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Psicologia na Equoterapia

Abordagem Psicanalítica
Papel da psicologia na
equoterapia

 O cavalheiro ira se ajustar aos movimento do cavalo

 O vínculo com o cavalo atua como um espelho em que serão projetados


as dificuldades, progressos e vitorias. Proporcionando percepções e
vivencias através do cavalo.
Equoterapia é uma prática terapêutica onde, por meio
da intervenção psicomotora lúdica, o corpo, enquanto
expressão de linguagem, se reconfigura ampliando as
possibilidades do sujeito de se exprimir em seu campo
relacional. Por meio do movimento tridimensional,
cinesioterapêutico e de sua representação social o
cavalo toca o praticante em seu real, simbólico e
imaginário, permitindo um espaço terapêutico em que
esses registros podem ser reconfigurados
Psicanálise como abordagem terapêutica na
Equoterapia

Trabalhar com pessoas exige compreensão do seu momento de vida e da sua configuração subjetiva,
pois os sujeitos vivenciam as questões internas e externas por meio da relação que travam com os
objetos, criando jogos e relações sociais onde seu mundo interno e a realidade coexistem. Estar
atento a esse processo e possibilitar os meios para suas reorganizações é o que podemos pensar como
uma intervenção eficaz na prática equoterápica, ou seja, pensá-la como um processo lúdico que
permite ao próprio sujeito criar soluções para seus conflitos

(WINNICOTT, 1975).
Perspectiva Freudiana:

 Freud irá introduzir a figura do cavalo pela primeira vez no caso do


pequeno Hans. Descrevendo a fase que denomina de Complexo de
Édipo, período em que ele passa a ter um interesse muito grande
pelos órgãos genitais, após perceber a diferenciação no nascimento
de sua irmã.

 O termo, Complexo de Édipo é utilizado para configurar essa fase


em que a criança deseja a mãe para si, como objeto de desejo e, ao
mesmo tempo, tem o pai como figura de castração. Nutrindo então
sentimentos ambivalentes pela figura paterna.
 Ao se deparar com o órgão genital do cavalo, bem maior que o dele,
o menino pressupõe que todos os adultos têm genitais semelhantes
aos do cavalo. A criança compara o pai ao cavalo e associa essa cena
ao desejo que possui pela mãe. O cavalo simboliza o medo que tem
do pai.

 Não podendo  odiar o pai, Hans deslocou a sua libido para outro
objeto que não o  pai, em vez de recalcá-la. De acordo com Freud,
esse sentimento é responsável pela formação da fobia, já que a
criança precisava liberar a ansiedade.
 Mas porque o cavalo?

 O cavalo possui o símbolo de poder, força, liberdade, virilidade, velocidade,


autoconfiança, domínio, controle, espiritualidade e beleza.

Através da psicanálise, o sintoma revela não a verdade da doença, mas a


verdade do sujeito do inconsciente.
Perspectiva Junguiana:
 Para Jung, nossa relação com o mundo é por meio de símbolos e o
cavalo por ser um dos arquétipos mais forte, transmite a pessoa
que o monta, sensação de controle, domínio e poder.

 Envolto num clima teatral e, portanto, simbólico, o cavalo


(montado por Dom Pedro) é personagem de um dos fatos mais
importantes da história de nosso país: o dia da Independência.
Tornar-se independente aqui significa estar livre, ter autonomia,
sair da tutela de outro. Qualquer alternativa contrária a esse
sentimento quer dizer Morte, ausência de liberdade e/ou de vida
Perspectiva Winnicottina:

 Winnicott, médico pediatra e psicanalista infantil, descreve a relação do


cavalo com o homem como sendo este, um objeto transicional facilitador
de novas condições e de novas experiências na formação de vínculo.

 O objeto transacional é um facilitador de novas condições e experiências,


faz com que o bebe tenha que criar algo para não sofrer pela falta da
mãe, ele inventa um substitudo/objeto.
 Quando falamos do humano, falamos da subjetividade, do paradigma da
complexidade e da constante vivencia de regulação de ambivalências afetivas. A
equoterapia pode ser vista como um trabalho de clínica psicomotora onde o real, o
imaginário e o simbólico são vistos a partir da transferência. O lugar do sujeito deve
ser garantido no campo transferencial, não sendo seu corpo uma máquina em mau
funcionamento necessitando de conserto.
 O mediador deve estar preparado para estabelecer
esta relação.

 O cavalo permite que o praticante assuma direitos


sobre ele, dá conta da ambivalência afetiva.
Inicialmente pode ser pensado e vivido como um
prolongamento do corpo do praticante, mas está
aberto à outras possibilidades de relação.
Percebeu-se, portanto, que as relações estabelecidas na
equoterapia apresentam configurações diferenciadas
conforme a relação que o sujeito mantém com o objeto,
ou seja, com o cavalo.
Principais atuações do Psicólogo
 Analisar e avaliar a situação atual do praticante antes, durante e depois da terapia;

 Levantamento das características e necessidades;

 Planejar as sessões

 Contato com a família afim de orientar, dando assistência e suporte;

 Proporcionar momentos de escuta;

 Auxiliar a aproximação do praticante com o cavalo para desenvolver capacidades de enfrentamento de frustrações;

 Trabalhar os sentimentos dos familiares a cerca dos praticantes;

 Auxiliar no desenvolvimento das capacidades e potencialidades dos praticantes em relação ao processo de ensino e
aprendizagem;

 Desenvolver a psicoeducação com a equipe e familiares com palestras, roda de conversa ou grupos.

 Por fim o psicólogo deve se tornar um facilitador de relações e dialogo se colocando como um mediador.
Referências:

 ALVES, Hellen Munique. Corpo e linguagem na equoterapia: uma leitura psicanalítica. 2015. 101 f., il.
Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

 ALVES DA SILVA, J.; MAR, G.; DE LIMA, M. CASO HANS: um marco na psicanálise com
crianças . Disponível em:
<https://www.unirios.edu.br/revistarios/media/revistas/2018/18/caso_hans.pdf>. Acesso em: 8 set. 2022.

 SILVA, E.; COMPLETO, VMP Equoterapia & Equitação Especial . Disponível em:


<http://equitacaoespecial.blogspot.com/2010/05/cavalo-psicologia-e-equoterapia.html>. Acesso em: 8 set. 2022.

 KINAS BUENO, R.; MONTEIRO, MA PRÁTICA DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO


INTERDISCIPLINAR DA EQUOTERAPIA . Disponível em:
<http://www2.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_013/artigos/artigos_vivencias_13/n13_19.pdf>. Acesso em: 8
set. 2022.

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