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Vida familiar e
cultural dos
escravizados
7º ANO
Aula 12 – 4º Bimestre
Conteúdo Objetivo
● Papel da família na vida dos ● Compreender a vida familiar e
escravizados; cultural dos escravizados,
analisando suas experiências
● Religião e crenças dos
cotidianas, tradições culturais
escravizados;
e formas de resistência
● Música, dança e tradições durante o período da
culturais; escravidão no Brasil.
● Desafios e obstáculos
enfrentados pelas famílias
escravizadas;
● Formas de resistência e
manutenção dos laços familiares.
Para começar
Escravizados
Durante muito tempo, os acadêmicos sustentaram a ideia de que não
existiam estruturas familiares entre os escravizados. A vida dos
escravizados no Brasil durante o período da escravidão foi marcada por
uma série de desafios, mas também por formas de resistência,
manutenção de tradições culturais e a busca pela preservação dos
laços familiares.
“(...) precisamente nas questões cotidianas da vida em cativeiro,
aos aspectos corriqueiros referentes ao lar, à família, ao trabalho
e à recreação, que os documentos em geral silenciam.”
SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos: engenhos e
escravos na sociedade colonial, 1550-1855.
Foco no conteúdo
O Papel da Família
Apesar das condições adversas, os laços familiares eram uma parte
fundamental da vida dos escravizados. A família oferecia apoio
emocional e social, além de ser um espaço onde tradições culturais
e línguas africanas puderam ser preservadas.
Foco no conteúdo
• A dinâmica familiar entre os escravizados no Brasil colonial não se
limitava aos padrões tradicionais de família nuclear e de
parentesco sanguíneo.
• Eles desenvolveram relações de parentesco simbólicas e rituais,
como compadrio, “famílias de santo”, irmandades religiosas e por
grupos étnicos (nações).
• As chamadas relações de parentesco permitiam a criação de uma
ampla rede de solidariedade, indo além dos laços de sangue.
Muitas uniões não foram oficializadas pela Igreja, mas mesmo
assim eram consideradas igualmente significativas para as pessoas
envolvidas.
Foco no conteúdo
Algumas famílias não viviam juntas na mesma casa ou
propriedade. A liberação de um membro (alforria), muitas vezes
mulheres, levava à separação do convívio familiar. Por essa razão,
muitos escravizados, como libertos, lutavam pela libertação de
seus entes queridos como uma forma de evitar a desintegração
familiar.
Ameaças à estabilidade familiar incluíam o comércio de
escravizados e o emprego de escravizadas mulheres como
amas de leite. Essas eram as principais situações que resultaram
na separação de famílias escravizadas.
Foco no conteúdo
A visão dos europeus do Brasil colonial
Rancho na região da
serra do Caraça, MG,
Spix e Von Martius,
1817-1820.
A visão dos europeus do Brasil colonial
Foco no conteúdo
Habitação de negros,
Parentesco de Rugendas, 1827-
1835.
As relações de parentesco entre os escravizados se estendiam para além
dos laços de sangue, incorporando elementos rituais, religiosos e sociais
que contribuíram para a coesão e a resistência da comunidade
escravizada. A busca pela manutenção dos laços familiares, mesmo
diante das adversidades, evidencia a importância da família como um
refúgio de apoio emocional, cultural e social em um ambiente de
opressão e violência.
Foco no conteúdo
Formas de resistência e manutenção dos
laços familiares
Os escravizados encontraram maneiras criativas e calorosas de
resistir à opressão. Além das expressões culturais, a preservação das
línguas africanas, a transmissão de histórias e mitos, e a realização
de rituais secretamente, também eram formas de manter vivos a
cultura e os laços familiares. Além disso, foram desenvolvidas redes
de solidariedade e apoio entre escravizados, contribuindo para uma
dinâmica de resistência coletiva.
Foco no conteúdo
“Constatamos que o descontentamento escravo diante da
impossibilidade de cultivar suas relações familiares, de preservar
seus laços afetivos, foi demonstrado em circunstâncias as mais
variadas, a exemplo das fugas em família ou em busca da família,
dos crimes contra proprietários de escravos, do suicídio de
escravas juntamente com o assassinato de seus filhos (…). A luta
pela preservação da família e a solidariedade entre parentes
constituíram-se em mais uma forma de resistência escrava, de
resistência à coisificação e à desumanização.”
Fonte 1 historiadora
contemporânea e
“As famílias escravas, portanto, formavam-se, desenvolviam-se
separavam-se segundo ritmos que os escravos raramente
controlavam. Eventos externos, como o tráfico de escravos, os níveis
de desenvolvimento econômico e os acontecimentos na vida dos
senhores tiveram um impacto direto sobre a estrutura daquelas
famílias.”
Religiosidade
Os escravizados trouxeram diversas línguas e práticas religiosas
provenientes da África. A religião desempenhava um papel crucial em
suas vidas, oferecendo conforto espiritual e uma forma de resistência
cultural. Muitos escravizados praticavam rituais advindos de religiões de
matriz africana. Essas práticas influenciaram o estabelecimento de
religiões como o Candomblé e a Umbanda no Brasil. A Umbanda, por
exemplo, possui influência de elementos de religiões de matriz africana
e também do catolicismo imposto pelos colonizadores.
Foco no conteúdo A visão dos europeus do Brasil colonial
Música e Dança
Também eram formas importantes de
expressão cultural e resistência. Os
escravizados usavam essas expressões
para manter suas tradições vivas,
comunicar mensagens secretas e
encontrar momentos de alegria e
escapar em meio às dificuldades.
Negros dançando fandango
(jongo) no Campo de
Santana, Rio de Janeiro.
Aplicando
https://ufmg.br/comunicacao/noticias/serie-da-radio-ufmg-educativa-aborda-ori
gem-dos-negros-brasileiros
Slide 8 – https://ensinarhistoria.com.br/familias-escravas-no-brasil/
Slide 9 –
https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Moritz_Rugendas#/media/Ficheiro:Habita%
C3%A7%C3%A3o_de_Negros._Rugendas.jpg
Material
Digital