Colonização, Conferencia e Independencia

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

(UEMA)
CAMPUS COLINAS-MA

LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA


PORTUGUESA

Profa. Esp. Leonêza Rosa


Pereira
A colonização das
ilhas do Atlântico
e da costa africana
Marcos da colonização portuguesa
de 1415 até meados do século XVI:
• 1415 – tomada de Ceuta, no Marrocos;
• 1418 – à ilha de Porto Santo;
• 1419 – à Ilha da Madeira;
• 1427 – aos Açores;
• 1446 – Os portugueses alcançaram a Guiné-Bissau (colonizaram
com o nome de Guiné Portuguesa);
Marcos da colonização portuguesa
de 1415 até meados do século XVI:
• 1460 – às ilhas de Cabo Verde;
• 1470 – às ilhas de São Tomé e Príncipe;
• 1483 – Chegaram à região que hoje se conhece como Angola e, após a
viagem de Bartolomeu Dias, que venceu o Cabo das Tormentas;
• 1489 – As caravelas portuguesas aportaram em Moçambique.
• Nos arquipélagos – Porto Santo, Madeira e Açores –, o clima favorecia
a ocupação e o trabalho na terra, estabeleceram – se , então, as
primeiras colônias de povoamento.

• Em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe – os portugueses fundaram


colônias de plantação, não se preocupando com o povoamento da
região.

