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Administração

Operações Produtivas
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Profº Marcelo Jacober de Moraes


Alianças Estratégicas
 Redes de Relacionamentos
cooperativas - Formação de
Alianças Estratégicas.

 Aglomerados de Empresas
Novas configurações produtivas

 Apresentadas pela quase totalidade das plantas de montadoras


de veículos inauguradas nas duas ultima década no Brasil ou
em projeto;

 São frutos de uma lógica de diminuição de custos via melhoria


na cadeia de suprimentos;

 Surgem como uma tendência forte de organização industrial


nesse setor;

 Podem tornar-se modelos para outras cadeias de produção,


merecendo, portanto, atenção como objetos de estudo da
Engenharia de Produção.
Novas configurações produtivas - Origem

 Importância da proximidade da Industria (montadora) – fornecedores


- Redução dos custos logísticos.
- Melhor gestão dos custos de carregamento de estoques e de
capital de giro.
- Redução das estruturas de transporte.

 Introdução da lógica do just in time, entre montadoras e autopeças.


- No momento correto e na seqüência correta determinada pelo
programa de produção das montadoras.

 Surgem pela necessidade de maior integração logística e de algumas


condições particulares do setor automotivo:
- Fornecimento de sub-sistemas.
- Estrutura “piramidal” da cadeia de suprimentos.
- Concentração do poder de barganha nos níveis superiores da
cadeia.
Clusters...
 Refere-se à aglomeração territorial de empresas, com
características similares.

 Porter, em seus trabalhos sobre competitividade, utilizou o


conceito de cluster para:
 Destacar a importância da proximidade geográfica, não apenas
de fornecedores, mas também de empresas rivais e clientes
para o desenvolvimento empresarial dinâmico, argumentando
que as vantagens competitivas na economia global derivam de
uma constelação de fatores locais que sustentam o dinamismo
das empresas líderes.

 O autor colocou mais ênfase no aspecto de rivalidade


(concorrência) entre empresas, como estimulador da
competitividade, do que na idéia de cooperação.
Clusters...
Principais elementos inerentes ao conceito:

 Aglomeração - idéia de conjunto inter-relacionado e espacialmente


concentrado, ensejando a troca de sinergia e a prática de cooperação e de
alianças estratégicas, inclusive para neutralizar limitações relacionadas a
economias de escala, como processos tecnológicos, aquisições de
insumos, assistência técnica, tratamento pós-colheita, comercialização
etc.

 Afinidade - empresas voltadas para o mesmo ramo de negócio


(atividade principal do cluster), embora cada uma (ou um conjunto) delas
se especialize em tarefas específicas (fornecimento de insumos e
serviços, produção, comercialização, pesquisa, desenvolvimento de novos
mercados etc).

 Articulação - relacionamento próximo, intensivo e permanente entre as


empresas, propiciando, por um lado, a troca de sinergia e a prática da
colaboração e, por outro, estimulando a rivalidade e a competição.
Exemplos de Clusters

 Vestidos de Noivas na Rua São Caetano;


 Lustres na Avenida Consolação;
 Transportadoras no Terminal Intermodal de Cargas de
Campinas;
 Produtos de cerâmica (louças) em Pedreira;
 Calçados em Franca;
 Semi-jóias em Limeira;
 Bordados em Monte Sião;
 Malhas em Jacutinga.

Vantagem de um Cluster:

Encontrar em um só lugar o que está procurando


Modularidade
 Separar um grande sistema em unidades que são estruturalmente
independentes umas das outras, mas que se integram funcionalmente.

 Permite uma manufatura flexível.


- retirando da linha principal atividades complexas.

 Além de reduzir estoque de produtos acabados.

 Responder à variação de demanda de maneira mais eficiente e sem aumentar


os custos de produção.

