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JOGO DA AMARELINHA DE
JULIO CORTÁZAR
Amanda Pérez Montañez (UEL)
OBJETIVO
Analisar algumas manifestações da
experiência de exílio em: O jogo da
amarelinha (1963), obra do escritor
argentino Julio Cortázar.
O JOGO DA AMARELINHA
Estudo exploratório, bibliográfico, centrado na primeira parte do
romance (“Do lado de lá” – capítulo 1 a 56), em torno das vivências
de Oliveira, a Maga, e outros membros do chamado ‘Clube da
Serpente’,
A necessidade de encontrar centros, de cruzar pontes, leva Oliveira a viver situações limites,
como a que experimenta no final da primeira parte de O Jogo da Amarelinha , em sua aventura
com a clocharde, denunciando a vontade de afogar-se no lamaçal (inferno) como via de
purificação, deixando-se cair até o fundo da situação limite – produto de seu exílio – para logo
tentar levantar-se e atingir o Céu, meta da existência. Em Rayuela o céu é o espaço ideal,
território da utopia, impermanente, intersticial, efêmero.
[...] “ olhar o mundo através do cu [...], a pedrinha tinha de passar pelo do cu, metida a
pontapés pela ponta do sapato, e as casinhas estariam abertas da Terra até o Céu, o
labirinto se estenderia como uma corda quebrada de relógio, fazendo saltar em mil pedaços
o tempo dos empregados, e pelo catarro, e pelo sêmen e pelo cheiro de Emmanuelle e pela
merda do Obscuro se entraria no caminho que conduzia ao Kibbutz do desejo, no mais
subir ao Céu” [CORTÁZAR, 2011, cap. 36,p. 253]
Oliveira e a Maga são símbolo do desencontro afetivo e do
deslocamento físico e existencial, em permanente exílio,
CORTÁZAR, Julio. O jogo da amarelinha. Trad. Fernando de Castro Ferro. 16ª ed. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.