EXTERNALIDADES (I)

CARACTERIZAÇÃO
• NA VIDA REAL, HÁ VÁRIOS PROBLEMAS QUE IMPEDEM UM FUNCIONAMENTO ADEQUADO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO, SENDO
QUE MUITOS ESTÃO ASSOCIADOS A FALHAS DE MERCADO, OS QUAIS, POR SUA VEZ, CAUSAM DISTORÇÕES NA ALOCAÇÃO DE RECURSOS
NA ECONOMIA. OS PROBLEMAS DE ALOCAÇÃO PARETO-EFICIENTE DE RECURSOS NA ECONOMIA SÃO QUESTÕES RELACIONADAS À
EFICIÊNCIA ECONÔMICA E ELES SURGEM PORQUE ALGUNS DOS SUPOSTOS TÉCNICOS OU DE MERCADO PERFEITAMENTE COMPETITIVO
NÃO SE VERIFICAM NA PRÁTICA.

• QUANDO UM OU MAIS DOS SUPOSTOS NÃO SE VERIFICAM, A ESSÊNCIA DO PROBLEMA ECONÔMICO QUE DISTO RESULTA PARA A
SOCIEDADE É SEMPRE A MESMA: A ECONOMIA DE MERCADO É DESLOCADA PARA AQUÉM DA FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE
PRODUÇÃO-UTILIDADE, ISTO É, IMPLICA EM PERDA DE PRODUTO E BEM-ESTAR. DE MODO QUE, TENDO SIDO LEVADO EM CONTA AS
FALHAS DE MERCADO E AVALIADO AS FALHAS DE GOVERNO, ASSIM COMO AS IMPLICAÇÕES DO TEOREMA DE COASE, COMO VEREMOS A
LOGO SEGUIR, ALGUMAS VEZES (“NÃO SEMPRE”) ISSO REQUER A INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL OU FREQUENTEMENTE (“COASE”) A
SOLUÇÃO É PRIVADA, RESULTANDO QUE A ECONOMIA VOLTA À FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO-UTILIDADE. ISTO, POR SUA
VEZ, IMPLICA ELEVAR O PRODUTO E BEM-ESTAR DA ECONOMIA, OU SEJA, IMPLICA “AUMENTAR DO POTE SOCIAL”. POIS, O FATO DA
ECONOMIA COM EXTERNALIDADE ESTAR AQUÉM DA “F.P.P.”, ISSO IMPLICA, COMO APONTA COASE, QUE SEMPRE HÁ POSSIBILIDADE DE
MELHORAS DE PARETO QUE, EM PRINCÍPIO, PODEM SER EXPLORADAS PELOS PRÓPRIOS AGENTES ECONÔMICOS PRIVADOS (“SEM O
GOVERNO”), ATRAVÉS DA BARGANHA DIRETA ENTRE SI, DE MODO A QUE TODOS MELHOREM. E, COMO NA ECONOMIA DE MERCADO AS
TRANSAÇÕES SÃO VOLUNTÁRIAS E BUSCAM O AUTO INTERESSE COM MELHORA DE UTILIDADE, ESSAS BARGANHAS QUE LEVAM A
MELHORA DE PARETO SERÃO IMPLEMENTADAS, POIS TRAZEM MELHORAS A TODOS OS ENVOLVIDOS NESSAS BARGANHAS E TRANSAÇÕES.

• COMO VIMOS, UM DOS SUPOSTOS TÉCNICOS REQUERIDOS PARA O BOM FUNCIONAMENTO DA ECONOMIA DE MERCADO É O DE QUE
NÃO EXISTAM EXTERNALIDADES ASSOCIADAS COM AS TRANSAÇÕES (E ATIVIDADES) DE MERCADO. DITO DE OUTRA FORMA , A
EFICIÊNCIA ECONÔMICA REQUER QUE OS CONSUMIDORES E FIRMAS DIRETAMENTE ENGAJADOS NUMA DETERMINADA TRANSAÇÃO,
DEVAM RECEBER TODOS OS BENEFÍCIOS E SUPORTAR TODOS OS CUSTOS ASSOCIADOS COM ESSA TRANSAÇÃO, OU SEJA, NÃO HAJA
EXTERNALIDADE.

