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E CONOMIA

Wanderley Pivatto Brum


2020|2
A presentaçã o da disciplina

PLANO DE APRENDIZAGEM

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Alguns livros sugeridos para leitura

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Estrutura da avaliaçã o e formaçã o das notas M1 e M2
Atividade do professor Prova
20% 60%

Atividade
do tutor
20%

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A lguns questionamentos iniciais

Por que a taxa de juros de mercado e o preço esperado de venda do produto

são dados importantes para as decisões de investimento das empresas?

Por que os impostos sobre alguns produtos como cigarros,


veículos e eletrodomésticos são mais elevados?

A propaganda cria necessidades ou


Porque a renda dos agricultores se eleva quando
apenas informa sobre as características
ocorre uma estiagem que reduz a produção?
dos bens e serviços?

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O
s primeiros passos na compreensã o acerca de Economia
O estudo da Economia é algo envolvente e apaixonante, pois está muito
ligado ao nosso cotidiano, aos nossos problemas domésticos e
profissionais; por isso fique tranquilo/a, pois para compreender
Economia não há segredo e nem fórmula mágica; basta apenas que você
se coloque em atitude de: disposição, curiosidade, determinação e
interesse.

O estudo da Economia abarca juízos de valor. Embora tenhamos os


nossos, espero que você se sinta à vontade para cultivar aqueles que
lhe falem mais de perto. Quero que você seja livre e acredite no que
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for melhor para a construção de um mundo mais justo, solidário,
Primeiro passo: Refletindo sobre o que ouvimos e
observamos no dia a dia
REFLEXÃO 1 REFLEXÃO 2

• O que você ouve nos telejornais, nos • Você acredita que a Economia abarca

bate-papos com amigos e amigas, ou diferentes á reas do conhecimento, como,

lê em revistas e jornais sobre os por exemplo, Administraçã o, Ciências

aspectos econô micos da realidade Contá beis, Geografia, Histó ria, Direito,
Estatística, Matemá tica, Engenharias,
brasileira e mundial, como é
Meio Ambiente, Sociologia, Filosofia,
entendido por você?
Política, Turismo, Educaçã o, e Urbanismo?
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Segundo passo: Compreendendo o objetivo central
da disciplina

O objetivo é trazer a você aluno(a) as principais noções da Ciência Econômica,


conhecendo as principais Escolas do Pensamento Econô mico, que é a base das Teorias
Econô micas. Também estudaremos as necessidades, os bens econô micos e os serviços, a
fim de que você possa
estabelecer relaçõ es com a economia e seu cotidiano. Para finalizar, estudaremos sobre o
conceito de fatores de produçã o, com o objetivo de fazer você compreender a situaçã o do
trabalhador, da acumulaçã o de capital, da distribuiçã o da riqueza, da industrializaçã o, do
setor agroindustrial, do comércio, das famílias, das empresas e do governo.

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Terceiro passo: Trilhando o caminho na evoluçã o
do pensamento econô mico

A histó ria da Economia é de grande


importâ ncia para a humanidade, tanto
a pré-clá ssica quanto a mais atual. É
somente entendendo a dinâ mica da histó ria
econô mica das civilizaçõ es que você poderá
compreender toda a complexidade que
domina a ciência econô mica e a sociedade.

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Alguns homens mais habilidosos passaram a produzir
um pouco mais, o que permitiu o início das trocas. Aos
poucos, o trabalho de alguns homens passou a ser
suficiente para atender às necessidades de um
conjunto cada vez maior de pessoas.

Os homens precisavam
organizar-se em
sociedade, para defender-se
dos inimigos, abrigar-se e
Sociedades
produzir comida para
sobreviver. primitivas
escambo
Sistema simples de troca de mercadoria
por mercadoria, sem equivalência de valor.
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Qual leitura
podemos
realizar
nessas duas
imagens?
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A maioria da população era composta por escravos, que realizavam todo o trabalho em troca do

estritamente necessário para sobreviver.

GRÉCIA ANTIGA E ROMA

Os senhores de escravos apropriavam-se de todo o produto excedente. A economia era quase


exclusivamente agrícola; o meio urbano nã o passava de uma fortificaçã o com algumas casas,
onde residiam os nobres, ou chefes militares. 12
Os romanos foram os principais estadistas, juristas e construtores de
impérios.

