimento
Forno cubilô

Forno cubilô em visão externa Forno cubilô em visão interna (corte)


Forno de Crisol

• Forno de crisol consiste num recipiente construído de material refratário, argila e grafite que são usados dentro de uma
camada de revestimento refratário, equipado com sistema de aquecimento por meio de carvão, gás, óleo, petróleo e sistema
basculante para vazamento do metal líquido através de um bico.
• O combustível não entra em contato com o metal fundido, de modo que nestes fornos podem ser preparadas fundições de
alta qualidade.
• É amplamente utilizado para todo tipo de fundições como ferro, aço, ligas leves, bronzes, na indústria vidreira, também no
processo de fundição de alguns metais no setor da joalharia e também em alguns laboratórios para aquecer ou fundir
substâncias.  
• Possui o formato usualmente cilíndrico com uma estrutura externa em geral de aço, revestido internamente com material
refratário, em seu interior existe um cadinho, que é um recipiente feito de material resistente ao calor que vai conter o metal
líquido.
• Podem possuir capacidade de poucos quilos ou até mesmo gramas no caso de fornos para joalherias ou toneladas onde são
utilizados nas siderurgias. Mas o predomínio desse forno é para capacidades menores que 1000kg. Pelo baixo custo esse
tipo de equipamento é muito utilizado nas fundições.
Fornos de crisol

*Por consequência das emissões, faz-se necessário um equipamento, normalmente coifas para a exaustão
das emissões de gás para fora do ambiente de fundição.  
Forno de reverberação

• Derrete minério contendo metal, gerando gases quentes perto do teto do forno, sem que o metal entre em contato direto com a fonte
de combustível usada para aquecê-lo.

• Como um forno reverberatório é um projeto secular e tem uma faixa de temperatura limitada, geralmente é usado para fundir metais
não ferrosos e mais macios que o ferro, como cobre, alumínio e estanho.

• É um modelo bastante simples que possui uma câmara fechada geralmente retangular com uma depressão no centro inferior
conhecida como lareira

• Uma das principais necessidades de projeto de um forno reverberatório é que o caminho para o combustível queima seja o mais longo
e o mais livre de obstruções possível, pois isso permite um aquecimento mais intenso do interior e um derretimento rápido do
minério.

• O forno reverberatório é uma forma geral do forno de poça, que usa o mesmo princípio de aquecimento por gases quentes para fundir
minério de ferro.
Forno de reverberação
Forno elétrico de indução

• O forno a indução é um transformador no qual o primário é constituído por uma bobina que é percorrida por uma corrente
alternada e que induz um campo eletromagnético alternado na carga do forno a qual constitui o secundário do transformador.
• Mantendo-se a resistividade da carga entre determinados limites, induz-se no metal potência elevada que aquece
rapidamente a carga até a sua fusão.
• Fornos a indução podem ser classificados como: Fornos a indução com núcleo e Fornos a indução sem núcleo.
• Os fornos a indução com no núcleo funcionam em frequência de linha e a bobina do forno é envolvida sobre um núcleo de aço
laminado fechado do tipo utilizado em transformadores. O conjunto por sua vez é envolvido por uma camada refrataria e
disposto de modo a se formar ao seu redor um canal de metal liquido após a fusão do banho do forno.
• Fornos de indução sem núcleo funcionam também segundo o princípio de um transformador, porém desprovido de seu núcleo
magnético. O princípio do transformador é constituído de uma bobina em geral constituída em tubo de cobre, de poucas
espiras e que é percorrida pela corrente primária, sendo refrigerada por água que circula através da mesma.
• O rendimento do forno de indução sem núcleo é inferior ao do forno com núcleo e varia entre 75% e 85% segundo a
frequência utilizada e o metal a fundir.
Fornos elétrico de indução

Forno de indução com núcleo Forno de indução sem núcleo


Fornos a resistência

• Apropriada para o equipamento que acompanha seu nome, a resistência para forno elétrico é desenvolvida para temperaturas
de trabalho que atinjam até 800 °C; sua construção é com base em fio nique-cromo 80/20 e seu formato é moldado em
espiral.

• Para garantir o desempenho da resistência em temperaturas superiores que cheguem até 1.200 °C é indicado utilizar a liga A-I
(cromo/FC/AL), que pode ser montada em tubos rosqueados e suporte cerâmico, ou espirais que são alojadas em canaletas de
placas cerâmica

• Com a possibilidade de uso em maior escala nas indústrias, a resistência para forno elétrico é direcionada para fornos cuja
temperatura de trabalho varie entre 500 °C e 1.200 °C, sendo necessária a liga A-I descrita acima.

• A resistência para forno elétrico permite pequenas alterações sem danificar características gerais da resistência, oferecendo a
possibilidade de aplicações específicas.
Fornos a resistência
Forno elétrico a arco (FEA)
• O Forno Elétrico a Arco (ou FEA) é um reator metalúrgico que tem a capacidade de transformar sucata em aço de alta
qualidade, reciclando este material.

