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Universidade Federal de Mato Grosso

Faculdade de Enfermagem
Curso de Graduação em Enfermagem

HIGIENIZAÇÃO E LIMPEZA
HOSPITALAR
As superfícies carreiam um risco mínimo de

transmissão direta de infecção, mas pode contribuir

para a contaminação cruzada secundária,

por meio das mãos dos profissionais de saúde e de


instrumentos ou produtos que poderão ser
contaminados ao entrar em contato com essas
superfícies e posteriormente, contaminar os
pacientes ou outras superfícies.
Assim, a higienização das mãos dos profissionais
de saúde, a limpeza e a desinfecção de
superfícies são fundamentais para a prevenção e
redução das infecções relacionadas à assistência
à saúde.
Estudos identificaram fatores que favorecem
a contaminação do ambiente dos serviços de
saúde :
ƒ. Mãos dos profissionais de saúde em contato com as
superfícies.

ƒ. Ausência da utilização de técnicas básicas pelos


profissionais de saúde.

ƒ. Manutenção de superfícies úmidas ou molhadas.

ƒ. Manutenção de superfícies empoeiradas.

ƒ. Condições precárias de revestimentos.

ƒ. Manutenção de matéria orgânica.


Exemplo de sobrevivência no meio
ambiente

- rotavírus é maior que 12 dias,


-Candida spp., de horas.

-HIV consegue sobreviver em superfície com


matéria orgânica ressequida até três dias,
-e o vírus da Hepatite, nas mesmas condições,
até uma semana.
 As medidas utilizadas para diminuir a interferência do
ambiente nas infecções relacionadas à assistência à
saúde envolvem (HINRICHSEN, 2004; ASSAD &
COSTA, 2010):
 Evitar atividades que favoreçam o levantamento das
partículas em suspensão, como o uso de aspiradores
de pó (permitidos somente em áreas administrativas);
 Não realizar a varredura seca nas áreas internas dos
serviços de saúde;
 As superfícies (mobiliários em geral, pisos, paredes e
equipamentos, dentre outras) devem estar sempre
limpas e secas;
 Remover rapidamente matéria orgânica das
superfícies;
 Isolar áreas em reformas ou em construção,
utilizando tapumes e plástico.
Higienização e Limpeza Hospitalar

 Para o desenvolvimento das ações de cuidado à


saúde, além de outros fatores, necessitamos também de
um ambiente seguro, higiênico e com asseio.
Higienização e Limpeza Hospitalar
 Normalmente delegamos esta atribuição a um
Serviço denominado Limpeza Hospitalar.
Higienização e Limpeza Hospitalar

No entanto, deve haver uma colaboração


de todos, gestão compartilhada e
corresponsabilidades.
Classificação das áreas dos Estabelecimentos
Assistenciais à Saúde - EAS

 Áreas Críticas

 Áreas Semi-Críticas

 Áreas Não-Críticas
Classificação das áreas dos EAS
Áreas críticas
Áreas onde há procedimentos invasivos e pacientes com
baixa imunidade, portanto maior risco de infecção:
Áreas críticas e a utilização dos EPI
Na área crítica, o profissional de saúde também está exposto ao
risco de contaminação infecciosa, pelo contato direto com pacientes
infectados. Quanto mais alta é a transmissibilidade da doença, ainda
mais crítico é o risco que o profissional corre.

Dentre as áreas consideradas críticas, estão o bloco cirúrgico, a UTI


neonatal, a sala de hemodiálise, o banco de sangue, a unidade de
queimados e unidade de isolamento, central de material e
esterilização, a área da lavanderia, o laboratório de patologia clínica e
a farmácia.
Áreas críticas e a utilização dos EPI

Para as áreas críticas, os profissionais devem estar


equipados :
de luvas de procedimento,
máscaras de proteção respiratória, 
protetores faciais ou óculos,
gorro e avental.

