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ÉTICA EM PESQUISA

DE ENFERMAGEM
Prof ª Maria da Glória Amaral
ÉTICA x PESQUISA
 A pesquisa deve ampliar e aprofundar conhecimentos
específicos e constitui uma responsabilidade moral de
qualquer profissão.

 A enfermagem que lida com seres humanos tem o dever


de utilizar a pesquisa para buscar novos meios científicos
e métodos racionais para melhorar a prática assistencial
da enfermagem;

 Temos hoje enfermeiros docentes e da clínica


assistencial atuando ativamente em pesquisas na
tentativa de preencher espaço até então desconhecidos.
 Dois documentos básicos têm orientado o
desenvolvimento das normas e códigos de
ética na investigação biomédica e em
saúde: Código de Nuremberg e Declaração
de Helsinque .
Código de Nuremberg
 É um conjunto de princípios éticos que
regem a pesquisa com seres humanos,
sendo considerado como uma das
consequências dos Processos de Guerra
de Nuremberg, ocorridos no fim
da Segunda Guerra Mundial.
 Código de Nuremberg: teve sua origem na
devastadora pesquisa realizada sem
nenhum conceito de participação ou
consentimento voluntário, durante a
Segunda Guerra Mundial.
 1- O consentimento voluntário do ser
humano é absolutamente essencial.
Isso significa que a pessoa envolvida deve ser
legalmente capacitada para dar o seu
consentimento; tal pessoa deve exercer o seu
direito livre de escolha, sem intervenção de
qualquer desses elementos: força, fraude,
mentira, coação, astúcia ou outra forma de
restrição ou coerção posterior; e deve ter
conhecimento e compreensão suficientes do
assunto em questão para tomar sua decisão.
 Esse último aspecto requer que sejam explicadas
à pessoa a natureza, duração e propósito do
experimento; os métodos que o conduzirão; as
inconveniências e riscos esperados; os eventuais
efeitos que o experimento possa ter sobre a
saúde do participante.
 O dever e a responsabilidade de garantir a
qualidade do consentimento recaem sobre o
pesquisador que inicia, dirige ou gerencia o
experimento. São deveres e responsabilidades
que não podem ser delegados a outrem
impunemente.
 2. O experimento deve ser tal que produza
resultados vantajosos para a sociedade, os
quais não possam ser buscados por outros
métodos de estudo, e não devem ser feitos
casuística e desnecessariamente.

 3. O experimento deve ser baseado em


resultados de experimentação animal e no
conhecimento da evolução da doença ou
outros problemas em estudo, e os
resultados conhecidos previamente devem
justificar a experimentação.
 4. O experimento deve ser conduzido de
maneira a evitar todo o sofrimento e danos
desnecessários, físicos ou mentais.

 5. Nenhum experimento deve ser


conduzido quando existirem razões para
acreditar numa possível morte ou invalidez
permanente; exceto, talvez, no caso de o
próprio médico pesquisador se submeter
ao experimento.
 6. O grau de risco aceitável deve ser
limitado pela importância humanitária do
problema que o pesquisador se propõe
resolver.
 7. Devem ser tomados cuidados
especiais para proteger o
participante do experimento de
qualquer possibilidade, mesmo
remota, de dano, invalidez ou morte.
 8. O experimento deve ser conduzido
apenas por pessoas cientificamente
qualificadas. Deve ser exigido o maior grau
possível de cuidado e habilidade, em todos os
estágios, daqueles que conduzem e gerenciam o
experimento.

 9. Durante o curso do experimento, o


participante deve ter plena liberdade de se
retirar, caso ele sinta que há possibilidade
de algum dano com a sua continuidade.
 10. Durante o curso do experimento,
o pesquisador deve estar preparado
para suspender os procedimentos em
qualquer estágio, se ele tiver
razoáveis motivos para acreditar que
a continuação do experimento
causará provável dano, invalidez ou
morte para o participante.
Declaração de Helsinque
 É um conjunto de princípios éticos que regem
a pesquisa com seres humanos, e foi redigida
pela Associação Médica Mundial em 1964.
 A Declaração é um importante documento na
história da ética em pesquisa, e surge como o
primeiro esforço significativo da comunidade
médica para regulamentar a investigação em si.
É considerada como sendo o 1º padrão
internacional de pesquisa biomédica e constitui a
base da maioria dos documentos subsequentes.
 Declaração de Helsinque - desenvolveu
uma compreensão crescente das
diferenças entre a investigação
terapêutica e a não-terapêutica e ampliou
a compreensão dos tipos de informação
que devem receber os sujeitos potenciais
da investigação.
Princípios Básicos
 A pesquisa clínica deve adaptar-se aos princípios
morais e científicos que justificam a pesquisa
médica e deve ser baseada em experiências de
laboratório e com animais ou em outros fatos
cientificamente determinados.

 A pesquisa clínica deve ser conduzida somente


por pessoas cientificamente qualificadas e sob a
supervisão de alguém medicamente qualificado.
 A pesquisa não pode ser legitimamente desenvolvida, a
menos que a importância do objetivo seja proporcional
ao risco inerente à pessoa exposta.