ESTADISTA
Pessoa que revela grande preocupaçã o com a naçã o, grande habilidade e discernimento no
que diz respeito as questõ es políticas , a administraçã o do Estado.

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Expansã o agrícola que favoreceu ao
império romano a sua economia e o Agressiva foi a política de expansão comercial de Roma, que
poderio político romano.
proporcionou grandes lucros, ao mesmo tempo em que despertou
a rivalidade com o poder comercial de outros povos. Isto posto,
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os acordos comerciais foram substituídos pelos conflitos
Foi também no Império romano que nasceu a agiotagem, e a riqueza passou a se concentrar
nas mãos de uma minoria.

AGIOTA – é a pessoa que faz prática da usura, ou seja,


empresta dinheiro a outra no mercado informal, sem a devida
autorização legal para isto.
Fonte Aurélio 2010.

Você vê as economias dos países subdesenvolvidos, tal como o Brasil, apresentarem


semelhanças com o Império Romano?

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Podemos apontar as causas econô micas de declínio do império Romano:

* Grande concentraçã o das riquezas por grupos minoritá rios;

* Grandes propriedades rurais improdutivas;

* Servidã o dos pequenos e médios agricultores;

* Separaçã o sempre maior entre ricos e pobres;

* Crescente escassez de alimentos.

Deste modo, podemos concluir que, as causas econô micas conjugadas com as
políticas, determinaram a queda do Império Romano.

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ECONOMIA NA IDADE MÉDIA
SURGIMENTO DO FEUDALISMO (SÉC. V
d.C. até SÉC. XV)
ESCAMBO
SERVOS SENHOR
Não exercia poder sobre os feudos
CULTIVAVAM TERRAS

LEALDADE MILITAR PROTEÇÃ O


ALIMENTOS

A Teologia Católica exerceu um poder


muito grande sobre o pensamento
econômico da Idade Média, surgindo a
ideia de justo salário.

Justo Salário é aquele que permite ao trabalhador e sua família viver de acordo com os costumes de sua
classe e de sua região. Similarmente, na determinação do lucro, a ideia era a mesma: o justo lucro resulta da
justiça nas trocas. ele não deve permitir ao artesão enriquecer). 17
A
cobrança de juros e a
Enfraquecimento Criaçã o das naçõ es modernas e obtençã o de lucro
do pensamento das monarquias passaram a ser
religioso absolutas. permitidas.

A Reforma Protestante de Martin


Lutero (1.483-1.546)
Nã o é pecado

O Estado controla as
SURGIMENTO DO enriquecer;
Nã o se compra
açõ es política e
econô mica e os feudos se
MERCANTILISMO lotes no céu.

enfraquecem

Mercantilismo – uma das primeiras doutrinas econômicas, muito usada até o final
do século XVIII. Não foi uma doutrina consistente e coerente, mas um conjunto de
ideias econômicas de cunho protecionista, desenvolvidas em diversos países, as quais
variavam um pouco em função dos interesses de cada país.
Fonte: Lacombe (2004)
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Em resumo, o mercantilismo
Foi um regime de Entende que o Contribuiu
nacionalismo Estado deveria decisivamente para
econô mico. A encontrar os meios estender as relaçõ es
acumulaçã o de riqueza necessá rios para que comerciais do â mbito
se o país adquirisse a regional para o â mbito
consistia na principal maior quantidade internacional.
finalidade do Estado. possível Aumentar a exportaçã o
de ouro e prata. de ouro e prata e
controlar a importaçã o.

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OS FISIOCRATAS E A DOUTRINA LAISSEZ-FAIRE
“Fisiocrata” vem de “fisiocracia”, que significa “poder da
natureza”.
Grande grupo de economistas franceses do século XVIII que
combateu as ideias mercantilistas e formulou, pela primeira
vez uma Teoria do Liberalismo Econô mico.

Dentre suas característica, destacam - se:

• Comércio como atividade dominante (comércio interno).


• O Estado era monopó lio ( toda atividade era comandada e
controlada pelo Estado)
• A moeda passou a ter apenas funçã o de troca e nã o reserva
de valor, pois este encontra-se na agricultura.
François Quesnay (1.694-1774),
O pensamento fisiocrático era, portanto, liberal, Médico e líder dos fisiocratas
traduzindo-se em sua doutrina do laissez-faire, laissez-
passer ... (deixai fazer, deixai passar).

