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Perfil Profissiográfico Previdenciário

INTRODUÇÃO

De acordo com a Instrução Normativa nº 77/2015, do INSS, o PPP é “um documento histórico laboral do
trabalhador”, cujo modelo é instituído pela própria Autarquia, e que deve conter os dados administrativos
da empresa e do trabalhador, registros ambientais, resultados de monitoração biológica e a identificação
dos responsáveis pelas informações. Antes de passar à análise minuciosa de cada um destes itens, porém,
é importante ter em mente que nem sempre o PPP foi o principal meio de prova para a demonstração da
exposição a agentes nocivos.

De uma forma bem simplificada, a empresa deveria prestar informações sobre o local onde era exercida a
atividade, indicando os fatores de agressividade atuantes e o grau de intensidade dos agentes físicos. Ainda,
deveria discriminar os serviços realizados pelo segurado e demais informações quanto à existência de medidas
coletivas e de utilização de equipamento de proteção individual. Por fim, era necessário somente o carimbo da
empresa e assinatura do responsável, sem ser preciso a identificação de profissionais especializados.

O Perfil Profissiográfico Previdenciário, por sua vez, passa a substituir definitivamente todos os formulários
anteriores somente a partir de 01/01/2004. Insta registrar que a sua primeira menção, entretanto, data de 1997,
com a Lei 9.528, ao determinar o seu preenchimento como um dever da empresa, além de estipular a sua
entrega ao trabalhador junto com a rescisão contratual.

Para o INSS, os formulários anteriores ao PPP só poderão ser aceitos se emitidos até 31/12/2003, aceitando-se
somente o perfil Profissiográfico Previdenciário após esta data. Ocorre que, na via judicial, tal exigência não
prospera, uma vez que são admitidos quaisquer meios de prova permitidos em direito, independentemente de o
documento ser ou não contemporâneo ao período laborado.
Ordem cronológica dos formulários criados para a comprovação de atividade especial
1)    IS SSS-501.19/71 – Anexo I da Seção I do BS/DS º 38 de 26/02/1971

2)    ISS-132 – Anexo IV da parte II do BS/DG nº 231 de 06/12/1977

3)    SB-40

4)    DISES – BE 5235

5)    DSS 8030

6)    DIRBEN 8030

7)    PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário


1º SEÇÃO DO PPP
5 – BR/PDH

As siglas BR e PDH significam, respectivamente, “beneficiário reabilitado” e “portador de


deficiência habilitado”. Esse campo deve ser preenchido de acordo com o art. 93, da Lei
8.213/91, que prevê a necessidade do preenchimento de cargos de empresas com 100 (cem) ou
mais empregados com um número mínimo de beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras
de deficiência.

A proporção é calculada de acordo com o número de empregados da empresa, a saber:

1. até 200 empregados: 2%


2. de 201 a 500: 3%
3. de 501 a 1.000: 4%
4. de 1.001 em diante: 5%
Se não for o caso, o campo deverá ser preenchido com a sigla NA (“Não Aplicável”).

11 – Regime de Revezamento
Nos casos em que o serviço era realizado na forma de turnos ou escalas, este campo deverá ser
preenchido com o tempo trabalhado e o tempo de descanso, no sistema 24 x 72 horas, por exemplo.
Se não for o caso, o campo deverá ser preenchido com NA (“Não Aplicável”).
12 – CAT registrada
No item 12, os campos deverão ser preenchidos com informações referentes a Comunicações de
Acidente de Trabalho (CAT) informadas à Previdência Social, quando houver.
Assim, no 12.1 deverá ser informada a data do registro e no 12.2 o número da CAT

13.7 – Código Ocorrência da GFIP


Em regra, o Código de Ocorrência da GFIP deveria permitir auxiliar na comprovação ou não da
exposição do segurado a agentes nocivos no período em questão.
Com efeito, este campo deve ser preenchido de acordo com o Manual da GFIP para usuários do
SEFIP,[4] que assim determina quais os códigos a serem incluídos:
2º SEÇÃO DOS REGISTROS AMBIENTAIS
Neste campo, constam as informações essenciais a respeito da exposição do trabalhador a
fatores de riscos ambientais, como biológicos (“bactérias, parasitas e vírus”, p. ex.) e físicos
(“ruído”, p. ex.), ainda que estejam neutralizados, atenuados ou haja proteção eficaz de
alguma forma. Novamente, trata-se de seção com extrema relevância e que deve ser
analisada minuciosamente para que o segurado possa ser beneficiado com as informações
prestadas pela empresa, já que a partir daqui poderão ser apresentados quais os agentes
com que o trabalhador teve contato.

