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A Conclusão do texto

dissertativo-argumentativo

Profa. Gorete Cavalcante


Considerações relevantes sobre a
conclusão
• A conclusão da redação deve estar relacionada a todas as ideias que
foram trabalhadas no texto.

• É bom que ela já seja planejada desde o início. Essa é uma ótima dica
para não faltar coerência na parte final da redação.

• A conclusão do texto dissertativo-argumentativo deve apresentar o


resumo dos argumentos trabalhados e/ou uma solução para o
problema em questão.
Considerações relevantes sobre a
conclusão
• Após o conectivo que abre o parágrafo conclusivo,
retome as ideias centrais dos parágrafos anteriores por
meio de uma frase resumitiva.

• Basta um parágrafo para essa parte do texto.

• Não é obrigatório usar somente um dos tipos, você


pode, inclusive, unir os estilos (síntese e intervenção).
Considerações relevantes sobre a
conclusão
• A conclusão, de algum modo, é o fechamento daquilo que foi
evidenciado na introdução, mas com palavras diferentes.

• Cuidado para não apresentar argumentos, isso não é necessário. O


tempo da explicação deles já passou.

• Você pode usar na conclusão algumas palavras-chave que usou no


texto, as principais que definem sua ideia, ou sinônimos delas para
não repetir.
Elementos essenciais na conclusão
com intervenção
1) Conectivo (qualquer um dos apresentados mais adiante)
2) Frase-resumo
Intervenção:
3) Agente? (quem irá resolver o problema)
4) O quê? (ação que será realizada para a solução do problema)
5) Como? (modo como a ação será realizada)
6) Efeito? (como ficará a sociedade depois da ação aplicada: finalidade ou
consequência)
Detalhamento (pormenorizar) – escolher apenas um elemento
Lembre-se dos elementos por meio
desta sequência
• Quem vai resolver o problema?

• O que vai ser feito?

• Como será feita a ação?

• Qual a mudança que essa ação trará para a sociedade?

• Qual elemento anterior será explicado, pormenorizado (detalhado)?


Dicas para iniciar a conclusão da
redação com palavras ou expressões
• Não deixe de usar uma das palavras abaixo. Afinal, elas já são por natureza, conjunções
conclusivas, ou seja, conectivos conclusivos.
Logo,

Portanto,
Com isso,
De modo que ...
Em vista disso,
Assim,
Então,
,pois,
Destarte,
Conforme o exposto,
Frases-modelo para iniciar a
conclusão
• Em virtude dos fatos mencionados,
• Levando-se em consideração esses aspectos,
• Em vista dos argumentos apresentados,
• Dado o exposto,
• Tendo em vista os aspectos observados,
• Em virtude do que foi mencionado,
• Por todos esses aspectos,
• Pela observação dos aspectos analisados,
Os elementos
da
intervenção:
Agente
1) Agente: é o elemento que diz respeito ao ator social apontado para executar a ação interventiva que
se propõe.
•Para determinar o agente, o participante deve considerar o problema abordado pelo tema, sobre o
qual se deseja intervir, e a ação interventiva apresentada.
•Apesar de os atores sociais variarem em função do tema e do problema, eles se enquadram em
determinados níveis de ação: individual, familiar, comunitário, social, político, governamental e
mundial.
•A pergunta a ser respondida para identificar o agente da ação proposta é “Quem irá
executar a ação?”.
Agente
• São agentes considerados elemento
nulo:
1) Alguém, ninguém, alguns, uns, uns e
outros, você;
2) nós, nós (oculto), alguns de nós, todos
nós, a agente – desde que não
especificados;
3) verbo no modo imperativo – desde
que não haja vocativo.
Agente
Ação
2) Ação interventiva: É o elemento que diz respeito à atitude prática apontada pelo
participante como necessária para a amenização dos impactos do problema apresentado pelo
tema.

• É a partir da ação que reconhecemos a intenção de propor uma intervenção para o problema
abordado (exequível).
•Substitua o verbo acabar por: arrefecer, minimizar, mitigar, diminuir, amenizar.
•Substitua o verbo no futuro do pretérito pelo presente do indicativo. Exemplos: deveria/ deve -
poderia /pode / faria - faz
•A pergunta a ser respondida a fim de identificar essa ação é “O que deve ser
feito?”.
Exemplos de ações consideradas
inválidas:
Modo e meio

3) Modo/meio: é o elemento que diz respeito à maneira e/ou aos recursos


pelos quais a ação interventiva é realizada.
• Esse elemento dialoga com a exequibilidade da ação e revela o quanto
esta é concreta e interventiva, características indispensáveis à proposta de
intervenção.
• A pergunta a ser respondida para identificar o modo/meio apontado é
“Como se executa / Por meio do quê?”.
Modo
e meio
Efeito