• SE OUTROS AGENTES, QUE NÃO AQUELES DIRETAMENTE ENVOLVIDOS NUMA DETERMINADA TRANSAÇÃO, RECEBEM ALGUM BENEFÍCIO
OU SUPORTAM ALGUM CUSTO QUE É GERADO NESSA TRANSAÇÃO, ENTÃO HÁ EXTERNALIDADE E INEFICIÊNCIA SURGE NA ECONOMIA DE
MERCADO. A INEFICIÊNCIA RESULTA PORQUE, OS AGENTES DIRETAMENTE ENVOLVIDOS NA TRANSAÇÃO EM QUESTÃO, NÃO TEM
QUALQUER INCENTIVO PARA CONSIDERAR, NAS SUAS DECISÕES ÓTIMAS PRIVADAS (DECISÃO DE ÓTIMO PRIVADO: “BMgPRIVADO =
CMgPRIVADO”), OS INTERESSES (I.E., BENEFÍCIOS OU CUSTOS) DOS OUTROS AGENTES NÃO DIRETAMENTE ENVOLVIDOS NESSA
TRANSAÇÃO, MAS QUE TODAVIA TAMBÉM SÃO AFETADOS POR AUFERIR ALGUM BENEFÍCIO OU SUPORTAR ALGUM CUSTO QUE É GERADO
NESSA TRANSAÇÃO (I.E., OCORRE UMA “EXTERNALIDADE”).
• ASSIM SENDO, O GOVERNO, LEVANDO EM CONTA AS SUAS FALHAS DE ATUAÇÃO E CONSIDERADO A POSSIBILIDADE DE SOLUÇÃO PRIVADA
PARA A EXTERNALIDADE EM QUESTÃO (I.E., CONSIDERADO O TEOREMA DE COASE), DEVE EVENTUALMENTE TER QUE INTERVIR PARA
ASSEGURAR QUE A TOTALIDADE DOS BENEFÍCIOS E CUSTOS SEJAM CONSIDERADOS NAS TRANSAÇÕES DE MERCADO. SOMENTE ASSIM, ISTO É,
QUANDO TODOS OS CUSTOS E BENEFÍCIOS (PRIVADOS E SOCIAIS) SÃO CONSIDERADOS NAS DECISÕES ÓTIMAS DE TRANSAÇÃO DE MERCADO É
QUE, ENTÃO, SE OBTÉM A IGUALDADE DO CMg SOCIAL = BMg SOCIAL, A QUAL, POR SUA VEZ, GUARANTE QUE A ECONOMIA ESTEJA SOBRE A
F.P.P.. DITO DE OUTRO MODO, É A OBTENÇÃO DA IGUALDADE: CMg SOCIAL = BMg SOCIAL, QUE SE CONSTITUI EM REQUERIMENTO
FUNDAMENTAL PARA ALCANÇAR UMA ALOCAÇÃO EFICIENTE DOS RECURSOS ESCASSOS NA SOCIEDADE E, ASSIM, COLOCAR A ECONOMIA
SOBRE A FRONTEIRA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO (F.P.P.). TODAVIA, COMO VEREMOS E O TEOREMA DE COASE NOS MOSTRA, NEM
SEMPRE A SOLUÇÃO DA EXTERNALIDADE, A QUAL IMPLICA QUE SE VERIFIQUE QUE O CMg SOCIAL = BMg SOCIAL, EXIGE A INTERVENÇÃO
GOVERNAMENTAL: EM MUITOS CASOS A SOLUÇÃO DA EXTERNALIDADE PROVÉM DA BARGANHA DIRETA E PRIVADA ENTRE AS PARTES
ENVOLVIDAS.

• DEFINIÇÃO:
• TODA VEZ QUE A AÇÃO DE UM INDIVÍDUO OU FIRMA TEM EFEITO SOBRE OUTRO INDIVÍDUO OU FIRMA, SENDO QUE ESSE ÚLTIMO NÃO É
RESSARCIDO PELOS CUSTOS EXTERNOS QUE SOFRE (EM CASO DE EXTERNALIDADE NEGATIVA), OU NÃO PAGA PELOS BENEFÍCIOS EXTERNOS
QUE AUFERE (EM CASO DE EXTERNALIDADE POSITIVA), DIZEMOS, ENTÃO, QUE EXISTE UMA EXTERNALIDADE.

• UMA EXTERNALIDADE GERA UMA FALHA DE MERCADO,POIS IMPLICA EM DIVERGÊNCIA ENTRE CUSTOS E/OU BENEFÍCIOS PRIVADOS E OS
SOCIAIS. OU SEJA, O EQUILÍBRIO PRIVADO (“ISOLADAMENTE DETERMINADO”) É OBTIDO NA DECISÃO DE ÓTIMO PRIVADO E RESULTA NA
IGUALDADE DO CMg PRIVADO = BMg PRIVADO. TODAVIA, ESSE RESULTADO ÓTIMO PRIVADO NÃO CORRESPONDE AO ÓTIMO SOCIAL DEVIDO
À EXTERNALIDADE, POIS A MESMA IMPLICA EM DIVERGÊNCIA ENTRE CUSTO/BENEFÍCIO PRIVADO E O SOCIAL. OU SEJA, NA PRESENÇA DE
EXTERNALIDADE, O ÓTIMO PRIVADO NÃO RESULTA NA IGUALDADE ENTRE: CMg SOCIAL = BMg SOCIAL, A QUAL, POR SUA VEZ, É PARETO-
EFICIENTE E ASSEGURA QUE A ECONOMIA ESTEJA SOBRE A FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO.

• EM SUMA, NA PRESENÇA DE EXTERNALIDADE QUE RESULTE EM FALHA DE MERCADO (I.E., NO CASO DA EXTERNALIDADE NÃO TER
SOLUÇÃO PRIVADA NEGOCIADA ENTRE AS PARTES: TEOREMA DE COASE), A ALOCAÇÃO DE RECURSOS NA ECONOMIA NÃO SERÁ PARETO-
EFICIENTE.

• RESSALTE-SE QUE UMA SOLUÇÃO PARETO EFICIENTE OU ÓTIMA, A QUAL IMPLICA (OU CORRESPONDE) A UMA
• ALOCAÇÃO ÓTIMA DE RECURSOS NA ECONOMIA E, ASSIM, COLOCA A ECONOMIA SOBRE A F.P.P., É AQUELA NA QUAL
• SE OBTÉM A SEGUINTE IGUALDADE:
• CMg SOCIAL = BMg SOCIAL.
 EXEMPLOS DE EXTERNALIDADES
• EXTERNALIDADES NEGATIVAS (“CUSTOS CAUSADOS AOS OUTROS”):
• (1) EXTERNALIDADE NEGATIVA QUE ELEVA CUSTO SOCIAL: “CONFEITARIA E CONSULTÓRIO MÉDICO” INSTALADOS
NUM MESMO IMÓVEL, TAL QUE O BARULHO DA ATIVIDADE DA CONFEITARIA INTERFERE NA ATIVIDADE DO
CONSULTÓRIO MÉDICO. CUSTO MARGINAL DA CMg SOCIAL DO CONFEITEIRO =
EXTERNALIDADE CMgPRIV. + CMgEXT.

