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EXISTE RACISMO NO BRASIL?

SIM, SENHOR!
Sejamos antirracistas
O brasileiro médio acha que não existe racismo. Há, sim, e ele
precisa ser combatido a toda hora e em toda e qualquer
circunstância.
Diogo Cintra, 24 anos, ator, abordado por três assaltantes, foge, corre, em busca de proteção
junto aos seguranças de um terminal de ônibus no centro de São Paulo, onde a cena se
desenvolve. Diogo é negro, e os marginais são brancos, e na correria gritam que o negro tentara
assaltá-los (embora dois deles estivessem encapuzados...). Diogo é espancado sob as vistas de
todos, seguranças, passageiros e passantes, porque no Brasil quando um negro corre atrás de
um branco, trata-se de uma maratona, mas quando um branco corre atrás de um negro, este é,
necessariamente um bandido.
É o que diz nossa cultura, diariamente tecida pelo racismo larvar, nas ruas, nas escolas, nas
relações de trabalho, no cinema, nos jornais, no rádio e na televisão.
A ‘democracia racial’ é formulação ideológica mediante a qual a Casa Grande, arcaísmo que
no entanto persiste, intenta relativizar o racismo. É falácia cediça como a construção do
‘brasileiro cordial’, uma contrafação em face dos ensinamentos da História.
O racismo brasileiro, uma das faces do
autoritarismo que pervade toda a sociedade, e
que se insinua mesmo sobre suas vítimas, assim
como o pensamento do colonizador domina o
colonizado para melhor submetê-lo, não é mera
consequência do escravismo secular que inoculou
de ignomínia nossa formação histórica. É mais do
que preconceito nas relações indivíduo para
indivíduo (como as restrições ao migrante
nordestino pobre, aos gays, aos velhos etc.), pois
trata-se de engenharia conscientemente
arquitetada e levada a cabo pela classe
dominante brasileira (como a norte-americana,
como todas as fundadas na exploração do braço
negro escravo), tendo por instrumento o Estado,
farisaicamente nascido de um pacto que, frente à
ação que vai desempenhar, consagra a igualdade
de todos perante as leis que o justificam.
O racismo é mais comum do que imaginamos no dia dia do brasileiro,
vejamos um caso que de grande notoriedade recentemente:
Algumas notícias recentes sobre
racismo, retiradas do site:
www.geledes.org.br
Jonathan Vicente universitário 26 anos – Fala
sobre os quatro tipos de preconceitos
abordados na pesquisa AMBEV/IBOPE
machismo, racismo, homofobia e gordofobia , Fonte: https://www.geledes.org.br/tag/racismo-no-brasil/
FOTO ALEX SILVA/ESTADAO
Fonte: https://www.geledes.org.br/tag/racismo-no-brasil/
Faça o ‘teste do pescoço’ e saiba se existe
racismo no Brasil
Aplique o Teste do Pescoço em todos os lugares e depois tire sua
própria conclusão. Questione-se se de fato somos um país
pluricultural; uma Democracia Racial:

1. Andando pelas ruas, meta o pescoço dentro das


joalherias e conte quantos negros/as são balconistas;

2. Vá em quaisquer escolas particulares, sobretudo as


de ponta como; Objetivo, Dante Alighieri, entre outras,
espiche o pescoço pra dentro das salas e conte
quantos alunos negros/as há . Aproveite, conte
quantos professores são negros/as e quantos estão
varrendo o chão;
3. Vá em hospitais tipo Sírio Libanês, enfie o pescoço nos
quartos e conte quantos pacientes são negros, meta o
pescoço a contar quantos negros médicos há, e aproveite
para meter o pescoço nos corredores e conte quantos
negros/as limpam o chão;

4. Quando der uma volta num Shopping, ou no centro


comercial de seu bairro, gire o pescoço para as vitrines e
conte quantos manequins de loja representam a etnia
negra consumidora. Enfie o pescoço nas revistas de moda ,
nos comerciais de televisão, e conte quantos modelos
negros fazem publicidade de perfumes, carros, viagens,
vestuários e etc;