• Onde as caravelas portuguesas aportavam, um padrão de pedra com as


armas e o brasão português era fincado. O padrão simbolizava a posse
oficial do território.
O Império
Colonial
Português nas
ilhas e terras
africanas
• A extensão do Império Português no Oriente e no Extremo
Oriente obrigou a Coroa Portuguesa à fragmentação das
possessões portuguesas na África.
• A Coroa abandonou a colonização do Marrocos pelo alto
custo de manutenção em algumas cidades.
• Mesmo enfraquecidos pelos altos gastos na defesa da Costa da
África Portugal se sustentou e continuou a explorar as
colônias.
• Concedia, por um período de tempo limitado (03 gerações), as
terras na África, ao fim da concessão deveria ser renovada.
• Nesse período, outro “negócio” começou a ganhar força – o tráfico
negreiro;
• Entre os anos de 1502 e 1860, 9,5 milhões de africanos foram
deportados para o continente americano;
• A Guiné Portuguesa foi inicialmente a principal fornecedora de mão
de obra escrava para o continente americano;
• A feitoria de São Jorge da Mina, em Gana, foi o principal porto de
escoamento de escravos para a América.
Século XIX
• 1822: Independência do Brasil;
• 1842: Portugal extingue o tráfico negreiro no Império;
• 1869: Fim da escravidão;
• Portugal precisou instituir uma legislação trabalhista que
obrigava o nativo ao trabalho forçado nas plantações de algodão
ou nas obras públicas.
• População mestiça e burguesa vai se formando nas colônias do
ultramar
A CONFERÊNCIA
DE BERLIM
• Foi realizada entre 15 de novembro de 1884 e 26 de
fevereiro de 1885;
• Teve como objetivo organizar a ocupação da África pelas
potências coloniais;
• Participaram 13 países da Europa e mais os Estados Unidos e
a Turquia;
• Os Estados Unidos não possuíam colônias na áfrica, mas era
uma potência em ascençaõ;
• A Grã-Bretanha e a França foram as que obtiveram mais
territórios, seguidas de Portugal, Bélgica e Espanha;
• Territórios mais reduzidos foram ocupados pela Alemanha e pela
Itália;
• Estes tinham entrado recentemente na corrida colonial devido
aos seus tardios processos de unificação nacional;
• A Alemanha perdeu o domínio das suas colônias africanas após a
Primeira Guerra Mundial, assim como a Itália no final da
Segunda Guerra Mundial;
• Em um determinado momento da Conferência, Portugal
apresentou um projeto, o famoso Mapa-cor-de-rosa.
• Que consistia em ligar Angola e Moçambique para haver
uma comunicação entre as duas colônias, facilitando o
comércio e transporte de mercadorias.
• Foi então que surgiu o conhecido Ultimato Inglês de 1980,
ameaçando guerra se Portugal não acabasse com seu
projeto.
MAPA COR-DE-ROSA
• As fronteiras nacionais nasceram da imposição desta
conferência, um estado orgânico colonial imposto pelas
potências colonizadoras partilhando a África sem muitas
preocupações quanto ao que já existia.
• Tribos amigas e inimigas passaram a pertencer ao mesmo
espaço colonial.
• E assim no início do século XX, África estaria
completamente retalhada pelos ocupantes imperialistas.
A
independência
dos cinco países
africanos
lusófonos
• A Guerra Colonial durou 13 anos – de 1961 a 1974 – e pôs fim à ocupação
portuguesa no território africano.
• Ficou conhecida como:
 Guerra do Ultramar (portugueses);
 Guerra da África (portugueses);
 Guerra de Libertação Nacional (povos dos territórios ocupados);
 Guerra pela Independência (povos dos territórios ocupados).
• Como afirma Kabengele Munanga (1986), quando os primeiros europeus
desembarcaram nas terras africanas, encontraram estados organizados
politicamente. Entretanto, essa organização não foi capaz de reverter a
ocupação europeia, pois o desenvolvimento técnico dos estados africanos,
incluída a tecnologia de guerra, era inferior ao dos portugueses.
A República Portuguesa e o golpe militar
de 1926
• O trabalho de exploração das terras africanas, sem nenhum investimento
econômico, continuou e se agravou com o início das duas grandes guerras
mundiais.
• A curta vida da República Portuguesa, que surgiu em 1910 e foi derrubada
pelo golpe militar de 1926, põe fim às pretensões dos republicanos,
inaugurando um longo período ditatorial.
• Em 1928, Antônio de Oliveira Salazar – um professor de
Coimbra – foi convidado a assumir a Pasta das Finanças do país
e a partir dessa data inaugurou-se um período difícil da história
de Portugal.
• É o início da ditadura salazarista, que teve início em 1926 e só
terminou em 1974, com a Revolução dos Cravos.
• Entre 1929 e 1933, Salazar acumulou os Ministérios das
Finanças e das Colônias e com mão de ferro tomou medidas
duras contra a enfraquecida oposição;
• Em 1932, instaurou o Ato Colonial;
• Criação da polícia política portuguesa – PVDE (Polícia de
Vigilância e Defesa do Estado), mais tarde conhecida como
PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado).
• 1939: O poeta Aimé Césaire o utilizou pela primeira vez em um
trecho do “Cahier d’un retour au pays natal” (Caderno de um
regresso ao país natal);
• 1950: Disseminaram-se na África as ideias do Movimento da
Negritude, criado em 1934, em Paris, por um grupo de poetas e
intelectuais negros;
• Defendia uma revolução na linguagem e na literatura; o respeito
à diferença e a valorização das características próprias da
cultura negra.
A criação dos movimentos pela independência
das colônias na África portuguesa
• Em meados da década de 1950: surgia, na Guiné Portuguesa, o PAIGC
(Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde);
• Em Angola surgia o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola);
• Em 1962: surgia em Moçambique a Frelimo (Frente Nacional de Libertação
de Moçambique);
• Todos esses movimentos africanos pela independência têm entre seus
líderes escritores, poetas, jornalistas e outros intelectuais.
Como observa Manuel Ferreira (1977, p.
34):
• A partir do início da década de 1960 a vida literária (e cultural, de certo
modo) de Angola só poderá ser apreendida na totalidade se estivermos
atentos ao que se desenrola na Casa dos Estudantes do Império, em
Lisboa. Aliás também em Coimbra onde tiveram lugar várias iniciativas, a
partir da década de 1950. A Casa dos Estudantes do Império transforma-se
no centro aglutinador dos 16 estudantes e intelectuais africanos. Mas a
predominância da sua composição é angolana, como predominantemente
angolana é a sua atividade editorial.
• Na entrada dos anos 1960, a situação nas colônias portuguesas
do ultramar se torna mais difícil, forçando-as à luta armada pela
conquista da independência;
• O movimento armado é deflagrado em Angola quando no norte
do país um grupo de agricultores protesta violentamente contra
a política de plantação compulsiva de algodão, queimando
armazéns de algodão e escorraçando os compradores.
• O regime salazarista responde à revolta com violência;
• Como reação a isso, em fevereiro de 1961, em Luanda, um
grupo organizado do MPLA toma de assalto a prisão da cidade
para libertar os líderes do movimento;
• Desse episódio resultaram muitas mortes, em sua maioria de
jovens assimilados – que são justamente aqueles que se
aculturaram, deixando suas raízes negras para frequentar as
escolas de brancos.
• Os movimentos organizados em Angola respondem com a luta
armada que se disseminará também por outras regiões da chamada
África lusófona como a Guiné Portuguesa (1963) e Moçambique
(1964);
• É o início da Guerra Colonial;
• A Guerra Colonial durou 13 anos em Angola (1961-1974), 11 anos
na Guiné (1963-1974) e 10 anos em Moçambique (1964-1974);
• A guerra na África marcou o início do fim do Império Colonial
Português e foi um dos fatores que propiciou a queda da ditadura
salazarista.
ÁFRICA LUSÓFONA: UM
POUCO DE HISTÓRIA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
CAMPUS COLINAS - MA
LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
PROFA. ESP. LEONÊZA ROSA PEREIRA

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Introdução

O objetivo desta aula é apresentar


um breve panorama da África
Lusófona abordando a ocupação
portuguesa iniciada na segunda década
do século XV (1415), com a conquista
da cidade de Ceuta, no Marrocos, e
finalizada na segunda metade do século
XX, com a independência dos cinco
países africanos colonizados pelos
portugueses.
31
Antes da chegada do europeu à África,
quase nada se sabia sobre o modo de
vida ou sobre a organização dos grupos
étnicos que lá viviam. Entretanto, é
inegável que a cultura secular e ágrafa
desses povos permaneceu e se difundiu
por outros territórios ocupados pela
nação lusa, como o Brasil.

