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ANÁLISES CLÍNICAS III

IBMR – CENTRO UNIVERSITÁRIO

MSc. Rodrigo Carvalho


FIOCRUZ / INI-Evandro Chagas
IMUNODIAGNÓSTICO
IMUNODIAGNÓSTICO
• Comparação com outros setores
• Vantagens
• Importância:
– Elucidar processos patológicos.
– Diferenciar a fase da doença.
– Diagnosticar doença congênita.
– Selecionar doadores e receptores de órgãos.
PARÂMETROS SOROLÓGICOS

Exemplo: Novo teste sorológico lançado no mercado


(Rodan®), para detectar HIV I e II.
1. São necessários testes estatísticos?

2. Que parâmetros serão estudados?


- Sensibilidade
- Especificidade
- Eficiência
- Reprodutibilidade
- Prevalência
PARÂMETROS SOROLÓGICOS

TESTE Doença – Diagnóstico Verdadeiro

Presente Ausente

POSITIVO Positivos verdadeiros Positivos falsos


A B

NEGATIVO Negativos falsos Negativos


C verdadeiros
D
PARÂMETROS SOROLÓGICOS

Sensibilidade – Refere-se à porcentagem de pacientes


doentes com teste positivo detectados em população
sabidamente infectada.
__A__
A+C
Especificidade – É definida pela porcentagem de
indivíduos “normais” com teste negativo em população
sabidamente não infectada.
_D_
B+D
PARÂMETROS SOROLÓGICOS

TESTE Doença – Diagnóstico Verdadeiro

Presente Ausente

POSITIVO Positivos verdadeiros Positivos falsos


A B

NEGATIVO Negativos falsos Negativos


C verdadeiros
D
PARÂMETROS SOROLÓGICOS

Eficiência – Refere-se ao somatório dos verdadeiros


resultados positivos e verdadeiros resultados negativos.
____A – D __
A–B–C+D

Reprodutibilidade – Refere-se à obtenção de resultados


iguais em testes realizados com a mesma amostra, sob a
mesma técnica, porém em laboratórios diferentes.
PARÂMETROS SOROLÓGICOS

Teste estatístico do reagente Rodan®


TESTE Doença – Diagnóstico verdadeiro TOTAL
Presente Ausente

Positivo 18 30 48

Negativo 2 1.950 1.952

TOTAL 20 1.980 2.000


PARÂMETROS SOROLÓGICOS

Limiar de Reatividade (Cut off)


IMUNODIAGNÓSTICO
INTRODUÇÃO
REAÇÕES SOROLÓGICAS
2 GRANDES GRUPOS:

1. Reações Sorológicas de ligação secundária


Testes com reagente não marcado

2. Reações Sorológicas de ligação primária


Testes com reagente marcado
IMUNODIAGNÓSTICO
REAÇÕES SOROLÓGICAS
TESTES DE LIGAÇÃO
SECUNDÁRIA

• HEMAGLUT. PASSIVA 0,01 mg /ml


• RFC 0,05 mg/ml TESTES DE LIGAÇÃO
• AGLUT. BACTÉRIAS 10,05 mg /ml PRIMÁRIA
• PRECIPITAÇÃO GEL 30,00 mg/ml
• RIE 0,00005 mg/ml
• ELISA 0,0005 mg/ml
IMUNODIAGNÓSTICO
PRECIPITAÇÃO
• Descoberta em Viena (1887, por Rudolf Kraus)
• Heidelberger e Kendall (1935) / Curva Parabólica
• Efeito PROZONA
• Bechold (1905) – estudo sobre precipitados em gel
IMUNODIAGNÓSTICO
IMUNODIFUSÃO
CONCEITO
Imuno (Imunologia) + Difusão??
DIFUSÃO -“É o processo de transporte de um substância
solúvel, em um meio fluido de uma parte para a outra da
célula como resultado do movimento molecular ao acaso”