ALOCAÇÃO CMgPRIV DO CONFEITEIRO = OFERTA

PARETO-EFICIENTE
P DEMANDA DOS PRODUTOS DO CONFEITEIRO, SOB
BMg PRIVADO = SOCIAL = CONSTANTE.

DECISÃO PRIVADA
ÓTIMA
QS QE
ÓTIM.SOCIAL EQ. PRIVADO
• (2) EXTERNALIDADE NEGATIVA QUE REDUZ BMg SOCIAL: A PESCA NUM LAGO É OUTRO EXEMPLO DE EXTERNALIDADE
NEGATIVA E SURGE EM CASOS DE EXPLORAÇÃO DE RECURSOS DE USO COMUM. NESTE CASO, O NÚMERO DE PEIXES
PESCADOS POR BARCO SE REDUZ COM O AUMENTO DE BARCOS DE PESCA. ISTO É, O RETORNO MÉDIO DECRESCE, O
QUE IMPLICA QUE O RETORNO MARGINAL É MENOR QUE RETORNO MÉDIO E É DECRESCENTE. DISTO, PORTANTO,
TEMOS: BMg SOCIAL (= BMg PRIVADO) É MENOR DO QUE A PESCA MÉDIA POR BARCO (= RETORNO MÉDIO PRIVADO).
• SUPEREXPLORAÇÃO DO
BMg SOCIAL
RETORNO. MÉD. PRIV. RECURSO DE USO COMUM

CUSTO DE UM BARCO É CONSTANTE COM O NÚMERO DE BARCOS,

RESULTANDO QUE: CMe = CMg PRIV. = CMg SOCIAL = CONSTANTE
ALOCAÇÃO
PARETO-EFICIENTE

No. BARCOS No. BARCOS

ÓTIMO SOCIAL EQUIL. PRIV.
 A ANÁLISE ECONÔMICA BASEADA NO IMPOSTO PIGOU DE EXTERNALIDADE NEGATIVA:
O CASO DA “CONFEITARIA VERSUS CONSULTÓRIO MÉDICO”:

CMg SOCIAL = [CMgPRIV + CMgEXT]

CMg PRIV = OFERTA

D
P DEMANDA = BMgPRIV = SOCIAL
A C
SOLUCÃO TRADICIONAL: “IMPOSTO PIGOU” NA PRODUÇÃO = CMgEXT.
B

QS QE

• O “CONFEITEIRO”, NAS SUAS DECISÕES (ÓTIMAS) PRIVADAS DE PRODUÇÃO, NÃO LEVA EM CONTA OS CUSTOS QUE
CAUSA SOBRE O MÉDICO E SUA PRODUÇÃO DE EQUILÍBRIO SERÁ QE (ÓTIMO PRIV: CMgPRIV = BMgPRIV).
•
• A EXTERNALIDADE NEGATIVA GERADA PELO CONFEITEIRO IGUALA A ÁREA: [B + C + D]

• O GANHO SOCIAL QUE EXISTE NA SOLUÇÃO ÓTIMA PRIVADA QUE LEVA EM CONTA SOMENTE OS CUSTOS E
BENEFÍCIOS PRIVADOS DO CONFEITEIRO (I.E., ANTES DO IMPOSTO PIGOU) SERÁ:
EXCEDENTE DO CONSUMIDOR = 0
EXCEDENTE DO PRODUTOR = [A + B + C]
CUSTO DA EXTERNALIDADE = [B + C + D]
GANHO LÍQUIDO SOCIAL = [(A + C + B) – (B + C + D)] = [A – D]
•
• O PROBLEMA QUE ESTÁ EXPOSTO NO EXEMPLO ACIMA, É QUE A SOLUÇÃO (ISOLADA E PRIVADA) DO CONFEITEIRO, NA PRESENÇA
DE EXTERNALIDADE (NO CASO NEGATIVA) É PARETO INEFICIENTE, POIS IMPLICA EM QUE:
• NO ÓTIMO PRIVADO: [BMg PRIV (= SOCIAL) = CMg PRIV] < CMg SOCIAL. [= CMgPRIV + CMgEXT]

• ESSA SOLUÇÃO SENDO PARETO-INEFICIENTE (I.E., “AQUÉM DA F.P.P.”), IMPLICA QUE EM TESE EXISTE OUTRA SOLUÇÃO POSSÍVEL
(“PARETO MELHOR”), NA QUAL PODEMOS MELHORAR ALGUÉM SEM PIORAR NINGUÉM. E, POR ISSO, COMO VEREMOS ABAIXO,
FUNDAMENTA A CRÍTICA DE COASE: “A SOLUÇÃO (ISOLADA E PRIVADA) DO CONFEITEIRO ACIMA DESCRITA NÃO
NECESSARIAMENTE SERÁ A SOLUÇÃO OBTIDA PELO PROCESSO DE MERCADO”.

• A RAZÃO DA DIVERGÊNCIA ENTRE CUSTOS MARGINAIS PRIVADOS E OS CUSTOS MARGINAIS SOCIAIS É QUE O “CONFEITEIRO”,
NUMA PRIMEIRA ANÁLISE, APARENTEMENTE NÃO TEM INCENTIVOS PARA INTERNALIZAR OS CUSTOS MARGINAIS DE
EXTERNALIDADE (NEGATIVA) QUE É GERADA NAS SUAS DECISÕES PRIVADAS (ÓTIMAS) DE PRODUÇÃO.

