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- Segundo Reys (1999), existe uma estreita relação entre a síndrome do pânico,
a ocorrência da angústia e a formação de uma fobia, principalmente a
agorafobia.
- Classificação geral:
- Fobia simples ou específica: manifesta-se como medo desproporcional e irracional de
objetos como animais, altura, escuro, tempestade, trovões, sangue, faca, agulha,
banheiros públicos, doenças e etc…
- Fobia complexa ou social: medo intenso de situações sociais que envolvam exposição
ao contato interpessoal, competição, cobrança, exposição ao sexo oposto, angústia ao
ter de falar em público, dar aulas e etc. Tende a estar associada ao medo do julgamento
alheio.
Fobias na psiquiatria
- Condutas Fóbicas:
- Condutas de evitamento: que consistem em evitar o encontro com o objeto tabu,
por meio de condutas de fuga variadas, como isolar-se em casa para evitar o encontro
terrificante, evitar ruas, trajetos e meios de locomoção, etc.
A perspectiva Freudiana
A perspectiva Freudiana
- 2o. momento: “Análise de uma fobia em um menino de cinco anos” (1909)
- Caso Hans: uma criança com fobia de cavalos. Uma angústia que passa de um
medo difuso de sair à rua, para um medo “bastante específico de que um cavalo o
mordesse” (p.121)
- “A libido é transformada em angústia, ligando-se à representação de um cavalo
branco, dando expressão ao medo de ser mordido por um cavalo dessa cor. Essa
fobia cumpre o papel de inibir qualquer possibilidade da emergência da angústia,
são construções protetoras.” (TEIXEIRA; ROSA; 2020)
- A fobia seria um modo de lidar com seu desejo erótico recalcado em relação à mãe
e ao mesmo tempo com a rivalidade com o pai no conflito edipiano.
As fobias na psicanálise (Freud e Lacan)
A perspectiva Freudiana
- O falo (penis real) que a criança imaginariamente teme perder, deve ser
significantizado, transformado num “significante fálico”, que permite de forma
arbitrária, interpretar o existir, deslizar a significação.
- O objeto fóbico vem preencher essa função de simbolização. A “fobia
constitui um apelo por socorro, o apelo a um elemento simbólico singular”.
(Lacan, 1995, P. 57)
- A angústia ganha um novo lugar para Lacan. Deixa de ser a falta de sentido e
passa a ser definida como a falta da falta, uma invasão.
As fobias na psicanálise (Freud e Lacan)
A perspectiva Lacaniana
- A falta de sentido não causa angústia por si mesmo. Ela pode ser contornada
ou até mesmo ignorada.
- Só consigo dar sentido à vida, se eu permitir que algo caia nesse processo,
que algo permaneça sem significação, como resto. (objeto a)
- A angústia como “falta da falta” é sentida como uma invasão, uma presença,
uma consistência infamiliar, unheimlich, como disse Freud. Chamamos essa
presença do Real, na medida em que ele é um ponto de impossível
simbolização na cadeia simbólica de cada um.
As fobias na psicanálise (Freud e Lacan)
A perspectiva Lacaniana
- Pensar na fobia como uma defesa também deve nos fazer ter o cuidado de
pensar em cada caso, qual o papel que esse sintoma desempenha para
calcularmos os riscos de sua dissolução. Por exemplo se ele não impede um
desorganização psicótica, ou uma passagem ao ato.
- A reconstrução da fantasia (S⟡a), da cena que representa esse sujeito para o
outro, poderá produzir uma nova resposta subjetiva que leve em conta um
saber fazer com essa parte obscura do seu ser (seu gozo) que não é
representável e que permanece como resto de uma reserva libidinal.
Bibliografia
CAPANEMA, C. A. A fobia como manifestação da angústia. IN: TEIXEIRA, A. ; ROSA, M (Orgs.).
Psicopatologia lacaniana: volume 2: nosologia - 1a. ed. - Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
TEIXEIRA, A.; CALDAS, H. (Orgs) Psicopatologia lacaniana. Volume 1: semiologia. Belo Horizonte:
Autêntica, 2017.
EY, H.; BERNARD, P.; BRISSET, C. Manual de psiquiatria, 5.ed. Rio de Janeiro: Masson, 1981
REYS, B. N. Angústia e fobia: pontuações sobre a síndrome do pânico. Escola da Letra Freudiana:
Hans e a Fobia, Rio de Janeiro, n. 24, p. 141-148, 1999.
FREUD, S. Análise de uma fobia em um menino de cinco anos [1909]. In: Duas histórias clínicas (o
pequeno Hans e o Homem dos Ratos). Rio de janeiro: Imago, 1989. Edição Standard Brasileira , Vol
X.
Bibliografia