• A estrutura básica de um FEA tem uma carcaça, abóbada, porta de escória, um canal de vazamento, três eletrodos de grafite
com seu sistema de controle e um sistema queimadores e injetores, e usa eletricidade (arco elétrico) para fundir aço reciclado,
ou seja, transformar a sucata em um aço novo, de alta qualidade.

• Um arco elétrico é estabelecido entre cada eletrodo de grafite e a própria carga metálica (sucata). Ele (arco elétrico) é
controlado por corrente e tensão, através de um sistema de reguladores. Esse arco chega a temperaturas acima de 5000ºC
localmente e serve como a principal fonte de calor para fundir o aço.

• No processo do forno, existe uma etapa de fusão da carga metálica, seguida de uma etapa de refino, chamada de refino
primário do aço. O carregamento do forno é feito por cima, abrindo-se a abóbada. Tipicamente, são necessários dois a três
carregamentos no forno, uma vez que a sucata ocupa um volume muito maior que o aço líquido.
Forno elétrico a arco (FEA)

FEA na visão externa FEA em visão interna (corte)


Cadinhos e Panelas

• Os cadinhos de transferência são vasos revestidos de refratários usados para transportar alumínio fundido. O material do
revestimento refratário depende da aplicação.
• As características desejadas incluem resistência à erosão e ao choque térmico, perda de calor mínima do metal sendo
transferido, possibilidade de reforma dos revestimentos, baixo tempo de manutenção e alta segurança.
• As panelas são usadas nos setores de alumínio e fundição para transferir metal fundido de um local para outro, em geral de um
forno de fusão para um forno de espera.
• Muitas vezes são usadas para reter metal enquanto ele é tratado para desgaseificação e/ou adição de fluxo. Elas são
preenchidas por meio do vazamento de um forno ou usando-se uma bomba de transferência de metal.
• As panelas de transferência requerem estruturas de aço de apoio e são revestidas com refratários, os quais podem ser uma
peça pré-moldada ou moldada no local. Em virtude das condições extremas a que os refratários são submetidos, eles devem
ser resistentes a choque térmicos, trincas e erosão.
Cadinhos e Panelas
Tipos de panelas

• Panela de vazamento: São equipamentos com redutores acoplados para efetuar o manuseio, transporte e tratamentos
metalúrgicos no metal líquido.

• Panela de transporte de alumínio: foi desenvolvida para atender as necessidades de otimização no processo, construída com
materiais de alta qualidade como chapas e perfis de aço carbono a panela de transporte de alumínio

• Possui um revestimento composto por tijolos refratários e concreto refratário com baixo teor de cimento não molhável,
fazendo da panela de transporte de alumínio um equipamento ideal para trabalhar em contato com alumínio liquido.

• O vazamento do metal fundido na panela de transporte de alumínio é feito por meio de uma bica devidamente dimensionada
para a operação.
Panela de vazamento Panela de transporte alumínio
Conclusão

• Esses equipamentos são essenciais para o funcionamento das indústrias, dando uma gama de opções para melhor adequar ao
material que será fundido. Cabe a indústria escolher qual material se adapta ao processo.

• Com isso, os fornos e as panelas tem que ser bem escolhidas, dependendo do metal a ser utilizado.

• Há um movimento das indústrias em substituir os fornos mais convencionais e antigos pelos elétricos e menos poluentes, mas
isso esbarra em questões financeiras e de produção. Fornos convencionais produzem uma quantidade muito maior que os
fornos convencionais, e são muito mais baratos.

• Também há uma preocupação com a habilitação de profissionais para o manuseio desses equipamentos, pois como envolvem
altíssimas temperaturas, tem que ser pessoas capacitadas para mexer com esses equipamentos.
Bibliografia

•https://www.ehow.com.br/ligas-utilizadas-vez-metal-puro-sobre_61937/
•http://industrial.cotanet.com.br/fornos-de-fusao/forno-de-alta-fusao
•https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Tipos-De-Fornos-De-Fundi%C3%A7%C3%A3o/64220815.html
•https://www.djfornos.com.br/panela-transporte-aluminio
•https://www.solostocks.com.br/.../cadinhos-panelas-842909
•Fornos para fusão de metais - Sieca
• imcresistencias.com.br/blog/resistencia-fornos-eletricos-troca/
•O Forno de Crisol - Seminário - edsonfranklin (trabalhosgratuitos.com)
•https://sites.google.com/.../fundicao-i/2-fornos/4-f-cubilo
•www2.gerdau.com.br/blog-acos-especiais/conhecendo-o-forno-eletrico-a-arco
•www.cotanet.com.br/fornos-de-fusao/forno-de-alta-fusão

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