• A SOLUÇÃO TRADICIONAL APREGOADA PARA O PROBLEMA EM FOCO FOI DE INTERVENÇÃO DO GOVERNO COM IMPOSICÃO DE
UM IMPOSTO (“ PIGOU”) À ATIVIDADE DA CONFEITARIA. A IMPOSIÇÃO DE UMA TRIBUTACÃO POR UNIDADE DE PRODUÇÃO DA
CONFEITARIA QUE REFLITA O NÍVEL DO CMg EXTERNALIDADE (OU SEJA, “IMPOSTO PIGOU”), PROVÊ UM INCENTIVO APROPRIADO
PARA QUE O CONFEITEIRO INTERNALIZE SEUS CUSTOS DE EXTERNALIDADE, LEVANDO A QUE HAJA A IGUALDADE: [CMg PRIV +
IMPOSTO PIGOU] = CMg SOCIAL. OU SEJA, O IMPOSTO PIGOU FAZ COM QUE O CONFEITEIRO INTERNALIZE OS CUSTOS
EXTERNOS QUE GERA NA SUA DECISÃO PRIVADA (ÓTIMA) DE PRODUÇÃO, ELEVANDO O CMgPRIV AO NÍVEL DO CMgSOCIAL,
RESULTANDO NO ÓTIMO SOCIAL: BMgSOCIAL = CMgSOCIAL.

• APÓS A IMPOSIÇÃO DO IMPOSTO PIGOU, A PRODUÇÃO ÓTIMA PRIVADA SERÁ QS E A MESMA SERÁ PARETO-EFICIENTE POIS:
BMg SOCIAL (= BMgPRIV) = CMg SOCIAL (= CMg PRIV + IMPOSTO PIGOU).

• ANÁLISE DO GANHO SOCIAL: SEM IMP. PIGOU COM IMP. PIGOU

• GANHOS (EXCEDENTE) DO CONSUMIDOR = 0 0
• GANHOS (EXCEDENTE) DO CONFEITEIRO = (A+B+C) (A)
• PERDAS (EXTERNALIDADE NEGATIVA) DO MÉDICO = (B+C+D) (B)
• RECEITA TRIBUTÁRIA (GANHO PARA SOCIEDADE) = ------ (B)
• GANHO SOCIAL LÍQUIDO = (A - D) (A)
•
 A ANÁLISE DE COASE SOBRE AS
IMPLICAÇÕES DAS EXTERNALIDADES
(II) A ANÁLISE DE COASE SOBRE A SOLUÇÃO DE PIGOU PARA A
EXTERNALIDADE LEVOU A DUAS CONCLUSÕES:

(1) NA AUSÊNCIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO,

OS ARGUMENTOS DE PIGOU ESTÃO INCORRETOS:
NÃO HÁ NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO
GOVERNAMENTAL.

(2) NA PRESENÇA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO,

OS ARGUMENTOS DE PIGOU AINDA ESTÃO INCORRETOS,
MAS POR RAZÕES DISTINTAS.
O TEOREMA DE COASE (EM DUAS FORMAS
EQUIVALENTES; CASO DE EXTERNALIDADE NEGATIVA):

(A) NA AUSÊNCIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO, OS CUSTOS PRIVADOS

IGUALAM AOS CUSTOS SOCIAIS.

(B) NA AUSÊNCIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO, A ATRIBUIÇÃO DOS

DIREITOS DE PROPRIEDADE (OU REGRAS DE EXIGIBILIDADE) NÃO
TEM EFEITO SOBRE O BEM-ESTAR SOCIAL.
 JUSTIFICAÇÃO DAS CONCLUSÕES (TEOREMA) DE COASE
• # A PRODUÇÃO ÓTIMA DE EQUILÍBRIO PRIVADA (“UMA DECISÃO ISOLADA E PRIVADA”) É: QE .
• # A PRODUÇÃO ÓTIMA SOCIAL É: QS .
• ISSO SIGNIFICA QUE O “POTE SOCIAL” É MAIOR EM QS DO QUE EM QE.

• QUANDO O “POTE” É MAIOR, EM PRINCÍPIO, ENTÃO, TODOS PODEM TER UM PEDAÇO MAIOR, HÁ
• ESPAÇO PARA UMA MELHORA PARETIANA, ISTO É, TODOS PODEM MELHORAR SEU B.E..

NA AUSÊNCIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO, O MÉDICO E O CONFEITEIRO TEM UM INCENTIVO PARA ACORDAREM UM ARRANJO
ENTRE SI, PELO QUAL QS SERÁ PRODUZIDO E NO QUAL O “VENCEDOR” COMPENSA O “PERDEDOR” POR UM MONTANTE
SUFICIENTE QUE TORNE MELHOR AS DUAS PARTES ENVOLVIDAS. OU SEJA, UMA SOLUÇÃO DIRETAMENTE ACORDADA
(“VOLUNTÁRIA”) ENTRE AS PARTES E QUE BENEFICIA A AMBOS É POSSÍVEL, PORQUE O “POTE SOCIAL” NO ÓTIMO SOCIAL (“QS”)
É MAIOR.
•
• POR EXEMPLO: O MÉDICO, LEVANDO EM CONTA SUA AVALIAÇÃO DO CUSTO DA
EXTERNALIDADE (= B+C+D), PODE PROPOR PAGAR UM MONTANTE IGUAL A (C + 1/2D) EM
TROCA A QUE O CONFEITEIRO PRODUZA SOMENTE QS . COM ESTE ARRANJO, AMBAS
PARTES GANHAM (“MELHORAM”) DE MODO IGUAL. MAS, RESSALTE-SE, HÁ INFINITAS OUTRAS
POSSIBILIDADES DE ARRANJO DIRETO E VOLUNTÁRIO MUTUAMENTE VANTAJOSO ENTRE AS
PARTES. DE MODO QUE, O ESPECÍFICO ACORDO NEGOCIADO ENTRE AS PARTES DEPENDE DO
PODER E DA CAPACIDADE DE NEGOCIAÇÃO DE CADA PARTE ENVOLVIDA :

