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Tecnologia dos

Materiais de
Construção
Aula 4: Cimento.
Cimento
Cimento: palavra originária do Latim Caementum,
que significa união

Aglomerante hidráulico composto em sua forma básica por calcário e argila,


podendo ainda conter adições minerais, que após misturado com a água produz
uma pasta, que quando endurecida tem resistências mecânicas próximas a de
uma rocha natural.
Cimento
O que é o cimento Portland?
O cimento Portland é um pó acinzentado, que às vezes é brando.
Cimento
O que é que se pode fazer com o pó de cimento?

Quase nada!
Cimento
Alguns usos curiosos do pó de cimento:

Uso de cimento como Uso de cimento como corretivo e


veneno de rato fertilizante na cultura da cana de
açúcar
Cimento
Mas com cimento, água e agregados, fazem-se quase
tudo.
 Pastas;
 Argamassas;
 Concretos.
Cimento
Cimento
Cimento
Versatilidade do concreto
 Moldável

Museu Oscar Niemeyer, 2002 Masp, 1968


Versatilidade do concreto
 Excelente resistência e durabilidade

Panteão, séc. II DC Coliseu, 72 DC


Versatilidade do concreto
 Matéria prima abundante

Distribuição de calcário no
Brasil
Versatilidade do concreto
 Baixo custo
Versatilidade do concreto
 O concreto é o 2°material mais consumido
pela humanidade.
Versatilidade do concreto
Consumo mundial em 2008
Cimento – 2.832 milhões de toneladas
Concreto – 22.600 milhões de toneladas
Consumo brasileiro em 2009
Cimento – 52 milhões de toneladas
Concreto – 400 milhões de toneladas

166 milhões de m³ de concreto


Versatilidade do concreto
História
Smeaton (1756)
Reconstrução do Farol de Eddystone
(Inglaterra)
Especificação da época
2 partes de cal extinta + 1 parte de
pozolana
Especificação aplicado
1 cal impura + 1 pozolana
História
1824
Patente do Cimento Portland

Joseph Aspdin
Calcário + argila
(calcinados)
História
Apesar do desenvolvimento
tecnológico, o princípio
básico da fabricação do
cimento permanece o
mesmo até hoje.
Cimento no Braisl
Os primeiros estudos datam de 1888.
O primeiro a produzir cimento no Brasil foi o
Engº Louis Nóbrega por um curto período de
três meses em 1892.
Cimento no Brasil
1897 - Cimento Santo Antonio
Em 1888 o comendador Antônio Proost Rodovalho
decidiu instalar na Fazenda Santo Antônio, nas
proximidades de São Roque uma fábrica de
cimento, com capacidade para 25.000t/ano, que
entrou em operação em 1897. Sua iniciativa é
considerada a primeira tentativa com certo sucesso
de fabricação do cimento portland no País. A Usina
Rodovalho operou de 1897 a 1904, quando foi
arrematada pela A. R. Pereira & Cia até que, em
1918, a Votorantim assumiu a produção.
Cimento no Brasil
 1926
1º Produção efetiva de cimento brasileiro:
Cia. Brasileira de Cimento Portland Perus
Cimento no Brasil
 1926
Consumo de 470 mil toneladas por ano e 97%
importado.
 1939
Produção de 697 mil toneladas, ganhando auto-
suficiência.
 Entre 1945 e 1955 (2º guerra mundial)
Inauguração de 16 novas fábricas.
Cimento no Brasil
Fábricas no Brasil
• 70 unidades
industriais
Capacidade nominal
• 67 milhões de
toneladas
Produção de 2009
52 milhões de toneladas
Cimento no Brasil
Fabricantes do mercado nacional em 2010:
Cimento no Brasil
Produção por grupos industriais em 2008:
Cimento no Brasil
Consumo regional em 2008:
Cimento no Brasil
10 maiores produtores em 2008
Cimento no Brasil
Cimento no Brasil
CONCRETEIRAS 13,3%
Consumidor ARTEFATOS 6,8%
industrial 28,4% PRÉ-MOLDADOS 4,5%
28,4% FIBROCIMENTO 2,4%
ARGAMASSAS 1,4%

Consumo de
CONSTRUTORAS/EMPREITEIRAS 14,7%
cimento EMPRESAS PRIVADAS 7,7%
100% 29,1% ÓRGÂOS PÚBLICOS 2,8%
PREFEITURAS 3,0%
COOPERATIVAS/MUTIRÕES 0,9%
Consumidor
final
71,6%
PEQUENO CONS. INDIVIDUAL 27,3%
42,5%
PEDREIROS/PEQ.EMPREITEIROS 15,2%

