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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CAMPUS PAULO VI
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM
FRUTICULTURA
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
PARA FRUTICULTURA

INTRODUÇÃO À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

PROF. Dr. Francisco Ronaldo Belém Fernandes


MATRÍCULA: 888747

São Luís - MA
2022
INTRODUÇÃO
Na agricultura mundial os tratores são importantes atores.

O ser humana consegue fornecer potência contínua de até 0.1 kW (0.13


cv).
Embora os tratores tenham mais de um século de existência, eles tiveram
um primeiro ímpeto na primeira guerra mundial, mas somente na segunda
grande guerra realmente avançaram devido a enorme demanda de alimentos
e fibras.

A agricultura somente teve ganho de escala representativo quando os


tratores começaram a atuar de forma significativa.

A palavra TRATOR apareceu pela primeira vez em 1856, com origem nas
palavras TRAction moTOR
EVOLUÇÃO: Trator a vapor
1858-Primeiro motor a vapor aplicada em uma máquina de arar solo.
1878-Primeiro trator a vapor aplicada em uma máquina
de tração com esteiras.
1889-Primeiro trator movido a um motor de combustão interna (ciclo
otto-gasolina).
1915-Introdução da TDP.
1930-Primeiro trator movido a um motor ciclo diesel.
1937-Terceiro ponto foi introduzido.
1950-A potência dos tratores aumentou rapidamente.
1970-Ênfase na segurança e conforto do operador.
1978-Turbo alimentadores e intercoolers são adicionados.
1985-Popularização de tratores com eletrônica embarcada e sistemas
de controles computadorizados.
1990-Automação dos sistemas. Primeiro Trator com motor de combustão interna
TRATORES AGRÍCOLAS
DEFINIÇÕES

Principal fonte de potência da agricultura.

O trator evoluiu e atingiu elevado padrão de versatilidade e funcionalidade,


permitindo o acoplamento e acionamento dos mais variados tipos de máquinas e
implementos.

Nos últimos 20 anos, especialmente no Brasil, também evoluiu nos quesitos


relacionados ao conforto do operador e visibilidade (lateral, frontal, traseira).

Evoluiu em aspectos como transmissão, motor e mesmo formato.

Evolução tecnológica nos sistemas de rodagem, permitiu que o trator continue


crescendo em potência, sem crescimento exagerado em suas dimensões e mantendo
a versatilidade e manobrabilidade.
TIPOS DE TRATORES

Motocultores (1 a 20 cv)

Motocultivador ou trator de rabiças


Indicado para pequenas áreas
TIPOS DE TRATORES

Microtratores
Tratores agrícolas pequenos (15 a 35 cv)

JD990
TIPOS DE TRATORES
Tratores convencionais de rodas

Tratores convencionais de 2 rodas de tração (2WD) (35 a 75 cv, mas podem


chegar a 100 cv)-Tração traseira (100%), peso dianteiro (30-40%)/peso traseiro
(70 a 60%).

JD 5403
TIPOS DE TRATORES

Tratores convencionais de rodas


Tratores convencionais com tração dianteira assistida (MFWD) (15 a 500 cv)-
Tração e pesos dianteiros (35 a 45%)/Tração e pesos traseiros (75 a 55%)
TIPOS DE TRATORES
Tratores convencionais de rodas

Tratores convencionais de 4 rodas de tração (4WD) (200 a 600 cv) )-Tração


e pesos dianteiros (50%)/Tração e pesos traseiros (50%)

JD 9520
TIPOS DE TRATORES

Trator de esteiras (200 a 600 cv ou mais)

JD9620
TIPOS DE TRATORES

Trator estreitos (50 a 100 cv )

JD5325
TIPOS DE TRATORES

Trator altos (80 a 100 cv)

JD5525
TIPOS DE TRATORES

Trator de baixo perfil (50 a 100 cv)

JD6020
TIPOS DE TRATORES

Tratores convencionais de rodas


Tratores florestais
Trator transportador auto carregável(Forwarder)

JD1110
TIPOS DE TRATORES

Tratores convencionais de rodas


Tratores florestais
Trator com guincho de arraste (Skidder)

JD748
TIPOS DE TRATORES

Tratores convencionais de rodas


Tratores florestais
Trator abatedor (Feller buncher)

JD643
TIPOS DE TRATORES

Tratores convencionais de rodas


Tratores florestais
Trator abatedor arrastador (Feller buncher skidder)

JD435
TIPOS DE TRATORES
Tratores convencionais de rodas
Tratores florestais
Trator florestal colhedor (Harvester)

JD1270

JD1490
TIPOS DE TRATORES

Tratores anfíbios

Valtra Série C
TIPOS DE MOTORES

EÓLICOS – fluxo de ar – Destinados


tradicionalmente ao bombeamento de
água, moinhos e atualmente a
geração de energia elétrica.