BENEFÍCIO LÍQUIDO DO MÉDICO = [BENEFÍCIO OBTIDO DA REDUÇÃO DO BARULHO – CUSTO DA BARGANHA]

= [(C + D) – (C + 1/2D)] = (1/2)D (I.E., DESSA NEGOCIAÇÃO HÁ AUMENTO DO BENEFÍCIO DO MÉDICO EM 1/2D)

BENEFÍCIO LÍQUIDO DO CONFEITEIRO = [PGTO DA BARGANHA – REDUÇÃO DO EXCEDENTE DO PRODUTOR]

• = [(C+ 1/2D) – (C)] = (1/2)D (I.E., DESSA NEGOCIAÇÃO HÁ AUMENTO DE BENEFÍCIO DO CONFEITEIRO EM 1/2D)
• QUE OUTROS TIPOS DE ARRANJOS O “CONFEITEIRO E O MÉDICO” PODEM NEGOCIAR
DIRETAMENTE ENTRE SI E QUE BENEFICIAM AMBAS PARTES ENVOLVIDAS?

# SUPONHA QUE CMg EXT. = $ 2/POR UNIDADE DE “CONFEITO”.

# SUPONHA QUE O MÉDICO OFEREÇA AO CONFEITEIRO $ 2 POR
UNIDADE NÃO PRODUZIDA.
# NESTE CASO, ENTÃO, PARA CADA UNIDADE QUE O CONFEITEIRO
PRODUZA ELE DEIXA DE GANHAR $ 2 DO MÉDICO. ASSIM SENDO, A OFERTA DO
MÉDICO GERA UM CUSTO DE OPORTUNIDADE AO CONFEITEIRO, O QUAL SE
TORNA PARTE DO CUSTO MARGINAL PERCEBIDO PELO CONFEITEIRO. AO
FINAL, A SUA DECISÃO ÓTIMA DE PRODUÇÃO SERÁ EXATAMENTE A MESMA
QUE UM IMPOSTO PIGOU FARIA, MAS NÃO NECESSITA DA INTERVENÇÃO
GOVERNAMENTAL. EM SUMA, A NOVA CURVA DE CUSTO MARGINAL
EFETIVAMENTE PERCEBIDA PELO CONFEITEIRO COINCIDIRÁ COM A CURVA DE
CUSTO MARGINAL SOCIAL, ISTO É:

CMg SOCIAL = CMg PERCEBIDO = [CMgPRV + CMg OPORTUNIDADE].

• EM SUMA, INDEPENDENTEMENTE DOS DETALHES DO ARRANJO ACORDADO DIRETAMENTE ENTRE

O MÉDICO E O CONFEITEIRO, SEMPRE SERÁ O CASO DE QUE O CONFEITEIRO PODE EXTRAIR UM
“SUBORNO” DO MÉDICO DE NO MÁXIMO $ 2 POR UNIDADE NÃO PRODUZIDA NA CONFEITARIA.
•
 TABELA RESUMO DOS GANHOS DE BEM-ESTAR SOCIAL OBTIDOS DAS VÁRIAS SOLUCÕES
ANALISADAS DO CASO DO “MÉDICO E DO CONFEITEIRO”

DIREITOS DE
PROPRIEDADE SÃO DIREITOS DE PROPRIEDADE SÃO DO CONFEITEIRO
DO MÉDICO
INICIAL IMPOSTO PIGOU SUBORNO:$ (C+1/2D) SUBORNO: $ 2
GANHOS CONFEITEIRO 1) (A +B + C) 1) (A) 1) (A + B) 1) (A + B)
1) EXCED. PRODUTOR
2) PAGTOS DO MÉDICO 2) -------- 2) ---------- 2) (C + 1/2D) 2) (C + D)
PERDAS DO MÉDICO 3) (B + C + D) 3) (B) 3) (B) 3) (B)
3) DANOS DO BARULHO
4) PAGTOS AO CONFEIT. 4) -------- 4) --------- 4) (C + 1/2D) 4) (C + D)
RECEITA TRIBUTÁRIA ----------- (B) ----------- ---------------
GANHO SOCIAL (A - D) (A) (A) (A)
• EM SUMA, NA AUSÊNCIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO, UM RESULTADO SOCIALMENTE EFICIENTE SERÁ
ALCANÇADO MEDIANTE ACORDOS DIRETAMENTE NEGOCIADOS ENTRE AS PARTES ENVOLVIDAS. POIS, ESSES
ACORDOS SÃO VOLUNTÁRIOS ENTRE AS PARTES E ELES IMPLICAM ALGUM GANHO PARA AMBAS AS PARTES E,
POR ISSO, SERÃO IMPLEMENTADOS: ELES REPRESENTAM INANBÍGUAS MELHORAS DE PARETO. ESSA SOLUÇÃO
CORRESPONDE A UMA SOLUÇÃO PRIVADA PARA A EXTERNALIDADE E ELA INDEPENDE DE COMO SÃO
ATRIBUÍDOS OS DIREITOS DE PROPRIEDADE.

• UM IMPOSTO PIGOU ASSEGURA O DIREITO DE PROPRIEDADE AO

• MÉDICO (TEM DIREITO AO SILÊNCIO) E RESULTA NUM GANHO
• SOCIAL (PARETO-EFICIENTE) = (A).

• DE MESMO MODO, DADO O DIREITO DE PROPRIEDADE DO MÉDICO,

• O SISTEMA LEGAL PENALIZARIA O CONFEITEIRO (“AO NÍVEL DO CMgEXT”) E
• ELEVARIA A CURVA DE CMgPRIV PARA A CURVA DE CMgSOCIAL E, ASSIM, TAMBÉM
• RESULTA NUM GANHO SOCIAL (PARETO-EFICIENTE) = (A).