FONTE: ABCP
Fabricação

Aglomerante hidráulico constituído de uma


mistura de
CLÍNQUER PORTLAND e GESSO
Fabricação
Fabricação
 Matéria prima:

Para 1 tonelada de cimento (20 sacos), são


utilizados em média:
• 1.250kg de calcário;
• 300kg de argila;
• 14kg de minério de ferro;
• 40kg de gesso.
Total de 1604kg de matéria prima.
Fabricação
 Consumo de energia:

Para 1 tonelada de cimento (20 sacos), são


utilizados em média:
• 60 a 130kg de combustível;

• 110 a 130kWh de energia elétrica.


Fabricação
 Adições:

Conforme o tipo de cimento poderão ser


acrescentados, no processo de moagem, materiais
conhecidos por Adições: Escórias, Pozolanas, Fíler
Calcário.
Fabricação
 Principal matéria prima na fabricação do
cimento;
Fabricação
 Principal matéria prima na fabricação do
cimento;
Fabricação
 O desmonte do calcário na jazida é feito por
explosivos;
Fabricação
 O material resultante é transportado por
caminhões “fora de estrada” até as instalações de
britagem;
Fabricação
 Calcário antes da britagem;
Fabricação
 Na britagem, o calcário é reduzido a dimensões
adequadas ao processamento industrial;
Fabricação
 Na britagem, o calcário é reduzido a dimensões
adequadas ao processamento industrial;
Fabricação
 A mistura de calcário e argila é enviada aos silos
de homogeneização;
Fabricação
 No forno a uma temperatura de 1450°C, o
material se transforma em perolas escuras – o
clínquer ;
Fabricação
 No forno a uma temperatura de 1450°C, o
material se transforma em perolas escuras – o
clínquer ;
Fabricação
 No forno a uma temperatura de 1450°C, o
material se transforma em perolas escuras – o
clínquer ;
Fabricação
 Para conservar as fazes mineralógicas há um
resfriamento ;

1.450°C 80°C
Fabricação
 Na moagem final, o gesso e demais adições são
misturadas ao clínquer, resultando o cimento;
Fabricação
 Silos de estocagem;
Fabricação
 O cimento é armazenado em silos e transportado
em sacos ou granel;
Fabricação Depósito de
Mix
Carvão/Coque/óleo

Combustíveis
Pré-aquecedor
Britador Moinho de Carvão

Calcário
Depósito

Argila
Moinho de Cru
Homogeneização Gesso
Silos de Cimento
Separado Clínquer
r
Depósito de
Escória ou Clínquer
Moinho de Cimento
pozolana

Calcário

Ensacamento
GRANELEIRO
Propriedades
 As propriedades do cimento dependem
principalmente das características do clínquer e das
adições;

• Resistência mecânica;
• Tempo de pega;
• Calor de hidratação;
• Durabilidade.
Propriedades
 Como se determinar a Resistência mecânica
(NBR 7215);
Pega
O fenômeno da pega do cimento compreende a evolução
das propriedades da pasta no início do processo de
endurecimento, propriedades essencialmente físicas,
consequente de um processo químico de hidratação e
acompanhado de liberação de calor.
Propriedades
 Determinação do Tempo de pega
(equipamento/agulha de Vicat) (NBR NM 65);
Pega
Propriedades
 Determinação da Massa específica (Frasco
Volumétrico de Le Chatelier) (NBR NM 23);
Propriedades
 Determinação da expansibilidade de Le
Chatelier (NBR 11582);
Tipos
 Cimento portland comum (CP I)
CP I - Cimento portland comum
CP I-S - Cimento portland comum com adição
Cimento portland composto (CP II)
CP II-E– Cimento portland composto com escória
CP II-Z – Cimento portland composto com pozolana
CP II-F – Cimento portland composto com fíler
Cimento portland de alto-forno (CP III)
Cimento portland Pozolânico (CP IV)
Cimento portland de alta resistência inicial (CP V-ARI)
Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)
Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC)
Cimento Portland Branco (CPB)
Tipos
 Nomenclatura:
Tipos
 Nomenclatura:
Tipos
 Nomenclatura:

Cimento Portland Composto com Escória


Tipos
 Composição:
• E = Escória granulada de alto-forno;
• Z = Material pozolânico;
• F = Fíler calcário;
• S = Com adição
Tipos
CP II-F
Clínquer

