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Os estratos parietais da antera:

Para contextualizar, o termo "estratos" na biologia refere-se a níveis ou níveis distintos dentro de
uma estrutura ou sistema biológico, e pode ser utilizado em vários contextos biológicos para
descrever essa organização em planos.
Já "parietal" geralmente se refere a algo relacionado à parede ou à superfície de uma estrutura.
Por exemplo, em relação ao ovário de uma flor, a placentação parietal significa que as placentas
(onde os óvulos estão localizados) estão na parede do ovário.
Ou seja, em tradução literal, o termo “Estratos Parietais” seria algo em torno de “Camadas de
Parede” ou “Níveis de Camada”, portanto, nesse trabalho, se a aplica a disposição em camadas
da Epiderme.
Os estratos parietais da antera:
Como exibido anteriormente, as antenas são tetrasporangiadas e providas de uma parede
constituída por quatro camadas;

- Epiderme
- Endotécio
- Camada Média
- Tapete

A seguir, exibiremos e explicaremos os detalhes estruturais de cada uma dessas “camadas” além de
suas respectivas funções do tecido de revestimento da antera.
Epiderme:
A epiderme da antera é, tipicamente, fina na maturidade, podendo ocorrer o colapso, compressão, distensão ou
ruptura de suas células quando, então, o endotécio constitui-se como a camada mais externa.
Em alguns casos, a antera se reveste de tricomas epidérmicos. Em outros casos, a epiderme desenvolve faixas
fibrosas (espessamentos de parede celular) a semelhança de um endotécio (sendo denominado exotécio) ou,
ainda, a epiderme simula um tapete, com células binucleadas.
Endotécio:
O endotécio é a camada de células subepidérmicas que apresenta espessamentos parietais especializados, com
função importante na deiscência (abertura) da antera. Os espessamentos parietais predominam nas paredes
tangenciais internas e nas anticlinais. Entretanto, em alguns casos os espessamentos podem atingir as paredes
tangenciais externas, resultando uma forma circular ou em anel, ou se apresentar sob forma helicoidal,
ramificada, reticulada ou ainda como vários tipos de espessamento descontínuos.
A ausência de espessamentos do endotécio é uma condição derivada e, muitas vezes, correlacionada à
deiscência poricida (abertura da antera na forma de um poro apical), apesar de algumas famílias de
Angiospermas apresentarem esse tipo de deiscência combinada com a presença de um endotécio espessado.
Camada Média:
A camada média pode ser formada ou não durante a ontogênese da parede do esporângio dependendo dos
estratos parietais diferenciados. Quando presente o número de camadas é variável, podendo ocorrer 1 a 2
camadas de células, excepcionalmente até 5 estratos.
Em geral são camadas transitórias ou efêmeras, sendo obliteradas ao final do desenvolvimento. Em algumas
espécies são persistentes até a deiscência da antera. Em alguns casos, a camada média pode desenvolver
espessamentos fibrosos semelhantes ao endotécio.
Tapete:
• O tapete é camada mais interna dos estratos parietais e está constituído, em geral, por uma camada de células,
podendo ocorrer bisseriado, multisseriado ou com uma camada de células na face voltada para a epiderme e
multisseriado na face voltada para o conectivo. Devido à proximidade ao tecido esporogênico, o tapete apresenta
as seguintes funções:
• Nutrir o tecido do esporogênico e dos andrósporos;
• Secretar de calase durante a separação das tétrades ao final da esporogênese;
• Sintetizar a esporopolenina para a formação da parede da parede dos grãos de pólen;
• Produção dos orbículos;
• Sintetização e liberação de materiais, como “pollenkitt”e “trifino”.
• Finalmente, pode ser responsável, em alguns casos, pela esterilidade masculina, citoplasmática e genética.
Nas anteras jovens o tapete mantém a continuidade com as células-mãe de andrósporos através de
plasmodesmos, pelos quais os nutrientes chegam a essas células, até a formação dos meiócitos. As células do
tapete são inicialmente uninucleadas, porém, na maioria das plantas, divisões mitóticas dos seus núcleos, não
acompanhadas de citocinese, proporcionam o surgimento de células 2-, 4-, ou, algumas vezes, 16-nucleadas.

O tapete pode ser classificado em dois tipos básicos: secretor ou glandular, quando o tapete permanece sempre
adjacente aos demais estratos parietais, circundando o lóculo do esporângio, ou ameboidal ou periplasmodial,
quando ocorre a protrusão das células para o interior do lóculo, com conseqüente fusão dos protoplastos, formando
um plasmódio cenocítico.

Em geral, as células do tapete perdem suas paredes celulares periclinais internas e radiais, no tapete secretor ou
todas as paredes, no tapete ameboidal. Este evento ocorre no fim da meiose e formação das tétrades de
micrósporos. Isto parece ter grande importância funcional para os processos de secreção de substâncias para o
interior do lóculo.
Orbículos (ou corpúsculos de Übisch) são partículas de forma e tamanho variado que revestem a superfície interna
das células do tapete secretor. Sua síntese ocorre no citoplasma das células do tapete. Para seu processo de
polimerização e transporte, estão envolvidas vesículas associadas ao Golgi (dictiossomos) e retículo
endoplasmático, as quais são secretadas através da membrana plasmática.

Em estágios mais avançados da esporogênese, e em fases subseqüentes, o conjunto de orbículos forma a


membrana tapetal (junto ao lóculo). Adicionalmente, a síntese de esporopolenina junto às paredes tangenciais
externas do tapete, adjacentes à camada média, forma a membrana peritapetal. Com a degeneração do tapete, a
membrana tapetal e peritapetal formam um “saco” envolvendo os grãos de pólen maduros e o conteúdo locular da
antera.

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