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UNIVERSIDADE DE AVEIRO

DEGEI – GESTÃO INTEGRADA DE PROJECTOS

Gestão Integrada de
Projectos
Tópicos

2004, José Magano, Mário C. Santos


Desenvolvimento da Gestão de Projectos

• Consequência:
– do progresso tecnológico
– da crescente integração de economias e mercados
– da aceleração da rivalidade concorrencial
• maiores exigências de inovação
• introdução de melhorias incrementais
• maiores exigências de eficiência na utilização dos recursos

2004, José Magano, Mário C. Santos


O que é um Projecto?

• Conjunto de actividades e tarefas


– não repetitivas e planificadas
– sequencialmente independentes
– realizadas de acordo com especificações técnicas
pré-determinadas
– visa atingir objectivos
...sob especificações pré-fixadas de custos e prazos

2004, José Magano, Mário C. Santos


Características de um Projecto
Recursos
Tempo Recursos Financeiros Recursos
Humanos Técnicos

Duração da execução Limitados


limitada

→ Missão distintiva
→ Conclusão bem definida

2004, José Magano, Mário C. Santos


Actividades contínuas

• Grande número de organizações está, estrutural


e operacionalmente estruturada para a realização
de actividades contínuas
– sequenciais

– especializadas

2004, José Magano, Mário C. Santos


Caracterização dos projectos

Promotor, dimensão e âmbito


Meios Caracter ísticas
Características
Dinâmica, descontinuidade Principais
Irreversibilidade

→ Aleatoriedade
→ Risco

2004, José Magano, Mário C. Santos


Novos desafios e oportunidades das empresas

Desenvolvimentos
Mercados dinâmicos tecnológicos
• Competição internacional • Novas tecnologias de automação
• Ciclos de vida dos produtos mais curtos • Novos sistemas de comunicação e
• Maior envolvimento dos clientes informação

Complexidade
crescente
• Mais interrelações
• Novos intervenientes
Desenvolvimentos
Mudanças de
ambientais
• Novas leis e regulamentos
paradigma
• Descentralização nas organizações
• Imposições ambientais
• Participação, trabalho de equipa
• Evolução dos colaboradores
2004, José Magano, Mário C. Santos
Contexto estratégico da gestão de projectos

• Os projectos existem e a sua gestão desenvolve-se num


contexto mais amplo do que o do próprio projecto.

• A equipa de gestão do projecto deve entender com


clareza este contexto mais alargado

• A gestão das actividades operacionais do projecto é


condição necessária, mas não suficiente.

2004, José Magano, Mário C. Santos


Contexto estratégico da gestão de projectos

• A génese dos projectos


– concretização da intenção estratégica da organização
– execução das necessidades da gestão operacional

• A congruência estratégica do projecto

• O projecto enquanto elemento de descontinuidade estratégica


(PRHALAD & HAMMEL)

• Veículo de internalização de “actos específicos” de inovação e


da mudança

2004, José Magano, Mário C. Santos


Tipos de projectos

• Atendendo à natureza:
– Construção
– Investigação
– Organização
– Desenvolvimento
– Comercialização

• Carácter interno/externo:
– Externos
– Internos

2004, José Magano, Mário C. Santos


Programa / Projecto

Programa
Sub-projecto

Projecto Projecto
Sub-projecto

Projecto

2004, José Magano, Mário C. Santos


Projecto: critérios de gestão

Qualidade

Recursos Tempo

2004, José Magano, Mário C. Santos


Funções da gestão de projectos

CLIENTE

PROJECTO

GESTÃO RECURSOS GESTÃO TÉCNICA GESTÃO RECURSOS FÍSICOS/


HUMANOS /FINANCEIROS
Concepção técnica
Organização Planeamento
Engenharia
Comunicação Informação
Objectivos
Formação Controlo
Métodos
Coordenação Coordenação
Qualidade
Motivação Decisões
Produção
2004, José Magano, Mário C. Santos
Ciclo de vida de um projecto

Preparação
Selecção
Identificação do preliminar Formulação do
projecto Avaliação
projecto
e
(Estudo Decisão
(ideias) (Estudo
pré- viabilidade)
-viabilidade)

