Você está na página 1de 30

Comportamento de Pneus

Agrícolas Radiais e Diagonais em


Relação à Tração
Fábio Brustolin, Julio C. Filla,
Ricardo Bonatto e Saimon Toniazzo.

MÁQUINAS AGRÍCOLAS
Prof. Dr. José A. Portella

Engenharia Mecânica 1
Introdução
 Os pneus foram introduzidos no meio agrícola a partir da década de
30, trazendo uma série de vantagens aos equipamentos responsáveis
por desenvolver tração;
 Iniciou-se pesquisas a fim de incrementar o desempenho dos pneus,
e em meados dos anos 40 foi desenvolvido o pneu de construção
radial.
 O modelo radial passou a fazer parte do mercado de equipamentos
agrícolas a partir dos anos 70 nos Estados Unidos e países da
Europa. No Brasil devido a uma maior abertura do mercado de
importação em 1994 este modelo foi introduzido;
 A introdução do pneu radial no meio agrícola brasileiro requer uma
série de estudos sobre o desempenho para as condições de trabalho
no país, devido a isso realizou-se estudos do desempenho destes
pneus comparados com os diagonais convencionais.
Engenharia Mecânica 2
Materiais e Métodos

Tabela 1 - Informações necessárias para identificações dos pneus

Engenharia Mecânica 3
Material e Métodos
 Os pneus radiais dispõe suas lonas formando um ângulo de 90º com
o eixo de rotação;
 Os pneus diagonais dispõe suas lonas formando um ângulo de 45º
com o eixo de rotação;

Pneu diagonal Engenharia Mecânica


Pneu radial 4
Materiais e Métodos
- Trator: MF 292 turbo;

- Tração dianteira auxiliar (TDA);

- Massa: 5475 kg distribuído estaticamente em 35% do eixo dianteiro e


65% do eixo traseiro;

- Potência max. do motor: 78,5kw (105CV) a 2200rpm;

- Força de tração medido por meio de célula de carga com capacidade


para 5 t;

- Controle do consumo do combustível por meio do medidor volumétrico;

- Trator freio: MF 3655, com massa de 7.185 kg, francês;

- Trator freio responsável por variar os níveis de força de tração exigida


na barra do trator tração;
Engenharia Mecânica 5
Materiais e Métodos
 Trabalho desenvolvido sobre solo de várzea, no período de
preparo de verão de 1998.

 Área utilizada em rotação de plantio de arroz inundado.

 Solo com 19% de argila e 28% de areia.

 Trabalho foi feito em duas condições diferentes: solo firme e


solo solto.

Engenharia Mecânica 6
Materiais e Métodos

Tabela 2: Características dos solos trabalhados.

Engenharia Mecânica 7
Materiais e Métodos

As variáveis analisadas foram:

 Força de tração;

 Índice de patinagem do rodado dianteiro e traseiro;

 Consumo de combustível;


Resistência ao rolamento .

Engenharia Mecânica 8
Materiais e Métodos
 Força de tração avaliada por meio de célula de carga localizada na
barra de tração do veículo.

 Os índices de patinagem foi avaliado fazendo-se a média do rodado


traseiro e do dianteiro.

 O consumo de combustível foi avaliado através de um medidor


volumétrico instalado no sistema de alimentação do veículo.

 A resistência ao rolamento foi avaliada alterando-se a posição dos


tratores, onde o trator freio passou a tracionar o veículo-laboratório,
medindo-se a força de tração necessária para o deslocamento em
duas velocidades diferentes.

Engenharia Mecânica 9
Resultados e Discussão
Índice de patinagem:

 Com incremento de força o índice de patinagem é crescente,


independente do pneu.

 Para melhor demonstrar a relação entre força de tração e patinagem



das rodas utilizou-se um modelo para cada um dos tipos de pneu:

Engenharia Mecânica 10
Resultados e Discussão
 Para solo firme, o patinamento dos pneus diagonais foi superior aos
radiais, em todas as faixas de força de tração utilizada.

 Para a condição de 15% de patinamento, a diferença proporcionou


que se pudesse tracionar 5 kN a mais com pneus radiais do que com
diagonais.

 Para força de tração de 25 kN, o patinamento medido foi de 6% a


mais para os diagonais do que para os radiais.

Engenharia Mecânica 11
Patinagem dos pneus traseiros radiais (dd) e diagonais (dr) em solo
firme.
Engenharia Mecânica 12
Resultados e Discussão
 Para solo solto, o pneu radial sempre apresenta índice de patinagem
inferior, quando submetido ao mesmo índice de força de tração.

