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Etapa Ensino Fundamental

Anos Finais História

Vida familiar e
cultural dos
escravizados

7º ANO
Aula 12 – 4º Bimestre
Conteúdo Objetivo
● Papel da família na vida dos ● Compreender a vida familiar e
escravizados; cultural dos escravizados,
analisando suas experiências
● Religião e crenças dos
cotidianas, tradições culturais
escravizados;
e formas de resistência
● Música, dança e tradições durante o período da
culturais; escravidão no Brasil.
● Desafios e obstáculos
enfrentados pelas famílias
escravizadas;

● Formas de resistência e
manutenção dos laços familiares.
Para começar

Você sabe qual é a origem do


seu nome de família?

https://ufmg.br/comunicacao/noticias/serie-da-radio- Escute a reportagem


ufmg-educativa-aborda-origem-dos-negros-brasileiros
#:~:text=ouca%2Da%2Dconversa%2Dcom%2Dvinici antes de debater
us%2Dluiz%2D19%2D11%2D2018.mp3
Foco no conteúdo Refletindo e
relembrando

Escravizados
Durante muito tempo, os acadêmicos sustentaram a ideia de que não
existiam estruturas familiares entre os escravizados. A vida dos
escravizados no Brasil durante o período da escravidão foi marcada por
uma série de desafios, mas também por formas de resistência,
manutenção de tradições culturais e a busca pela preservação dos
laços familiares.
“(...) precisamente nas questões cotidianas da vida em cativeiro,
aos aspectos corriqueiros referentes ao lar, à família, ao trabalho
e à recreação, que os documentos em geral silenciam.”
SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos: engenhos e
escravos na sociedade colonial, 1550-1855.
Foco no conteúdo
O Papel da Família
Apesar das condições adversas, os laços familiares eram uma parte
fundamental da vida dos escravizados. A família oferecia apoio
emocional e social, além de ser um espaço onde tradições culturais
e línguas africanas puderam ser preservadas.
Foco no conteúdo
• A dinâmica familiar entre os escravizados no Brasil colonial não se
limitava aos padrões tradicionais de família nuclear e de
parentesco sanguíneo.
• Eles desenvolveram relações de parentesco simbólicas e rituais,
como compadrio, “famílias de santo”, irmandades religiosas e por
grupos étnicos (nações).
• As chamadas relações de parentesco permitiam a criação de uma
ampla rede de solidariedade, indo além dos laços de sangue.
Muitas uniões não foram oficializadas pela Igreja, mas mesmo
assim eram consideradas igualmente significativas para as pessoas
envolvidas.
Foco no conteúdo
Algumas famílias não viviam juntas na mesma casa ou
propriedade. A liberação de um membro (alforria), muitas vezes
mulheres, levava à separação do convívio familiar. Por essa razão,
muitos escravizados, como libertos, lutavam pela libertação de
seus entes queridos como uma forma de evitar a desintegração
familiar.
Ameaças à estabilidade familiar incluíam o comércio de
escravizados e o emprego de escravizadas mulheres como
amas de leite. Essas eram as principais situações que resultaram
na separação de famílias escravizadas.
Foco no conteúdo
A visão dos europeus do Brasil colonial

Rancho na região da
serra do Caraça, MG,
Spix e Von Martius,
1817-1820.
A visão dos europeus do Brasil colonial
Foco no conteúdo

Habitação de negros,
Parentesco de Rugendas, 1827-
1835.
As relações de parentesco entre os escravizados se estendiam para além
dos laços de sangue, incorporando elementos rituais, religiosos e sociais
que contribuíram para a coesão e a resistência da comunidade
escravizada. A busca pela manutenção dos laços familiares, mesmo
diante das adversidades, evidencia a importância da família como um
refúgio de apoio emocional, cultural e social em um ambiente de
opressão e violência.
Foco no conteúdo
Formas de resistência e manutenção dos
laços familiares
Os escravizados encontraram maneiras criativas e calorosas de
resistir à opressão. Além das expressões culturais, a preservação das
línguas africanas, a transmissão de histórias e mitos, e a realização
de rituais secretamente, também eram formas de manter vivos a
cultura e os laços familiares. Além disso, foram desenvolvidas redes
de solidariedade e apoio entre escravizados, contribuindo para uma
dinâmica de resistência coletiva.
Foco no conteúdo
“Constatamos que o descontentamento escravo diante da
impossibilidade de cultivar suas relações familiares, de preservar
seus laços afetivos, foi demonstrado em circunstâncias as mais
variadas, a exemplo das fugas em família ou em busca da família,
dos crimes contra proprietários de escravos, do suicídio de
escravas juntamente com o assassinato de seus filhos (…). A luta
pela preservação da família e a solidariedade entre parentes
constituíram-se em mais uma forma de resistência escrava, de
resistência à coisificação e à desumanização.”