Estudos/Avaliação

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Ciclo de vida de um projecto

Execução

Proposta,
Negociação e Planeamento Implementação Controlo
Contratação

Gestão de Projectos

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Ciclo de vida de um projecto

Exploração

Condução e arranque da actividade

Gestão da Organização

2004, José Magano, Mário C. Santos


Ciclo de vida de um projecto de construção

DUNCAN, William R.; A Guide to the Project Management Body of Knowledge; 2nd ed.; 1996;
Project Management, Upper Darby, PA.
2004, José Magano, Mário C. Santos
Interessados no projecto (Stakeholders)

• Indivíduos e organizações activamente envolvidos no


projecto e cujos interesses podem ser afectados — positiva
ou negativamente — pela realização do projecto
• A equipa de gestão do projecto deve procurar
– identificar os interessados no projecto e identificar as suas
expectativas e necessidades
– gerir e influenciar essas expectativas tendo em vista o sucesso do
projecto
• Gestor do projecto; Clientes; Executores; Patrocinadores...

2004, José Magano, Mário C. Santos


Projectos: Organização
• Organização:
– Núcleo operativo
– Mecanismo de coordenação
– Controlo
– Informação
– Estratégia

• Formas organizativas:
– Funcional (e variantes)
– Matricial

2004, José Magano, Mário C. Santos


Organização funcional

DUNCAN, William R.; A Guide to the Project Management Body of Knowledge; 2nd ed.; 1996;
Project Management, Upper Darby, PA.
2004, José Magano, Mário C. Santos
Organização por projecto

DUNCAN, William R.; A Guide to the Project Management Body of Knowledge; 2nd
ed.; 1996; Project Management, Upper Darby, PA.
2004, José Magano, Mário C. Santos
Organização matricial
Weak Matrix

DUNCAN, William R.; A Guide to the Project Management Body of Knowledge; 2nd
ed.; 1996; Project Management, Upper Darby, PA.
2004, José Magano, Mário C. Santos
Organização matricial
Balanced Matrix

DUNCAN, William R.; A Guide to the Project Management Body of Knowledge; 2nd
ed.; 1996; Project Management, Upper Darby, PA.
2004, José Magano, Mário C. Santos
Organização matricial
Strong Matrix

DUNCAN, William R.; A Guide to the Project Management Body of Knowledge; 2nd
ed.; 1996; Project Management, Upper Darby, PA.
2004, José Magano, Mário C. Santos
Organização matricial
Composite

DUNCAN, William R.; A Guide to the Project Management Body of Knowledge; 2nd
ed.; 1996; Project Management, Upper Darby, PA.
2004, José Magano, Mário C. Santos
Arquitectura organizacional

DUNCAN, William R.; A Guide to the Project Management Body of Knowledge; 2nd
ed.; 1996; Project Management, Upper Darby, PA.
2004, José Magano, Mário C. Santos
O gestor do projecto

• Funções:
– gerir o interface do projecto com a empresa, os clientes e os
fornecedores
– gerir os recursos físicos, humanos e financeiros
– planear e controlar eficientemente a utilização dos recursos em
função dos critérios de gestão (tempo, custo e qualidade)

• Perfil desejável:
– Boa capacidade de comunicação
– Boa capacidade de relacionamento interpessoal
– Competência na área técnica e de gestão
– Flexibilidade, rapidez, energia, iniciativa
– Espírito de liderança
– Capacidade de tomar decisões

2004, José Magano, Mário C. Santos


Preparação e avaliação do projecto

• Identificação das possibilidades - Estudos de Oportunidade

• Selecção preliminar e definição do projecto -Estudos de pré-


viabilidade

• Formulação do projecto - Estudos de viabilidade

• Avaliação final e decisão de realização do projecto

2004, José Magano, Mário C. Santos


Estudo de viabilidade
• Resumo
• Antecedentes e historial do projecto
• Dimensão do mercado e capacidade do projecto
• Factores de produção materiais e imateriais
• Localização e implantação
• Aspectos técnicos do projecto
• Recursos
• Organização da projecto
• Custos e proveitos
• Avaliação económica e financeira
• Planeamento da execução

