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Intercorporeality -

Intercorporeidade
Cap. 4 Intersubjective Bodies
Introdução
- Começam fazendo uma crítica à visão explicativa funcional - estrutura
computacional da linguagem e padrão anatômico-sensóriomotor.

➞ “Concordamos que as dimensões orgânica e sensório-motora da


corporeidade não podem nos contar toda a história”.
- Até agora só foram explorados os vieses orgânicos, sensório motores e
experiências subjetivas de um agente individual. O que não é suficiente
para fundamentar seriamente a dimensão social da linguagem.

⤷Estas dimensões da corporeidade desempenham papéis constitutivos


nos fenômenos, capacidades e sensibilidades das atividades interativas
e linguísticas cotidianas. (destaque 1)
- Embora sejam importantes, eles destacam a importância da
experiência vivida.

➞ A estrutura central do cuidado (Caring) que associamos aos corpos


orgânicos, auto-individualizados e precários às capacidades e
sensibilidades que fazem parte da experiência sensório motora
(destaque 2)
➞ Os corpos não esgota a fenomenologia do ser humano.
(Experiências/relações).

➞ Universo de experiências, cujo aspecto central são as nossas relações


no mundo partilhado. (destaque 3)
- Incorporamos preocupações que não são imediatamente nossas re-
habitamos o mundo através dos olhos e das mãos de outra pessoa. -
Outro Corpo. (destaque 4)

- Sentimos outros corpos de forma diferente como percebemos os


objetos.
- Os corpos dos outros tornam-se para mim centros deslocados de
vetores e campos, ambiguamente presentes junto com os do meu
próprio corpo. (destaque 5)
- Kym Maclaren cita Merleau-Ponty. A intercorporeidade é esta
percepção corporal de outro corpo. Uma percepção que consiste não
numa compreensão intelectual de algo que é outro para nós, mas num
espelhamento corporal, ou numa retomada corporal (reprendere) de
uma intencionalidade que habitamos lá. (destaque 6)
- INTERCORPOREIDADE não surge do nada, mas depende de sinergias que
ocorrem entre corpos e momentos, durante as interações sociais.

- INTERSUBJETIVIDADE INCORPORADA: (destaque 7)

⤷ Não como peças de evidências independentes e acumulativas, mas


como partes internamente relacionadas em unidade ou sinergia.
➞ Marleau-ponty questiona: Porque não existiria a sinergia entre
diferentes organismos, se é possível dentro de cada um?

➞ Reversibilidade mútua - experiência prática e concreta de interação.


➞ Essas experiências participativas ressignificam o mundo orgânico e
sensório-motor. (destaque 8)
- A prontidão para interagir orienta nossos corpos numa atividade
participativa que revela o mundo da vida. (destaque 9)
- Práticas participativas e materialidade

- Os corpos humanos sempre habitam uma dimensão intercopórea de


experiência, estruturada em forma de mundo, mas que não é fixa e
independe de nossa atividade.
- O mundo depende tanto de materialidade não humana como de
práticas de participação, é ai onde as normas sociais se cristalizam e
onde devemos começar a busca por uma compreensão ativa da
dimensão intersubjetiva dos corpos humanos.
✴ AUTONOMIA DAS INTERAÇÕES SOCIAIS

- A regulação assimétrica do acoplamento com o mundo pelo agente


auto-constituído (cap. 2)

- Regulação mútua, simultânea e conjunta dos seus acoplamentos


com o mundo e entre si. (destaque 10)
- A interação social conota um envolvimento ativo de complexidade
dinâmica.

⤷ O que essas interações implicam mudanças que acontecem sem


que seja pretendida ou procurada por qualquer participante.
➞ Interação social, definição: É o acoplamento regulado entre pelo
menos dois agentes autônomos, onde a regulação visa aspectos do
próprio acoplamento para que constitua uma organização autônoma
emergente no domínio da dinâmica relacional, sem destruir no
processo a autonomia dos agentes envolvidos. (De Jaegher e Di Paolo
2007) (destaque 11)
Observações:

- Autonomia é usada para descrever os participantes de uma


interação (corpos vivos e animados) bem como padrões relacionais
do encontro.

⤷ (Variáveis) (destaque 12)


- Respondendo as mudanças tal qual um sistema autônomo,
perturbações, rupturas, recuperação de certas relações dinâmicas, que
como consequência, derivam de formas que não estão totalmente sob
o controle dos participantes.
- Interações sociais são autoorganizadas.

⤷ Um padrão dinâmico auto-sustentável no qual formas de


coordenação se capacitam mutuamente, mantendo certas relações
invariantes, bem como relações químicas cujos produtos ajudam a
catalisar outras reações e são catalisados por seus produtos em troca.
(destaque 13)
✴ COORDENAÇÃO (destaque 14)

- Isso é observado em uma variedade de sistemas mecânicos e


bioquímicos e no comportamento animal coletivo
(vagalumes, ,passaros)

- A ordem espontânea coordenada em sistemas acoplados é um


fenômeno emergente e relacional generalizado, tanto em situações
complexas quanto em situações relativamente simples. (destaque 15)
- Nenhum orquestrador, interno ou externo é necessário.

