Você está na página 1de 31

Legislação Sanitária e Biossegurança

Unidade III
Prof. Felipe Fuentes

• Professor Graduado em Estética e Cosmética, Pós Graduação em


Procedimentos Intradérmicos e Subcutâneos para Estética. Criador
do Símbolo da Estética reconhecido por pelas universidades e
entidades de classe da Estética no Brasil. Participou ativamente no
desenvolvimento da lei 13.643 que é a lei do Esteticista se
tornando um conhecedor dos direitos profissionais de estética no
Brasil na prática. Participou da fundação da Sociedade Brasileira de
Estética e Cosmética. Representante da categoria varias vezes em
Brasília nos ministérios.
Unidade III

Normas para Acidentes

• 1. A primeira providência a ser tomada é a contenção do material


contaminado por agente patogênico, portanto deve-se evitar que líquidos
se espalhem cobrindo-os com material absorvente seco, depois colocar o
desinfetante e descontaminar o material absorvente (autoclave,
desinfetante). Deve-se evitar que sólidos sejam carregados nas solas de
sapato ou roupas. Somente após esta contenção, deve-se atender o(s)
indivíduo(s) presente(s) durante o acidente.
Unidade III

Normas para Acidentes

• 2. roupas contaminadas: molhar bem com álcool (concentração mais


adequada:70%);
• 3. feridas: utilizar material absorvente embebido em povidine (ou álcool à
70%);
• 4. retirar material contaminante de pele, mucosa oral, ferida. Estimular
sangramento após desinfecção;
• 5. contaminação ocular: lavar exaustivamente em lava-olhos (se não tiver,
lavar com salina, água boricada ou água da pia em último caso); deve-se
tentar coletar um pouco do material infectado para testes.
Unidade III

ACIDENTES DE TRABALHO (MS,1999)

• Segundo o Ministério da Saúde (1999), os acidentes de trabalho com


sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados
como casos de emergência médica, uma vez que as intervenções para
profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciados logo
após a ocorrência do acidente, para sua maior eficácia.
Unidade III

ACIDENTES DE TRABALHO (MS,1999)

• O risco médio de se adquirir o HIV é de, aproximadamente, 0,09% após


exposição percutânea, e de 0,3% após exposição mucocutânea. Esse risco
foi avaliado em situações de exposição a sangue; o risco de infecção
associado a outros materiais biológicos é inferior, ainda que não seja
definido. O risco de transmissão após exposição da pele íntegra a sangue
infectado pelo HIV é estimado como menor do que o risco após exposição
mucocutânea.
Unidade III

ACIDENTES DE TRABALHO (MS,1999)

• Um estudo caso-controle, com o uso profilático do AZT (zidovudina),


demonstrou uma associação entre o uso de quimioprofilaxia e a
redução de 81% do risco de soroconversão após exposição
ocupacional. Atualmente, o uso combinado de antirretrovirais é
recomendado pela sua possibilidade de maior eficácia na redução
do risco de transmissão ocupacional do HIV, embora isto ainda não
tenha sido comprovado em estudos clínicos.
Unidade III

ACIDENTES DE TRABALHO (MS,1999)

• A probabilidade de infecção pelo vírus da hepatite B após exposição


percutânea é significativamente maior do que a probabilidade de
infecção pelo HIV, podendo atingir até 40%, em exposições onde o
paciente-fonte apresente sorologia AgHBs reativa. Para o vírus da
hepatite C, o risco médio é de 1,8%; dependendo do teste utilizado
para diagnóstico da hepatite C, o risco pode variar de 1 a 10%.
Unidade III

ACIDENTES DE TRABALHO (MS,1999)

• No Brasil, a utilização da vacina para hepatite B é recomendada para


todos os profissionais de saúde. Após exposição ocupacional a material
biológico, mesmo para profissionais não imunizados, o uso da vacina,
associado ou não a gamaglobulina hiperimune para hepatite B, é uma
medida que, comprovadamente, reduz o risco de infecção.
Unidade III

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

• As agulhas não devem ser reencapadas pelas mãos, nem dobradas ou


quebradas intencionalmente a agulha pode ser reencapada pela técnica
de deslizar a agulha para dentro da tampa deixada sobre uma superfície
Durante o trabalho, a passagem das seringas sobre o paciente deve ser
minimizada ou totalmente eliminada, se possível.
• Manusear com o máximo cuidado objetos perfurocortantes, como bisturis
e exploradores, para evitar cortes e arranhões.
Unidade III

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

• Não colocar objetos contaminados nos bolsos dos uniformes.