CARACTERÍSTICAS
• Representam técnicas de Precipitação + gel.
• A Imunodifusão pode ser:
Simples - Ou Ag ou Ac estão fixados à placa, e o
outro difunde.
Dupla – Tanto o Ag como o Ac estão na placa.
Linear (Unidimensional)
Radial (Bidimensional)
IMUNODIAGNÓSTICO
IMUNODIFUSÃO
IMUNODIFUSÃO SIMPLES UNIDIMENSIONAL
• Técnica de Jacques OUDIN (França, 1946)
IMUNODIFUSÃO DUPLA UNIDIMENSIONAL
• Técnica de Oakley e Fulthorpe
IMUNODIAGNÓSTICO
IMUNODIFUSÃO

A – SIMPLES
OUDIN

B – DUPLA
OAKLEY E FULTHORPE
IMUNODIAGNÓSTICO
IMUNODIFUSÃO
IMUNODIFUSÃO RADIAL SIMPLES
• Técnica descrita por MANCINI (1965), baseia-se
na quantificação de antígenos.
• Incubação em câmara úmida por 48 a 72 horas.
• Sensibilidade: 1 a 3 mg/ml.
• Aplicação: quantificação de imunoglobulinas.
IMUNODIAGNÓSTICO
IMUNODIFUSÃO
IMUNODIFUSÃO DUPLA RADIAL
• Técnica criada por OUCHTERLONY (Suécia, 1947).
• O complexo antígeno-anticorpo se apresenta
como linha ou arco de precipitação.
• Tem como princípio a pesquisa de afinidade entre
antígenos
• Incubação: 18 a 24 horas em câmara úmida.
IMUNODIAGNÓSTICO
IMUNODIFUSÃO
IMUNODIAGNÓSTICO
IMUNOELETROFORESE
Eletroforese – É a migração de partículas carregadas em
um solvente condutor sob a influência de um campo elétrico.
(Tiselius
1937).
• Técnica descrita por Grabar e Willians (1953).
• Realiza-se em duas etapas:
1. Eletroforese em gel;
2. Imunodifusão e precipitação das proteínas.
• A caracterização das substâncias é obtida segundo 3 parâmetros:
1. Características eletroforéticas
2. Difusibilidade
3. Especificidade (propriedades imunológicas)
IMUNODIAGNÓSTICO
IMUNOELETROFORESE
IMUNODIAGNÓSTICO
ELETROIMUNODIFUSÃO
• Também chamada de Imunoeletrodifusão
e Eletroimunoprecipitação.
• Modificação da Imunodifusão, acrescentando campo
elétrico. (10 vezes mais sensível)
• Possui 2 variações:
1. Eletroimunodifusão Simples Unidimensional
2. Eletroimunodifusão Dupla Unidimensional
IMUNODIAGNÓSTICO
ELETROIMUNODIFUSÃO
ELETROIMUNODIFUSÃO SIMPLES UNIDIMENSIONAL
• Conhecida como “Técnica do Foguete” ou de Laurell
IMUNODIAGNÓSTICO
ELETROIMUNODIFUSÃO
ELETROIMUNODIFUSÃO DUPLA UNIDIMENSIONAL
• Técnica chamada de Imunoeletroforese de
Contra-corrente
• O método aproveita duas forças químicas:
1. A eletroendosmose (do catodo + para o anodo -)
2. Corrente eletroforética (do anodo – para o catodo +)
AGLUTINAÇÃO

“A reação de Aglutinação caracteriza-se pela formação de agregados


visíveis como resultado da interação de anticorpos específicos e
partículas insolúveis (ligação chave-fechadura) que contém
determinantes antigênicos em sua superfície”.
Ocorre em 2 estágios:
- 1º Estágio
- 2º Estágio
Quanto ao tipo de antígeno:
- Aglutinação direta
- Aglutinação indireta ou passiva
AGLUTINAÇÃO
INIBIÇÃO DA HEMAGLUTINAÇÃO DIRETA