O capitalismo já se desenhava na agricultura, e existia uma classe bem definida de arrendatários


(pessoas que arrendavam as terras dos senhores para trabalhar). Também existiam muitos
camponeses (pequenos agricultores) em boa parte do país. 20
Principais Correntes Do Pensamento Econô mico

CLÁSSICA, que defendia


Adam Smith
• A mais ampla liberdade (1723 a 1790), pai da Ciência
Econô mica
individual
• O direito inalienável à
propriedade Ao contrário dos mercantilistas e
fisiocratas, que consideravam os metais
• A livre iniciativa e a livre preciosos e a terra, respectivamente, como
concorrência os geradores de riqueza nacional, para ele o
elemento essencial da riqueza é o trabalho
• A nã o intervençã o do Estado na produtivo. Assim o valor pode ser gerado
economia fora da agricultura.

A ampliação das trocas comerciais entre os países proporciona maior divisão do trabalho e
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especialização dos trabalhadores, aumentando a produtividade e o produto global.
Karl Marx (marxista)(1818 a 1883) – o pensamento socialista
Em resumo os fundamentos marxistas eram:

• Crítica científica ao modo de produção capitalista


- A economia capitalista apresenta crises perió dicas de
superproduçã o, com elevadas taxas de desemprego.

- A concepçã o materialista da histó ria baseia-se


no princípio de que a produçã o e o intercâmbio de produtos
constituem a base de toda ordem social.

• Teoria do Valor Trabalho formulada de forma mais consistente.

Segundo Marx, o benefício é obtido pelo capitalista ao adquirir uma mercadoria, que pode criar um valor
maior que o de sua pró pria força de trabalho. Marx distingue os conceitos de força de trabalho e tempo de
trabalho. A força de trabalho refere-se à capacidade do homem para o trabalho; o tempo de trabalho é o
processo real e a duraçã o do trabalho.

• Mais valia

O capitalista paga ao trabalhador uma quantidade igual ao de sua força de trabalho, porém esse pagamento
equivale somente a uma parte da produçã o do trabalhador e, portanto, somente parte do valor que este
produz. A chave da exploraçã o, nesse sistema, reside na diferença entre o salá rio que recebe um trabalhador
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e
o valor do bem que produz. Essa diferença é o que Marx chama de mais-valia.
Pensamento Neoclássico (ou Marginalista)
• William Stanley Jevons (1835-1882) - inglês
máximo
• Carl Menger (1840-1921)- austríaco CONCEPÇÃ O prazer, com
HEDONISTA um mínimo
• Léon Walras (1834-1910)- francês
de esforço
• Vilfredo Pareto (1848-1923)- italiano
ADQUIREM BENS E
• Alfred Marshall (1842-1924)- inglês SERVIÇOS DE ACORDO Quanto mais raro
COM SEUS GASTOS, e útil for um
PEQUENOS MAXIMIZANDO SUA produto, tanto
PRODUTORES UTILIDADE mais ele será
demandado e
valorizado e tanto
A ECONOMIA É
maior será o seu
FORMADA POR DE POSSE DA RENDA
preço.

CONSUMIDORES

incapazes de influenciar isoladamente os preços e


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as quantidades no mercado.
A essência do pensamento marginalista pode ser sintetizada
nos seguintes pontos:
laissez-faire: ou liberdade de mercado; toda e qualquer interferência nos automatismos do mercado
gera custos e reduz o bem-estar social.

racionalidade: as firmas e consumidores maximizam lucro ou satisfação e não agem


por impulso, capricho ou por objetivos humanitários.

teoria do equilíbrio: as variáveis econômicas interagem e o sistema manifesta uma tendência ao


equilíbrio pelas livres forças de mercado.

teoria da utilidade: a utilidade que as pessoas têm no consumo dos bens,


determinada por seus gostos, influencia as quantidades demandadas de cada bem
e, então, seus preços. Há uma ênfase em aspectos psicológicos, com a
consideração da abordagem hedonista de prazer (satisfação) e sofrimento
(custos).
ênfase na demanda: a demanda é o elemento crucial para determinar os preços, ao contrário dos
clássicos que enfocavam a oferta, ou custo de produção.