32
Para falarmos da cultura e das
literaturas africanas, e de seus inegáveis
laços com o Brasil, precisamos voltar no
tempo e observar que, sem os
empreendimentos marítimos dos
portugueses que os levaram a algumas
regiões da África, e também ao nosso
território, essa história seria bem diferente.

33
No Brasil colonial, a cultura
portuguesa do colonizador, a cultura
africana e a cultura indígena foram os
pilares da constituição do caráter
brasileiro, ainda que o colonizador
europeu, branco, tenha subjugado o
negro e o índio e suas culturas. Ambas
eram não cristãs e, por isso, naquela
época, consideradas “inferiores”.
34
PANORAMA DAS LITERATURAS
AFRICANAS DE LÍNGUA
PORTUGUESA
O TEXTO CONSTRÓI-SE COMO UMA VISÃO PANORÂMICA DAS
LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E
PROCURA RESSALTAR ALGUNS MOMENTOS SIGNIFICATIVOS
DOS PROJETOS LITERÁRIOS DE CADA PAÍS BEM COMO
CARACTERÍSTICAS MARCANTES DE ALGUNS DE SEUS
NOTÁVEIS ESCRITORES.

MARIA NAZARETH SOARES FONSECA


TEREZINHA TABORDA MOREIRA
O aparecimento das literaturas de línguas portuguesa:

 Por um lado resulta de um longo processo histórico de quase


500 anos de assimilação de parte a parte;

 Por outro, de um processo de conscientização que se iniciou


nos anos 40 e 50 do XIX;

 Relacionado com o grau de desenvolvimento cultural nas ex-


colônias;

 E com o surgimento de um jornalismo por vezes ativo e


polêmico, que se pautava numa crítica severa à máquina
colonial.

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A Literatura:

 Em Angola, Cabo verde, Guiné – Bissau, Moçambique e São


Tomé e Príncipe, o escritor africano vivia até a data da
independência no meio de duas realidades às quais não podia
ficar alheio: a sociedade colonial e sociedade africana.

 A escrita literária expressava a tensão existente entre esses


dois mundos e revelava que o escritor era um homem-de-
dois-mundos.

 O embate que se realizou no campo da linguagem literária foi


o impulso gerador de projetos literários característicos dos
cinco países africanos que assumiram o português como
língua oficial.

37
Manuel Ferreira (1989) discute a emergência da literatura nos
espaços africanos colonizados pelo português propondo a
observação de quatro momentos:

 No primeiro, destaca que o escritor está em estado quase absoluto


de alienação (momento da alienação cultural);

 O segundo corresponde a fase em que o escritor manifesta a


percepção da realidade, temos os primeiros sinais de sentimento
nacional (a dor de ser negro, o negrismo e o indigenismo);

 O terceiro momento é aquele em que o escritor adquire a


consciência de colonizado, (momento de desalienação e do
discurso de revolta);
 O quarto momento corresponde à fase histórica da independência
nacional, (é o momento do texto em liberdade, da criatividade,
temas como mestiço, identificação com África e do orgulho
conquistado).
38
Numa perspectiva mais histórica , Patrick Chabal (1944) refere-se ao
relacionamento do escritor africano com a oralidade e propõe quatro
fases abrangentes das literaturas de africanas de língua portuguesa:

 Assimilação: produção de textos literários imitando, sobretudo,


modelos de escrita europeus;

 Resistência: fase de rompimento com os moldes europeus e da


conscientização do valor do homem africano;

 Independência: tempo de afirmação do escritor africano como tal,


o escritor busca marcar seu lugar e sua posição na sociedade pós-
colonial;

 Atualidade: escritores procuram novos rumos dentro das


coordenadas de cada país.

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Movimentos Literários significativos e obras importantes para o
desenvolvimento das literaturas africanas:

 Em Cabo Verde, a publicação da Revista Claridade (1936-1960);

 Em São Tomé e Príncipe, a publicação do livro de poemas Ilha de


nome santo (1942), de Francisco José Tenreiro;

 Em Angola, o movimento “Vamos descobrir Angola” (1948) e a


publicação da revista Mensagem (1951-1952);

 Em Moçambique, a publicação da revista Msaho (1952);

 Na Guiné – Bissau, a publicação da antologia Mantenhas para quem


luta! (1977) pelo Conselho Nacional de Cultura;

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