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Eclesiologia

05
Confissões cristãs
Aulas previstas:
01.Origem e Finalidade (12 slides)
02.Natureza (11 slides)
03.Igreja visível (37 slides)
04.Missão na Terra (35 slides)
05.Confissões cristãs (24 slides)
06. A Igreja invisível ( 11 slides)
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 Evangelho: Cristo tinha a vontade de instituir uma só Igreja.


 Exemplo: promessas de Jesus: Mt 16, 18-19:

 “Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta


pedra edificarei a minha Igreja”.
 a Igreja será indestrutível frente aos seus
adversários.
 Pedro receberá o poder supremo de atar e
desatar nela: suas decisões terrenas serão
vinculadoras para o próprio Deus.

 Referências a uma única Igreja em varias parábolas: rebanho com um só


pastor, vide e as varas, árvore em cujos ramos se acolhem as aves do céu,
etc..
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 Razão de ser da Igreja de Cristo =


perpetuar no tempo a exclusiva
missão salvadora dos homens que
tinha motivado a sua encarnação.
  1 Pe 2, 10: “sois o povo de Deus”.

 Rom 12, 5: “somos um só corpo


de Cristo”.
 Lumen gentium 8: 8 “a única Igreja
de Cristo... subsiste na Igreja Católi-
ca, governada pelo sucessor de
Pedro e pelos bispos em comunhão
com ele”.
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 Desde sempre, a única Igreja de Cristo confessou de si mesma no Credo


quatro atributos seus essenciais: é Una, Santa, Católica e Apostólica.

 Quando foi necessário identificá-la ante as


diferentes confissões separadas, essas
mesmas propriedades serviram também de
“Notas” (= sinais visíveis da verdadeira
Igreja).

 As quatro Notas têm de dar-se todas juntas. Não basta que só se dê uma ou
várias, senão que é preciso que a Igreja verdadeira as possua todas simultâ-
nea e inseparavelmente unidas entre si (cfr. CCE 811).
811
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UNIDADE, 1

1 Significa ausência de divisão interna. É diferente de “unicidade” ainda que,


precisamente por ser “una”, a Igreja seja “única”.

2 Não é uniformidade: dentro da Igreja é possível


um amplíssimo espectro de idiossincrasias pes-
-soais, rituais e culturais. E todos estão “solícitos
em conservar a unidade de espírito mediante o
vínculo da paz” (Ef 4, 3).
3

3 Unitatis redintegratio 2:
2 “o modelo e princípio
deste mistério (a unidade da Igreja) é a unidade
de um só Deus Pai e Filho no Espírito Santo, na Trindade de pessoas”.
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UNIDADE, 2

 Enquanto Nota visível, a unidade da Igreja manifesta-se principalmente nestes


três vínculos:

1 profissão de uma mesma fé, recebida dos apóstolos e


guardada e transmitida pelo Magistério.

2 Celebração comum dessa fé no culto divino, sobretudo


dos sete Sacramentos dados por Cristo à Igreja.

3 comunhão com o Romano Pontífice e com os bispos, sucessores de Pedro e


dos apóstolos à frente da Igreja.
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SANTIDADE, 1

 A santificação dos homens é a


finalidade da Igreja e, portanto, da
sua hierarquia e organização na terra.
Dificilmente poderia realizar esse come-
tido, se ela própria não fosse santa e
possuidora dos meios de santificação.

 Apesar de que na terra esteja composta


por pecadores, a Igreja é nativa e inde-
fectivelmente santa (sem mancha nem
imperfeição), pela presença de Deus nas
entranhas do seu ser.
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SANTIDADE, 2

 Enquanto Nota visível, derivada da sua


santidade interior, a Igreja demonstra ser
santa enquanto santificadora, quer dizer,
pelos abundantes frutos de santificação
que produziu desde a sua origem até
hoje.

 Testemunho mais patente = as vidas das


muitas pessoas que a Igreja canonizou;
em especial da Santíssima Virgem.
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CATOLICIDADE, 1

 A Igreja é católica (= universal) desde o


próprio dia da sua manifestação pública
em Pentecostes.

