CARÁTER E EROTISMO ANAL (Freud, 1908)

• “Entre aqueles que tentamos ajudar com nossos esforços psicanalíticos,

frequentemente encontramos um certo tipo de indivíduo que se distingue
por possuir determinados traços de caráter, e simultaneamente nossa
atenção é atraída pelo comportamento, em sua infância, de uma de suas
funções corporais e pelo órgão envolvido. (p. 175)
NEUROSE
OBSESSIVA
Neurose Obsessiva

al. Zwangsneurose; esp. neurosis obsessiva; fr.

névrose obsessionnelle; ing. obsessional neurosis

•Forma fundamental de neurose* identificada por Sigmund Freud* em 1894, a

neurose obsessiva (ou neurose de coerção) é, ao lado da histeria*, a
segunda grande doença nervosa da classe das neuroses, segundo a
doutrina psicanalítica. Tem como origem um conflito psíquico infantil e uma
etiologia sexual caracterizada por uma fixação da libido* no estádio* anal. No
plano clínico, manifes ta-se através de ritos conjuratórios de tipo religio- so,
sintomas obsedantes e uma ruminação mental permanente, na qual intervêm
dúvidas e escrúpu los que inibem o pensamento e a ação.
 Três características que se
combinam formando traços
de caráter:
CARACTEÍSTI • Ordem;
CAS ou Traços • Parcimônia;
• Obstinação.
de caráter:
Cada um desses vocábulos
abrange um grupo ou série de
traços de caráter interligados
ORDEIR@/PARCIMONIOS@/OBSTINAD@

ORDEIRO (limpo, fidedigno, regular, correto) => Tanto abrange a noção

de esmero individual como o escrúpulo no cumprimento dos pequenos
deveres e a fidedignidade.

PARCIMONIOSO => A parcimônia pode aparecer de forma exagerada

como a avareza.

OBSTINAÇÃO => Pode transformar-se em rebeldia, à qual podem

facilmente associar-se a cólera e os ímpetos vingativos.
Caráter Anal

Constituição sexual => o caráter erógeno da zona anal é

excepcionalmente forte

No decurso do seu desenvolvimento a zona anal perdeu sua

significação erógena

A tríade : ordem, parcimônia e obstinação apresenta-se no caráter

obsessivo como decorrência do desaparecimento do erotismo anal.
EROTISMO ANAL

• Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (Freud, 1905) => excitação

sexual recebe colaboração das zonas periféricas.
• Fases do desenvolvimento libidinal: oral, anal, fálica.
• Latência sexual => Período do final do quinto ano de vida às primeiras
manifestações da puberdade => criam-se na mente formações reativas, ou
contraforças: Vergonha, repugnância e a moralidade.
“Surgem às expensas das excitações provenientes das zonas erógenas e
erguem-se como diques para opor-se às atividades posteriores das pulsões
sexuais”. (Freud, p. 177).
 O erotismo anal é um dos componentes da
pulsão sexual que, no decurso do
EROTISMO desenvolvimento e de acordo com a
educação que a nossa atual civilização
ANAL & exige, se tornarão inúteis para os fins
sexuais.
SUBLIMAÇ
ÃO Assim é plausível que esses traços de
caráter ( ordem, parcimônia e obstinação),
com frequência relevantes nos indivíduos
que eram anteriormente anal-eróticos,
sejam os primeiros e mais constantes
resultados da sublimação do erotismo anal.
 Formação reativa => limpeza, ordem e
Nos sintomas fidedignidade contra o interesse pela
imundície perturbadora que não deveria
a neurose pertencer ao corpo.
toma as Conexões entre apego ao dinheiro e
defecação. Dinheiro é relacionado com
palavras no sujeira.
seu sentido
original e “O ouro são as fezes do Inferno” => o
contraste entre a substância mais
significativo preciosa e a mais desprezível levou a
identificação do ouro com fezes.
“Os traços de caráter permanentes,
são ou prolongamentos inalterados
das pulsões originais, ou
sublimação dessas pulsões, ou
formações reativas contra as
mesmas”
(Freud, 1908, p. 181)