Filer

+ + CP II-E ou CP III

Escória
CP I ou CP V
CP II-Z ou CPIV

Gesso
Pozolana
Tipos
 Qualificativo:
• Branco;
• Alta resistência inicial (ARI);
• Resistente a sulfato (RS);
• Baixo calor de hidratação (BC).
Tipos
 Cimento Portland de alta resistência inicial
comparativamente com tipos básicos:
Tipos
 Classes de resistência (NBR 5732):
Tipos
 Cimento Portland comum (CP-I)

O CP-I, tipo mais básico de cimento Portland, é


indicado para o uso em construções que não requeiram
condições especiais e não apresentem ambientes
desfavoráveis como exposição a águas subterrâneas,
esgotos, água do mar ou qualquer outro meio com
presença de sulfatos.
Tipos
 Cimento Portland comum com adição (CP I-S)

O CP I-S tem a mesma composição do CP I


(clínquer+gesso), porém com adição reduzida de
material pozolânico (de 1 a 5% em massa), que lhe
confere uma menor permeabilidade.
Tipos
 Cimento Portland composto com escória (CP II-E)
Os cimentos CP II são ditos compostos, pois apresentam,
além da sua composição básica (clínquer+gesso), adição de
outro material. O CP II-E contém adição de escória
granulada de alto-forno, o que lhe confere a propriedade de
baixo calor de hidratação.
Esse cimento é recomendado para estruturas que exijam um
desprendimento de calor moderadamente lento.
Tipos
 Cimento portland composto com pozolana (CP II-Z)

O CP II-Z contém adição de material pozolânico, o que


confere menor permeabilidade, sendo ideal para obras
subterrâneas, principalmente com presença de água,
inclusive marítimas.
Tipos
 Cimento Portland composto com Fíler (CP II-F)

O CP II-F é composto de 90% a 94% de clínquer+gesso


com adição de 6% a 10% de material carbonático (fíler)
em massa. Este tipo é recomendado desde estruturas em
concreto armado até argamassas de assentamento e
revestimento, porém não é indicado para aplicação em
meios muito agressivos.
Tipos
 Cimento Portland de alto-forno (CP III)
O CP III contém adição de escória que lhe confere
propriedades como baixo calor de hidratação, maior
impermeabilidade e durabilidade. É recomendado tanto para
obras de grande porte e agressividade (barragens, fundações
de máquinas, obras em ambientes agressivos, etc.) como
também para aplicação geral em argamassas de
assentamento e revestimento, estruturas de concreto simples,
armado ou protendido, etc. Classificação
Tipos
 Cimento Portland Pozolânico (CP IV)
O cimento portland Pozolânico contém adição de pozolana
que lhe confere uma alta impermeabilidade e
consequentemente maior durabilidade. O concreto
confeccionado com o CP IV apresenta resistência mecânica
à compressão superior ao concreto de cimento Portland
comum a longo prazo. É especialmente indicado em obras
expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos
Tipos
 Cimento Portland de alta resistência inicial (CP V-ARI)
O CP V-ARI, assim como o CP-I, não contém adições. O
que o diferencia deste último é o processo de dosagem e
produção do clínquer. O CP V-ARI é produzido com um
clínquer de dosagem diferenciada de calcário e argila se
comparado aos demais tipos de cimento e com moagem
mais fina. É recomendado em obras onde seja necessário a
desforma rápida de peças de concreto armado.
Tipos
 Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)

Qualquer um dos tipos de cimento Portland anteriormente


citados podem ser classificados como resistentes a sulfatos.
É recomendado para meios agressivos sulfatados, como
redes de esgotos de águas servidas ou industriais, água do
mar e em alguns tipos de solos.
Tipos
 Resistências mecânicas do cimento:
Tipos
 Produção por tipo de cimento (%):
Tipos
 Distribuição regional dos cimento:
Tipos
Todos os tipos de cimento são adequados a todos os tipos de estruturas e
aplicações.

Existem tipos de cimento que são mais


recomendados ou mais vantajosos para
determinadas aplicações.
Aplicações
Aplicações
Aplicações
Aplicações
Aplicações
Aplicações
Aplicações
Resumo de aplicações
Como comprar e
armazenar
cimento
 Atente para cimentos que tenham o Selo de
Qualidade da ABCP ou de qualquer outro órgão
que possa atestar a qualidade do produto;
 Busque cumprir o prazo de validade;
 Confira a procedência (nome do fabricante,
marca e tipo de cimento);
 Peso da saca e condições do saco.
armazenar
cimento

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