• Não tocar olhos, nariz, boca, máscara ou cabelo durante o
atendimento do paciente.
• Não se alimentar, beber nem fumar na clinica.
Unidade III

AMBIENTES

• Classificação dos Ambientes:


• Áreas não críticas - são aquelas não ocupadas no atendimento dos
pacientes ou às quais estes não têm acesso. Essas áreas exigem
limpeza constante com água e sabão.
• Áreas semicríticas - são aquelas vedadas às pessoas estranhas às
atividades desenvolvidas. Ex.: lavanderia, laboratórios, biotério.
Exigem limpeza e desinfecção constante, semelhante à doméstica.
Unidade III

AMBIENTES
• Áreas críticas - são aquelas destinadas à assistência direta ao paciente,
exigindo rigorosa desinfecção. Ex.: clínicas de atendimento, setor de
esterilização. Os equipamentos e mobiliários pertencentes a essas áreas
requerem cuidados mais frequentes de limpeza e desinfecção, porque são
os que mais se contaminam e que mais facilmente podem transmitir
doenças. Pisos, tampos, peitoris e demais superfícies localizados nessas
áreas, também merecem limpeza frequente e cuidadosa, porque
acumulam resíduos contaminados, resultantes da atividade humana.
Unidade III

AMBIENTES
• Desinfecção diária - hipoclorito de sódio a 1% e água e sabão.
• Desinfecção semanal - associação de fenóis sintéticos.

Áreas contaminadas - superfícies que entram em contato direto com


matéria orgânica (sangue, secreções ou excreções),
independentemente de sua localização. Exigem desinfecção, com
remoção da matéria orgânica, e limpeza, com água e sabão.
Unidade III

Classificação dos Artigos

• Artigos críticos - são aqueles que penetram nos tecidos sub-epiteliais


da pele e mucosa, sistema vascular ou outros órgãos isentos de
microbiota própria. Ex.: instrumentos de corte ou ponta; outros
artigos cirúrgicos (pinças, afastadores, fios de sutura, cateteres,
drenos etc.); soluções injetáveis, agulhas. Requerem esterilização.
Unidade III

Classificação dos Artigos

• Artigos semicríticos - são aqueles que entram em contato com a


mucosa íntegra e/ou pele não íntegra. Ex.: abaixadores de língua,
otoscópio, etc. Requerem desinfecção.
Unidade III

Classificação dos Artigos

• Artigos não críticos - são aqueles que entram em contato com a pele
íntegra ou não entram em contato direto com o paciente. Ex.:
termômetro; aparelho de pressão, estetoscópio; superfícies de
armários e bancadas. Requerem limpeza ou desinfecção.
Unidade III

Classificação dos Procedimentos Clínicos

• Procedimento crítico - todo procedimento em que haja presença de


sangue, pus ou matéria contaminada pela perda de continuidade do
tecido.
• Procedimento semicrítico - todo procedimento em que exista a presença
de secreção orgânica (saliva), sem perda de continuidade do tecido.
• Procedimento não crítico - todo procedimento em que não haja a
presença de sangue, pus ou outras secreções orgânicas, inclusive saliva.
Unidade III

Normas Técnicas de Descontaminação, Limpeza, Preparo,


Desinfecção, Esterilização, Manuseio e Estocagem de Materiais

• Nas Clinicas de estética, como em qualquer unidade de saúde, concentra-


se maior número de pessoas portadoras de diversas doenças. Além
dessas, também procuram o ambiente pessoas sadias que necessitam de
orientação, e atendimento.
Unidade III