 Em sentido fundamental e interior, porque


“nela subsiste a plenitude do Corpo de
Cristo unido à sua Cabeça, o que implica
que ela recebe d’Ele a plenitude dos
meios de salvação” (CCE 830).
830
 Na sua faceta exterior, porque a missão redentora do Verbo de Deus
encarnado não se circunscreve a grupos mais ou menos numerosos de
homens, senão que se dirige a todos e cada um.
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CATOLICIDADE, 2

 Quanto a Nota visível, a Igreja é católica pelo carácter universal da missão


que recebeu de Cristo.

 Significa também que é capaz de “integrar na sua unidade, purificando-as,


todas as verdadeiras riquezas das culturas” (CCE 1202).
1202

 Outro aspecto também é que pode dar resposta às mais profundas aspira-
ções de todos os homens, seja qual for a sua raça, língua, nação, condição
social, situação pessoal, etc..
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CATOLICIDADE, 3

 Sempre que se mantenha a comunhão com o


Romano Pontífice, a catolicidade não se vê
beliscada, mas enaltecida, pela existência de
uma pluralidade de antiquíssimas tradições
próprias em matéria de culto e inclusive de
regime (exemplo das Igrejas Orientais Cató-
licas).
Há muitas tradições litúrgicas, tanto nos ritos
latinos como nos ritos bizantino, alexandrino
ou copto, siríaco, arménio, maronita e caldeu.
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APOSTOLICIDADE, 1

 Esta Nota assinala a identificação da Igreja actual com a dos Apóstolos,


manifestada num facto plenamente verificável: deriva deles por uma sucessão
histórica e ininterrupta, chamada sucessão apostólica.

 Esta sucessão não é casual: trata-se


da precisa vontade de Cristo, que
deixou o sacramento da Ordem como
instrumento para levá-la a cabo.
Assim a Igreja permanece edificada
sobre o fundamento dos apóstolos.
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IGREJA UNIVERSAL E IGREJAS PARTICULARES, 4

 Só na Igreja Católica se dão, simultaneamente e no seu pleno significado, as


quatro Notas da verdadeira Igreja.

 Lumen gentium 8:
8 “a única Igreja de Cristo, que no Símbo-
lo confessamos como una, santa, católica e apostólica, e
que o nosso Salvador, depois da sua ressurreição, recomen-
dou a Pedro para que a apascentasse, confiando-lhe a ele e
aos restantes Apóstolos a sua difusão e governo..., subsiste
na Igreja Católica”.
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A Frase recebida da Tradição e repetida pelo Magistério da Igreja: “extra


Ecclesiam nulla salus”.

B Interpretação rigorista: condenada em 1949.


Interpretação em sentido positivo: a Igreja é sempre necessária para a salvação

C O vínculo que une Cristo à sua Igreja é tão forte, que outro modo de
pensar esvaziaria de conteúdo a finalidade da encarnação, morte e
ressurreição do Verbo de Deus.

D Ser salvo por Cristo é ser salvo pela Igreja: não há dicotomia possível
entre Cristo e a sua Igreja.
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E Lumen gentium 14:


14 “O único Mediador e
caminho de salvação é Cristo, que se nos
torna presente em seu Corpo, que é a
Igreja... Não se poderiam salvar os que,
sabendo que Deus instituiu por meio de
Jesus Cristo a Igreja Católica como
necessária para a salvação, no entanto,
se negassem a entrar ou a perseverar nela”.

F Vamos ver como se compagina com a salvação da enorme multidão dos


não católicos: os diversos modos ou graus de pertença à Igreja.
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 Lumen gentium 13:


13 “Todos os homens
estão chamados a esta unidade católica do
Povo de Deus...
A ela estão incorporados ou se ordenam
de diversos modos os fiéis católicos, os
restantes crentes em Cristo, e também todos
os homens em geral, chamados à salvação
pela graça de Deus”.

 Veremos os diversos modos de pertença à Igreja: plena incorporação, incor-


poração não plena e ordenação à Igreja.
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1 Estão plenamente incorporados à Igreja Católica


aqueles que receberam o baptismo, sempre que
salvaguardem os vínculos da profissão de fé, dos
Sacramentos, e do governo e a comunhão com
o Papa e os bispos.

2 Lumen gentium 14:14 “Os catecúmenos que, movi-


dos pelo Espírito Santo, solicitam com vontade
expressa ser incorporados à Igreja, por esse mesmo desejo já estão vincu-
lados a ela”.

