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FHTM 2

Continuidade da
Unidade I
Docente: Mestra Marina Valéria Delage Vicente Mancini

3º Período de Serviço Social da UFAM/Campus Parintins.


Apresentação

 Este livro constitui a segunda parte da tese de doutoramento do


autor (José Paulo Netto)e tem como finalidade contribuir com o
esclarecimento do processo de renovação que o Serviço Social
brasileiro experimentou no contexto dos anos 1960 a 1980 no que
tange as suas formulações as quais convencionalmente se denomina
de “teorização”.
 Ler partes da apresentação do livro que encontram-se marcadas na
página 10!!!!!!
Capítulo 1 – A autocracia burguesa e o
mundo da cultura
 1.2 – A autocracia burguesa: o “modelo” dos monopólios

 O Estado que se estrutura depois do golpe de abril expressa o rearranjo político


das forças socioeconômicas vinculadas às classes dominantes. Qual era,
efetivamente, o objetivo dessas classes?
 Por isso o Estado, que se estrutura nesse contexto, procura abafar toda e
qualquer forma de organização da classe trabalhadora.
 O Estado erguido no pós-64 tem por funcionalidade assegurar a reprodução do
desenvolvimento dependente e associado (aos monopólios imperialistas)  Essa
funcionalidade é econômica e política.
Capítulo 1 – A autocracia burguesa e o
mundo da cultura
 O papel da burocracia civil e militar era criar as condições, no espaço nacional,
para a consolidação do processo de concentração e centralização de capital que
vinha se efetivando desde antes.

 De acordo com o Netto (2010): as linhas-mestras do “modelo econômico” da


ditadura concretizou uma “modernização conservadora”.
Capítulo 1 – A autocracia burguesa e o
mundo da cultura
  1.3 O processo da autocracia burguesa:

 Até quando perdura o processo e/ou o ciclo da autocracia burguesa? Esse ciclo
envolve a constituição e a crise da autocracia e do seu regime político.
 De acordo com Netto (2010), o ciclo autocrático burguês compreende 3 grandes
momentos: de abril de 1964 a março de 1979 – do golpe à posse do general
Figueiredo.

 Netto (2010) considera que o fim do ciclo autocrático burguês tem início no
governo Figueiredo.
Capítulo 1 – A autocracia burguesa e o
mundo da cultura
 Ao longo desses anos, a autocracia burguesa evoluiu de forma diferenciada, é importante
demarcar essa evolução com base em 3 grandes momentos:
 1º) De abril de 1964 a 1968 (cobrindo o governo Castelo Branco e parte do governo
Costa e Silva);
 2º) De dezembro de 1968 a 1974 (envolvendo basicamente o fim do governo Costa e
Silva e todo governo Médici);
 3º) E todo o período Geisel (1974-1979).
 No primeiro momento, a ditadura procurou legitimar-se politicamente, além disso, buscou
articular uma ampla base social de apoio que sustentasse as suas iniciativas.
Capítulo 1 – A autocracia burguesa e o
mundo da cultura
 Se entre 1964-1968, a ditadura assumiu o Estado, a partir de 1968 ela cria as suas
estruturas estatais. Nesse momento (de 1968 a 1974), a ditadura ajusta estruturalmente o
Estado para que ele possa cumprir a funcionalidade econômica e política do projeto
“modernizador”.

 Deste 2º momento do ciclo autocrático burguês, dois fenômenos precisam ser


destacados:

- De uma parte, a construção do Estado a serviço dos monopólios;

- De outra parte, o terrorismo de Estado conduziu as forças democráticas a uma residual


política de resistência.
Capítulo 1 – A autocracia burguesa e o
mundo da cultura
 > 1.4 A Autocracia burguesa e o “mundo da cultura”:

Autocracia burguesa X “mundo da cultura”

O objetivo era controlar a vida cultural no país.


Capítulo 1 – A autocracia burguesa e o
mundo da cultura
 > No período ditatorial, o Estado autocrático burguês cria as condições para a
emergência, no Brasil, de uma indústria cultural, concentrada e monopolizada;  
 O regime autocrático burguês realizou-se sob um duplo e simultâneo movimento:
conservação e transformação;
 Para tanto, a política cultural da ditadura deveria atuar em duas frentes:
a) Reprimir as vertentes que, no “mundo da cultura”, apontassem para a ultrapassagem
do viés elitista, estimulando aquelas que contribuíam para a sua cristalização;
b) Induzir e promover a emergência de tendências culturais funcionais ao projeto
“modernizador”.
Capítulo 1 – A autocracia burguesa e o
mundo da cultura
 1.6 A política cultural da ditadura:

> A política cultural, constitui parte das políticas implementadas pela ditadura, assim como a
política educacional, ela possui uma sistematicidade e uma organicidade própria, em outros
termos, ela detém particularidades.

 Nesse item, a proposta do Netto (2010) é compreender essas particularidades.


 Nesse momento, o mundo da cultura passa a ser marcado pela lógica do capital. É criada, no
país, uma indústria cultural, monopolizada e centralizada.
 Todavia, a formulação explícita de uma política cultural, por parte do Estado ditatorial, foi um
processo tardio. Essa formulação só tem expressão conclusa em meados dos anos 1970,
tomando corpo num documento de 1975, denominado Política Nacional de cultura.
Capítulo 1 – A autocracia burguesa e o
mundo da cultura
> A política cultural desenvolvida pela autocracia burguesa possuía 2 objetivos:
- por um lado, travar e reverter os vetores críticos, democráticos e nacional-populares
operantes e/ou emergentes na cultura brasileira;
- por outro, animar e promover a emersão de tendências culturais compatíveis com a sua
projeção histórico-social.

 Esse período, anos 60 e 70 do século XX, é crucial para a compreensão da relação entre o
Estado e a cultura.
> A cultura, pós-1964, deveria ser enquadrada pela ditadura e não se admitia nenhuma forma
de pensar e se expressar contrária à ordem.
Referência Bibliográfica:

 NETTO, José Paulo. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no
Brasil pós-64. 15. ed. – São Paulo: Cortez, 2010.

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