INQUÉRITO POLICIAL

Prof. Dr. Rafael Mota

Processo Penal
 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE
INQUÉRITO POLICIAL

•Origem no Brasil: reforma processual de 1871; Art. 42

(lei 2.003, regulamento 4.828) que dizia que o inquérito
consistia na realização de todas as diligências necessárias
para o descobrimento dos factos crimminosos, de suas
circumstancias e dos seus autores e complices.
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE
INQUÉRITO POLICIAL

•Procedimento administrativo feito pela polícia

judiciária e que tem como objetivo principal
reunir os elementos fundamentais para a
propositura de uma futura ação penal;
•Elementos essenciais para a propositura de uma
Ação Penal:

Comprovação de materialidade e
Indícios de autoria
 CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO
POLICIAL
Escrito

Não Obrigatório

Feito pela Polícia Judiciária

Inquisitorial

Sigiloso
 ESCRITO

•O inquérito policial deve ser escrito por dois motivos

básicos: documentar os atos para que possam servir de
base para uma futura e possível ação penal e possibilitar
um controle adequado da legalidade dos atos;
•Art. 9º, CPP: Todas as peças do inquérito policial
serão, num só processado, reduzidas a escrito ou
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
autoridade
 NÃO OBRIGATÓRIO
•O inquérito é uma das vias para se reunir os elementos
necessários para a propositura de uma ação penal (AP),
não deve ser visto como uma via exclusiva;
•Caso o titular da ação penal já tenha por outros meios
reunidos os elementos de convencimento para a
propositura da AP dispensará o IP.
•O Ministério Público pode dispensar o inquérito
policial quando possuir elementos de convicção que
considere suficientes para o oferecimento da denúncia
(RT 858/515)
 NÃO OBRIGATÓRIO

•Em relação a atividade do Delegado de Polícia o

inquérito é obrigatório, uma vez que ele deve agir
de ofício. Tal obrigatoriedade no entanto só vale
para os fatos cuja ação penal é pública
incondicionada, já que sendo pública
condicionada a representação e privada o
requerimento do ofendido é exigido. (art. 5º, § 4º
e 5º, CPP)
• § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá sem ela ser iniciado.
• § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la
 POLÍCIA JUDICIÁRIA

•O IP é feito pela chamada polícia judiciária, que

no âmbito estadual trata-se da Polícia Civil e na
União do Polícia Federal;
•O modelo constitucional de polícia no Brasil é
um dos mais complexos do mundo, previsto no
Art. 144, CF.
 POLÍCIA JUDICIÁRIA

•Outros órgãos de segurança pública e

institucional/ nacional;
•Possibilidade do Ministério Público investigar
 INQUISITORIAL

•O IP é inquisitorial, ou seja, ele é desenvolvido

pelo Delegado e não possui partes. Assim não se
deve falar em acusação e defesa no IP;
•A participação do advogado é limitada apenas
para a salvaguarda e proteção dos direitos
fundamentais do investigado;
•Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da
prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas
 SIGILOSO

•Em regra temos todos os atos estatais como atos

sujeitos a publicidade, porém a doutrina entende
que pela natureza investigatória do IP este
poderia correr em sigilo;
•A discussão sobre o sigilo sempre atingiu o nível
deste sigilo, ou seja, a quem atingia;
•Em alguns casos a própria lei exige que o sigilo
seja decretada em outros a decisão é do próprio
Delegado.
 SIGILOSO

•Súmula Vinculante nº 14

É direito do defensor, no interesse do

representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito
ao exercício do direito de defesa.”
IP: INÍCIO E PRAZOS

•Início do IP: Portaria e Auto de Prisão em

Flagrante;

•Prazos:
“Réu” Preso “Réu” Solto
Comum 10 30
J. Federal (art. 66, Lei 5.010/66) 15 + 15 30
Tóxicos (Lei 11.343/06) 30 90
Econ. Popular (Lei 1.521/51) 10 10
IP: FIM E ENCAMINHAMENTO

•O fim do IP sempre é feito com o relatório. No

relatório não deve constar juízo de valor e poderá
haver o indiciamento do investigado;
•Finalizado o IP ele será enviado ao titular da ação
penal;
•Sendo o MP este terá três alternativas: oferece
denúncia, pede novas diligências ou determina o
arquivamento; Sendo o Ofendido as opções se
resumem em oferecer queixa-crime e pedir novas
diligências.
 ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL

- Exemplo de justiça penal negocial;

- Art. 28-A, CPP