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Deficiência Visual

EDUCAÇÃO ESPECIAL: FUNDAMENTOS,


POLÍTICA E PRÁTICAS NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Caracterizando a deficiência visual
Redução ou perda de visão em ambos os olhos de forma definitiva, que
não pode ser melhorada ou corrigida com tratamento clínico, cirúrgico,
lentes e óculos.

A cegueira é um tipo de deficiência sensorial como a audição.


Segundo a OMS,
a deficiência visual é classificada como:

Baixa visão: distingue vultos,


claridade, objetos a pouca distância.
Visão embaçada ou diminuída. Possui
autonomia para atividades da vida
diária. Pode ser leve, moderada ou
profunda.
Próximo à cegueira: distingue luz e
sombra, alguns percebem vultos ou
contam dedos à curta distância e
conseguem identificar de onde vem a
luz.

Cegueira ou perda total da visão: não há


qualquer percepção de luz. Pode ser
adquirida ou congênita.
O indivíduo que nasce com o
sentido da visão e o perde por
algum motivo, guarda
memórias visuais, como rostos
e cores, diferentemente de
quem já nasce com a
deficiência que jamais poderá
produzir esse tipo de memória.
Algumas doenças
podem levar a
cegueira total ou
parcial:
Distúrbios dos tecidos
Itracoma, Sífilis,
conjuntivos como Artrite
Toxoplasmose,
Reumatóide, Lúpus
Infecções fúngicas
Eritematoso Sistêmico,
do olho, Aids,
Doença de Behçet,
Doença de Lyme,
Espondilite Anquilosante,
Herpes, Lepra e
Artrite Reativatras;
Doença da
Esclerose Múltipla,
Arranhadura do
Miastenia grave e
Gato.
Penfigóide Cicatricial.

Doenças infecciosas Doenças inflamatórias


Albinismo, Síndrome de
Diabetes Mellitus, Down, Síndrome de Traumas oculares: pancadas e
Hipertensão, Ehlers-Danlos (tipo 6), ação de ácidos.
Síndrome de Marfan,
Hipertireoidismo,
Esclerose Tuberosa,
Hiperlipidemia,
Retinite Pigmentosa, Catarata é responsável por 48%
Acromegalia e
Neurofibromatosis-2, dos casos de cegueira no Brasil.
Síndrome de
Neurofibromatose-1 e Por ano surgem cerca de 550
Cushing. Distrofia miotônica. mil novos casos no país.

Endócrinas ou metabolicas Condições congênitas


PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA CEGUEIRA

Pessoas com graus


Nascimento prematuro Trauma
altos de miopia

Pessoas que trabalham com


Idade produtos químicos Pessoas com diabetes
Desenvolvimento
da pessoa com
deficiência visual
Até os quatro meses de vida, o
desenvolvimento de um bebê cego é muito
parecido com o de uma criança vidente:
exercita reflexos, cria hábitos de ação em
relação ao próprio corpo. Movimentos de
pinça, sucção, pressão preservados. Sorri ao
ouvir a voz da mãe.

Quando bem estimuladas, as aquisições


posturais se desenvolvem no mesmo tempo
dos bebês videntes.
Os bebês cegos quase nunca
engatinham e demoram a explorar o
espaço que o cerca. A ausência da
visão contribui para o pouco
interesse na exploração.

Com 12 meses busca objetos


quando guiado pelo som e
começam a andar sem ajuda por
volta de 19 meses de vida.
Tato, ouvido e
sistema háptico
Tato

O tato é o sistema
sensorial mais
importante que a pessoa
cega possui.
Tato ativo: intencional,
toque.
Tato passivo: não
intencional, roupa sobre
a pele
Ouvido

A audição auxilia o cego na


orientação espacial.
Pessoas que nascem cegas
possuem uma audição mais
sensível e precisa. O
excesso de estimulação
auditiva causa irritabilidade
e em alguns casos, confusão
mental ao cego.
Sistema Háptico
A partir dos três anos, as
crianças cegas são capazes de
perceber diferenças de
textura. Entre sete e onze
anos, conseguem captar as
relações espaciais mediante
tato.
A partir dos 14 anos,
desenvolvem noção de
perspectiva em relação aos
objetos e pessoas.
História da educação para cegos no mundo
Em 1829 Louis
Na Europa Em 1784 foi criado Em 1819 foi
Braille sofisticou o
o Instituto Real dos criado o código
código já existente e
Jovens Cegos de leitura noturna
criou outro

Em 1829 foi criado nos


Na América do Norte
Estados Unidos a primeira
escola para cegos.