ELÉTRICOS – corrente elétrica –


utiliza as propriedades magnéticas da
corrente elétrica para acionamento de
um eixo.
TIPOS DE MOTORES

´TÉRMICOS – Calor – Baseado nas


propriedades térmicas das substâncias.
Aumento de volume e pressão, caso dos
gases, para produzir movimento linear
transformando em movimento de rotação
através do conjunto biela – manivela
MOTORES DE COMBUSTÃO EXTERNA

Os primeiros motores utilizavam-se do


vapor, o qual era gerado fora do motor,

Estes apareceram no século XIII e o combustível utilizado era a lenha.


MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA

A partir do século XIX apareceram os primeiros motores de combustão interna (MCI),


onde o combustível é queimado dentro do próprio motor.

O primeiro motor de combustão interna foi construído por Lenoir em 1860, o qual
trabalhava com gás de iluminação.

No ano de 1862 um pesquisador francês chamado Beau de Rochas estabeleceu


princípios para o funcionamento de motores de combustão interna.

- menor razão superfície-volume possível por cilindro;


- maior rapidez possível nos processos de expansão;
- máxima expansão possível;
- máxima pressão possível para iniciar o processo de expansão.

O engenheiro alemão Nikolaus Otto construiu no ano de 1878 o primeiro motor utilizando
o princípio de Beau de Rochas. O motor era de quatro tempos e utilizava faísca elétrica
para iniciar a combustão, ficando conhecido como Motor de Ciclo Otto.
Em 1892 surge um tipo de motor capaz de queimar combustível sem o uso
de faísca elétrica, que ficou conhecido como motor de ciclo Diesel, devido
ao seu criador Rudolph Diesel.

A evolução foi cada vez maior, com aperfeiçoamento de ignição de


combustível, sistemas de refrigeração e superalimentação de ar por turbina
e outros

O motor de combustão interna transforma energia térmica (calorífica) em


trabalho mecânico (energia mecânica)
MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA

São máquinas no qual a energia do combustível se transforma em trabalho mecânico.


Podem funcionar segundo dois ciclos termodinâmicos teóricos.

Ciclo Otto

Admissão 0-1.
Compressão 1-2.
Combustão 2-3,
Expansão 3-4.
Abertura de válvula de escape 4-5,
Exaustão 5-0.
MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA

São máquinas no qual a energia do combustível se transforma em trabalho mecânico.


Podem funcionar segundo dois ciclos termodinâmicos teóricos.

Ciclo Diesel

•Admissão (0-1);
•Compressão. (1-2);
•Introdução de calor a pressão constante (2-3);
•Expansão - (3-4);
•Expulsão de calor de volume constante – Escape (4-1).
MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA

São máquinas no qual a energia do combustível se transforma em trabalho mecânico.


Podem funcionar segundo dois ciclos termodinâmicos teóricos.

Ciclo ideal composto Otto-Diesel.


PARTES CONSTITUINTES DE UM MOTOR DE COMBUSTÃO
INTERNA

BLOCO -
É a maior parte do motor e suporta as demais partes constituintes.

No interior do bloco está contido o(s) cilindro(s), onde ocorre a queima do combustível e os
mancais de apoio da árvore de manivelas.

A disposição dos cilindro no bloco pode ser em linha, em “V” ou radial.

Normalmente os blocos são construídos de ferro fundido, o que lhe proporciona boa
resistência, trabalho a altas temperaturas, facilidade de usinagem e um menor custo.
CAMISAS DO CILINDRO

Alguns tipos de blocos possuem tubos removíveis, que formam as paredes do cilindro, estes
são chamados de “camisas”.