2004, José Magano, Mário C. Santos


Projectos:
Planeamento, Implementação e Controlo

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento do tempo

• Definição de Actividades

• Estabelecimento da sequência das Actividades

• Estimação da duração das Actividades

• Estabelecimento da calendarização do Projecto

• Controlo da calendarização do Projecto

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento do tempo
• Definição de Actividades
– Inputs
• Work breakdown structure (WBS)
• Scope statement
• Informação histórica
• Restrições
• Pressupostos
– Instrumentos e técnicas
• Decomposição
• Templates
– Outputs
• Lista de actividades
• Informação detalhada
• Actualização da Work breakdown structure

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento do tempo
• Estabelecimento da sequência das Actividades
– Inputs
• Lista de actividades
• Descrição do produto
• Dependências
– imperativas
– discricionárias
– externas
• Restrições
• Pressupostos
– Instrumentos e técnicas
• Diagrama de precedências
• Diagrama ADM, PERT, CPM,...
• Diagrama de relações condicionais
• Diagrama de rede
– Outputs
• Diagrama de rede do projecto
• Lista ajustada de actividades

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento do tempo

• Estimação da duração das Actividades


– Inputs
• Lista de actividades
• Restrições
• Pressupostos
• Requisitos de recursos
• Informação histórica
– Instrumentos e técnicas
• Avaliação de especialistas
• Estimação por analogia
• Simulação
– Outputs
• Estimação da duração das actividades
• Bases de estimação
• Actualização da lista de actividades

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento do tempo

• Estabelecimento da Calendarização do Projecto


– Inputs
• Diagrama de rede do projecto
• Estimação da duração das actividades
• Requisitos de recursos
• Descrição dos recursos
• Calendários
• Restrições
• Pressupostos
• Folgas
– Instrumentos e técnicas
• Análise matemática
• Compressão da duração
• Simulação
• Heurísticas de nivelamento de recursos
• Software de gestão de projectos
2004, José Magano, Mário C. Santos
Planeamento do tempo

• Estabelecimento da Calendarização do Projecto


– Outputs
• Calendarização do projecto
• Informação detalhada
• Plano de gestão da calendarização
• Actualização dos requisitos de recursos

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento do tempo

• Controlo da calendarização do Projecto


– Inputs
• Calendarização do projecto
• Relatórios de execução
• Necessidades de alterações
• Plano de gestão da calendarização do projecto
– Instrumentos e técnicas
• Sistema de controlo de alterações de calendarização
• Medidas de desempenho
• Planeamento adicional
• Software de gestão de projectos
– Outputs
• Ajustamentos na calendarização
• Acções correctivas

2004, José Magano, Mário C. Santos


Gestão da qualidade do projecto

• Planeamento da Qualidade

• Garantia da Qualidade

• Controlo da Qualidade

2004, José Magano, Mário C. Santos


Gestão da qualidade do projecto

• Planeamento da Qualidade
– Inputs
• Política de qualidade
• Scope statement
• Descrição do produto
• Padrões, normas e regulamentos
• Outros outputs do processo
– Instrumentos e técnicas
• Análise custo/benefício
• Benchmarking
• Diagrama de fluxos
• Desenvolvimento de experimentação
– Outputs
• Plano de gestão da qualidade
• Definição de procedimentos
• Checklists
• Inputs para outros processo
2004, José Magano, Mário C. Santos
Gestão da qualidade do projecto

• Garantia da Qualidade
– Inputs
• Plano de gestão da qualidade
• Resultados do controlo de qualidade
• Definição de procedimentos
– Instrumentos e técnicas
• Instrumentos e técnicas de planeamento da qualidade
• Auditorias de qualidade
– Outputs
• Melhoria da qualidade

