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DO LABIRINTO AO INVISÍVEL: A HISTÓRIA DO LIVRO RARO NO

BRASIL
Ana Virginia Pinheiro, CRB-7/2761*

RESUMO: Apresenta uma síntese da história do livro raro no Brasil, a partir de


analogia com o mito do labirinto – representado pelo palácio egípcio, o Lope-rohunit,
e o palácio cretense, prisão do Minotauro. Descreve a busca e recuperação de itens
do acervo da biblioteca de livros raros, pelo usuário, como uma ação em ambiente
de caos, que depende do grau de sua obsessão e de crédito no acaso, comparando
essas características às noções de serendipidade e pentimento. Pondera que a
realidade de organização desses acervos, muitas vezes transformados em tesouros,
condiciona o seu uso à capacidade do usuário de ver e à possibilidade de tocar o
livro raro. Afirma que é o toque que permite a visão antecipadora – ver o livro raro
"com os olhos" não viabiliza o sentido completo de seu significado; ver o livro raro
"pelo toque" leva à experimentação de imensas possibilidades que dependem do
instinto do leitor para transformar-se em inteligência. Demonstra que o livro raro não
é apenas para ler, mas para ser analisado, como monumento e como documento –
em matéria e espírito; isto é, em continente e conteúdo, em suporte e informação.
Conclui, relatando o destino de algumas bibliotecas de acervos raros e preciosos e
enfatizando a necessidade de mais contribuições para a valorização e o crescimento
da Biblioteconomia de Livros Raros no Brasil.

Os domínios do mistério prometem as mais belas experiências


Einstein

A história do livro raro no Brasil está por escrever. E continuará


desse modo, a despeito desta exposição, porque é uma história
descontinuada e intermitente, obscura e sob constante revelação. A
história do livro raro no Brasil é, em todas as letras, uma peça incomum,
rara, difícil de achar... – seja do livro raro de uso público, seja do livro
raro de uso particular.