5. Vá às universidades públicas, enfie o pescoço adentro e


conte quantos negros há por lá: professores, alunos e
serviçais;

6. Espiche o pescoço numa reunião dos partidos PSDB e


DEM, como exemplo, conte quantos políticos são negros
desde a fundação dos mesmos, e depois reflitam a respeito
de serem contra todas as reivindicações da etnia negra;
7. Gire o pescoço 180° nas passeatas dos médicos, em
protesto contra os médicos cubanos que possivelmente irão
chegar, e conte quantos médicos/as negros/as marchavam;

8. Meta o pescoço nas cadeias, nos orfanatos, nas casas de


correção para menores, conte quantos são brancos, é mais
fácil. Veja nos noticiários, dos erros dos policiais que atiram em
jovens pra matar sem que tenham oportunidade de um julgamento
justo, conforme manda lei. Melhor contar quantos dos jovens
mortos pela polícia são brancos, também fica mais fácil.;

9. Gire o pescoço a procurar quantas empregadas


domésticas, serviçais, faxineiros, favelados e mendigos são
de etnia branca. Depois pergunte-se qual a causa dos
descendentes de europeus, ou orientais, não são vistos
embaixo das pontes ou em favelas ou na mendicância ou
varrendo o chão. Quando seus ascendentes chegaram ao Brasil?
Quando terminou a Abolição?;
10. Espiche bem o pescoço na hora do Globo Rural e conte
quantos fazendeiros são negros, depois tire a conclusão de
quantos são sem-terra, quantos são sem-teto. No Globo
Pequenas Empresas& Grandes Negócios, quantos
empresários são negros?

11. Nos canais abertos de televisão, acessíveis à maioria da


população pobre e preta, e por vezes a única opção de
lazer, gire o pescoço nas programações e conte quantos
apresentadores, jornalistas ou âncoras de jornal e artistas
em estado de estrelato, são negros. Onde as crianças
negras se veem representadas? Pergunte-se se esta
espécie de racismo ocular é construtivo para a auto estima
dos pequenos filhos de determinada etnia?

12. Enfie seu pescoço dentro das instituições bancárias e conte


quantos negros são gerentes, quantos são caixas, quantos
estão em cargos de chefia e quantos são faxineiros. Se
puder, espiche o pescoço e conte quantos negros são
donos de banco.
13. Vá num dos bairros mais caros de sua cidade, de seu
estado, gire seu pescoço pelas ruas, dentro das casas, no
comércio. Quantos negros são moradores? Quantos são
seguranças e empregados domésticos ? Aproveite e torça
seu pescoço nos ‘melhores’ restaurantes, quantos clientes
são negros? Aliás, conte quantos ‘chef de cousine’ são
negros? Pergunte-se sobre a diferença de salários entre
estes últimos e as cozinheiras, que são em sua maioria
formadas por mulheres negras.

14. Sobre linchamentos, em sua maioria as pessoas morrem


por motivos torpes ou inocentes por terem sido 
confundidos com bandidos. Estique seu pescoço e conte
quantos destes linchados com requinte de crueldade, eram
loiros de olhos azuis?

15. Torça o pescoço a procurar mulheres que criam seus filhos


sozinhas. Mulheres do tipo que tem de trabalhar o dia todo
por um salário mínimo, deixando seus filhos sozinhos à
mercê da criação da rua e que depois serão as mesmas
que irão chorar a morte de seus filhos expostos nos itens 8
e 14. Quantas são brancas?
16. Viaja muito em companhias aéreas? Espiche o pescoço na
cabine e conte quantos pilotos e ou co-pilotos são negros?
Aproveite girar o pescoço pra cima e pra baixo nos
corredores e conte quantas comissárias de bordo negras a
companhia aérea  brasileira contratou.