As camisas podem ser úmidas, quando o líquido de arrefecimento está em contato direto com
a camisa e entre si trocam calor; ou secas, quando o líquido de arrefecimento não está em
contato direto com a camisa, isto é, o bloco que entra em contato com a camisa e troca calor
com o líquido.
CABEÇOTE -

É o órgão do motor que fecha o bloco na sua parte superior.

Também é confeccionado em ferro fundido.

A união do bloco com o cabeçote é feita por meio de


parafusos e uma junta de vedação de cobre asbesto, que veda
os gases de combustão, o óleo e a água.

O cabeçote ainda apresenta na sua parte inferior parte da


câmara de combustão, orifícios para o alojamento das válvulas,
bicos injetores, canais para a água de arrefecimento (motores
arrefecidos à água) ou aletas (motores arrefecidos à ar), canais
de admissão, escape e para óleo lubrificante.
Segundo Schlosser (2001) o cabeçote pode ser chamado de tampa de cilindros
quando as válvulas forem presentes no bloco ou inexistirem (motores de dois
tempos), sua função será somente fechar a parte superior do bloco e conter a
vela.
CÁRTER

Normalmente confeccionado em aço estampado

É o órgão que fecha o bloco na sua parte inferior e


também serve como depósito de óleo lubrificante para o
motor.
Deve ter um formato adequado para permitir contato
permanente do óleo lubrificante com a bomba desse
sistema.

O cárter é fixado ao bloco através de parafusos e junta


de vedação de cortiça.

Na parte inferior do cárter existe um bujão que serve


para escoamento do óleo lubrificante.
PARTES MÓVEIS
ÊMBOLO

Também chamado de pistão, é o órgão do motor que recebe o movimento de


expansão dos gases (primeira parte do motor a movimentar-se).

Está preso a biela através do pino do êmbolo, possui um movimento retilíneo


alternativo que através da biela é transformado em movimento rotativo contínuo
na árvore de manivelas.
O êmbolo possui três partes principais:

TOPO, que é a parte superior, geralmente é plana ou levemente concava;

CABEÇA, onde estão localizadas as ranhuras para a colocação dos anéis de


segmento,

SAIA, parte abaixo do orifício do pino do êmbolo.

É desejável que o êmbolo seja tão leve quanto possível, sem porém, diminuir sua
resistência e desgaste.

Os materiais mais utilizados são ferro, aço e ligas de alumínio.


Anéis de segmento –

São localizados nas ranhuras da cabeça do êmbolo e construídos de ferro


fundido cinzento especial

Segundo Mialhe (1980) suas principais funções são:

a) efetuar a vedação da câmara do cilindro, retendo a compressão;

b) reduzir a área de contato direta entre as paredes do êmbolo e do cilindro;

c) controlar o fluxo de óleo nas paredes do cilindro;

d) dissipar o calor do êmbolo pelas paredes do cilindro.


Existem dois tipos de anéis,

Os anéis de compressão são os responsáveis pela vedação


de compressão. da câmara do cilindro, evitam a penetração de óleo do cárter
na câmara e perda de compressão, são maciços e
colocados nas posições superiores

Os anéis de lubrificação são os responsáveis pelo controle do fluxo


de óleo entre o êmbolo e o cilindro, possuem canaletas que durante
de lubrificação.
a ascensão do êmbolo lubrificam as paredes do cilindro. Os anéis de
lubrificação estão localizados abaixo dos de compressão
PINO DO ÊMBOLO – possui forma oca, que lhe garante boa resistência à
flexão com menor peso. Tem por função proporcionar uma ligação articulada
entre a biela e o êmbolo.
Sua função é transformar o movimento retilíneo alternado do
êmbolo em movimento circular contínuo na árvore de manivelas.

Apresenta o formato de uma barra (denominada de corpo ou


haste) com orifícios nas extremidades

O orifício superior de menor diâmetro é denominado de “pé” ou


BIELA -
“olho” onde é fixado ao êmbolo através do pino do êmbolo, o
orifício inferior de maior diâmetro é denominado de “cabeça” ou
“olho grande”
Entre o pé da biela e o pino do êmbolo e a cabeça da biela e a
árvore de manivelas, são colocadas as bronzinas (também
chamadas de casquilhos),
CASQUILHOS

Tem a função de proteger a árvore de manivelas e as


bielas, a árvore de manivela e o bloco, o eixo comando
de válvulas e o cabeçote do desgaste provocado pelo
desgaste provocado pela fricção entre os componentes
móveis.
ÁRVORE DE MANIVELAS -

Também chamado de eixo de manivelas ou eixo virabrequim, são fabricados em


aço forjado ou fundido.