15.2 – Tipo
Aqui, é definido qual o tipo de exposição a fatores de risco a que o trabalhador está exposto, isto
é, o gênero dos fatores de risco. Eles podem ser divididos em 5:
Físico: frio, calor, umidade excessiva, radiação não ionizante, radiação ionizante, vibração,
pressão atmosférica anormal e ruído;
Químico: manifestados por névoas, neblinas, poeiras, fumos, gases, vapores de substâncias
nocivas presentes no ambiente de trabalho, absorvidos pela via respiratória, bem como aqueles
que forem passíveis de absorção por meio de outras vias (art. 146, §2º, IN 95/2003);
Biológico: os microorganismos como bactérias, fungos, parasitas, bacilos, vírus e ricketesias,
dentre outros (art. 146, §2º, IN 95/2003);
Ergonômico/Psicossocial;
Mecânico/de Acidente.
No ponto, os dois últimos (“4” e “5”) possuem indicação facultativa.
15.3 – Fator de Risco
Neste campo, por sua vez, deve ser incluída a espécie do fator de risco, ou seja, especificamente
qual o agente a que o segurado esteve exposto. No caso de agentes químicos, deverá constar,
inclusive, qual a substância ativa a que se refere.

15.4 – Intensidade/Concentração
O preenchimento deste campo é necessário somente para aqueles fatores de risco cuja
mensuração seja possível, devendo constar a sigla “NA” (Não Aplicável) quando não for o caso.
Contudo, alguns pontos merecem destaque.
Inicialmente, quando é o caso de reconhecimento de atividade especial por exposição a agentes
biológicos, é preciso uma análise mais apurada. Isso porque a NR-15 não estabelece limites de
tolerância para agentes biológicos. Além disso, o Decreto 3.048/99 não considera, para a
caracterização da aposentadoria, a intensidade ou concentração acima do limite de tolerância, de
forma que o preenchimento deste campo não afeta o reconhecimento de atividade especial em
virtude da exposição a estes agentes. Em outras palavras, a mera análise quantitativa não tem o
condão de obstar o reconhecimento deste período.

15.5 Técnica utilizada


Contém a descrição de qual a técnica utilizada para aferição dos valores no campo anterior. No
ponto, a situação que merece especial atenção é a técnica de mensuração do fator de risco ruído.
Isso porque a sua medição deverá ser feita em dB(A), e não em dB, pois esta última, além de não
ser a unidade prevista na legislação previdenciária, refere-se à medição de som, sendo que os
seres humanos não ouvem todas as frequências de forma igual.
Outrossim, insta ressaltar que a Turma Nacional de Uniformização revisou o entendimento sobre a
metodologia de aferição do agente nocivo ruído no ambiente de trabalho. Com efeito,
anteriormente, a tese fixada determinava que, a partir de janeiro de 2004, era obrigatório a
utilização somente da NHO-01 da FUNDACENTRO para fins de aferição do ruído, sendo que, em
caso de omissão na indicação da metodologia utilizada, o PPP não poderia ser admitido como
prova da especialidade.

15.6 – EPC Eficaz (S/N)


Trata-se da indicação de que houve ou não a neutralização ou eliminação do risco, com o
emprego de Equipamentos de Proteção Coletivo eficazes, a partir do preenchimento com “S” (sim)
ou “N” (não).

15.7 – EPI Eficaz (S/N)


Neste turno, tratam-se dos Equipamentos de Proteção Individual eficazes, campo este que deve
ser preenchido nos mesmos termos que o anterior, conforme a existência ou não de atenuação
dos fatores de risco.

15.8 CA do EPI
Referência ao número do Certificado de Aprovação do MTE para o Equipamento de Proteção
Individual mencionado no campo 154.7. Em que pese, muitas vezes, este campo possa passar
despercebido, é preciso destacar que ele pode denunciar a ineficácia dos equipamentos de
proteção individual utilizados pela empresa.
3º SEÇÃO MONITORAÇÃO BIOLÓGICA

OBS.: Vedado o preenchimento do campo 17 e 18 conforme resolução 1715 de 08 de Janeiro de


2004 do Conselho Regional de Medicina. 
4º SEÇÃO RESPONSÁVEL PELAS
INFORMAÇÕES
OBSERVAÇÕES

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