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Instituto Médio Dom Bosco

Tema: BINÁRIO MOTOR

Modulo: Fazer calculos e conhecer as curvas caracteristicas de motores

Formador: Semane JJ Semane

Tete, aos 31 de Janeiro de 2022


2. BINÁRIO MOTOR

2.1. BINÁRIO – DEFINIÇÃO

 Chama-se binário a um conjunto de duas forças paralelas, com a


mesma intensidade (F) e com sentidos opostos, aplicadas a um
sistema rígido fixo por um ponto central (fulcro). As forças são
aplicadas à mesma distância (L) do fulcro, como mostra a figura 2.1

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Fig.2.1 – Exemplo de aplicação de um binário


 Como mostra a figura 2.1, a aplicação de cada força a uma
determinada distância do fulcro (distância L) tende a fazer girar o
sistema rígido em torno desse mesmo fulcro.

 O conjunto das duas forças pode ser substituído por uma única
força, com o dobro da intensidade de cada uma das duas forças. Se
cada uma das duas forças tiver uma intensidade (F), a força única
terá uma intensidade (2 × F), ou seja (2F).

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EXEMPLO:
A figura 2.2 mostra a aplicação de um binário para fazer rodar um
volante em torno do eixo A (fulcro). O mesmo binário pode ser aplicado
de duas formas:
 Através de duas forças com a mesma intensidade (F) mas de sentidos
opostos, aplicadas à mesma distância (L) do eixo de rotação (A) (é o
caso em que se faz rodar o volante com as duas mãos).
 Através de uma única força com o dobro da intensidade, ou seja (2F)
aplicada à mesma distância (r) do eixo de rotação (A) (é o caso de se
fazer rodar o volante com apenas uma mão).

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Fig.2.2 – Exemplo de aplicação de um binário a um volante

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 O binário pode então ser definido como sendo o esforço
(através da aplicação de uma força) que tende a movimentar
um determinado corpo, ou sistema rígido, em torno de um
eixo de rotação.
 A figura 2.3 mostra um exemplo simples de aplicação de um
binário para a abertura de uma tampa roscada de um frasco de
vidro.

Fig.2.3 – Exemplo de aplicação de um binário


para a abertura de uma tampa roscada

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 Matematicamente, o binário é o resultado da aplicação de uma
força a uma determinada distância do centro de rotação. A essa
distância dá-se o nome de braço da força.
 Para a determinação do binário aplicado, utiliza-se a seguinte
fórmula:
T=F×d
 T – Binário.
 F – Força aplicada.
 d - Distância entre a força aplicada e o eixo de rotação ou fulcro (braço da
força).

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 A figura 2.4 ilustra a aplicação de um binário a uma porca de um
parafuso através de uma chave de boca simples.
 Como mostra a figura 2.4, pode-se facilmente retirar da
interpretação da fórmula do binário (T = F × d), o seguinte:
 Para a mesma força (F) aplicada, quanto maior for a distância (d)
entre o ponto de aplicação desta e o eixo de rotação maior será o
binário resultante (T), ou seja, maior será a facilidade de rodar o
corpo (neste caso a chave de boca simples).

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No caso concreto da figura 2.4., mostra-
se que duplicando o comprimento da
chave de boca e, mantendo a mesma
força aplicada, o valor do binário
aplicado duplica.

Fig.2.4 –Em igualdade de força o binário é duplicado se


d 2 = 2 X d1

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2.1.1 - UNIDADES DO BINÁRIO
 Um binário T =1 N.m pode ser representado por uma força F = 1N
aplicada na extremidade do braço de uma chave de boca simples com
o comprimento d = 1m.

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Tab.2.1.1 – Unidades do binário
2.2 - BINÁRIO MOTOR
 O binário motor é o binário responsável pela rotação do virabrequim (cambota)
do motor.
 No caso concreto de um motor em funcionamento tem-se o seguinte: A pressão
criada devido ao processo de combustão no interior do cilindro, produz uma
força sobre a coroa do êmbolo. Esta força durante o tempo de expansão (tempo
motor) é aplicada à biela e transmitida por esta à manivela da cambota fazendo-a
rodar (sistema biela manivela).
 Ao esforço de rotação assim criado dá-se o nome de binário motor.
 A figura 2.5. mostra por analogia, uma comparação entre o binário motor gerado
através do sistema biela - manivela e o binário gerado a partir de uma manivela
manual.
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 F – Força aplicada na coroa do êmbolo. F – Força aplicada pelo braço à manivela.
 M – Binário motor. M – Binário.
 R - Raio da manivela da cambota. R - Raio da manivela.