 Os pneus diagonais proporcionam índice de patinagem 20% maiores


do que os radiais, quando submetidos a mesma condição de
trabalho.

Engenharia Mecânica 13
Patinagem dos pneus traseiros diagonais (dd) e radiais (dr)
em solo solto.
Engenharia Mecânica 14
Resultados e Discussão
Consumo de combustível:

 O consumo de combustível é uma função da potência exigida do


motor.

 O uso de pneus radiais tende a promover menor consumo de


combustível em níveis de força de tração superior a 17,5 kN em solo
firme e 7,5 kN em solo solto.

Engenharia Mecânica 15
Consumo de combustível (Cd e Cr) em solo firme.

Engenharia Mecânica 16
Consumo de combustível (Cd e Cr) em solo solto.

Engenharia Mecânica 17
Resultados e Discussão
Coeficiente dinâmico de tração:

 Em ambas as situações o pneu radial apresentou um coeficiente


dinâmico de tração superior ao pneu diagonal.

 Sendo melhor em solo firme onde apresenta diferença de 66% em


índice de patinagem igual a 8%.

 Em solo firme são obtidos maiores coeficientes de tração, tanto com


o uso de pneu radial quanto diagonal, comparando ao mesmo índice
de patinagem sobre solo solto.

Engenharia Mecânica 18
Coeficiente dinâmico de tração (Mt) em solo firme.

Engenharia Mecânica 19
Coeficiente dinâmico de tração (Mt) em solo solto

Engenharia Mecânica 20
Resultados e Discussão
Eficiência de tração:

 É definida em valores percentuais, entre a potência de tração e a


potência disponível no eixo do trator.

 Quanto maior essa relação, menores serão as perdas envolvidas no


processo de tração.

 Esse parâmetro está correlacionado com carga na barra de tração,


potencia disponível, coeficiente dinâmico de tração e consumo de
combustível.

 Em ambas as condições as tendências foram semelhantes.

 Em solo firme os maiores índices de eficiência de tração foram


proporcionados pelos pneus radiais.

Engenharia Mecânica 21
Resultados e Discussões
 Em solo solto o radial teve uma sensível superioridades até índices
de patinagem de 10%, após esse valor a tendência é a mesma.

 A mais alta eficiência obteve-se com valores de 10 a 20% de


patinagem para solo firme.

Engenharia Mecânica 22
Eficiência de tração (Nt) em solo firme.

Engenharia Mecânica 23
Eficiência de tração (Nt) em solo solto.

Engenharia Mecânica 24
Resultados e Discussão
Resistência ao rolamento:

 Representa a força desprendida para vencer a histerese do pneu e a


deformação do solo.

 Representa a diferença entre a força de tração total e a que se exige


na barra de tração pelo implemento, neste caso o trator freio.

Engenharia Mecânica 25
Resultados e Discussões

 Em solo solto os valores são em média 21% maiores que em solo firme,
sendo os radiais responsáveis por 15% desse incremento, enquanto os
diagonais proporcionam um aumento de 27,5%.

 Essa diferença no incremento da resistência proporcionado pelos diagonais


pode ser explicada pela menor área de contato com o solo.

Engenharia Mecânica 26
Resultados e Discussões
 Os diagonais são responsáveis por proporcionar os maiores valores
de resistência ao rolamento.

A resistência ao rolamento é menor a maiores velocidades .

Engenharia Mecânica 27
Conclusões
 Os níveis de resistência ao rolamento medidos foram sempre
maiores para os pneus diagonais.

 A velocidades menores, a resistência ao rolamento foi superior em


relação a maiores velocidades.

 As patinagens das rodas foram sempre maiores com o uso de pneus


diagonais.

 O consumo volumétrico de combustível foi maior a medida que a


força de tração aumentou.

Engenharia Mecânica 28
Conclusões
 Para os pneus diagonais, nos níveis de força de tração superior a 20
kN, o consumo de combustível foi sempre maior, essa tendência foi
mais evidenciada em solo firme.

 O coeficiente dinâmico de tração foi sempre superior para os pneus


radias, em ambos os solos.

 A eficiência de tração, foi sempre maior para os pneus radias, em


solo solto, este efeito foi melhor visualizado.

Engenharia Mecânica 29
Referência Bibliográfica
COMPORTAMENTO DE PNEUS AGRÍCOLAS RADIAIS E
DIAGONAIS EM RELAÇÃO À TRAÇÃO 1,
http://www.sbea.org.br/rea/v21_n2/artigo_10.pdf, acesso em
03/05/2007.

Engenharia Mecânica 30

Você também pode gostar