• SE, POR OUTRO LADO, O DIREITO DE PROPRIEDADE É ATRIBUÍDA AO

• CONFEITEIRO (I.E., ELE TÊM DIREITO A EXERCER A SUA ATIVIDADE PRODUTIVA,
• INDEPENDENTEMENTE DO BARULHO QUE GERA), ENTÃO O MÉDICO TEM
• INCENTIVO A “SUBORNAR” O CONFEITEIRO ATÉ UM MÁXIMO DE $2 POR UNIDADE
• NÃO PRODUZIDA (= “C + D”): GERA CUSTO DE OPORTUNIDADE AO CONFEITEIRO
• PARA QUE PRODUZA “QS ” (OU SEJA, É UMA SOLUÇÃO PRIVADA PARA A
• EXTERNALIDADE) E, AINDA ASSIM, O GANHO SOCIAL (PARETO-EFICIENTE) SE
• MANTÉM EM: (A).

•
FINALMENTE, COM RELAÇÃO AOS ACORDOS NEGOCIADOS ENTRE O MÉDICO E O CONFEITEIRO (I.E.,
“SOLUÇÕES PRIVADAS PARA A FALHA DE MERCADO GERADA PELA EXTERNALIDADE NEGATIVA EM FOCO”),
RESULTAM QUE AMBAS OU UMA DAS PARTES OBTÉM GANHO OU FICAM INDIFERENTES ENTRE A
SITUAÇÃO INICIAL E A SITUAÇÃO ACORDADA (SÃO MELHORAS INEQUÍVOCAS DE PARETO). E, JUSTAMENTE
POR ISSO, SÃO IMPLEMENTADAS, POIS SÃO ACORDOS VOLUNTÁRIOS ENTRE AS DUAS PARTES E AMBAS
GANHAM COM OS ACORDOS ESTABELECIDOS:

(1) CASO DO SUBORNO OU PROPOSTA PELO MÉDICO DE PAGAMENTO DE (C + 1/2D)

AO CONFEITEIRO, CASO ELE ACEITE REDUZIR VOLUNTÁRIAMENTE A PRODUÇÃO À QS:

GANHO DO CONFEITEIRO = (A + B + C + 1/2D) > GANHO INICIAL = (A + B + C)

OU SEJA, GANHO LÍQUIDO DO CONFEITEIRO = 1/2D

PERDA DO MÉDICO = (B + C + 1/2D) < PERDA INICIAL = (B + C + D)

OU SEJA, GANHO LÍQUIDO DO MÉDICO = 1/2D

(2) CASO DO SUBORNO OU PROPOSTA DO MÉDICO DE PAGAMENTO AO

CONFEITEIRO DE $2,00 POR UNIDADE NÃO PRODUZIDA:

GANHO DO CONFEITEIRO = (A + B + C + D) > GANHO INICIAL = (A + B + C)

GANHO LÍQUIDO DO CONFEITEIRO = D
PERDA DO MÉDICO = (B+ C + D) = PERDA INICIAL = (B + C + D)
GANHO LÍQUIDO DO MÉDICO = 0
 SOLUÇÕES ALTERNATIVAS
VIMOS ACIMA QUE, NA AUSÊNCIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO, A SOLUÇÃO
AO PROBLEMA DA EXTERNALIDADE NEGATIVA EM FOCO IMPLICOU QUE OS
CUSTOS PRIVADOS SE ELEVARAM AO NÍVEL DOS CUSTOS SOCIAIS,
INDEPENDENTEMENTE DE COMO OS DIREITOS DE PROPRIEDADE FOREM
ATRIBUÍDOS. NO ENTANTO, MESMO QUE ESSAS SOLUÇÕES RESULTAM NO
AUMENTO DO BEM-ESTAR DA ECONOMIA: “A > (A – D)”, CONSTATAMOS
QUE ELAS IMPLICAM QUE OCORRA UMA REDUÇÃO DO PRODUTO: “QS <
QE”.

• PORTANTO, VALE O QUESTIONAMENTO SOBRE SE PODE HAVER O CASO DE

QUE A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA DE EXTERNALIDADE NEGATIVA EM
FOCO, OBTIDA MEDIANTE NEGOCIAÇÃO PRIVADA DIRETA (VOLUNTÁRIA)
ENTRE AS PARTES (MÉDICO E CONFEITEIRO), SEJA UMA QUE NÃO RESULTE
EM REDUÇÃO DA PRODUÇÃO DO “CONFEITEIRO”, ISTO É, QUE RESULTE,
PORTANTO, NUMA SOLUÇÃO EM PRINCÍPIO SOCIALMENTE MAIS
DESEJÁVEL?
• EXEMPLOS DE SOLUÇÕES ALTERNATIVAS:

• # O CONFEITEIRO PODE COMPRAR MÁQUINAS MAIS MODERNAS E

SILENCIOSAS. NESTE CASO A EXTERNALIDADE NEGATIVA DESAPARECE E
A PRODUÇÃO SOCIALMENTE ÓTIMA SERÁ QE .

• # O MÉDICO PODE DESLOCAR SEU CONSULTÓRIO PARA UM LUGAR MAIS

• DISTANTE NO IMÓVEL, DE FORMA QUE NÃO HAJA O BARULHO DA
• CONFEITARIA. NESTE CASO A EXTERNALIDADE NEGATIVA DESAPARECE
• E A PRODUÇÃO SOCIALMENTE ÓTIMA SERÁ QE .