3 Idem:
Idem “não se salva, no entanto, mesmo que esteja incorporado à Igreja,
quem, não perseverando na Caridade permanece no seio da Igreja ‘em cor-
po’, mas não ‘em coração’”.
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INCORPORAÇÃO NÃO PLENA, 1

 Lumen gentium 15:


15 “A Igreja reconhece-se
unida por muitas razões com os que, estando
baptizados, se honram com o nome de cristãos,
mas não professam a fé na sua totalidade ou
não guardam a unidade de Comunhão sob o
sucessor de Pedro”.
 Unitatis redintegratio 3:
3 trata-se de “uma
comunhão não perfeita”. O grau de comunhão
com as Igrejas ortodoxas é maior que o existente
com as comunidades protestantes.
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INCORPORAÇÃO NÃO PLENA, 2

 O Magistério chama “ferida” ao estado de comunhão com as confissões


cristãs separadas. A respeito dos ortodoxos a ferida provem da sua
explícita separação do sucessor de Pedro. Quanto aos protestantes, a
ferida á ainda mais profunda.

 Ambos “praticam não poucas acções sagradas” que “podem sem dúvida
produzir realmente a vida da graça” e são
“aptas para abrir o acesso à comunhão da
salvação” (Unitatis redintegratio 3).
3

 Unicamente a Igreja Católica de Cristo pos-


-sui a plenitude dos meios de salvação.
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INCORPORAÇÃO NÃO PLENA, 2

 Não se trata de uma incorporação, mas de uma “ordenação” à Igreja.


É o caso de todos os que não receberam o Evangelho: em primeiro lugar,
os judeus, depois os muçulmanos, e inclui todos os que procuram Deus.

 Podem conseguir a salvação, com duas condições:

1. ignorar sem culpa própria o Evangelho de Cristo


e a sua Igreja;

2. esforçar-se por levar uma vida recta, o que não é


possível sem a graça de Deus.
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ECUMENISMO, 1

 = o “restabelecimento da plena unidade visível de todos os baptizados”


(João Paulo II, Enc. Ut unum sint 77,
77 25.V.1995).

 Não é fácil conseguir esta esperada unidade,


pois uma divisão tão prolongada, mesmo
com a melhor boa vontade, no se consegue
em poucos anos. Inclusive nestes últimos
tempos, a par de importantes avanços,
também se registaram paragens.

 = longo e laborioso processo de diálogo com cada confissão cristã.


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ECUMENISMO, 2
1 Ut unum sint 18:
18 “a unidade querida por Deus só pode realizar-se pela
adesão comum ao conteúdo íntegro da fé revelada. Em matéria de fé, uma
solução de compromisso está em contradição
com Deus, que é a Verdade. No Corpo de Cristo,
que é ‘caminho, verdade e vida’ (Jo 14, 6), quem
consideraria legítima uma reconciliação lograda à
custa da verdade?”.
2 Outro princípio (cfr. Unitatis redintegratio 4):
4 a unidade da única Igreja de
Cristo subsiste indefectível na Igreja Católica. Duas consequências:
1. não existe uma pluralidade de Igrejas salvadoras igualmente válidas;
2. a Igreja de Cristo não é a soma ou federação de todas as Igrejas dispersas.
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ECUMENISMO, 3

 Unitatis redintegratio 3:
3 “unicamente
por meio da Igreja Católica de Cristo,
que é o auxílio geral de salvação, se
pode alcançar a total plenitude dos
meios de salvação”.

 Communionis notio 18 (28.V.1992): “neste empenho ecuménico tem


prioritária importância a oração, a penitência, o estudo, o diálogo e a
colaboração”. Idem 28:
28 “a oração é a ‘alma’ da renovação ecuménica e
da aspiração à unidade: sobre ela se fundamenta e nela encontra a sua
força tudo o que o Concilio define como ‘diálogo’.
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DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO
 = todas as actividades em relação com as religiões não cristãs.
Objecto de una Declaração de Vaticano II: Nostra Aetate.

 A Igreja não pode deixar de pregar a todas as gentes o Evangelho


e a redenção salvadora de Cristo: é o mandato recebido de Cristo.
Ficha técnica 25/24

 Bibliografia
 Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação
Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel)

 Slides
 Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com

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