Aplique o Teste do Pescoço no seu dia a dia, em


todos os lugares e tire suas próprias conclusões.
Questione-se: somos de fato um país pluricultural,
uma ‘Democracia Racial’ tratados iguais e com as
mesmas chances? Desde quando existe esta
diferença que você viu? Procure na História do seu
país, regresse 500 anos e encontre as respostas.
Depois de se informar, tente continuar a ser contra
Cotas, Bolsa família e outras políticas reparatórias e
de justiça histórica.
Fonte: https://www.geledes.org.br/quer-saber-se-ainda-o-racismo-existe-no-brasil-faca-o-teste-pescoco-parte-ii/
Casos de racismo crescem 64% nos estádios de futebol e na
internet no ano de 2017
Os gestos racistas do botafoguense André
Luis Moreira dos Santos em direção à família do
flamenguista Vinicius Junior nas arquibancadas
do Engenhão ou os insultos ao zagueiro Rafael
Vaz nas redes sociais, em uma foto com sua
filha de dois anos, são apenas exemplos de uma
estatística que – infelizmente – tem de ser
atualizada a cada rodada do Campeonato
Brasileiro. Os casos de injúria racial explodiram
neste ano, tanto nos estádios como na internet.
Até o mês de outubro, já foram computados
41 casos nos estádios de todo o Brasil e na
internet. Isso significa um aumento de 64% em
relação a 2016. Os dados são do Observatório
da Discriminação Racial do Futebol Brasileiro,
entidade dedicada a pesquisar e discutir o tema
no esporte.

Fonte: https://www.geledes.org.br/o-avanco-do-racismo/
Após insultos nas redes sociais, Rafael Vaz levanta
bandeira
O zagueiro Rafael Vaz sentiu tristeza, raiva, vontade de
brigar e de chorar – tudo junto – quando viu que sua foto no
Instagram, ao lado de sua filha Raphaella, recebeu comentários
com a palavra “macaco” e outras que não podem ser publicadas.
Sete meses depois do episódio, ficou o receio, quase medo, de
usar as redes sociais novamente. “Fico com receio de que
aconteça de novo. Penso três vezes antes de postar qualquer
coisa. Na internet, as pessoas sabem que não serão pegas.
Quem fez uma vez, vai fazer de novo”, diz o defensor do
Flamengo. “A única coisa que me deixa aliviado é que minha filha
era bem nova, menos de dois anos, e não entendia o que
acontecia”.
Aos 29 anos, Rafael Vaz dos Santos fala com clareza, com
frases que têm começo, meio e fim. Toma cuidado para não
escorregar nas concordâncias verbais. Avança com facilidade
pelo tema delicado – o zagueiro foi um dos poucos que aceitou
falar sobre sua experiência como vítima de injúria racial. “O
silêncio atrapalha. Quando acontece um crime, você tem de
denunciar. Sei que isso pode ter uma repercussão entre os
próprios racistas, mas tem de partir de alguém. Estou Fonte:
procurando fazer a minha parte. É um start”, afirma. https://www.geledes.org.br/o-avanco-do-racismo/
Somos diversos... O trecho de Rap expressa
muito bem isso:
[...] Do Oiapoque ao Chuí
É isso que eu sou
Mistura de Tupi com sangue de nagô
Herdeiros de Zumbi
Batuque de tambor
Brasil é isso aí
Em todo canto, por onde for. Rapper brasileiro, Emicida, que já conta com seis álbuns
lançados, e que é favor da cultura negra e contra o
racismo e as desigualdades sociais. O seu último CD é
Música: Obrigado, Darcy! uma "pedrada", no linguajar do próprio cantor, ao momento
atual do país. Como escreveu o poeta Sergio Vaz a
Artista: Emicida respeito, é "um rap que dói, rasga-nos a pele com sua
batida que mais parece um chicote no lombo do passado
sombrio da escravidão".
Vejamos o que o rapper Emicida tem a nos dizer sobre racismo:
Numa sociedade racista, não basta não ser racista é necessário ser
antirracista – Ângela Davis

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