REIS, Isabel Cristina Ferreira dos. Histórias da vida familiar e


afetiva de escravos na Bahia do século XIX.
Na prática
Em duplas, a partir da análise, leitura e explicação de seu professor
acerca das fontes, registre suas conclusões!

Fonte 1 historiadora
contemporânea e
“As famílias escravas, portanto, formavam-se, desenvolviam-se
separavam-se segundo ritmos que os escravos raramente
controlavam. Eventos externos, como o tráfico de escravos, os níveis
de desenvolvimento econômico e os acontecimentos na vida dos
senhores tiveram um impacto direto sobre a estrutura daquelas
famílias.”

MENTCALF, Alida C. Vida familiar dos escravos em São Paulo no


século dezoito: o caso de Santana de Parnaíba.
Na prática
Fonte 2 fonte primária

“Em geral, os colonos facilitam os casamentos entre escravos, pois


sabem, por experiência, que é a melhor maneira de prendê-los à
fazenda e a mais forte garantia de sua boa conduta. Entretanto, não
se pode negar que haja inúmeras exceções a essa regra e que,
muitas vezes, os senhores, pelos seus exemplos, provocam eles
próprios a devassidão de costumes dos escravos. Ocorre, ainda, que
as relações entre escravos do sexo feminino e do sexo masculino
tornam impossível a severa observância da moral ou a perseverança
conscienciosa na fidelidade conjugal.”
RUGENDAS, Johann Moritz. Viagem pitoresca através do Brasil.
Na prática
A partir da análise das fontes, vamos adotar uma atitude historiadora
para responder às questões em seu caderno.
1. Quais são os principais pontos destacados na primeira fonte
sobre a vida familiar dos escravizados?
2. Como as famílias escravizadas eram formadas, desenvolvidas
e separadas? Qual foi a influência dos escravizados sobre esses
processos?
3. Qual é a visão do autor da segunda fonte sobre os casamentos
entre escravizados?
4. Como essas fontes se complementam na compreensão da
vida familiar dos escravizados durante o período colonial no
Brasil?
TODO MUNDO ESCREVE
Na prática Correção
1. Quais são os principais pontos destacados na primeira fonte
sobre a vida familiar dos escravizados?
Resposta: A fonte destaca que as famílias escravizadas se formavam,
cresciam e eram separadas em ritmos que os próprios escravizados
tinham pouco controle. Eventos externos, como tráfico de escravizados,
economia e ações dos senhores, afetaram a estrutura dessas famílias.
2. Como as famílias escravizadas eram formadas, desenvolvidas
e separadas? Qual foi a influência dos escravizados sobre esses
processos?
Resposta: Famílias escravizadas se formavam por meio de relações
simbólicas e rituais, não apenas sanguíneas. Mas elas podiam ser
separadas por eventos externos, como venda de escravos e níveis
econômicos. Escravizados tinham influência limitada nesses processos.
Na prática Correção

3. Qual é a visão do autor da segunda fonte sobre os casamentos


entre escravizados?
Resposta: O autor da fonte menciona que, em geral, os colonos
favoreciam os casamentos entre escravizados, pois isso os ligava à
fazenda e mantinha sua conduta. Entretanto, havia diferentes
abordagens entre os senhores. O autor acredita que as relações entre os
escravizados tornavam difícil manter a moral e a fidelidade.
Na prática Correção
4. Como essas fontes se complementam na compreensão da vida
familiar dos escravizados durante o período colonial no Brasil?
Resposta: As fontes mostram que as famílias escravizadas eram
complexas. A primeira fonte destaca as influências externas na
formação e separação das famílias, enquanto a segunda fala sobre a
importância dos casamentos. Ambas evidenciam a dinâmica das
famílias e a luta pela estabilidade dentro das adversidades da
escravidão no Brasil colonial.
Foco no conteúdo