concorrência pura nos mercados: sendo o monopólio uma exceção, nos quais muitos
vendedores e compradores concorrem no mercado por bens e serviços; as firmas
são pequenas e não conseguem influenciar o preço de mercado.
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O Pensamento Keynesiano
Criador da Teoria Macroeconô mica, é considerado um dos mais importantes
economistas do Século XX. Em 1936 lançou o livro que o consagrou, A Teoria Geral
do Emprego, do Juro e da Moeda. Nesse trabalho Keynes faz uma série de
observaçõ es que acabam salvando o capitalismo de um colapso.
Na visã o de Keynes: A aná lise keynesiana veio opor-se aos
postulados das economias Clá ssica e
- Só há emprego e renda se houver Neoclá ssica, que tinham na Lei de Say a sua
estímulo aos empresá rios; pedra angular.
- É papel do Estado criar políticas
monetá rias e fiscais que estimulam os A Lei de Say estabeleceu que toda
empresá rios; produçã o encontra uma demanda, ou seja,
- Todo valor atribuído pela empresa ao que toda a renda (lucros, juros, salá rios) é
seu produto ou serviço oferecido é inteiramente gasta na compra de
diretamente relacionado aos custos mercadorias e serviços, e, portanto, nã o
tanto fixos como variáveis; pode haver um excesso de produçã o ou
- Se a populaçã o nã o pode gastar, por nã o renda em relaçã o à demanda ou à s
ter um emprego, a economia estará despesas efetivamente realizadas.
impossibilitada de produzir. 25
Principais Características do Keynesianismo:

•Defesa da intervençã o estatal em á reas que as empresas privadas nã o podem ou nã o desejam atuar;
•Oposiçã o ao sistema liberal;
•Reduçã o de taxas de juros;
•Equilíbrio entre demanda e oferta;
•Garantia do Pleno Emprego
•Introduçã o de benefícios sociais para a populaçã o de baixa renda, afim de garantir um sustento mínimo;
A força do estado deve sempre existir para manter o
controle Social e distribuir renda.
 Pelo que percebo rapidamente nos conceitos gerais da
obra de Kaynes, Guedes leu, mas creio que nada
entendeu.
Dizer que a maioria dos países adotou o neoliberalismo é um erro crasso. Poucos são os países que
adotaram o neoliberalismo na economia. Não me refiro a um ou outro item da teoria liberal, digo
como um todo mesmo. O próprio Roberto Campos, liberal e diplomata brasileiro, disse que o Brasil
sequer chegou a flertar com o liberalismo. Esse é só um dos exemplos de como o mundo de modo
geral, NÃO adotou o liberalismo, até porque isso exigiria estado menor e sabemos da ganância e
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fome de poder que os governantes têm.
Para Keynes, em caso de

Recessão
(período de diminuição da atividade economia, em virtude da redução de despesas, queda da
produção e poder de compra)

Aumento da
Desemprego; produçã o
Inflaçã o; total

Crise política;
Pandemias;
Demanda

Como combater?

1) Os bancos elevem seus empréstimos para consumo e


investimento

2) As exportações sejam estimuladas


3) o Governo aumente seus gastos para manter o pleno emprego. 27
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Para ver a reportagem, clique no link abaixo

https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/2019/05/30/para-apagar-estragos-da-recessao-bras
il-levara-mais-que-o-dobro-do-tempo-de-outros-paises.ghtml

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Neste tó pico vimos a trajetó ria do pensamento econô mico. Se você realmente entendeu o conteú do, nã o terá
dificuldades de responder à s questõ es a seguir. Se, eventualmente, ao responder, sentir dificuldades, volte, releia
o material e procure discutir com seu professor.

a) Faça um quadro síntese das principais correntes do pensamento econô mico. (clá ssica, neoclá ssica, marxista
e keynesiana)

b) Fale sobre a importâ ncia da Corrente Fisiocrata para a economia.

c) Pesquise sobre o significado do pensamento keynesiano na atualidade.

d) Apresente as principais ideias da Corrente Marxista.

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MAS O QUE É ECONOMIA?
Como funciona nosso sistema econômico?

Quando e por que o sistema econômico entra em

crise, ocasionando mudanças de comportamento

das pessoas e empresas?

Você saberia responder? 31

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