No seu interior existem vários canais que são responsáveis pela condução do
óleo lubrificante até seus mancais e cabeças das bielas.

Em cada manivela existe um moente, o qual se acopla o mancal da cabeça da


biela, entre as manivelas existem os munhões que apoiam nos mancais do
bloco.

Em uma de suas extremidades a árvore de manivelas possui uma flange que se


acopla ao volante do motor e na outra às engrenagens de acionamento do
comando de válvulas.
VOLANTE - Nada mais é do que um disco de ferro fundido de grande massa

Sua função é acumular energia cinética e manter uniforme a velocidade


angular da árvore de manivelas, reduzindo as variações dos tempos do motor,
dando equilíbrio no movimento rotativo.

A energia cinética é acumulada no tempo de explosão e liberada nos demais


tempos do motor, que apenas são consumidores de energia.

O volante é constituído de flange, que se fixa a árvore de manivelas, coroa


denteada (cremalheira) na qual se engrena o motor de partida.
Têm como função interromper o fluxo de gases de aspiração e
descarga de acordo com os tempos do motor (4 tempos), são
abertas por meio da árvore de comando de válvulas e fechadas
por molas.
VÁLVULAS -
Podem ser de dois tipos: admissão, entrada da mistura ar +
combustível (ciclo otto) ou somente ar (ciclo diesel) e escape,
saída dos gases queimados resultante da combustão.
ÁRVORE DE COMANDO DE VÁLVULAS -

Comanda a abertura das válvulas, por meio de ressaltos no eixo, esta é


acionada por meio de correias e/ou engrenagens pela árvore de manivelas, tem
tantos ressaltos quanto o número de válvulas do motor.

Para cada duas voltas da árvore de manivelas, gira apenas uma.


CLASSIFICAÇÃO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA

1.PROPRIEDADE NO GÁS DE ADMISSÃO

1.1. AR
1.2. AR + COMBUSTÍVEL

2. IGNIÇÃO

2.1. POR CENTELHA


2.2. POR COMPRESSÃO
CARACTERÍSTICAS DIMENSIONAIS DOS MOTORES DE
COMBUSTÃO INTERNA

PONTO MORTO SUPERIOR E INFERIOR (PMS,, PMI)

PMS – o pistão esta na sua posição superior máxima

PMI – O pistão esta na sua posição inferior mínima

DIÂMETRO DO CILINDRO
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O funcionamento dos motores de combustão interna se realiza em ciclos onde


se distinguem quatro fases (tempos), admissão, compressão, explosão (expansão) e
escape.
Pontos Mortos e Curso: Durante seu movimento no interior do cilindro, o pistão atinge
dois pontos extremos que são o Ponto Morto superior (PMS) e o Ponto Morto inferior
(PMI). A distancia entre os dois pontos mortos chama-se Curso.
VOLUME DO CILINDRO

O volume do cilindro é obtido multiplicando-se a área do cilindro pelo curso do pistão.


CÂMARA DE COMPRESSÃO: volume que fica no cilindro depois que o
êmbolo atinge seu ponto máximo (PMS), também chamada de câmara de
combustão;

TEMPO: corresponde a um curso do êmbolo ou a meia volta da árvore de


manivelas (180 graus).
MOTORES DO CICLO OTTO

ADMISSÃO COMPRESSÃO EXPLOSÃO/EXPANSÃO: ESCAPE:


CILINDRADA PARCIAL OU VOLUME DE ADMISSÃO

A cilindrada parcial é o volume admitido por um cilindro para realização


do ciclo.
CILINDRADA TOTAL OU CILINDRADA

É o volume admitido por todos os cilindros do motor para realização do ciclo


isto é, o volume admitido pelo motor equivalente a duas voltas na árvore de
manivela.
TAXA DE COMPRESSÃO

A taxa de compressão é a relação entre a cilindrada parcial e o


volume da câmera de combustão.
Os quatro tempos de um motor de combustão interna de
ciclo otto de 4 cilindros.
MOTORES DO CICLO DIESEL