 Na produção, implica separar as atividades padrões daquelas mais complexas


e, com isso:
- ganhar tempo para corrigir defeitos e modificar programas de produção,
- reduzir a extensão da linha final para investir menos em equipamentos
Consórcio Modular
 Configuração onde alguns fornecedores, escolhidos pela montadora e
instalados dentro da planta da montadora, passam não só a fornecer
em subconjuntos (módulos) mas também a realizar a montagem final
do veículo.
- É minimizado o nº de funcionários da montadora na linha de
montagem
- Investimentos para a linha de montagem divididos entre montadora e
fornecedores
- Modulistas e montadora convivem numa mesma planta
- Existência de contrato de fornecimento de longo prazo com condições
especiais como retorno do capital investido pelo fornecedor e sistemas
de pagamento específicos.
Consórcio Modular
 Do ponto de vista da montadora, as vantagens referem-se
basicamente à diminuição, ou quase eliminação, dos custos
fixos devidos a equipamentos, uma vez que os fornecedores
consorciados são totalmente responsáveis pelos seus módulos.

 Para os consorciados, tal situação representa um risco maior,


pois todo o investimento realizado no módulo está dedicado a
um só cliente, dependendo portanto exclusivamente da escala
de produção prevista para esse cliente e de seu desempenho
para que haja retorno do capital.
Consórcio Modular da Volkswagen em
Resende/RJ
 A VW diminuiu o número de fornecedores (modulistas) e não tem nenhum
funcionário direto trabalhando na sua linha de produção.

 Os modulistas são totalmente responsáveis pela montagem de seus


respectivos módulos, agregando todas as partes e sistemas na linha.

 A montadora apenas executa a coordenação dessa montagem e responde


pelos testes finais para garantir a qualidade do seu produto.

 Além disso, ela dispõe de dois operadores logísticos, um interno e outro


externo, para manter abastecidos os modulistas e administrar recebimentos e
transportes de materiais dentro da fábrica.

 Para a montadora, esse sistema diminui o tempo e os custos de produção


para que ela se concentre no projeto, na qualidade, no marketing e nas
vendas do produto.
Consórcio Modular da Volkswagen em
Resende/RJ - Benefícios
 Sinergia entre fábrica e fornecedores.

 Redução de custos operacionais de expedição e recebimento.

 Redução custos com frete.

 Maior segurança com o rastreamento de carga.

 Melhor gerenciamento no retorno de embalagens.

 Corte dos estoques em toda a cadeia produtiva.


Consórcio Modular da Volkswagen em Resende/RJ. Layout da
planta que fabrica chassis de ônibus e caminhões. Fonte: Salermo
et al. 1998
Nomódul2,a Rockwel,sTran portadsbç
chasirebm asomóecn dulo3,neéfitacshgm
supenõdia teiracol çãodspneua
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Módulo6Pintura
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Módulo7Funilaria
Módulo8Teste

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O Condomínio Industrial
 Configuração na qual alguns fornecedores instalam-se nas
proximidades da planta da montadora, muitas vezes dentro da
área da própria montadora, para produzir e entregar à
montadora conjuntos completos (sistemas ou módulos) de
componentes montados.

 Estes poucos fornecedores são escolhidos pela montadora. A


localização faz parte do contrato de suprimento.

 Praticamente todas as novas fábricas montadoras – como as


da Renault, GM (Gravataí), VW-Audi – planejam seu
funcionamento em esquema de condomínio.
Peças
Funilaria
de plástico
Estamparia Montagem
2 7 6
Pintura
3 4
Montagem 5

Administração

Sistemistas
8

Fábrica da GM
Condomínio Industrial
 É vantajoso tipicamente para aqueles componentes de alto
custo logístico;

 Motivações para a formação:


- Opção pelo fornecimento em subconjuntos,
- Importância das relações de serviço,
- Necessidade de fornecimentos just-in-sequence
- Incentivos governamentais dados às montadoras – sob a
forma de empréstimos e isenções de impostos que visam atrair
os investimentos para determinada região:
 Esses incentivos estendem-se a todos participantes do
condomínio, sendo atraente para muitas empresas
Condomínio Industrial
 A questão do poder das montadoras na cadeia produtiva é central,
porque elas coordenam toda a formação dos arranjos, definindo quem
e como participa.

 Devido a algumas características dessas configurações, cada vez


mais os fornecimentos diretos são restritos a empresas multinacionais,
deslocando as empresas nacionais a posições mais afastadas do topo
da cadeia produtiva.