 Todo projeto de pesquisa clínica deve ser precedido de


cuidadosa avaliação dos riscos inerentes, em
comparação aos benefícios previsíveis para a pessoa
exposta ou para outros.

 Precaução especial deve ser tomada pelo médico ao


realizar a pesquisa clínica na qual a personalidade da
pessoa exposta é passível de ser alterada pelas drogas
ou pelo procedimento experimental.
 Na pesquisa como na prática o paciente
tem direitos e o enfermeiro tem a
responsabilidade de proteger e defender
esses direitos.

 Princípios sob o ângulo da pesquisa.


 1. AUTONOMIA
 2.BENEFICIÊNCIA;
 3 . NÃO-MALEFICÊNCIA.;
 4 JUSTIÇA.
 a) consentimento livre e esclarecido dos
indivíduos-alvo e a proteção a grupos
vulneráveis e aos legalmente incapazes
( autonomia). Neste sentido, a pesquisa
envolvendo seres humanos deverá sempre
tratá-lo em sua dignidade, respeitá-lo em
sua autonomia e defendê-lo em sua
vulnerabilidade;
 b) ponderação entre riscos e benefícios,
tanto atuais como potenciais, individuais
ou coletivos ( beneficência),
comprometendo-se com o máximo de
benefícios e o mínimo de danos e riscos;
 c) garantia de que danos previsíveis serão
evitados ( não maleficência);
 d) relevância social da pesquisa com
vantagens significativas para os sujeitos
da pesquisa e minimização do ônus para
os sujeitos vulneráveis, o que garante a
igual consideração dos interesses
envolvidos, não perdendo o sentido de
sua destinação sócio-humanitária
( justiça e equidade).
 A Res. 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde, aprova
diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisa envolvendo seres humanos.
Neles estão inclusos a autonomia, a não-
maleficência, beneficência e justiça;
 RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO
DE 2012
 O Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem inclui diversos artigos referentes à
realização ou participação em pesquisa, assim
como para sua publicação.

 o Direito de Não Ser Prejudicado; o Direito de


Receber Informação Completa; o Direito de
Auto-Determinação; o Direito à Privacidade,
Anonimato e Confidencialidade.
Termo de Consentimento
Esclarecido
 É o processo pelo qual pesquisadores
asseguram que, os sujeitos de pesquisas
sejam informados sobre os riscos
potenciais, desconfortos e incômodos,
assim como os benefícios de participarem
num estudo, informando-lhes sobre seu
direito de não participar e tal informação é
apresentada de maneira livre e sem
coerção;
Princípios
 1. O ÉTICO:
 2. O LEGAL OU JURÍDICO: Variam de país para país, às vezes de
uma região para outra;
Constitui responsabilidade de cada pesquisador conhecer as normas
legais para obter o consentimento livre e esclarecido;
Caso não haja na região ou país, utilizar os princípios éticos;
Resolução 196/96 do CNS do Ministério da Saúde.
 3. CIENTÍFICO:
Guia a obtenção do consentimento esclarecido; O pesquisador deve
entender os benefícios e riscos possíveis para o sujeito.
O pesquisador deve ter conhecimento do contexto em que os
cuidados são prestados, para identificar possíveis zonas de coação,
como por exemplo, oferta de recompensas financeiras para
participar no estudo;
A obtenção do consentimento deve obedecer duas
fases distintas:
 1º - Apresentação de um protocolo da pesquisa,
ou seja, um documento contendo a descrição da
pesquisa, com os objetivos, metodologia,
duração prevista da pesquisa, modelo do
instrumento a ser realizado, informações aos
sujeitos, formulário ou termo de consentimento,
recursos financeiros, qualificação do
pesquisador, aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa;
 2º - Envolve o convite aos participantes
para conhecer o estudo e se há interesse
em participar. Se for favorável a participar
o sujeito deve assinar o formulário de
consentimento em duas vias. Uma para o
sujeito e a outra para o pesquisador. O
sujeito tem o direito de desistir de
participar da pesquisa.
Pesquisa _ Conclusões
 Convém ressaltar que os resultados da
pesquisa devem ser utilizados na prática
da Enfermagem;

 Entraves em relação às chefias imediatas


que não oferecem incentivos ou estímulo
aos enfermeiros para tentar aplicar os
resultados de pesquisas na prática;
 O grande DESAFIO para o enfermeiro pesquisador é
levar aos colegas em exercício no campo da prática
profissional, os achados da pesquisa, em linguagem
simples e acessível, e os enfermeiros do campo são
DESAFIADOS a desenvolver uma prática baseada nas
evidencias comprovadas pela pesquisa;

 A FORMA ESCRITA É INDISPENSÁVEL. A publicação dos


resultados da pesquisa é fundamental, apresentação oral
também são relevantes, principalmente em Congressos,
Seminários, Reuniões e outros eventos científicos.
 Bora pesquisar????

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