Teste realizado para detecção de vírus


TESTE DE HEMAGLUTINAÇÃO PASSIVA
Características:
- Descoberta por Boyden (1951)
- São utilizadas hemácias de carneiro ou humanas
do grupo O
- Ac IgM são 750 vezes mais eficientes que IgG.
- Utilizados para Treponema pallidum, Toxoplasma
gondii, Trypanosoma cruzi
TESTE DE AGLUTINAÇÃO DO LÁTEX
- Singer e Plotz (1956)
- Princípio:
TESTE DE AGLUTINAÇÃO DE CRISTAIS
DE COLESTEROL
- Reflete o princípio do VDRL (Venereal Disease Research
Laboratory)
- Sensibilização com Cardiolipina (0,03%), Colesterol
(0,9%) Lecitina (0,01%)
TESTE DE FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO
Ensaio lítico / Hemólise
- Teste criado por Jules Bordet (1901)
Características do teste:
1. Ac pertence à classe IgM ou IgG
2. Utiliza-se como sistema indicador hemolisina e
hemácias de carneiro
INIBIÇÃO DA HEMÓLISE
1º Etapa / Positivo
Soro
Paciente Hemolisina Neutralização Sistema Indicador

+
INIBIÇÃO DA HEMÓLISE

1º Etapa / Negativo
Soro
Paciente Hemolisina Neutralização Sistema Indicador

+
TESTES COM REAGENTE MARCADO
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IMUNOFLUORESCÊNCIA
- Desenvolvido pela primeira vez por Coons (1941)
- Baseia-se na capacidade do Ac de se ligarcovalentemente
a Fluorocromos sem perder sua reatividade
FLUOROCROMOS – Substâncias que absorvem a luz em um
comprimento de onda menor e quando excitados pela luz ultravioleta,
emitem luz de comprimento de onda maior, fenômeno chamado
FLUORESCÊNCIA.

Principais Fluorocromos – Isotiocianato de


Fluoresceína e rodamina B
TESTES COM REAGENTE MARCADO
PRIMEIRO ESTÁGIO
TESTES COM REAGENTE MARCADO
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IMUNOFLUORESCÊNCIA
Imunofluorescência Direta
- Utilizado para a detecção de antígenos em células ou
tecidos, através de um anticorpo específico marcado com
fluorocromo (conjugado)
Utilização
Pesquisa de C3 / Chlamydia trachomatis / Citomegalovírus
Imunofluorescência Indireta
- Utilizado para a detecção de anticorpos em lâmina
Utilização
FTA-ABS / FAN (Hep-2) / Toxoplasma gondii
TESTES COM REAGENTE MARCADO
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Testes com RADIOISÓTOPO
Princípio – Reagentes marcados (Ac ou Ag)
Quantificam o Ac ou Ag não marcado da amostra.
Dois Tipos:
1. Radioimunoensaio (Ag marcado)
2. Imunorradiométrico (Ac marcado)
Vantagens – Medidas rápidas, sensíveis e específicas.
Desvantagens – Alto custo do teste, a vida média
Dos reagentes e o risco operacional.
Radioisótopos utilizados – I 125 / I 131.
TESTES COM REAGENTE MARCADO
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Tipos de Radioimunoensaio:
1. Ensaio direto;
2. Ensaio de competição (Ac ou Ag marcado);
3. Ensaio de captura (Ag);
4. Para a detecção de IgE.
- PRIST (Paper Radioimmunosorbent Test)
- RAST (Radioallergosorbent Test)
TESTES COM REAGENTE MARCADO
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RADIOIMUNOENSAIO DIRETO
1º Etapa
2º Etapa
3º Etapa
TESTES COM REAGENTE MARCADO
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RADIOIMUNOENSAIO DE COMPETIÇÃO
1º Etapa
2º Etapa
3º Etapa
TESTES COM REAGENTE MARCADO
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RADIOIMUNOENSAIO DE CAPTURA
1ºEtapa
2ºEtapa
3ºEtapa
4ºEtapa
TESTES COM REAGENTE MARCADO
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Ensaio Imunocromatográfico

https://www.youtube.com/watch?v=QCmEV68ubIQ
TESTES COM REAGENTE MARCADO
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Ensaio Imunológico Quimioluminescente (CLIA)


I. Os antígenos recombinantes do HIV-1, incluindo o grupo O e HIV-2, estão
fixados na fase sólida – poço de reação. Os anticorpos presentes na amostra
ligam-se aos antígenos fixados na fase sólida, formando um complexo
antígeno-anticorpo.