 Este tipo de arranjo é diferente da tradicional concentração – parque


industrial - onde as empresas eram atraídas pelo mercado, não
precisavam dedicar-se exclusivamente à uma montadora e nem eram
submetidas à coordenação da mesma.
- Parque industrial - (região do ABC, em São Paulo).
Condomínio industrial é diferente de
cluster e de parque industrial
 O cluster é criado com o objetivo de desenvolver uma região, através
das atividades econômicas das empresas locais. Já o condomínio é
criado por uma empresa visando, por exemplo, produzir da forma mais
eficiente possível.

 Condomínio – montadora tem o controle sobre a região (negocia


benefícios com governos locais; consegue o terreno e a infraestrutura),
além de controlar o sistema produtivo.

- Projeta o sistema de produção compatível com os módulos do


produto e de definir quais módulos devem ser produzidos no
condomínio.

- Enfim, define as características e os limites da proximidade.


Condomínio Industrial - Vantagens
 Permite à montadora externalizar atividades produtivas, e manter
vínculo com a produção dos componentes.

 Reduz o risco de perder o controle sobre a produção.

 Envolve menor espaço físico da planta de montagem, a reestruturação


da cadeia de valor através da distribuição de atividades que não
agregam valor significativo, menor custo de produção e de
administração.

 Traz ganhos indiretos, como menor lead time, menor movimentação de


partes, otimização de embalagens e do transporte e maior
especialização dos fornecedores.

 Na condição de especialistas, estes fornecedores se aproximam


“tecnologicamente” da montadora.
Condomínio Industrial
 O processo de escolha dos fornecedores que farão
parte de um condomínio envolve uma pré-
qualificação da empresa com relação a:
- capacidade técnica
- padrão de qualidade
- suporte financeiro

 Ao atuar exclusivamente para um condomínio, eles


deverão fazer alguns investimentos específicos para
atender a necessidade da montadora.
Condomínio industrial
 Co-localização: os fornecedores dividem a área do
condomínio com a montadora e com os prestadores de
serviços. Dividem os custos fixos e os de serviços
comuns. Os rateios são feitos conforme a área de cada
um. Para se instalar no condomínio, o sistemista investe
em infra-estrutura, equipamentos, pessoal, etc., e recebe
em contrapartida a garantia de contrato pelo tempo de
vida do modelo do veículo lá fabricado.

 Redução na base de suprimento.

 Ex. GM/RS, Renault/PR, VW/PR, e Ford/BA


Fábrica da VW – Audi, em São José dos Pinhais, na
região de Curitiba, PR, inaugurada em março de 1999

 Condomínio da VW-Audi formado por 13 fornecedores localizados dentro dos


limites da montadora e que abastecem a linha de montagem com sistemas
completos;

 Dividem entre si certas facilidades como restaurante, banco, sistema de


transporte e assistência médica;

 Todas as instalações físicas do condomínio pertencem à montadora;

 Fornecimento de outras 140 empresas de primeiro nível, fora do condomínio;

 Entre as áreas produtivas há uma região central, denominada Centro de


Comunicação, onde ficam os escritórios da montadora e as instalações dos
serviços de uso comum, como restaurante, banco, livraria, entre outros.
Consorcio Modular e Condomínio
Industrial - Semelhanças
 Ambas são caracterizadas pela localização de alguns
fornecedores dentro ou na região da unidade da montadora;

 Para fornecer módulos na sua seqüência de produção;

 Fornecedores agregam mais valor em seu processo produtivo;

 Redefinição das principais atividades da montadora;


- Possibilitando novas formas de relacionamentos comerciais,
técnicos e de gestão entre os diferentes atores da cadeia de
suprimentos.
Consorcio Modular e Condomínio
Industrial - Diferença
 A porcentagem de valor agregado
industrialmente pela montadora:

- Em um condomínio ela é responsável


praticamente por toda a montagem,

- Em um consórcio sua participação é


mínima, sendo a maior parte da montagem
de responsabilidade de seus modulistas.
Pontos fortes e pontos fracos no relacionamento entre
montadora e fornecedor dentro de novas estruturas
organizacionais (Salermo et al., 2001).
Pontos fortes e pontos fracos no relacionamento entre
montadora e fornecedor dentro de novas estruturas
organizacionais (Salermo et al., 2001).

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