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Trabalho
Giddens
Julia Álvares
2014
I - Como explicar o caráter padronizado e recorrente das práticas sociais?
Estrutura e ação compoem uma dualidade dialética. Pode-se dizer ainda que não
há estrutura e prática social, mas práticas sociais estruturadas e estruturantes. Essa é a
explicação para a continuidade e padronização das práticas sociais, todavia ainda abre
portas para uma teoria da mudança. As estruturas (e logo práticas) se transformam na
continuidade espaço-tempo. O agente se constitui como agente na medida em que têm
domínio para alterar suas ações. Ele possui a “consciência discursiva” e a “consciência
prática” – a capacidade de descrever, por em palavras e atribuir sentido à suas ações, e
as noções e condutas internalizadas que vão para além do discurso, à maneira do hábito.
A linha que as separa é permeável, o que significa que mesmo que um agente não
racionalize suas ações recorrentes, é capaz de explicá-las se necessário.
Essas consciências constituem tanto o “cimento” da reprodução da sociedade,
por sua automaticidade quanto à chave para suas alterações, na reflexividade sobre as
próprias ações, o monitoramento contínuo do fluxo da vida social. Mesmo com esse
monitoramento são geradas o tempo todo consequências não previstas. Essas
consequências podem tanto acarretar em mudança estrutural quanto reforçar a presente
estrutura, ao reproduzir automaticamente contextos estabelecidos. A isto o autor
chamou “condição reflexiva” da atividade humana.
Sem agência humana não há sistemas sociais, para tanto é necessária a co-
presença cotidiana para a criação de um fluxo de ação intencional, a geração de uma
consciência prática e discursiva sobre um contexto reproduzido constantemente, cuja
condição prima é a interação face a face.
BIBLIOGRAFIA: