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Psicoterapia

dinâmica para
idosos
Adriane Bacellar D. L. Forlenza
Introdução
 Pessoas idosas tendem a procurar com menor
frequência atendimentos psicoterapêuticos do que
jovens e adultos.

 Outro fator que contribui para o pouco uso da


psicoterapia de base dinâmica entre os idosos é a pouca
atenção que os psicoterapeutas dão ao acompanhamento
desta população.
O conceito da psicodinâmica
 Inclui-se aqui o pressuposto da existência de um
mundo interno, inerente ao sujeito, e outro externo, que
contribui para a estruturação do primeiro. Dessa
interação advém a validação das atitudes,
comportamentos e sentimentos, bem como o
estabelecimento das relações afetivas.

 Segundo D’Andreia (1994) as pessoas adotam atitudes


psicodinâmicas quando tratam com seus semelhantes.
O conceito da psicodinâmica
 Psicanalítico:
 Dinâmico: qualifica uma perspectiva que considera os
fenômenos psíquicos como resultantes do conflito e da
composição de forças que exercem uma certa pressão,
forças que são, em ultima analise, de origem pulsional.

 Leis da física:
 A ideia que os fenômenos mentais são resultados da
interação e da contra-acão de forças envolve, ainda, as
noções de inconsciente, conflito psíquico, mecanismo de
defesa e determinismo psíquico.
A idade: limitações estruturais e
limitações cognitivas
A temporalidade deve ser pensada, não enquanto
sequencia ou representação cronológica, mas
fundamentalmente deve incluir a ideia de um
desenvolvimento pessoal e de um continuidade
psíquica. Bianchi coloca que a identidade do sujeito
humano nunca é um dado definitivo; é, antes de tudo,
o produto momentâneo de um trabalho psíquico
ininterrupto. Acrescenta ainda, que “envelhecer não é
problema especifico de uma faixa etária; diz respeito a
todas as idades” e não está ausente em nenhum tipo de
estrutura de personalidade, embora cada uma implique
uma típica com o tempo.
A idade: limitações estruturais e
limitações cognitivas
 Alguns autores acreditam que os benefícios da
psicoterapia de orientação analítica para pacientes
idosos seria limitado, não de um ponto de vista
estrutural, mas cognitivo.

 Os aspectos como movimentação, disponibilidade


interna, engajamento para o trabalho terapêutico e
possibilidade de estabelecer novas relações objetais
são fatores que atuam no processo psicoterapêutico
tanto quanto a faixa etária em que o sujeito se
encontra.
Envelhecimento: angustias e defesas
 Apesar do envelhecimento apresentar características
comuns aos indivíduos, os autores ressaltam que não se
pode isolar a problemática do envelhecimento de uma
problemática geral da personalidade.
Envelhecimento: angustias e defesas
 Segundo Bianchi (1993)
 “A novidade, e a dificuldade, na velhice, diante da morte, é que
esse fluxo deve ser mantido apesar da antecipação e uma perda
que atinge tanto ao Eu quanto aos seus objetos, tanto a libido
narcísica quanto à libido objetal. O problema aqui é o conflito
entre uma exigência, que podemos chamar de funcional: o Eu
(entendido no caso como o sujeito funcional do aparelho
psíquico) exige que haja continuidade de sentido e só pode
encontra-la mantendo relações continuas com objetos (objeto
sendo entendido como pólo de investimento fora do Eu, objeto
adeativo, tanto quanto pessoal). Uma outra exigência, que a do
luto dessa comunidade, pois é obvio que ele tem de adquirir
que tal continuidade esta destinada a ser cumprida que a morte
não é algo a que se pode adaptar”.
Discutindo técnicas
 Temas comumente trazidos como tensões, carregadas
por intensa ansiedade ou manifestando apenas como
preocupações:
 Perda do cônjuge;
 Perda das capacidades físicas e mentais;
 perda da própria identidade;
 Questões relacionadas a aposentadoria/ status
socioeconômico;
 Diminuição da autoestima;
 Aumento da dependência de outros;
 Síndrome do ninho vazio;
Discutindo técnicas
 Transferência e contratransferência:
 Observa-se um padrão clássico da transferência, onde o
terapeuta é identificado como as figuras parentais, reforçando
pelo aspecto de dependência expresso em determinados idosos.
Inclui-se também a transferência fraternal, com representações
de fantasias de rivalidade, ou cônjuge. Há, ainda, o fenômeno
conhecido como “transferência reversa”, na qual os pacientes
idosos podem ver os terapeutas como um de seus filhos. Nesta
situação, a conduta manifesta, usualmente de cordialidade ou
indulgencia, como se estivesse tratando como um filho, pode
dar lugar a reações transferências negativas sob a forma de
queixas, acusações e recriminações.
A eficácia do tratamento
 Alguns autores ressaltam que além da disponibilidade para a
escuta, características do terapeuta como ser empático (não
simpático), otimista, não desencorajar facilmente o paciente e,
principalmente, gostar genuinamente de idosos e acreditar nas
suas capacidades, irão determinar o resultado.

 Freud:
 “há três fatores decisivos para o sucesso ou não do tratamento
analítico – a influencia dos traumas, a força constitucional dos
impulsos e as alterações do ego” e que não se pode “exigir que a
pessoa que foi completamente analisada não sinta paixões, nem
desenvolva conflitos internos. A missão da analise é garantir as
melhores condições para as funções do ego; com isso, ela se
desincumbiu de sua tarefa”.
Referencia bibliográfica
 Depressão e demência no idoso- Tratamento psicológico e
farmacológico/ editores Orestes V. Forlenza, Osvaldo P. Almeida
– São Paulo: Lemos editorial, 1997. 200p; 18-25cm.

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