Em alguns casos, é indicado também o uso de protetores


para pernas e pés, tais como calças longas e botas.
Classificação das áreas dos EAS
Áreas Semi-críticas
Onde se encontram pacientes internados, mas
o risco de infecção é menor:
Áreas semicríticas e a utilização dos EPI
A área semicrítica oferece riscos de transmissão de microrganismos,
mas em menor escala. O mais comum é que nela estejam pacientes
sem doenças contagiosas, mas que precisam de cuidados para não se
contaminarem.
As áreas semicríticas são a enfermaria, ambulatórios, farmácia de
medicamentos já preparados e banheiros.
 Nesses ambientes, os profissionais não precisam utilizar todos os
materiais das áreas críticas, mas devem proteger as roupas com
jalecos para não levarem até os pacientes os microrganismos
externos.
Classificação das áreas dos EAS

Áreas não - críticas


 Todas as áreas hospitalares não ocupadas
por pacientes e onde não se realizam
procedimentos de risco:

 Almoxarifado;
 Administração;
 Vestiários.
Higienização de Superfícies de EAS

As superfícies fixas com presença de matéria


orgânica em todas as áreas dos EAS, deverão
sofrer limpeza e, posteriormente desinfecção
e/ou descontaminação.
Desinfecção
É processo de destruição dos microrganismos em forma
vegetativa, mediante aplicação de agentes físicos (radiação
ultra-violeta, água em ebulição) ou químicos (aldeídos, álcoois,
fenol sintético e hipoclorito de sódio).

Descontaminação
É o processo que remove microrganismos
patogênicos dos objetos, tornando-o seguro para o
manuseio.
LIMPEZA???DESINFECÇÃO
Higienização e Limpeza Hospitalar

 “LIMPEZA:
 1. Ato ou efeito de limpar.
 2. Qualidade de limpo, de asseado,
asseio.
 3. Esmero, apuro.”

(Dicionário Aurélio)
Higienização e Limpeza Hospitalar

 Conceitos de LIMPEZA:

“Limpeza é o processo de localizar,


identificar, conter, remover e desfazer-se
de forma adequada, de substâncias
indesejáveis, ou seja, poluentes de uma
superfície ou ambiente.”
Limpeza hospitalar
 A energia química é proveniente de ação dos produtos
que têm a finalidade de limpar através da propriedade de
dissolução, dispersão e suspensão da sujeira.

 A energia mecânica é proveniente de uma ação física


aplicada sobre a superfície para remover a sujeira
resistente à ação de produto químico. Essa ação pode
ser obtida pelo ato de esfregar manualmente com
esponja, escova, pano ou sob pressão de uma máquina
de lavar.

 A energia térmica é proveniente da ação do calor que


reduz a viscosidade da graxa e gordura tornando-as
mais facilmente removíveis pela aceleração da ação
química.
Higienização e Limpeza Hospitalar

TIPOS DE LIMPEZA HOSPITALAR

 Limpeza concorrente

 Limpeza terminal

 Limpeza imediata

 Limpeza de manutenção
Higienização e Limpeza Hospitalar
Limpeza concorrente

É aquela realizada, de forma geral, diariamente e


sempre que necessário.

Utiliza-se a limpeza úmida,


úmida uso de água e sabão e/ou
solução para desinfecção.
Limpeza Hospitalar
A limpeza concorrente inclui os pisos,
instalações sanitárias, superfícies horizontais
de equipamentos e mobiliários, alguns
utensílios utilizados, esvaziamento e troca de
recipientes de resíduos.
Frequência de Limpeza Concorrente.AÇÃO DAS ÁREAS FRNCIA
MÌNIMA
Áreas críticas - 3x por dia; data e horário preestabelecidos e sempre que necessário.
Áreas não-críticas - 1x por dia; data e horário preestabelecidos e sempre que
necessário.
Áreas semicríticas - 2x por dia; data e horário preestabelecidos e sempre que
necessário.
Áreas comuns - 1x por dia; data e horário preestabelecidos e sempre que
necessário.
Áreas externas - 2x por dia; data e horário preestabelecidos e sempre que
necessário
Higienização e Limpeza Hospitalar
Limpeza terminal
É uma limpeza completa, abrangendo todo o
ambiente e todos os materiais e equipamentos,
em todas as suas superfícies externas e
internas, em todos os cantos;
 Realizada após a alta, transferência ou óbito;
 Em CC após as cirurgias eletivas do dia.
Frequência de Limpeza Terminal Programada.
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS FREQUÊNCIA
Áreas críticas - Semanal (data, horário, dia da semana
preestabelecido).