2004, José Magano, Mário C. Santos


Gestão da qualidade do projecto

• Controlo da Qualidade
– Inputs
• Resultados da execução do projecto
• Plano de gestão da qualidade
• Definição de procedimentos
• Checklists
– Instrumentos e técnicas
• Inspecção
• Mapas de controlo
• Diagramas de Pareto
• Amostragem estatística
• Diagrama de fluxos
• Análise de tendências
– Outputs
• Melhoria da qualidade
• Decisões de aceitação/rejeição
• Trabalho adicional para corrigir anomalias
• Registos de checklists completos
• Ajustamentos de processo
2004, José Magano, Mário C. Santos
Gestão dos recursos

• Planeamento dos recursos

• Estimação dos custos

• Orçamentação

• Controlo de custos

2004, José Magano, Mário C. Santos


Gestão dos recursos

• Planeamento dos recursos


– Inputs
• Work breakdown structure
• Scope statement
• Informação histórica
• Descrição dos recursos
• Organização
– Instrumentos e técnicas
• Avaliação de especialistas
• Identificação de alternativas
– Outputs
• Requisitos de recursos

2004, José Magano, Mário C. Santos


Gestão dos recursos

• Estimação dos custos


– Inputs
• Work breakdown structure
• Requisitos de recursos
• Custos unitários/...
• Estimação da duração das actividades
• Informação histórica
• Método de imputação de custos
– Instrumentos e técnicas
• Estimação por analogia
• Modelização paramétrica
• estimação “bottom-up”
• Ferramentas computorizadas
– Outputs
• Estimação de custos
• Informação detalhada
• Plano de gestão de custos

2004, José Magano, Mário C. Santos


Gestão dos recursos

• Orçamentação
– Inputs
• Estimação de custos
• Work breakdown structure
• Calendarização do projecto
– Instrumentos e técnicas
• Instrumentos e técnicas de estimação de custos
– Outputs
• Calendarização de custos

2004, José Magano, Mário C. Santos


Gestão dos recursos

• Controlo de custos
– Inputs
• Calendarização de custos
• Relatórios de execução
• Necessidades de alteração
• Plano de gestão dos custos
– Instrumentos e técnicas
• Sistema de controlo de alterações de custos
• Medidas de desempenho
• Planeamento adicional
• Ferramentas computorizadas
– Outputs
• Estimação corrigida de custos
• Actualização de orçamentos
• Acções correctivas
• estimação de custos remanescentes
2004, José Magano, Mário C. Santos
Elementos operacionais

• Plano director do projecto


– Finalidade - Objectivos - Organização adoptada, definição de responsabilidades,
dependência hierárquica - Circuitos de informação/decisão - Sistema de codificação de
actividades - Prestação de contas, periodicidade - Interpretação de cláusulas
contratuais - Partição em sub-projectos e interligação - Forma de gestão adoptada

• Organigrama técnico do projecto (WBS)


• Configuração de referência
• Plano de execução de actividades
• Plano de utilização de recursos
• Orçamento do projecto

2004, José Magano, Mário C. Santos


Controlo
• Tempo
– Rede PERT/CPM, actividades críticas
– Identificar desvios -> corrigir...
– Periodicidade adequada de leitura
– Informação: relatórios de progresso
– (precisos, rigorosos, sintéticos, quadros/gráficos, circulação rápida)
– Analisar desvios considerando custos e resultados...

2004, José Magano, Mário C. Santos


Controlo

• Custos
– Estabelecer previamente sistema de contas adequado;
• definir critérios de afectação de custos às actividades
– Identificar desvios e analisar
– Positivo: bom controlo de custos; ou não se registou custos verificados; ou se
sobrestimou os custos durante planeamento

2004, José Magano, Mário C. Santos


Controlo

• Custos
– Negativos: mau controlo de custos; sub-orçamentação; subestimação
de custos durante planeamento
– Periodicidade adequada de leitura
– Informação: deve constar nos relatórios de progresso
(inc: materiais, equipamentos, trabalho, gastos gerais; se necessário,
desagregar)

2004, José Magano, Mário C. Santos


Controlo

• Qualidade/Resultados
– O nível de qualidade e de segurança de um projecto deve ser verificado
por inspectores em toda a organização, ou mesmo por entidade sub-
contratada... (especificações pré-definidas, muito claras)
– Qualidade: especialização por sector de actividade
– Controlo sistemático
– Responsabilidade: chefe do projecto, mas também do cliente!
– Garantir qualidade: selecção, formação e motivação dos colaboradores
• Coordenação das acções de controle