• # O MÉDICO OU O CONFEITEIRO, OU AMBOS CONJUNTAMENTE PODEM

• ERIGIR UMA PAREDE ACÚSTICA ENTRE SUAS DUAS ATIVIDADES. NESTE
• CASO A EXTERNALIDADE NEGATIVA DESAPARECE E A PRODUÇÃO
• SOCIALMENTE ÓTIMA SERÁ QE .

• EM QUALQUER DESSAS ALTERNATIVAS ACIMA MENCIONADAS, A DISCREPÂNCIA ENTRE OS CUSTOS

PRIVADOS E OS CUSTOS SOCIAIS SERIA ELIMINADA PELA REDUÇÃO OU ELIMINAÇÃO DOS CUSTOS
EXTERNOS (SOCIAIS), ISTO É, REDUZ OS CUSTOS SOCIAIS AO NÍVEL DOS CUSTOS PRIVADOS, AO INVÉS
DE ELEVAR OS CUSTOS PRIVADOS AO NÍVEL DOS CUSTO SOCIAIS, COMO O IMPOSTO PIGOU O FAZ.

• NO CASO DAS SOLUÇÕES ALTERNATIVAS ACIMA, A PRODUÇÃO SOCIALMENTE ÓTIMA SERÁ QE E O

GANHO SOCIAL SE ELEVARÁ DE (A) PARA (A + B + C).
• TODAVIA, TODAS ESSAS SOLUÇÕES ALTERNATIVAS ACIMA DESCRITAS, AS QUAIS
IMPLICAM NA REDUÇÃO DO CUSTO SOCIAL PARA O NÍVEL DO CUSTO PRIVADO E,
ASSIM, LEVAM AO AUMENTO DO GANHO SOCIAL AO SEU MÁXIMO, SÃO
SOLUÇÕES CUSTOSAS.

• # SE O CUSTO DE UMA DESSAS ALTERNATIVAS FOR MENOR DO QUE

• O AUMENTO DO PRODUTO SOCIAL ASSIM GERADO (= “B + C”; “O MAIS
• CORRETO SERIA ADOTAR UMA PERSPECTIVA INTERTEMPORAL”), ENTÃO
• ESSA ALTERNATIVA SERÁ UMA SOLUÇÃO MAIS EFICIENTE A QUALQUER
• OUTRO ESQUEMA QUE IMPLICA NA ELEVAÇÃO DO CMgPRIV AO
• CMgSOCIAL. POIS, AO REDUZIR O CMgSOCIAL AO CMgPRIV, ELEVA-SE
• AINDA MAIS O GANHO SOCIAL (“O POTE SOCIAL É AINDA MAIOR”).

• # SE, P. EX., A COMPRA DE MÁQUINAS NOVAS PELO CONFEITEIRO É MAIS

• BARATO DO QUE O DESLOCAMENTO DO CONSULTÓRIO DO
• MÉDICO, EMBORA AMBAS ALTERNATIVAS SEJAM, POR HIPÓTESE,
• MENORES DO QUE (“B + C”), ENTÃO A COMPRA DE MÁQUINAS SERÁ
• A SOLUÇÃO SOCIALMENTE MAIS EFICIENTE.
• EM SUMA, NA AUSÊNCIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO, O MÉDICO E O CONFEITEIRO
ENCONTRARÃO, POR SI SÓS, A ALTERNATIVA MAIS EFICIENTE PARA SOLUÇÃO DO
PROBLEMA DE EXTERNALIDADE E NEGOCIARÃO ENTRE SI UM SISTEMA DE COMPENSAÇÃO
QUE TORNARÁ AMBOS MELHOR (“POIS, COMO VIMOS, NA PRESENÇA DE EXTERNALIDADE
NEGATIVA HÁ POSSIBILIDADE DE MELHORA INEQUIVOCA DE PARETO: O POTE SOCIAL SERÁ
MAIOR”). ESSA MELHORA SOCIAL OCORRERÁ INDEPENDENTEMENTE DE COMO OS
DIREITOS DE PROPRIEDADE ESTEJAM ATRIBUÍDOS. TODAVIA, AO NÍVEL INDIVIDUAL (SEJA
DO CONFEITEIRO, SEJA DO MÉDICO) IMPORTA QUEM DETÉM OS DIREITOS DE
PROPRIEDADE, POIS ELE NÃO PRECISA BUSCAR A NEGOCIAÇÃO PARA MELHORAR. ISSO
TERÁ DE SER FEITO POR QUEM NÃO DETÉM OS DIREITOS DE PROPRIEDADE.

• O RESULTADO MAIS EFICIENTE PODE TANTO IMPLICAR NUMA

• REDUÇÃO DO PRODUTO SOCIAL (PARA QS ), ISTO É, IMPLICAR
• NUM ELEVAÇÃO DO CMgPRIV AO CMgSOCIAL, COM O GANHO SOCIAL
• SENDO: “A”. OU, ALTERNATIVAMENTE, PODE IMPLICAR EM ALGUM
• ESQUEMA DE ELIMINAÇÃO/REDUÇÃO DO CUSTO DE EXTERNALIDADE,
• ISTO É, DE REDUÇÃO DO CMgSOCIAL AO CMg PRIV E, ASSIM,
• RESULTANDO NA ELEVAÇÃO DO PRODUTO SOCIAL ÓTIMO PARA QE ,
• AUMENTANDO O GANHO SOCIAL EM: (B + C), OU SEJA, RESULTANDO QUE O
• GANHO SOCIAL SEJA: (A + B + C). NÃO EXISTE FORMA DE DETERMINAR EX-
• ANTE COM AS INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS NO GRÁFICO EXPOSTO ACIMA
• QUAL É A SOLUÇÃO MAIS EFICIENTE E SOCIALMENTE MELHOR.
• SUMÁRIO:
• NA AUSÊNCIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO, O TEOREMA DE COASE NOS DIZ QUE A SOLUÇÃO DE PIGOU
(“IMPOSTO PIGOU”) É INCORRETA POR DOIS MOTIVOS:

• (1) “QS ” PODE NÃO SER O RESULTADO SOCIALMENTE ÓTIMO MELHOR. ISTO É, PODE SER QUE A
• SOLUÇÃO MAIS EFICIENTE SEJA ELIMINAR O PROBLEMA DE BARULHO POR ALGUMA DAS MUITAS
• FORMAS POSSÍVEIS QUE EXISTEM.