Religiosidade
Os escravizados trouxeram diversas línguas e práticas religiosas
provenientes da África. A religião desempenhava um papel crucial em
suas vidas, oferecendo conforto espiritual e uma forma de resistência
cultural. Muitos escravizados praticavam rituais advindos de religiões de
matriz africana. Essas práticas influenciaram o estabelecimento de
religiões como o Candomblé e a Umbanda no Brasil. A Umbanda, por
exemplo, possui influência de elementos de religiões de matriz africana
e também do catolicismo imposto pelos colonizadores.
Foco no conteúdo A visão dos europeus do Brasil colonial

Música e Dança
Também eram formas importantes de
expressão cultural e resistência. Os
escravizados usavam essas expressões
para manter suas tradições vivas,
comunicar mensagens secretas e
encontrar momentos de alegria e
escapar em meio às dificuldades.
Negros dançando fandango
(jongo) no Campo de
Santana, Rio de Janeiro.
Aplicando

• Após seus estudos da aula de hoje, para


sintetizar suas ideias, elabore frases que
possam ser discutidas coletivamente sobre
o tema: Vida familiar e cultural dos
escravizados.

Após escrever em seu caderno, compartilhe com seus


colegas de classe quando o professor solicitar.
O que aprendemos hoje?

● Hoje, na aula de História, aprendemos a explorar e


entender de maneira mais profunda a vida familiar e
cultural dos escravizados durante o período da
escravidão no Brasil. Investigamos suas experiências
cotidianas, como eles mantinham suas tradições
culturais por meio da música, dança e religião, e
outras formas de resistência que utilizaram para
preservar sua identidade e laços familiares em meio às
adversidades. Ao analisar esses aspectos, podemos
compreender como essas comunidades lidavam com
os desafios de um período histórico tão difícil.
Tarefa SP
Localizador: 102261

1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com


seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br.
2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
4. Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
5. Clique em “Procurar”.

Vídeo tutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/


Referências
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: Etapas Educação
Infantil e Ensino Fundamental./Secretaria da Educação – São Paulo: SEE, 2019.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Coordenadoria Pedagógica –
COPED, 2023. Currículo em Ação – 7º ano, Volume 2, São Paulo, 2022.
LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de
audiência. Trad. Leda Beck; consultoria e revisão técnica Guiomar N. de Mello e
Paula Louzano. São Paulo: Da Prosa: Fund. Lemann, 2011.
RUGENDAS, Johann Moritz. Viagem pitoresca através do Brasil. Trad. Sérgio
Milliet. São Paulo: Martins / Edusp, 1972.
MENTCALF, Alida C. Vida familiar dos escravos em São Paulo no século dezoito: o
caso de Santana de Parnaíba. Estudos Econômicos, 17 (2): 229-243.
REIS, Isabel Cristina Ferreira dos. Histórias da vida familiar e afetiva de escravos
na Bahia do século XIX. Dissertação de mestrado. Salvador: Ed. UFBA, 2001.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Gifs e imagens ilustrativas elaboradas especialmente para este material a partir
do Canvas. Disponível em: https://www.canva.com/pt_br/. Acesso em: 10 ago.
2023.
Slide 3 –
https://tenor.com/pt-BR/view/deaf-joypixels-i-cant-hear-you-hearing-impaired-d
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https://ufmg.br/comunicacao/noticias/serie-da-radio-ufmg-educativa-aborda-ori
gem-dos-negros-brasileiros

Slide 8 – https://ensinarhistoria.com.br/familias-escravas-no-brasil/
Slide 9 –
https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Moritz_Rugendas#/media/Ficheiro:Habita%
C3%A7%C3%A3o_de_Negros._Rugendas.jpg
Material
Digital

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