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Marx, Engels, Lênin e o Estado

Fichamento de ciência política.

Aluno: Felipe Martins Vitorino 11011DIR016


Turma A – Ciência política

Esse texto tem por objetivo trazer as diversas concepções marxistas uma vez que
Marx não desenvolveu só uma coerente teoria sobre política e o Estado. O autor propõe
análises do pensamento Marxista através das críticas de Marx a Hegel, apartir também
da suas teorias econômicas, e da sua análise histórica dos eventos históricos como a
ditadura de Napoleão e a comuna de Paris.
O autor traz no início do texto a constatação que foi somente depois da segunda
metade da década de 50 que foi possível esse debate, já que antes disso devido ao
sucesso da Revolução Russa, a teoria Leninista de Estado acabou por dominar o
pensamento de esquerda da época, assim reprimindo ou criticando qualquer autor que
divergisse dessa corrente.
Começado o debate o autor mostra uma concepção de Estado pelo jovem Marx,
ainda muito influenciado por Hegel e pela situação da Prússia em que ele vivia, assim
naquela época ele viu um estado separado do poder social, com interesses próprios.
Posteriormente já sobre a influência de Engels e de suas visitas a paris, Marx
começa a entender o Estado como uma entidade separada da sociedade civil, mas que na
verdade não é nada mais que uma forma de organização da Burguesia a fim de fazer
valer seus interesses internos e externos, sem ter que agir diretamente sobre a população
para fazê-lo.
Mas não se deve entender que o Estado é uma criação opressora pertencente à
burguesia, mas sim parte de uma estrutura de manutenção das relações materiais de
produção, sendo assim dá uma forma ao estado que expressa essa relação, a forma de
uma vontade dominantemente burguesa.
Sendo assim não se pode confundir o Estado como a criação de um Complô de
classe, mas sim como uma instituição socialmente necessária, que reflete o domínio
econômico da burguesia, e a fim de manter a ordem burguesa move seu aparato
opressor em favor dela, assim a burguesia adquire novos meios de reprimir, explorar e
conformar a classe oprimida.
Para Lênin a função de legitimar o poder de repressão a fim de reforçar a
estrutura e as relações de classe, era a principal função do Estado, sendo o sistema
jurídico só mais um instrumento dessa legitimação da repressão, ajustando valores e
regras conforme os ideais burgueses.
Marx e Engels vêem uma ambigüidade na questão da democracia, pois a vêem
como um instrumento da burguesia de dar a ilusão de participação ao proletário no
Estado, enquanto a burguesia se utiliza de seu poder econômico para fazer reproduzir as
relações matérias que sustentam a exploração. Mas também vêem na possibilidade de
expansão da democracia em uma sociedade capitalista uma forma de o proletário chegar
ao poder a partir da base. Sendo assim o autor enxerga na teoria marxista a
possibilidade de um Estado democrático popular.
Os marxistas apontam varias respostas para explicar o porquê de o Estado dever
ser considerado um instrumento da classe dominante.
Primeiramente porque os homens que se ocupam os mais altos postos do Estado
– executivo, legislativo e judiciário – tendem a ser da mesma classe ou são recrutados à
ela, e passam a agir como se a ela pertencessem desde o nascimento.
Em segundo lugar, o poder econômico da burguesia domina o Estado, seu
controle sobre os meios de produção possibilita a influencia sobre medidas do Estado de
uma maneira que nenhum outro grupo pode exercer quer financeira quer politicamente.
Em terceiro lugar, e o argumento mais importante, a natureza do Estado é
determinado pelo modo de produção (a infra estrutura, relações materiais entre modo
de produção e forçar produtivas, determina uma super estrutura que enrijece e legitima
essa relação) o Estado como parte dessa super estrutura tem entraves estruturais que o
constrange a agir a favor dessa classe, mas não como diz Miliband a seu comando.
Voltamos agora para uma análise da autonomia do estado segundo Marx, ao
estudar o período bonapartista vê que naquele período não havia classe capaz de
dominar o Estado, e por isso que o Estado foi em busca de interesses próprios como o
engrandecimento do Estado, e a realização das duas aspirações imperiais militares. Para
explicar esse Estado autônomo, que não esta naquele período subjugado por nenhuma
classe, Marx vê a necessidade de uma explicação para esse fenômeno.
Marx então descreve o Estado como algo que existe por si só, mas quando há
uma classe poderosa o suficiente para se usar do Estado para atender aos seus interesses,
ela o fará. Sendo assim o normal do Estado é se organizar (na sua estrutura interna, e
quanto a seus objetivos e ordens internas e externas) de acordo com a relação de forças
existente na sociedade, de modo que essa organização favoreça a classe dominante.
Faz-se então uma leitura de que há dois níveis de autonomia do estado para
Marx e Engels; 1º a condição normal, onde a burocracia tem certo poder frente à classe
dominante, devido a não atuação direta da burguesia no Estado, e pela necessidade do
Estado de pacificar conflitos internos entre a própria burguesia, mas a burocracia está
subordinada as relações de forças existentes na sociedade e a pressão econômica
exercida pela burguesia.
O 2º nível de autonomia só é possível quando a luta de classes faz com que
nenhuma das classes seja capaz de exercer seu poder através do Estado, essa situação
histórica excepcional permite uma autonomia da burocracia frente ao controle de classe,
não sendo dominada por nenhuma classe da sociedade civil, mas mesmo nessa situação
excepcional a concepção de classe é tão central como em qualquer outra.
Lênin vê que a aparente conciliação que um estado democrático pode oferecer, é
só aparente, pois esse conflito é irreconciliável, o próprio Estado é um órgão de
dominação de classes e de opressão de uma classe pela outra, ao tentar criar uma
aparente conciliação, o Estado legalizaria e colocaria ordem nessa constante opressão,
perpetuando o conflito de classes.
Já que o Estado só existe porque está inserido em um conflito de classes, com o
fim desse conflito cercearia a necessidade de um Estado.

Bibliografia

Estado e Teoria Política, Martin Carnoy, Cap. 2: Marx, Engels, Lênin e O Estado, pag.
63-81

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