Os motores de quatro tempos do ciclo Diesel compreendem as seguintes fases:


O MOTOR A DOIS TEMPOS

Mecanicamente, ele é bastante simples e possui


poucas peças móveis. O próprio pistão funciona
como válvula deslizante, abrindo e fechando
janelas, por onde a mistura é admitida e os gases
queimados são expulsos.
Primeiro Tempo:

Admitindo que o motor já esteja em funcionamento, o pistão sobe comprimindo


a mistura no cilindro e produzindo uma rarefação no cárter. Aproximando-se do
ponto morto alto, dá-se a ignição e a combustão da mistura. Ao mesmo tempo,
dá-se a admissão da mistura nova no cárter, devido à rarefação que se formou
durante a subida do pistão.
SEGUNDO TEMPO:

Este tempo, os gases da combustão se expandem, fazendo o pistão descer,


comprimindo a mistura no cárter. Aproximando-se o ponto morto baixo, o pistão
abre a janela de exaustão, permitindo a saída dos gases queimados. A seguir
abre-se a janela de transferência, e a mistura comprimida no cárter invade o
cilindro, expulsando os gases queimados.
Vantagens e desvantagens: O motor a dois tempos é mais simples, mais leve
e mais potente que o motor a quatro tempos, porque produz um tempo motor
em cada volta do eixo de manivelas. Além disso, seu custo é menor, sendo
por isso muito utilizado em aviões ultra-leves e autogiros. Contudo, não é
usado nos aviões em geral, devido às seguintes desvantagens:

a)É pouco econômico, porque uma parte da mistura admitida no cilindro foge
juntamente com os gases queimados;

b)b) Após o escapamento, uma parte dos gases queimados permanece no


cilindro, contaminando a mistura nova admitida;

c)c) O motor a dois tempos se aquece mais, porque as combustões ocorrem


com maior frequência;

d)d) A lubrificação é imperfeita, porque é preciso fazê-la através do óleo


diluído no combustível;

e)e) O motor é menos flexível do que o de quatro tempos, isto é, a sua


eficiência diminui mais acentuadamente quando variam as condições de
rotação, altitude, temperatura, etc...
CHASSI

O chassi é a estrutura geral do trator, formada pela união de todos os seus


órgãos constituintes e deve oferecer resistência aos esforços de torção
provenientes da tração. Os tratores agrícolas podem ser montados em quatro
tipos de estruturas de chassis

1. Monobloco
2. Chassi propriamente dito
3. Semichassi
4. Chassi articulado
MONOBLOCO

A estrutura monobloco é formada pela união dos próprios componentes do trator


(motor, transmissão, diferencial).

Esses componentes recebem diretamente os esforços de torção devido à tração


desenvolvida pelo trator.

A vantagem deste tipo de chassi é a significante redução nos custos de


fabricação.
CHASSI PROPRIAMENTE DITO
O chassi propriamente dito, normalmente equipa tratores acima de 90 cv.

Este tipo de estrutura foi desenvolvida com objetivo de não submeter a


transmissão e nem o motor do trator a esforços de torção devido a tração
desenvolvida pelo trator.

A estrutura de chassi permite montar o motor sobre coxins de borracha,


facilita o acoplamento de equipamentos frontais e facilita na adequação de
pesos frontais.
SEMICHASSI

A estrutura de semichassi é geralmente utilizada para montar tratores entre 180 e


350 cv.

O objetivo deste conjunto é evitar que os esforços sejam diretamente absorvidos


pelo motor.

O semichassi apresenta características de trator rígido, fácil de fazer manobras e


de adequar implementos
CHASSI ARTICULADO

Os tratores com o chassi articulado foram desenvolvidos com o objetivo de


conseguir aumentar a transferência de potência do trator para o solo.

Com um chassi articulado é possível o uso de pneus de maior diâmetro no


eixo dianteiro e com isso aumentar a capacidade de tração dos tratores.

Contudo, este tipo de chassi tem menor versatilidade para acoplamento de


implementos e menor facilidade de manobras.
SISTEMA DE TRANSMISSÃO

Esse sistema é composto por um conjunto de componentes básicos: embreagem, caixa


de câmbio (caixa de marchas), diferencial e redução final.