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento e Redes

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• A calendarização de tarefas ou actividades é um instrumento


da gestão de projectos

• Técnicas mais utilizadas no planeamento de actividades:


– Diagrama de Gantt
– Diagramas de redes de actividades
• CPM, PERT, ADM

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Diagrama de Gantt
– Henry Gantt (1951) desenvolveu um sistema para representar as
tarefas de um projecto no tempo
– É provavelmente o melhor meio de comunicação entre os membros
da equipa do projecto
– Difícil prever o impacto do deslize de uma tarefa em projectos mais
complexos (o diagrama não evidencia interdependências entre
tarefas)

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Diagrama de Gantt (exemplo)

Actividades: A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L

0 5 10 15 20 25
Tempo

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Diagrama de Rede
– CPM: Critical Path Method (DuPont e Remington Univac Division)
– PERT: Performance Evaluation and Review Technique (Marinha EUA
e Booze, Allen e Hamilton – construção do míssil Polaris)
– Permitem representar graficamente a sequência e a interdependência
entre tarefas
– PERT permite utilizar técnicas de probabilidade

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Esquemas de Rede CPM/PERT

Actividade A Actividade C Actividade D


Rede com
actividades nos
nós
Actividade B

Rede com 2
actividades nos Actividade A Actividade B

ramos
1 3 4
Actividade C Actividade D

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Actividades nos nós ou nos ramos?


– Actividades nos ramos: os círculos representam um evento
– Actividades nos nós: os nós são actividades; os ramos indicam a sua
sequência. Os eventos não são evidenciados (a não ser que sejam
marcos – milestones)
– Ambas as representações conduzem ao mesmo resultado, i. é, à
determinação do caminho crítico do projecto
– Actividades nos nós: mais popular (adoptado na generalidade do
software de projectos)

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Caminho crítico
– Maior sequência de actividades na rede de um projecto, que
determina a menor duração possível em que esse projecto pode ser
concluído
– As actividades do caminho crítico designam-se por críticas
– Cada actividade crítica deve ser completada conforme planeado, para
não penalizar a duração do projecto (actividade sem folga)

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• … boas práticas:
– Definição cuidadosa das actividades
– Detalhe não deve ir além do que pode ser efectivamente gerido
– Evitar durações excessivas de actividades (melhor sub-dividir)
– Fazer prevalecer o que é logicamente possível
– Afectar recursos só após a calendarização
– Utilizar a mesma unidade de tempo

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Admita-se que um projecto começa no instante t=0; o


objectivo da rede é determinar quando o projecto pode
terminar (o mais cedo possível)

• A calendarização faz-se depois, considerando as diversas


restrições (datas de início de certas tarefas, disponibilidade de
recursos, precedências relativas a outros projectos...)

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Normalmente há um deadline. Se a rede determinar que a


duração do projecto excede o objectivo do prazo, é
necessário introduzir alterações para poder cumprir este
prazo

• É fundamental rever o resultado, incorporando as restrições e


garantindo a afectação viável dos recursos

calendarização

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Regras de redes PERT/CPM

– Antes de uma actividade começar, todas as actividades precedentes


devem ser completadas
– Os ramos/setas do esquema denotam uma sequência lógica; o seu
comprimento e a sua inclinação não possuem qualquer significado
– Na rede o tempo corre da esquerda para a direita

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Redes com actividades nos ramos


– Redes do tipo (i,j)
– Um nó em que termina uma actividade tem sempre um número maior
do que aquele em que se inicia essa actividade

2
Actividade
A

B
1 3
3

Duração

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Redes com actividades nos ramos


– Actividades fictícias:
• de identidade

Água a ferver
2
Água a ferver
Água a ferver + X
café
1 2 3 Água a ferver + café
Café
1 3
Café

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Redes com actividades nos ramos


– Actividades fictícias:
• lógicas

A C
2
A C

X
2

B D
B D
3

C é precedido apenas por A

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Redes com actividades nos ramos