Áreas não-críticas - Mensal (data, horário, dia da semana


preestabelecido).

Áreas semicríticas- Quinzenal (data, horário, dia da


semana preestabelecido).

Áreas comuns - (Data, horário, dia da semana


preestabelecido).
Higienização e Limpeza Hospitalar
 Limpeza imediata

 É realizada quando ocorre sujidade em áreas críticas e


semi-críticas, em qualquer período do dia.

 Consiste na remoção imediata de respingos ou


deposição de matéria orgânica para evitar a sua veiculação
ou seu ressecamento e consequente liberação para o
ambiente dos microrganismos porventura presentes.

 Avaliar a necessidade ou não de descontaminação.


Higienização e Limpeza Hospitalar
 Limpeza de manutenção

 É a limpeza em locais com grande fluxo de


pessoas e de procedimentos. Deve ser realizada
uma a duas vezes ao turno e quando necessário;

 Limpeza do piso, banheiros e retirada de lixo.


Higienização e Limpeza Hospitalar
 Utilizar produtos com os princípios
ativos permitidos pelo Minis. Saúde.
 Fenólicos; quaternários de amônio;
compostos orgânicos e inorgânicos
liberadores de cloro ativo; iodo e derivados;
álcoois e glicóis.
Higienização e Limpeza Hospitalar
 Cuidados em relação ao uso de produtos
químicos
 Estabelecer quais produtos podem ser utilizados.
 Adquirir somente produtos com registro no MS.
 Realizar a diluição em local adequado e por
pessoal treinado.
 Observar as condições de armazenamento (local
e embalagem).
 Orientar para que não realizem mistura de
produtos.
Higienização e Limpeza Hospitalar

 Princípios básicos da limpeza


 Utilização de forma correta de
equipamento de proteção individual (EPI)
- NR 32;
 Uso de uniforme completo (inclui luvas de
borracha, sapatos impermeáveis);
 Higiene pessoal básica;
 Prevenção de acidente de trabalho.
Higienização e Limpeza Hospitalar

 Programas de atualização em técnicas de


limpeza, controle de infecção, ética, soluções
(diluição, uso e riscos).

 Gerenciamento do serviço: atualmente tem-


se delegado esta atribuição a um profissional
da Enfermagem.
Higienização e Limpeza da Unidade do Paciente

 A Unidade do cliente consiste no espaço físico


e no mobiliário necessário para a sua
acomodação durante a internação.

- Cama Hospitalar com colchão;


- Mesa de cabeceira;
- Mesa de refeição;
- Escadinha;
- Cadeira;
- Suporte de soro;
- Sistema de gazes.
Higienização e Limpeza da Unidade do Paciente

Executar a técnica com movimentos firmes, longos e em uma só direção.


Seguir os princípios:
• Do mais limpo para o mais sujo;
• De cima para baixo;
• Do distal para o proximal.

Colchão Cabeceira
Pés
Arrumação do Leito

 Forma padronizada de distribuir e ordenar a


roupa hospitalar, visando proporcionar
conforto e segurança ao cliente, sendo
importante na recuperação e manutenção da
saúde.

- Leito/Cama fechada;
- Leito/Cama aberta;
- Leito/Cama para operado;
Leito Fechado

 É aquele que está desocupado, aguardando a admissão


do paciente. Deve ser arrumado aproximadamente 2
horas após ter sido feita limpeza terminal.
Leito Aberto

 É aquele que está sendo ocupado por um paciente (que


se locomove ou acamado).
Leito Para Operado
 É realizado para receber o paciente
proveniente da sala do centro cirúrgico,
podendo estar ainda sob efeitos do
momento anestésico.
Referências Bibliográficas
ANVISA. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde: Limpeza e
Desinfecção de Superfícies. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Brasília, 2012.

BRASIL Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar.


Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos de Saúde. 2 ed.
Brasília, 1994.

BRASIL. Ministério da Saúde, Comissão de controle de Infecção Hospitalar.


Manual de controle de infecção hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 1985.

BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de Lavagem das mãos. Brasília: Ministério da


Saúde, 2000.

KAWAMOTO, E. E. et FORTES, I. Fundamentos de enfermagem. São Paulo,


EPU, 1986. 139p.

POTTER, P. A., PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem. 5 ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2004.

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