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Método Científico

P.Rema
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Procura interpretar e explicar os fenómenos


observados na Natureza e produzir generalizações
que possam prever a relação entre aqueles e
outros fenómenos.
Estudo dos fenómenos da Natureza
Metodologias baseadas, frequentemente, na observação,
teorização e teste.

MÉTODO CIENTÍFICO
Designa a formalização daquele processo.
Usado para determinar o valor de tais
interpretações e explicações.

Depende dos pressupostos seguintes:


Causalidade
Qualquer fenómeno natural resulta de causas
naturais, as leis da natureza.

Uniformidade no espaço e no tempo


As leis naturais não se alteram, nem no espaço,
nem com o tempo, o que permite inferir
interpretações sobre o passado, o presente e o
futuro.
Percepção comum
Os fenómenos naturais são percebidos
essencialmente da mesma forma por todos os
seres humanos.
Os dados (valores) podem ser interpretados objectiva e uniformemente
(não é o caso, por exemplo, das artes ou das religiões, cujos sistemas
de valores são subjectivos e, por isso, não se pode usar a ciência para
as validar).
Etapas do Método Científico

Na sua forma mais básica, o método


científico consiste em: observar, questionar,
reunir conhecimento prévio, formular uma
hipótese e testá-la, registar e interpretar os
resultados obtidos com o teste, concluir e
divulgar a experiência realizada e os
resultados respectivos.
1- Observação

Definir um problema: questionar.


As variáveis em causa inserem-se numa
relação de causa-e-efeito:

O resultado observado, ou efeito, é a


variável dependente,

As causas possíveis são as variáveis


independentes.
2- Conhecimento prévio

Conjunto de conhecimentos dignos de


crédito, actualizado e relevante e
relacionado com o problema em causa .
3- Hipótese
Explicação ou solução do problema
Selecção de uma variável independente.
Tentativa de explicação lógica do fenómeno
observado que:
Relaciona a variável independente
seleccionada (causa possível) com a variável
dependente (efeito observado)

Específica, testável e, se possível, examina um só


factor alterável, ou variável de cada vez numa
experiência simples.
Raciocínio indutivo
Usado para formular a hipótese, porque
sugere uma afirmação geral a partir de
observações de fenómenos específicos.

Raciocínio dedutivo
Usado para decidir como testar a hipótese,
porque permite sugerir previsões de
resultados específicos com base na
afirmação geral.
Teste da hipótese
4- A experiência
Sequência de procedimentos executados de modo
a responder a uma ou várias questões e a ajuizar a
validade da hipótese.

Deve incluir um procedimento de controlo ou


testemunha, realizado exactamente como o
procedimento experimental propriamente dito, com uma
única diferença: a omissão da variável.
O controlo é o padrão relativamente ao qual os efeitos da
experiência podem ser comparados.
Numa experiência controlada todas as variáveis estão
controladas (as mesmas condições no grupo experimental
e no grupo de controlo) excepto aquela a ser testada.
A componente da experiência a ser testada é a variável
experimental ou variável manipulável — a porção
manipulável da experiência.
A hipótese nula

Afirma precisamente o oposto do que se


pensa ser correcto.

É mais fácil rejeitar (invalidar, desaprovar) algo do


que prová-lo.

A rejeição da hipótese nula valida o seu


oposto (que se pensa ser correcto - a
hipótese).
Aspecto básico do Método Científico:
Se as conclusões estão de acordo com a hipótese,
não significa que esta esteja provada
(incondicional) mas sim, suportada (condicional)
pelos conhecimentos do momento, o que
pressupõe ser aceite condicionalmente.
Deve rejeitar, ou excluir, e nunca aceitar como
provada categoricamente uma hipótese.
Isto é, “provar” com uma dúvida razoável, mas
apenas por não ter sido possível desaprovar
(rejeitar).
Não ser possível desaprovar não significa provar,
mas sim que foi impossível desenvolver um teste
que desaprovasse a explicação (hipótese)
apresentada para o fenómeno em causa.
5- Repetição da experiência

Deve proceder-se à repetição da experiência


através de ensaios complementares, para
aumentar a fiabilidade dos resultados gerados.

Uma hipótese “incontestável” (não passível de ser


rejeitada), pode ser considerada uma teoria
científica. Uma teoria científica é, assim, uma
explicação que é usada de uma forma continuada
pela comunidade científica a fim de alargar o seu
conhecimento e compreensão sobre os fenómenos
de que vai dando conta. Uma teoria é, então, uma
hipótese de trabalho.
Algumas teorias mantêm, ao longo da evolução da
ciência, a sua validade e utilidade, pelo que são
aceites como um facto provado porque, à luz do
conhecimento actual, não existem dúvidas quanto
à sua exactidão. Mesmo assim, são sempre
sujeitos a novas testagens e revisões.

A descrição de fenómenos naturais que não


variam, isto é, de padrões de regularidade
observados nos fenómenos naturais é objecto das
leis científicas ou princípios que, no entanto,
não os explicam.
6-Registo e interpretação dos
resultados

Os resultados das experiências devem ser


apresentados com clareza, recorrendo a tabelas e
gráficos que, de uma forma concisa, permitam
facilmente interpretar os resultados obtidos.
7- Conclusão
Com base nos resultados obtidos e em
informação prévia é retirada uma

8- Conclusão
Esta pode suportar, refutar, ou conduzir à
revisão da hipótese.
Em qualquer dos casos o conhecimento é
enriquecido.
As conclusões não possuem carácter definitivo,
podendo ser revogadas por nova informação
produzida pela investigação contínua.
9-Publicação
O relato da experiência, em revista ou jornal da
especialidade, é fundamental para a interacção dos
investigadores e para a evolução da ciência.
A publicação só deve realizar-se quando os
resultados de testes repetidos forem consistentes.
Deve assumir a forma padronizada para os
trabalhos científicos.