– Actividades fictícias:
• de trânsito de tempo

A C
4

X
t

B D F
5 6

F é precedido por A e D, mas é obrigada a esperar um dado tempo t desde o fim de A

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Redes com actividades nos ramos


– Erros a evitar:

Looping Dangling
2

3 4

3 4

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Redes com actividades nos ramos


Notação:
→D duração da actividade
→CI data de mais cedo início CI CC

→CC
→TI
data de mais cedo conclusão
data de mais tarde início
TI
X TC

→TC data de mais tarde conclusão

D = CC – CI = TC - TI

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Redes com actividades nos ramos

– Folga total (float): período de tempo que uma actividade pode ser
atrasada sem afectar a duração total do projecto

Si,j = TIi,j – CIi,j = TCi,j – CCi,j

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Redes com actividades nos ramos

– Folga livre: período de tempo que uma actividade pode ser atrasada
sem afectar as actividades sucedentes nem a duração total do
projecto

Folga livre = Mín (CIj) – CCi,j


Vi

→ Uma actividade crítica tem folga = 0

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Redes com actividades nos ramos

– Regra de estimação do tempo de mais cedo início CI de uma


actividade:
• A data de mais cedo início de uma actividade iniciada num dado nó é
igual ao maior valor da data de mais cedo conclusão das actividades que
entram nesse nó
• CC = CI + D
• Determinam-se a partir de um procedimento da esquerda para a direita

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Redes com actividades nos ramos

– Regra de estimação do tempo de mais tarde conclusão TC de uma


actividade:
• A data de mais tarde conclusão de uma actividade que entra num dado
nó é igual ao menor valor da data de mais tarde início das actividades
que deixam esse nó
• TI = TC - D
• Determinam-se a partir de um procedimento da direita para a esquerda

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

9Exemplo
Actividade Duração Preced. Recursos

A 2 - X

B 1 A X; Y

C 4 - Y

D 6 B,C X

E 2 B,C Y

F 2 E X; Y

G 3 D,F X

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

9Rede com actividades nos ramos

4 10
0 2 2 2 3 4D 10
1A 3 3B 4
6
2 0 4 1 4 6 6 8 10 13
C
0 4 6E 8 8F10 10G13
1 3 4 5 6
4 2 2 3

CI CC

TI
X TC

Caminho crítico: C - D - G
2004, José Magano, Mário C. Santos
Planeamento

9Diagrama de Gantt

Actividades: A
B
C
D
E
F
G

0 5 10 15 20 25
Tempo

Duração total do projecto: 13

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

9Redes: folgas
Actividade Duração Preced. CI CC TI TC FT FL Crít.

A 2 - 0 2 1 3 1 0

B 1 A 2 3 3 4 1 1

C 4 - 0 4 0 4 0 0 9
D 6 B,C 4 10 4 10 0 0 9
E 2 B,C 4 6 6 8 2 0

F 2 E 6 8 8 10 2 2

G 3 D,F 10 13 10 13 0 0 9

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

9 Rede com actividades nos nós


→ Redes do tipo Xi
→ Um nó representa uma actividade; não são representados
eventos
→ Regras semelhantes às das redes tipo Xi,j

X
CI
TI Dur.

A representação gráfica no nó varia muito com o software (no esquema, representação aprox. à standard
do Microsoft Project 2000)
2004, José Magano, Mário C. Santos
Planeamento

9Redes com actividades nos nós


A B D G Fim
0 2 4 10
1 2 3 1 4 6 10 3 0

Início
0

C E F
0 4 6
0 4 6 2 8 2

Caminho crítico: C - D - G
2004, José Magano, Mário C. Santos
Planeamento

• Calendarização

– A rede é uma primeira proposta de implementação das actividades


– A análise da rede normalmente permite encontrar uma alternativa
melhor
– Garantir que restrições são tidas em conta
– Ponderar risco

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Eventual reformulação da Rede

• Sobreposição (parcial) de actividades


• Compressão de actividades (crashing)
• Afectação de mais recursos (e.g. horas extraordinárias, mais
equipamento, mais pessoal...)
• Aumento do risco

• Evitar: horas extraordinárias


• Encorajar manutenção de folgas e produtividade

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Compressão (colapso) das actividades (crashing)