Sua função é a de transferir o movimento do motor às rodas e acionar máquinas e


implementos acoplados ao trator.
Embreagem

A embreagem é um interruptor do movimento do motor para as rodas,


possibilitando o início e o fim do movimento do trator de forma suave e a
mudança de marcha.

Desta forma, a embreagem tem a função de servir de dispositivo intermediário no


acoplamento entre o volante do motor e o eixo de entrada (eixo piloto) da caixa de
câmbio.

O tipo de embreagem mais utilizado, em tratores de pneus, é uma embreagem


simples composta de um disco de fricção, mantida em contato com o volante do
motor pela ação das molas do platô (placa de pressão).
CAIXA DE CÂMBIO
CAIXA DE CÂMBIO

Como o motor do trator trabalha a um regime constante de rotação, as


combinações possíveis de força de tração e velocidade de deslocamento são
feitas a partir da caixa de câmbio.

A caixa de câmbio é composta basicamente de um conjunto de engrenagens


que transmite diferentes velocidades e forças às rodas de tração do trator.
Podem também modificar o sentido do movimento (avante e ré) e a posição
em neutro.

Os tipos de caixa de câmbio variam conforme os modelos, fabricantes e nível


tecnológico dos tratores, desde sistemas mais simples até os mais
sofisticados, que dispõem de acionamentos especiais como eletro mecânico
ou mesmo hidromecânico.
SINCRONIZADA: ... um mecanismo composto de garras e pontas que
proporciona que o eixo se bloqueie em relação à engrenagem ou a deixe girar
independentemente. A marcha pode ser engatada com o trator em movimento,
pois anéis próprios acertam a velocidade de giro† das engrenagens a serem
engatadas.

SECA: A marcha deve ser selecionada antes do início do trabalho segundo


critério do operador e se for necessário troca -la, deve-se parar o trator.

A maioria dos tratores tem um sistema de velocidade agrupada em dois ou mais


conjuntos, baixa ou reduzida e alta ou direta. Isto pode ser feito pela união
de duas caixas ou pela introdução de engrenagens de diâmetro diferente na união entre
o eixo primário e o intermediário (dispositivo de mudança de regime).
DIFERENCIAL
Quando o trator faz uma curva, a roda de tração do lado externo da curva percorre uma
trajetória maior que a do lado interno. Então, faz-se necessário compensar a diferença
de rotação entre as rodas. Isso é feito pelo diferencial.
• transferir o movimento em ângulo (90° ) da árvore de transmissão para os
semi-eixos na maioria dos tratores existentes no mercado.

• aumentar o torque para as rodas através da relação de redução entre o pinhão


e a coroa.
A maioria dos tratores é
equipado com bloqueio do
diferencial cuja função é
eliminar o efeito do
diferencial, igualando o giro
das rodas, quando uma das
rodas perde aderência com
o solo em patinagem.
REDUTORES FINAIS
É um conjunto de engrenagens incorporado aos eixos traseiros ou tração
dianteira auxiliar, cuja função é diminuir a rotação das rodas, aumentar o torque,
amortecer os impactos sofridos pelas rodas, evitando danos ao diferencial e a
caixa de câmbio

Atenção:

O bloqueio de diferencial deve ser aplicado somente quando o trator se desloca


em linha reta..
SISTEMA DE RODADO DOS TRATORES

O sistema de rodado é o elemento responsável pela


estabilidade, direcionamento e pela tração do trator.

Um rodado pneumático é composto por:


• Pneu (parte de borracha);
• Roda (parte metálica) - pode ser divida em aro e
disco.
FUNÇÃO DOS RODADOS

- Sustentação e amortecimento da carga (ou peso)


do trator que são obtidos pelo efeito da pressão de
ar nos pneus.
- Tração
- Controle direciona
TIPOS DE DESENHOS DA BANDA DE
RODAGEM DOS PNEUS

banda de rodagem-guia banda de rodagem para tração.


OFICINA MECÂNICA
Oficina mecânica

A oficina mecânica é um dos locais mais importantes do abrigo


de máquinas,

Pois, é nela que serão realizados os reparos mais simples e rotineiros no


maquinário da propriedade.