• (2) QUALQUER QUE SEJA O ÓTIMO SOCIAL, ELE SERÁ ALCANÇADO COM OU SEM A IMPOSIÇÃO DE
• TRIBUTO, POR VIA DA BARGANHA ENTRE AS PARTES ENVOLVIDAS E COM A MELHORA DO BEM-
• ESTAR DE TODOS ENVOLVIDOS NA QUESTÃO.

• NA ESSÊNCIA, O ARGUMENTO DE COASE É O DE QUE, SE UM DETERMINADO RESULTADO É PARETO NÃO-EFICIENTE,

ENTÃO TODOS (“ENVOLVIDOS NA QUESTÃO”) PODEM GANHAR AO REFORMAR ESSE RESULTADO PARA UM QUE SEJA
PARETO-EFICIENTE. POIS, ASSIM, O “POTE SOCIAL” SERÁ MAIOR, O QUE PERMITE UMA REDISTRIBUIÇÃO DO GANHO
ACRESCIDO QUE OCORRE AO SE PASSAR PARA A SITUAÇÃO PARETO-EFICIENTE, DE MODO QUE TODOS FIQUEM
MELHOR. E, COMO AS TROCAS SÃO VOLUNTÁRIAS E COMO TODOS OS ENVOLVIDOS GANHAM, OS AGENTES
PRIVADOS AUTONOMAMENTE (E AUTOMATICAMENTE) TEM INCENTIVOS PARA SE MOVEREM PARA A SITUAÇÃO
PARETO-EFICIENTE. OU SEJA, NA AUSÊNCIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO, NÃO HÁ A NECESSIDADE DA INTERVENÇÃO
DO GOVERNO PARA “CORRIGIR” UMA EXTERNALIDADE NEGATIVA, POIS OS MERCADOS PRIVADOS TEM INCENTIVOS
PARA FAZER ISSO POR SI MESMOS E ESCOLHERÃO A MELHOR ALTERNATIVA EXISTENTE.

• OBSERVACÃO:
• UMA OUTRA SOLUÇÃO PRIVADA AO PROBLEMA DE EXTERNALIDADE (NEGATIVA) AQUI ANALISADO PODE
EVENTUALMENTE CONSISTIR A DE QUE O CONFEITEIRO AUMENTE DE TAMANHO E COMPRE E EXERÇA AS ATIVIDADES
DO CONSULTÓRIO DO MÉDICO. NESTE CASO, O CONFEITEIRO INTERNALIZA AS CONSEQUÊNCIAS DA ATIVIDADE DE SUA
CONFEITARIA SOBRE SUA ATIVIDADE DE CONSULTÓRIO MÉDICO E GARANTE UMA SOLUÇÃO NA QUAL CMgPRIV. =
CMgSOCIAL.
 RESUMO DOS EFEITOS E SOLUÇÕES DE EXTERNALIDADE NEGATIVA
• A SITUAÇÃO DE PARETO ÓTIMO (EFICIENTE) IMPLICA:
• CMg SOCIAL = BMg SOCIAL

• A DECISÃO ÓTIMA PRIVADA SEMPRE IMPLICA NA IGUALDADE:

• CMg PRIVADO = BMg PRIVADO

• A EXTERNALIDADE NEGATIVA SEMPRE IMPLICA NA DIVERGÊNCIA ENTRE O CMg PRIVADO

E O CMg SOCIAL, NA SEGUINTE DESIGUALDADE:
• CMg PRIVADO < CMg SOCIAL = [CMg PRV + CMg EXTERNALIDADE NEGATIVA]

• PORTANTO, NA PRESENÇA DE EXTERNALIDADE TEREMOS QUE:

• DECISÃO ÓTIMA PRIVADA ≠ DECISÃO ÓTIMA SOCIAL

• SOLUÇÃO PARA EXTERNALIDADE NEGATIVA NA AUSÊNCIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO:

• NÃO HÁ NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL; AS PARTES
• ENVOLVIDAS SEMPRE ALCANÇAM UM RESULTADO EFICIENTE (SOCIALMENTE
• ÓTIMO) QUE TANTO PODE IMPLICAR EM:
• (A) ELEVAÇÃO DO CMg PRV AO NÍVEL DO CMg SOCIAL, OU
• (B) REDUÇÃO DO CMg SOCIAL AO NÍVEL DO CMg PRV.
 BIBLIOGRAFIA
• ROSEN, HARVEY S. – Public Finance, 7. ed, McGraw-Hill, 2005.

• STIGLITZ, JOSEPH E. – Economics of the Public Sector, 3. ed., W.W.

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• TRESCH, RICHARD W. – PUBLIC SECTOR ECONOMICS, CAP. 7

PALGRAVE MACMILLAN, 2008.

• CONNOLLY, SARA & ALISTAIR MUNRO – ECONOMICS OF THE PUBLIC

SECTOR, CAP. 5, PRENTICE HALL, 1st. Ed., 1999.

• LANDSBOURG, STEVEN E. – PRICE THEORY AND APPLICATIONS,

CAP.12, THE DRYDEN PRESS, 2nd. Ed., 1989.

• HIRSHLEIFER, JACK & AMIHAI GLAZER – PRICE THEORY AND

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