– A diminuição da duração total do projecto faz-se actuando


sobre as actividades críticas
– Método: procedimento sistemático – passo a passo,
reduzir uma unidade de tempo a uma das actividades
críticas

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Compressão (colapso) das actividades (crashing)

– Analisar previamente que actividades podem ser


aceleradas, o limite e o custo dessa aceleração
– Entre actividades críticas, optar pela que optimizar o
critério adoptado (e.g. minimizar o acréscimo de custo
provocado pela redução)

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

9Crashing: exemplo
Actividade Duração Preced. Aceleração Custo da
máxima aceleração

A 2 - 0 -

B 1 A 0 -

C 4 - 2 20

D 6 B,C 3 60

E 2 B,C 1 5

F 2 E 0 -

G 3 D,F 0 -

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Crashing: exemplo
– Passo 1: acelerar C um dia
• Custo marginal = 10
• Duração total do projecto = 12
• Caminhos críticos: C – D – G; A–B–D-G

3 9
0 2 2 2 3 3D 9
0A 2 2B 3
6
2 0 3 1 3 5 5 7 9 12
C
0 3 5E 7 7F 9 9 G12
1 3 4 5 6
3 2 2 3

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Crashing: exemplo
– Passo 2: acelerar D um dia
• Custo marginal = 20
• Duração total do projecto = 11
• Caminhos críticos: C – D – G; A–B–D-G

3 8
0 2 2 2 3 3D 8
0A 2 2B 3
5
2 0 3 1 3 5 5 7 8 11
C
0 3 4E 6 6F 8 8 G11
1 3 4 5 6
3 2 2 3

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Crashing: exemplo
– Passo 3: acelerar D um dia
• Custo marginal = 20
• Duração total do projecto = 10
• Caminhos críticos: C–D–G; A–B–D–G; A–B–E-F-G; C-E-F-G

3 7
0 2 2 2 3 3D 7
0A 2 2B 3
4
2 0 3 1 3 5 5 7 7 10
C
0 3 3E 5 5F 7 7 G10
1 3 4 5 6
3 2 2 3

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Crashing: exemplo
– Passo 4: acelerar D e E um dia
• Custo marginal = 20 + 5 = 25
• Duração total do projecto = 9
• Caminhos críticos: C–D–G; A–B–D–G; A–B–E-F-G; C-E-F-G

3 6
0 2 2 2 3 3D 6
0A 2 2B 3
3
2 0 3 1 3 4 4 6 6 9
C
0 3 3E 4 4F 6 6 G 9
1 3 4 5 6
3 1 2 3

C e D ainda poderiam ser aceleradas 1 dia, mas o caminho A-B-E-F-G já não seria encurtado...

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Compressão (colapso) das actividades (crashing)

– Adoptar configuração da rede que permite atingir o objectivo de prazo


e minimiza custos
– A compressão normalmente provoca acréscimo de custos, mas pode
introduzir algumas economias (custos fixos)
– Limitações do método:
• Difícil aplicar na prática
• Discutível linearidade assumida nas variações marginais dos custos

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Afectação de Recursos

– “Inscrever” os recursos necessários na rede


– Uma actividade pode ser “carregada” se todas as actividades que a
precedem se encontram concluídas
– Se em dado momento não há disponibilidade de recursos para uma
actividade, o CI é atrasado

– Se há sobre-afectação de um recurso:
• Utilização das folgas
• Deslizamento de actividades
• Esforço adicional (mais recursos)
• ...

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

• Afectação de Recursos
Deslizamento de Actividades (levelling)
Exemplo

Actividade Duração Preced. Recursos

A 2 - X

B 1 A X; Y

C 4 - Y

D 6 B,C X

E 2 B,C Y

F 2 E X; Y

G 3 D,F X

2004, José Magano, Mário C. Santos


Planeamento

9Afectação de recursos

Actividades: A
B
C
D
E
F
G

0 5 10 15 20 25
Tempo

Mapa de 200%
carregamento
100%
de recursos
0 5 10 15 20 25

X
Y
2004, José Magano, Mário C. Santos

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