Os reparos de maior complexidades devem ser deixados a cargo de oficinas mais


especializadas

A oficina deve ser montada no interior de um galpão,


Na oficina, é importante se destacar alguns pontos como:

O piso da oficina mecânica deve ser de cimento para evitar a


formação de pó e proporcionar uma resistência tal que permita
Piso o apoio de equipamentos com segurança.

Recomenda-se que o piso da oficina seja construído a uma


altura de aproximadamente 10 cm acima do piso do pátio

O espaço interno da oficina deve ser amplo o suficiente de modo à


Espaço -
permitir adequada movimentação das máquinas e que o operador possa
trabalhar livremente em volta da mesma.

Luminosidade A oficina deve possuir janelas com área total de 20% da área
e arejamento - interna, sendo que, cerca de 50% da área dessas janelas devem
possuir abertura para ventilação.
Equipamentos existentes na oficina mecânica

Torno manual para trabalhos de bancada

É importante que na oficina exista um torno fixado à


uma bancada para prender as peças a serem
trabalhadas
O policorte é um equipamento basicamente
POLICORTE constituído por motor elétrico, transmissão por
polias e correias e um disco abrasivo, que é
utilizado para cortar perfis metálicos, principalmente
aqueles de maior diâmetro e menor espessura
Moto-esmeril Furadora de coluna
Torno-mecânico

O torno mecânico é um equipamento de elevado


custo e deve ser utilizado somente por operador
treinado. É utilizado para usinagem de peças
metálicas de vários tipos.
Máquina de solda
A máquina de solda é muito utilizada na oficina
mecânica para unir peças metálicas pela fusão de suas
extremidades ou pela inclusão de um terceiro material
entre elas
Tesoura mecânica

É um equipamento usado tanto para desbastar como para cortar


chapas metálicas ou outros materiais. São fabricados em aço de alto
teor de carbono e tratadas termicamente.
Macaco hidráulico Borracharia

A oficina mecânica deve possuir uma borracharia


composta basicamente de um compressor
de ar e uma vulcanizadora para encher e tampar
furos em câmaras de ar, respectivamente.
Viradora

A viradora é utilizada para dobrar perfis e chapas


metálicas em vários ângulos

Ferramentas manuais

Em uma oficina mecânica é imprescindível a


existência de diversos tipo de ferramentas.
Segurança na utilização dos equipamentos da oficina

A utilização de equipamentos de proteção individual é obrigatório


em grande parte das operações nas oficinas do abrigo de
máquinas.

Operação com máquina de solda

Utilizar máscaras para soldador com lentes protetoras contra radiação ultra
violeta, além de luvas, avental e botas contra queimaduras.

Operação com policorte e moto-esmeril

Utilizar óculos contra fagulhas, avental, luvas, botas e abafadores de


ruídos.
Operação com torno-mecânico

Utilizar óculos contra fagulhas, avental, luvas e botas. Não utilizar roupas
largas de modo a evitar que as mesmas sejam presas pelas partes móveis
do equipamento.

Lavação das peças com solventes

Utilizar aventais impermeáveis, óculos de ampla visão, luvas nitrílicas,


máscaras e bota impermeável. Para alguns solventes existem cremes
protetores da pele que devem ser usados após a operação.

Extintor de incêndio

Na oficina deve existir um extintor de incêndio carregado, devendo o


mesmo ficar em local bem sinalizado e desimpedido
 Não utilizar os EPIs adequados.

 Usar equipamentos sem treinamento prévio adequado.

 Usar equipamentos em velocidade que não seja a adequada para a


operação ou em desacordo com as especificações do fabricante.

 Consertar ou fazer a manutenção em equipamentos energizados.

 Posicionar-se de modo inadequado para realizar a operação.

 Realizar a operação em ambiente impróprio.


Partes constituintes da oficina de máquinas agrícolas

O almoxarifado é o local existente na oficina onde são


Almoxarifado - guardadas as peças de reposição periódica utilizadas nas
máquinas e implementos visando à realização dos reparos.
A ferramentaria é o local da oficina mecânica destinado a guardar as
Ferramentaria ferramentas quando as mesmas não estão sendo utilizadas. Assim
como no almoxarifado, a ferramentaria também deve ser um
ambiente fechado e de acesso restrito aos funcionários

Escritório
Enfermaria simples
Cantina e Sanitário

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