4) Efeito: é o elemento que corresponde aos resultados pretendidos ou


alcançados pela ação interventiva proposta.
• Ele pode vir expresso por meio de uma estrutura indicativa de finalidade,
consequência ou conclusão.
• A pergunta a ser respondida para identificar esse elemento é “Para
quê?”.
Efeito
Detalhamento
5) Detalhamento: é o elemento que acrescenta informações à ação
interventiva, ao agente, ao modo/meio ou ao efeito.
• Ele tem papel fundamental para uma formulação mais concreta e mais
elaborada da proposta de intervenção. Por esse motivo, damos ao
detalhamento a mesma relevância dada aos demais elementos, pois todos
cumprem o papel de completar a ação da proposta de intervenção.
• A pergunta a ser respondida para identificar o detalhamento é: “Que outra
informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante?”
O detalhamento de um dos elementos da intervenção é
variado, pode se apresentar na forma de uma exemplificação,
explicação, justificativa ou contextualização.
Detalhamento do
modo/meio
Detalhamento
do efeito
Vale a pena saber:
• É comum o participante acrescentar à proposta de intervenção
informações relativas a lugar e a tempo. Porém, este conteúdo,
por convenção, não será considerado um detalhamento.

• Já para a identificação do detalhamento do efeito, admitiremos


apenas o desdobramento do efeito, ou seja, uma ampliação
explícita do primeiro efeito.

• O participante deve deixar muito claro que se trata de um efeito


diretamente atrelado ao outro (um efeito do efeito), e não de
apenas mais um.

• Para isso, esperamos o uso de algum marcador que garanta


essa relação, como um operador argumentativo, por exemplo.
Evite estes erros comuns na
conclusão
• Não pense que o último parágrafo é uma conclusão só por ser
o último. Estruture-o segundo as informações passadas.
• Não faça do seu último argumento uma finalização do texto
dissertativo-argumentativo. Isso faz parte do desenvolvimento.
• Não apresente ideias novas na conclusão. Ela não é o momento
de iniciar coisas diferentes, mas de retomadas.
• Também não faça dois parágrafos de conclusão.
Acerca da proposta de intervenção

• A proposta de intervenção para o problema apresentado pelo tema significa


sugerir uma iniciativa que busque, mesmo que minimamente, enfrentá-lo.
• A nota da Competência V não será atribuída em função da quantidade de
propostas, mas sim da sua qualidade, que será aferida em função da
variedade dos elementos que apresenta.
• Se o texto apresentar mais de uma proposta de intervenção, deve ser avaliada
somente a mais completa delas.
Redação NOTA 1000 – Edição 2020 - Isabella Gadelha, do Pará

Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que, indo contra a comunidade
médica tradicional da sua época, lutou a favor de um tratamento humanizado para pessoas com
transtornos psicológicos. No contexto nacional atual, indivíduos com patologias mentais ainda
sofrem com diversos estigmas criados. Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre o assunto
e, também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas mídias.

Primariamente, vale ressaltar que a ignorância é uma das principais causas da criação de
preconceitos contra portadores de doenças psiquiátricas. Sob essa ótica, o pintor holandês Vincent
Van Gogh foi alvo de agressões físicas e psicológicas por sofrer de transtornos neurológicos e não
possuir o tratamento adequado. O ocorrido com o artista pode ser presenciado no corpo social
brasileiro, visto que, apesar de uma parcela significativa da população lidar com alguma patologia
mental, ainda são propagadas informações incorretas sobre o tema. Esse processo fortalece a ideia
de que integrantes não são capazes de conviver em sociedade, reforçando estigmas antigos e criando
novos. Dessa forma, a ignorância contribui para a estigmatização desses indivíduos e prejudica o
coletivo.
Ademais, a carência de representatividade nos veículos midiáticos fomenta o preconceito
contra pessoas com distúrbios psicológicos. Nesse sentido, a série de televisão da emissora HBO,
"Euphoria", mostra as dificuldades de conviver com Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), ilustrado
pela protagonista Rue, que possui a doença. A série é um exemplo de representação desse grupo,
nas artes, falando sobre a doença de maneira responsável. Contudo, ainda é pouca a
representatividade desses indivíduos em livros, filmes e séries, que quando possuem um papel,
muitas vezes, são personagens secundários e não há um aprofundamento de sua história. Desse
modo, esse processo agrava os estereótipos contra essas pessoas e afeta sua autoestima, pois eles
não se sentem representados.

Portanto, faz-se imprescindível que a mídia - instrumento de ampla abrangência - informe a


sociedade a respeito dessas doenças e sobre como conviver com pessoas portadoras, por meio de
comerciais periódicos nas redes sociais e debates televisivos, a fim de formar cidadãos informados.
Paralelamente, o Estado - principal promotor da harmonia social - deve promover a
representatividade de pessoas com transtornos mentais nas artes, por intermédio de incentivos
monetários para produzir obras sobre o tema, com o fato de amenizar o problema. Assim, o corpo
civil será mais educado e os estigmas contra indivíduos com patologias mentais não serão uma
realidade do Brasil."

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