Fig.2.5 – Comparação entre o binário motor gerado pelo sistema-


biela manivela e o binário gerado por uma manivela manual 13-01-2023
 A figura 2.6 mostra a decomposição das forças que dão origem a
o binário motor.

Fig.2.6 – Forças aplicadas à biela e cambota que provocam a rotação da


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cambota
 Analisando com algum cuidado a decomposição das forças que
mostra a figura 2.6, tem-se:
No ponto (B), a força F0 provocada pela pressão (P) dos gases
sobre a coroa do êmbolo, decompõe-se nas forças F1 e F2. No ponto
(A), a mesma força F1 decompõe-se nas forças F e F’. É a força (F)
aplicada no ponto (A), que dá origem ao binário motor da
seguinte forma:
T = F × dOA
 Onde: T – Binário motor. F – Força aplicada. dOA – Distância entre
o ponto (O) e o ponto (A) (braço da força).

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 Quanto maior for o binário motor desenvolvido por um motor, maior
será a sua capacidade de gerar o movimento rotativo da cambota,
beneficiando o seu poder de resposta às várias solicitações de
aceleração.
 Como vimos atrás, o valor do binário motor é T = F × d OA. No
entanto, este valor não é constante, variando a cada momento. Isto
porque, a força F e a posição da biela variam ao longo do curso do
êmbolo.
 O binário obtido é um binário médio.
 Num motor funcionando num ciclo a 4 (quatro) tempos, apenas o
tempo de expansão (tempo motor) produz um binário motor. Os
restantes tempos do ciclo produzem um binário resistente.
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 NB: O binário motor atinge o seu valor máximo no regime de
rotação em que se verificar o maior valor de pressão dentro do
cilindro.
 Devido a diferentes causas, o maior valor da pressão no interior
do cilindro não acontece no regime máximo de rotação do motor,
mas sim a um valor mais baixo. Por esta razão, o binário motor
máximo não se obtém no regime de rotação máximo do motor,
mas sim a um regime de rotação mais baixo.

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Exercícios

 Qual é a diferencia entre binário e binário motor?


 Qual é a expressão matemática do binário?
 De um exemplo do binário.

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TPC
 Qual é a relação existente entre Binário e distancia?
 A pressão criada devido ao processo de combustão no interior do cilindro,
produz uma força sobre a coroa do êmbolo. Esta força durante o tempo de
expansão (tempo motor) é aplicada à biela e transmitida por esta à manivela da
cambota fazendo-a rodar (sistema biela manivela). Comenta?
 Num motor funcionando num ciclo a 4 (quatro) tempos, apenas o tempo de
expansão (tempo motor) produz um binário motor. Os restantes tempos do ciclo
produzem um binário resistente. Explique a afirmação.
 Diga se é ou não verdadeira a seguinte afirmação? Devido a diferentes causas, o
maior valor da pressão no interior do cilindro não acontece no regime máximo
de rotação do motor, mas sim a um valor mais baixo. Por esta razão, o binário
motor máximo não se obtém no regime de rotação máximo do motor, mas sim a
um regime de rotação muito maior.
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Fim da aula

O maior conselho que um homem pode dar e: aceita Jesus antes de


morrer

As brincadeiras são colectivas mas o futuro em individual.

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Correcção e entrega dos testes

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2.3 - BINÁRIO RESISTENTE
 Os atritos internos do motor entre os seus vários componentes em
movimento e as resistências externas ao motor, provocam forças que se
opõem à rotação do motor.
 Estas forças, aplicadas ao veio motor provocam o chamado binário
resistente. Este binário opõem-se ao binário motor.