A repetibilidade é um aspecto essencial da experiência,


isto é, a conclusão será aceite desde que a repetição da
experiência, realizada por outros investigadores, produza
resultados idênticos.
O método científico é um ciclo

Uma experiência realizada com êxito não só


fornece resposta à questão inicial, mas
também suscita novas questões.

O método científico é, então, um ciclo


contínuo de perguntas e respostas que
conduzem a novas questões.
PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS- “paper”
A publicação de uma experiência científica obedece
a normas:
Simples mas criteriosamente fundamentadas e,
aceites e exigidas pelos editores das revistas da
especialidade.
Atributos necessários:
Apresentação clara, lógica e metódica da questão
específica que levanta, o plano traçado com vista a
dar-lhe resposta, os resultados e a conclusão.
Incluir : Título, Resumo, Introdução, Material e
Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões e
Bibliografia.
O resumo, constituído por alguns parágrafos,
sucintos do artigo total, expõe os principais
argumentos, com ênfase nos resultados e
conclusões do trabalho (< 300 palavras).

A introdução deve apresentar a questão que é


alvo de pesquisa num contexto de conhecimentos
de interesse e importância para o tema. Fornece
uma perspectiva histórica, teórica e empírica sobre
o tema do artigo. (i.e., coloca o artigo no contexto
de outros artigos escritos sobre assunto). Define
novos termos, conceitos e factos necessário para
perceber o que se segue. A hipótese, que deve ser
explanada no final da introdução, deve surgir como
uma dedução lógica a partir do que é previamente
descrito.
Os material e métodos fornecem os
pormenores necessários ao procedimento
experimental de modo a que outros possam repetir
a experiência, descritos no pretérito perfeito.

Técnicas específicas já publicadas podem ser


citadas sem qualquer detalhe. A descrição deve
ser feita no pretérito passado, pelo que se diz o
que foi feito e não o que se deve fazer. Diagramas
dos instrumentos usados poderão ser
apresentados, se daí resultar alguma utilidade
relevante.
Os resultados da experiência devem ser
apresentados de uma forma sumária e sem
comentários, interpretação ou anotações,
recorrendo-se a gráficos, tabelas e figuras, se
justificáveis sem, contudo, se substituírem a uma
descrição verbal e não sendo redundantes, mas
complementando-se.

Quadros e figuras devem ser sequencialmente


numerados e referenciados no local exacto do
texto. Os testes estatísticos que tenham sido
aplicados na análise de dados também devem ser
apresentados.
A discussão avalia o significado e a relevância
dos resultados obtidos para o esclarecimento da
questão ou hipótese original e significado biológico
respectivo. Se são registados resultados
inesperados, os mesmos deverão ser alvo de
justificação e , se possível, de uma tentativa de
apontar outras direcções para pesquisas futuras
que clarifiquem melhor as questões em causa. A
discussão deve fundamentar-se na introdução,
descrevendo a importância da experiência face ao
estado actual de conhecimentos sem, contudo,
pretender realizar uma revisão exaustiva sobre o
tema..
Bibliografia

Deve incluir todos os trabalhos publicados listados


por ordem alfabética a partir do apelido do
primeiro autor. Cada referência deve conter o(s)
autor(es), a data da publicação, o título do artigo,
o jornal/revista onde o artigo foi publicado (em
itálico), o número do volume (em negrito) e as
páginas do mesmo. Deve ser observado um
espaçamento simples dentro da citação e duplo
entre estas, sendo a segunda linha mais curta.
Livros ou capítulos de livros são referenciados de
forma diferente.
Elaboração de um relatório com base no
método científico

O relatório laboratorial á a apresentação formal


dos resultados obtidos com a realização de uma
experiência. Não sendo uma publicação científica
(paper), dele devem constar os mesmos
elementos.

Relatório
Página de rosto
Título da Experiência
Nome do(s) Autor(es)
Disciplina
Curso
Data
Introdução
Fornece informação fundamental
Descreve algumas observações relevantes
Apresenta hipóteses claras

Material e Métodos
Elenco de reagentes, equipamento e outro material
utilizado
Descreve cuidadosamente todos os procedimentos levados
a cabo

Resultados
Apresenta os dados (figuras, tabelas e gráficos).Resume os
dados obtidos
Discussão
Analisa os dados e discute-os à luz do conhecimento
prévio.

Conclusões
Conclui, expressando até que ponto os dados obtidos dão
suporte à(s) hipóteses) formulada(s).
Inclui informação relevante proveniente de outras fontes
Justifica algumas variáveis incontroláveis ou dificuldades
inesperadas. Sugere novas experiências

Referências bibliográficas
Citada criteriosamente, e de acordo com as normas
vigentes, todas as fontes que tenham servido de base à
elaboração do relatório.
Componente Prática

 Fornecimento de dados para


delineamento de experiência com
animais.

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