II. Em uma segunda etapa, é adicionado um conjugado composto de


antígenos recombinantes de HIV marcados com uma enzima (peroxidase). O
conjugado liga-se especificamente aos anticorpos do complexo antígeno-
anticorpo, formado durante a primeira etapa.

III. Na terceira etapa, é adicionado o substrato (um derivado do luminol e


um sal perácido) e um agente de transferência de elétrons.

IV. A reação entre o conjugado e o substrato origina um produto luminoso,


captado e medido pelo equipamento.

V. A presença ou ausência de anticorpos anti-HIV-1 e (ou) HIV-2 na amostra


é Determinada pela intensidade de luz obtida numa amostra, comparada
com o ponto de corte (cutoff), a partir do qual as reações são interpretadas
como reagentes, não reagentes ou indeterminadas.
TESTES COM REAGENTE MARCADO
PRIMEIRO ESTÁGIO
TESTES COM REAGENTE MARCADO
PRIMEIRO ESTÁGIO

ENZIMAIMUNOENSAIO
- Surgiram em 1985 os primeiros ensaios.
- Dividem-se em:
a. Ensaios homogêneos e heterogêneos;
- Os ensaios mais utilizados no diagnóstico laboratorial são os
heterogêneos.
- São chamados de ELISA (1985). LISE VIRAL
1. ELISA – 1º Geração – método indireto.
2. ELISA – 2º Geração (1987) – método indireto.
Peptídeos sintéticos e Ag recombinantes
3. ELISA – 3º Geração (1990 – O,M,N / 1994 – Sanduíche)
Reduzem o período de JANELA IMUNOLÓGICA
4. ELISA – 4º Geração (2000) – Antígeno P24.
TESTE MOLECULARES

IMUNOBLOT
- Western Blot – Proteínas;
- Southern Blot – DNA;
- Northern Blot – RNA.

FASES:
1º Extração;
2º Eletroforese
3º Transferência
4º Bloqueio
5º Detecção
6º Revelação
TESTE MOLECULARES
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
HEPATITES VIRAIS
- Tipos:
- Epidemiologia:
-Importância Clínica: (Critérios laboratoriais e
epidemiológicos)
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
QUESTÕES
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
QUESTÕES
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
QUESTÕES

3. (ENADE 2007) Os marcadores imunológicos da infecção pelo vírus da


hepatite B (HBV) mais utilizados são: antígeno de superfície (AgHBs),
anticorpos anti-Ag de superfície (anti-HBs), anticorpos específicos anti-
Ag do core (anti-HBc), antígenos “e” (AgHBe) e anticorpos específicos
anti-Ag "e" (anti-HBe). O exame laboratorial de um indivíduo mostrou o
seguinte perfil sorológico: AgHBs (+); AgHBe (−); anti-HBc IgM (−); anti-
HBc IgG (+); anti-HBs IgG (+).
O perfil encontrado é característico de um indivíduo que:
(A) foi vacinado contra o HBV.
(B) está em fase de recuperação.
(C) está na fase prodrômica.
(D) está na fase aguda de uma infecção pelo HBV.
(E) está com alta taxa de replicação viral.
SOROLOGIA - HEPATITES VIRAIS
QUESTÕES
SOROLOGIA - HIV
Características:
Família: Retroviridae (Presença de TR);
 
Gênero: Lentivírus;
Genoma: RNA (2 filamentos de fita simples);
Envelopado:
Infectividade:
Tipos:
HIV – Tipo I (três tipos):
Grupo M – 9 subtipos (6 subsubtipos);
66 formas recombinantes.
Grupo O:
- Guiné Equatorial, Camarões e Gabão.
Grupo N:
- Camarões.
SOROLOGIA
SOROLOGIA - HIV

 
SOROLOGIA - HIV

 
SOROLOGIA - HIV

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