Normas Técnicas de Descontaminação, Limpeza, Preparo,


Desinfecção, Esterilização, Manuseio e Estocagem de Materiais

• As pessoas portadoras de doenças trazem consigo seres vivos


pequenos (micro organismo- M.O), capazes de se movimentar e
transmitir doenças e que só podemos ver com microscópio.
Unidade III

Normas Técnicas de Descontaminação, Limpeza, Preparo,


Desinfecção, Esterilização, Manuseio e Estocagem de Materiais

• Além desses M.O. trazidos por essas pessoas, existem outros no ar,
no solo, na bancada, no balcão, em nossas mãos, enfim em todos os
objetos que vemos e tocamos.
• Dessa forma, podemos perceber que existe uma grande diferença
entre o ambiente clinico e a casa onde vivemos.
Unidade III

Normas Técnicas de Descontaminação, Limpeza, Preparo,


Desinfecção, Esterilização, Manuseio e Estocagem de Materiais

• Portanto, para garantir que o ambiente Estético não seja um local


onde as pessoas “ADQUIRAM” doenças, é necessário que algumas
normas técnicas de descontaminação, limpeza, desinfecção,
esterilização, manuseio e estocagem de materiais, diferentes das que
utilizamos em nossas casas sejam estabelecidas.
Unidade III

Descontaminação

• Também chamada de descontaminação prévia. É o procedimento


utilizado em artigos contaminados por matéria orgânica (sangue, pus,
secreções corpóreas) para destruição de microrganismos patogênicos,
antes de iniciar o processo de limpeza.
Unidade III

Descontaminação

• Tem o objetivo de proteger as pessoas que irão proceder à limpeza


desses artigos.
• Pode ser obtida por processo físico ou químico, que deverá ser
escolhido em função das características do artigo.
• Processo físico: Exposição do artigo á água fervente por 30 minutos
• Processo químico: Imersão do artigo em produto químico apropriado
por 30 minutos.
Unidade III

Procedimento:

• Colocar o material em recipiente adequado, utilizando luvas de


borracha.
• Cobrir o material com a solução desinfetante e tampar o recipiente,
deixando-o totalmente imerso por 30 minutos.
• Retirar o material da solução e submetê-lo ao processo de limpeza
(manual ou mecânica).
• Trocar as soluções seguindo as recomendações do fabricante.
Unidade III

OBSERVAÇÃO:

• Marcar o horário do início e término do processo.


• Utilizar EPI.
Unidade III

Limpeza

• Consiste na lavagem, enxágue e secagem do material. Tem por objetivo


remover totalmente a matéria orgânica dos artigos, com utilização de
soluções detergentes.
• É um procedimento final no caso de itens não críticos. Pode ser manual
ou mecânica (com ajuda de equipamentos).
Unidade III

Procedimento:

• Colocar o material na cuba da pia.


• Escovar, utilizando sabão, peça por peça.
• Nos tubos, pipetas passar jato de água na luz dos artigos.
• Enxaguar em água corrente.
• Secar o material por gravidade e com tecido, no caso de metais, para
evitar que fiquem manchados.
• Examinar minuciosamente cada peça, verificando a presença de qualquer
tipo de resíduo.
• Encaminhar para desinfecção ou esterilização.
Unidade III

OBSERVAÇÃO:

• Utilizar EPI durante todo o processo


• A cuba deve ser funda para evitar respingos.
• Não utilizar nenhum tipo de abrasivo (esponja de aço, saponáceo,
etc.), para não danificar o material.
• Usar seringas para limpar e enxaguar a luz dos mesmos.
Unidade III

OBSERVAÇÃO:

• Retirar todo o sabão.


• Depois do enxágue com água, é recomendável enxaguar com água
destilada.
• Artigos com resíduos devem ser lavados novamente.
• Material danificado ou quebrado deve ser comunicado.
Obrigado!
jazer2001@msn.com

Você também pode gostar