No Brasil, em 1850, Retornou ao


Em 1854 inaugura
No Brasil José Azevedo foi Brasil com 16
o primeiro
para França estudar anos lutando pelo
Instituto para
Braille diretos do cegos
meninos cegos
1784
Na França, Valentin Hauy cria o primeiro Instituto
Real dos Jovens Cegos. Um ensino onde a escrita
era por meio de letras em relevo, o método
predominou na Europa até o início do século XIX
1819
Também na França, Charles Barbier (oficial do
exército) criou um código para leitura noturna.
Possuía 36 sons da língua francesa, popularizou-se e
chegou aos colégios para cegos.
1829
Louis Braille sofisticou o método criado por
Barbier através de “selas” com seis pontos em
relevo permitindo 63 combinações, representando
letras, números, símbolos fonéticos, químicos,
físicos e musicais. Permite o acesso a todas as
línguas que utilizam o alfabeto ocidental.
1829
Em 1829 foi criada a primeira escola para cegos em
Massachusetts - New England Asylum for the Blind
que em 1839 passou a chamar-se Escola Perkins em
homenagem ao seu benfeitor.
1842
José Alvares de Azevedo, filho de família rica do Rio
de Janeiro, cego de nascença foi enviado à França
para estudar em escola especializada para cegos ainda
criança.
1850
Retorna ao Brasil com 16 anos difundindo através
de palestras e publicações o direito dos cegos aos
meios de leitura e escrita. Foi o primeiro professor
de cego do Brasil.
Apresentou o sistema Braille ao então Imperador D.
Pedro II que ficou muito entusiasmado com a ideia.
1854
Em Gamboa no Rio de Janeiro, inaugura o Imperial
Instituto de Meninos Cegos – pioneiro na América
Latina.

José Alvares falece seis meses antes da inauguração


do Instituto aos 20 anos de tuberculose.
Cela Braille
A Cela Braille é composta de seis pontos em
relevo. Os pontos são numerados da seguinte
forma: de cima para baixo, coluna da esquerda:
pontos 1, 2, 3; de cima para baixo, coluna da
direita: pontos 4, 5, 6. As diferentes combinações
desses seis pontos permitem a formação de 63
símbolos Braille.
Reglete e punção
Sempre acompanhada da punção, a reglete é
um dos primeiros instrumentos criados para
a escrita Braille. Ela foi adaptada do próprio
criador deste alfabeto usado para que
pessoas cegas possam ler e escrever, Louis
Braille.
Existem dois tipos de reglete
Tradicional (negativa) e Positiva

A escrita na reglete tradicional se dá da Já na reglete positiva, é possível


direita para a esquerda, com as letras realizar tanto a escrita quanto a
“espelhadas”, para que seja possível a leitura da esquerda para a direita.
sua leitura da esquerda para a direita.
Máquina de escrever Perkins
Desenvolvida em 1951, Perkins
Brailler é a mais tradicional
máquina de escrever que se
tornou referência mundial por
sua qualidade e eficiência na
escrita Braille.
Alfabeto Braille
Representação
Indicativo de letra
numérica
maiúscula
Soroban
Brincadeiras
educação infantil
Alfbetização anos iniciais
Fundações e Institutos para cegos

Fundação
Dorina Nowill
Legislações importantes

Lei Nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, trata da acessibilidade da


pessoa com deficiência.

A Lei 14.126/21, baseada em proposta do senador Rogério Carvalho


(PT-SE), foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. A
nova lei garante à pessoa que enxerga com apenas um olho os mesmos
direitos e benefícios das pessoas com deficiência.
Referências bibliográficas
OCHAITA, Esperanza; ROSA, Alberto. Percepção, ação e conhecimento nas crianças cegas.
Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar.
Porto Alegre: Artes Médicas, v. 3, p. 183-197, 1995.
FERNANDES, S. Conhecendo e trabalhando com alunos cegos e com baixa acuidade visual. In:
_______. Metodologia da Educação Especial. Curitiba: IBPEX, 2006. p. 56-74.

http://antigo.ibc.gov.br/a-criacao-do-ibc#:~:text=A%20primeira%20iniciativa%2C%20em%20todo,por
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https://www.novoipc.org.br/institucional/deficiencia-visual#:~:text=Portanto%2C%20pessoas%20com
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https://www.cnmp.mp.br/portal/images/Comissoes/DireitosFundamentais/Acessibilidade/
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