 O binário motor varia fundamentalmente de acordo com a quantidade de


combustível que enche e é queimado no interior do cilindro. E esta
depende da posição de abertura da borboleta de aceleração (que é
controlada pelo condutor do veículo através do pedal do acelerador). Assim
sendo, a velocidade do motor depende do valor do binário resistente e da
posição de abertura da borboleta de aceleração. 13-01-2023
 A velocidade de rotação do motor depende do equilíbrio entre as forças
que produzem a rotação da cambota e aquelas que se opõem a essa mesma
rotação (equilíbrio entre o binário motor e o binário resistente).
 Estabelecido um determinado regime de rotação do motor, se variar o
binário resistente (aumentar ou diminuir) é criado um desequilibro. Para
restabelecer o equilíbrio é necessário fazer variar a posição de abertura da
borboleta de aceleração (abrir ou fechar).
 Quando o motor roda ao ralenti (regime de rotação mínimo) a borboleta
de aceleração está quase fechada. O binário motor está em equilíbrio com
o binário resistente e são ambos muito pequenos.

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 Quando a borboleta de aceleração está completamente aberta
(Fig.2.7) e o esforço aplicado ao motor é constante, com uma
amplitude tal que o motor funcione à velocidade de rotação
prevista, o binário motor e o binário resistente encontram-se em
equilíbrio e a rotação do motor permanece constante.
 É o caso em que o veículo se desloca numa estrada plana
(Fig.2.8.) e o condutor leva o pedal do acelerador pisado a
fundo.

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Fig. 2.7 – Borboleta de aceleração Fig.2.8 – Veículo numa estrada plana
totalmente aberta

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Combinações possíveis entre a posição da borboleta
de aceleração e o esforço a que está submetido o
motor
 Se por exemplo, o veículo
começar a subir uma encosta
(Fig.2.9.), o esforço aplicado ao
motor aumenta (aumenta o
binário resistente) reduzindo a
velocidade do veículo.

Fig.2.9 – Veículo a subir uma encosta


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 Se além do veículo subir a encosta,
este for sujeito ao carregamento de
uma carga pesada (Fig.2.10.) o esforço
aplicado ao motor aumenta mais
(aumenta o binário resistente)
reduzindo mais a velocidade do
veículo. Nesta situação, para aumentar
a velocidade a borboleta de aceleração
teria que ser mais aberta.

Fig.2.10 – Veículo a subir uma encosta carregado

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 Se pelo contrário, o veículo começar a
descer uma encosta e sem
carregamento (Fig.2.11), o esforço
aplicado ao motor diminui (diminui o
binário resistente) aumentando a
velocidade do veículo.
Nesta altura, pode-se fechar um pouco
a borboleta de aceleração (levantar o
pé do acelerador).
Fig.2.11 – Veículo a descer uma encosta

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 Como se vê, existe um número infinito de combinações
possíveis entre a posição da borboleta de aceleração e o esforço
a que está submetido o motor (binário resistente), para se obter
a velocidade de rotação do motor desejada para cada caso.

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Exercícios de consolidação
1. O que provoca forças que se opõem à rotação do motor?
2. O que e binário resistente?
3. Se além do veículo subir a encosta, este for sujeito ao carregamento de
uma carga pesada o esforço aplicado ao motor aumenta mais (aumenta o
binário resistente) reduzindo mais a velocidade do veículo. Nesta
situação, como se procede para aumentar velocidade?
4. De que depende a velocidade de rotação do motor?

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TPC
1. O binário motor varia fundamentalmente de acordo com a quantidade de
combustível que enche e é queimado no interior do cilindro. De que
depende?
2. De que depende a velocidade do motor?
3. Quando o motor roda ao ralenti (regime de rotação mínimo) a borboleta de
aceleração está quase fechada. O binário motor está em equilíbrio com o
binário resistente e são ambos muito pequenos. Esta a afirmação e
verdadeira?
4. Se o veículo começar a descer uma encosta e sem carregamento o esforço
aplicado ao motor diminui (diminui o binário resistente) aumentando a
velocidade do veículo. Concorda que: nesta altura, pode-se fechar um
pouco a borboleta de aceleração (levantar o pé do acelerador).
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Fim da aula

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