➞ Figura 4.1
Interação social.
Duas representações esquemáticas da atividade co-
regulada durante o in- interação entre dois agentes
autônomos. Topo: Co-regulação de acoplamentos
em básico agentes. As setas horizontais indicam o
acoplamento entre cada agente e seu ambiente.
mento (linhas onduladas) e entre eles. As setas
curvas representam o regulamento cada agente faz
acoplamentos próprios e dos outros. Abaixo:
Courregulated co- atuação em agentes sensório-
motores. As setas retas novamente representam
acoplamentos com o ambiente e entre os agentes,
mas agora o fechamento da curva regulatória setas
são representadas explicitamente.
- Autonomia dos padrões interativos/coordenação interpessoal
(destaque 16)
✴ DIFERENTES FASES QUALITATIVAS DE UMA INTERAÇÃO:

Modos e momentos de abertura a diferentes opções e modos e


momentos de compromisso com o fluxo individual. (destaque 17)

- Exemplo dos gritos na janela na suécia.


- A interação social não é mera co-presença de dois ou mais agente
incorporados (eles podem simplesmente ficar parados e ignorar um ao
outro), nem apenas a presença de um acoplamento mútuo entre esses
corpos (destaque 18).
➞ Depende de duas condições fortes:

1- Existe um acoplamento co-regulado, que se origina como uma série


de processos dinâmicos que se tornam auto-sustentáveis (autônomos)
no domínio relacional.

2- Os participantes são e permanecem autônomos. (autonomia


sustentada dos participantes).
➞ As interações sociais tem vulnerabilidades e assim são seus
participantes.

⤷ Vulnerabilidades externas: (ruídos, falta tecnológica, interrupções)

Internas: tempo coordenado/rupturas.


- Outro tipo de vulnerabilidade - envolvimento espontâneo: “eu/isso”
de envolvimento sujeito/objeto.

- Ele ressalta que autonomia implica auto individualização sob


condições precárias (cap.2). (destaque 19). Não pode haver autonomia
sem vulnerabilidade.
- Nem todo encontro social se trona interativo.Uma vez que nem
sempre entramos em padrões relacionais autônomos envolvendo
outras pessoas (destaque 20)

➞ Se o encontro for excessivamente regulamentado por regras


externas, não é provável que surja nenhuma interação espontânea.
- O processo de interação não só é autônomo em termos da sua
organização interna, como também depende crucialmente da
autonomia dos indivíduos que dele participam.
✴ CRIAÇÃO PARTICIPATIVA DE SENTIDO

⤷ Descreve a compreensão social na sua forma mais geral. Pode


envolver muitas atividades diferentes durante a interação social (e
também fora dela) e aplica-se tanto sobre como os participantes
entendem uns nos outros e ao mundo juntos.
- AS diversas possibilidades pelas quais o contexto interativo pode
influenciar a criação de sentido definem um espectro de Graus de
participação (destaque 21)

[_____________________________________I___________________________________]
Utilidade individual processo contínuo.
- A construção participativa de sentido inclui as passagens entre a
coordenação interativa, as rupturas e a recuperação da coordenação.

⤷ Dada a vulnerabilidade das interações e dos criadores de sentido


individuais, as rupturas são inevitáveis, Mas é precisamente isto que
impulsiona a contrução participativa de sentido. Sem rupturas, sem o
risco constante de mal-entendedidos ou pior, não haveria sentido
participativo. (destaque 22)
- O conhecimento compartilhado é construido em conjunto.

⤷ Trata-se da prática de coordenar esquemas sensório-motores.


✴ PRONTIDÃO PARA INTERAGIR

⤷ É o modo padrão com o qual abordamos qualquer situação, estejam


outras pessoas presentes ou não. Isso começa antes mesmo de
nascermos.

- A medida que o corpo sensório-motor humano se desenvolve, ele o


faz como um corpo intersubjetivo.
- A prontidão para interagir acompanha o contexto social e ecológico
que varia no tempo e é fortemente modulado, não apelas pela
presençã de outras pessoas reais ou virtuais, mas também pela
importância social pré-existente e pela sensibilidade ao potencial de
envolvimento interativo.
Dos aspectos da prontidão:

1- Sua variação no decorrer do tempo.

2- O significado do contexto social.


- A construção participativa transcende a situação de interações ao
vivo. A maioria das capacidades cognitivas e afetivas dos corpos
humanos estão enraizadas na experiência intersubjetiva e nas relações
sociais de interação.

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