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CAPITULO 3: QUEM E
POR QUÊ
Ana Claudia Oliveira
Thiago Zanotti
Engajamento Político
Motivação Ideológica
Popularidade e fama
Mídia
MUDANÇAS OPERADAS NUMA NARRATIVA
EM PARTICULAR, A PARTIR DE UMA SÉRIE
DE MÍDIAS E GÊNEROS COMO FORMA DE
EXPLORAR PRECISAMENTE ESSAS
COMPLEXIDADES ECONÔMICAS, LEGAIS,
CULTURAIS, POLÍTICAS E PESSOAIS DE
MOTIVAÇÃO E INTENÇÃO NO PROCESSO
DE ADAPTAÇÃO. (136)
“Textos fluídos” que existem em mais de uma versão; elas são
a ‘evidência material das mudanças de intenção” (137)
Aprendendo com a prática
Por quê?
pp. 137- 156
As Carmelitas de Compiègne
• Novela – “Die Letzte am Schafott”/
“The Song at the Scaffold”
• Peça de Teatro – “Dialogue des
Carmélites”
• Filme – “Dialogue des Carmélites”
• Ópera - “Dialogue des Carmélites”
No Roteiro para o Filme, Padre Bruckberger, com a ajuda de Phllippe Agostini, foi atraído
pelos elementos daquilo que viu como uma grande tragédia, o que chamou de conflito
insuperável entre dois universos e dois misticismos irreconciliáveis, o do Carmelo e o da
Revolução. Quando escreveu o roteiro teve sua atenção instigada pelas possibilidades de
ação elaborada. Assim, ele suprimiu cenas e personagens dispensáveis como o narrador, e
inventou outros livremente. Mas manteve o foco sempre na Blanche. O roteiro para o
cinema ficou mais visual e dramático, baseado na ação e não na discussão religiosa,
apresentando um desejo de apresentação direta da câmera no lugar da narração. Mas foi
George Bernanos que escreveu os diálogos do roteiro, antes de morrer. Ele então se
apropriou da história original para criar uma obra radicalmente diferente.
A Peça Teatral – Dialogues des Carmélites
Publicada Encenada
em 1949 Albert em 1951
Resumiu as Mais de um
Béguin cenas mudas Adaptador
Acrescentou
hinos históricos
Ópera Dialogues des Carmélites – Francis Poulenc
pp. 147 - 149
Uma história de escolha individual adiante da mortalidade
humana
Vemos nesses processos o quanto uma alegoria política ou um relato de redenção espiritual e psicológica
estão, muitas vezes, ligadas às histórias individuais dos adaptadores, bem como ao momento político em
que escrevem.(p. 150)
“O EXAME DAS DIFERENTES VERSÕES DA HISTÓRIA DAS FREIRAS,
ENTRETANTO, SUGERE QUE AS INTENÇÕES POLÍTICAS, ESTÉTICAS E
AUTOBIOGRÁFICAS DOS VÁRIOS ADAPTADORES SÃO POTENCIALMENTE
RELEVANTES PARA A INTERPRETAÇÃO DO PÚBLICO. ELAS SÃO
FREQUENTEMENTE RECUPERÁVEIS E SEUS TRAÇOS VISÍVEIS NO TEXTO”.
“A dimensão política – por exemplos, nos queer studies e estudos feministas, étnicos e pós-estruturalistas – foi
resgatada” (p.151)
“Como no caso das adaptações da história das Carmelitas, os adaptadores
geralmente sentem alguma ‘equivalência de sensibilidade ou forma’, ou alguma
‘afinidade particular com o temperamento ou preocupações artísticas’ do
criador da obra que decidem adaptar, eles estão escolhem a mídia, em
particular, para expressar essa coincidência de interesses. O resultado, é claro,
pode não ser tão extremo quanto a descrição do diretor David Cronenberg, de
sua adaptação cinematográfica do romance Crash, de J. G. Ballard, como ‘uma
bela fusão de mim com Ballard. Estamos em surpreendente sintonia’.” (p.152)
No ato de adaptar, as decisões são feitas num contexto criativo e
interpretativo que é ideológico, social, histórico, cultural, pessoal e estético.
Primeiro Segundo
O texto leva as marcas dessas É o fato de que as declarações
escolhas, marcas que traem extratextuais de intenção e
os pressupostos do criador. motivo de fato existem, de
Essas “variações” funcionam modo geral, para completar
como indicadores da ‘voz’ do nosso entendimento do
adaptador. contexto de criação.
“O processo de adaptação deveria fazer-nos reconsiderar nossa sensação de embaraço crítico
em relação à intenção e as dimensões mais pessoais e estéticas do processo criativo. Em
termos teóricos-históricos, nossa resistência é perfeitamente compreensível porém tem-nos
impedido de entender por que uma forma tão criticamente denegrida quanto a adaptação
provou ser atraente tanto para artistas quanto para os públicos”. (p. 156)
“A adaptação nos ensina que, sem
abordar o processo criativo, não
podemos entender por completo a
necessidade de adaptar e,
portanto, o próprio processo de
adaptação.