*
Bibliotecária da Fundação Biblioteca Nacional e Professora da Escola de Biblioteconomia da UNIRIO. Mestre
em Administração Pública. E-mail anapaz@rio.matrix.com.br ou anapaz@bn.br
Para compreender a história do livro raro no Brasil há que lançar
mão de um meio indireto de comunicação, porque tão difícil quanto
explicar porque os livros impressos no século XV não tinham página de
rosto e iniciavam com um "Aqui começa...", é quase impossível sintetizar
uma história de tantas faces e meandros. Daí, a opção, não pela lógica
da identidade, mas, pela lógica da analogia, elegendo arbitrariamente
um símbolo-tipológico que permitirá entrever um sentido, que se
pretende unívoco, da história proposta – o labirinto, sem identificar
totalmente essa história, porque compreendê-la através de uma
semelhança é vê-la por uma impressão pessoal, sempre particular, que
dilui as diferenças e constrói um sistema artificial, invisível (cf. Alleau,
1976, p. 90-92).
As simbólicas do labirinto e do invisível adequam-se,
perfeitamente, à realidade do livro raro no Brasil. A realidade aqui
referida é aquela que reflete as condições de existência efetiva de livros
considerados raros, preciosos, únicos, em um Brasil onde, sob os
aspectos político e administrativo, biblioteca e o que é "socialmente
imprescindível" (Ortega y Gasset, apud HORTA, 1998) ocupam lados
opostos da mesma escala de valores.
A história do livro raro no Brasil é um labirinto, como o Lope-
rohunit, o palácio do faraó egípcio Amenemés III, com suas 12 grandes
salas e 3.000 câmaras idênticas, 1.500 das quais eram subterrâneas e
serviam como sepulturas de nobres e sagrados (Lello, v. 2, p. 4). O livro
raro, no Brasil, distribui-se em salas e sub-salas, algumas tão
profundamente “subterrâneas”, como cofres tumulares de preciosidades,
de tal modo que parece impossível a apropriação de seu conteúdo.
A multidão de livros raros a espera de um leitor leva à imagem do
Labirinto cretense, de Cnossos (Ariadne’s, 2000), o palácio-prisão do
monstro Minotauro, com corredores intercomunicantes e às escuras. O
herói Teseu serviu-se de um fio fornecido por Ariadne que, esticado no
chão do Labirinto, como uma trilha, assinalou o caminho da volta, após
matar o monstro com corpo de homem e cabeça de touro, que se
alimentava de carne humana; para iluminar seus passos, Teseu
recebeu de Dioniso uma coroa luminosa (Spalding, 1965, p. 28, 149,
246-248). O leitor do livro raro, no entanto, não dispõe do fio de Ariadne
– os catálogos que lhe garantiriam acesso às coleções especiais, são
incompletos, parciais ou inexistentes, e a “iluminação” de seus passos
na biblioteca depende, quase que exclusivamente, da erudição do
curador, que nem sempre tem o domínio de seu conteúdo.
A biblioteca de livros raros é um engenho que desafia a argúcia do
leitor potencial, que vaga sem rumo, porque não dispõe de indicadores
de coleções, de guias de instituições de guarda. Desse modo, a
biblioteca de livros raros configura-se como entidade invisível. Invisível,
aqui, não é aquilo que, pela sua pequenez, natureza ou distância a que
se acha, escapa ao sentido da vista; mas, sim, o que se esconde aos
olhos de quem não dispõe dos instrumentos necessários para “ver" –
muitas vezes, sabe-se que o livro raro está ou só poderia estar em
determinada biblioteca, mas, entre saber da sua presença e poder
alcançá-lo há um considerável "tatear no escuro"
O labirinto e o invisível constituem, pois, associados, o impasse –
a expressão do sentimento do pesquisador, prostrado ante a perspectiva
de acervos de pesquisa, com pouca ou nenhuma informação sobre
eles.
Se chegar ao livro raro, à edição procurada, ao exemplar único
conhecido, é uma tarefa que requer a obstinação de um arqueólogo e a
paciência de um copista beneditino, em um labirinto de múltiplas
direções e poucas possibilidades de escolha – certas, erradas e
duvidosas – tocar o livro raro é um privilégio de implicações que ainda
estão por ser descobertas.
A literatura específica assinala que "a missão essencial do labirinto
era defender o centro, quer dizer, o acesso iniciático à sacralidade, à
imortalidade e à realidade absoluta" (Diel, 1952, apud Cirlot, 1984, p.
330). Como labirinto, a biblioteca de livros raros pretende constituir-se
como sistema de defesa "de alguma coisa preciosa ou sagrada" (cf.
Chevalier & Gheerbrant, 1998, p. 530-531) contra o "mau" usuário,
contra o usuário "desconhecido", contra circunstâncias de perigo mal
definidas. Há, nesse contexto, uma certeza fundamental que deve ser
considerada: os livros morrem – como matéria orgânica, têm tempo de
vida útil e em nossas bibliotecas seladas, chaveadas, os livros morrem
nas prateleiras, em caixotes, em depósitos, em cofres... enrugam,
ressecam, esmaecem, viram fragmentos pela ação do bicho, da
umidade, do tempo, da falta de uso.
Como um lugar sagrado, um cofre de tesouros, a biblioteca de
livros raros é o lugar onde o livro está "preso"; onde, se é permitido vê-
lo, não é permitido tocá-lo. No entanto, é o toque que permite a visão
antecipadora. Ver o livro raro "com os olhos" não viabiliza o sentido
completo de seu significado. Ver o livro raro "pelo toque" leva à
experimentação, quase esotérica, do infinito, de imensas possibilidades
que dependem do instinto do leitor para transformar-se em inteligência.
Aliás, o livro raro não é só para ler – é para ser analisado, como
monumento e como documento, em matéria e espírito; isto é, em
continente e conteúdo, em suporte e informação. Cada livro representa
todo o mundo. E cada biblioteca é um "livro único", que precisa ser, por
sua vez, desestruturada, para revelar as condições de sua formação (cf.
Le Goff, 1998, p. 54).
De modo genérico, o labirinto é o "mundo do mal" (Peyronie, 1997,
p. 558). Se assim for interpretado, então, a biblioteca de livros raros
como síntese do labirinto seria o inferno. Talvez, por isso,
inconscientemente, o livro raro só seja permitido ao "iniciado", aquele
capaz de "interpretar o conhecimento do labirinto" (Eliade, 1954, apud
Cirlot, 1984, p. 330), dando testemunho da graça divina, pela
experiência criadora. Mas, quem é esse leitor? Quem é esse usuário?
Como as relações de leitura na história do livro raro ainda estão por
escrever e normatizar, esse usuário, com raríssimas exceções, é um
usuário potencial, um indivíduo que está por vir-a-ser leitor, porque é,
apenas, aquele que consulta itens da coleção – e há enorme distância
entre ler e consultar. A bem da verdade, a leitura em um espaço que é
equivalente ao caos requer singela obsessão e crédito no acaso.
A obsessão e o acaso, como rotina na vida do leitor ou usuário de
livros raros, favorecem à serendipidade – um fenômeno que ocorre
quando a mente e os olhos alcançaram um nível determinado de
evolução que permite "ver". O leitor, o usuário de livros raros e
preciosos é aquele que, necessariamente, deve estar preparado para
"ver", mesmo sem o fio redentor, porque “o acaso favorece apenas a
mente preparada” (Pasteur, apud Consolaro, 2000).
O termo serendípite ou serendipidade foi proposto pelo escritor
Horace Walpole, em uma carta de 1754, ao amigo Sir Horace Mann, em
que narrava seu fascínio pelo conto de fadas "Os três príncipes de
Serendip"*, onde os personagens descobriam, acidentalmente, o que
não estavam procurando (Lacaz-Ruiz, 2000) – serendipidade é a
descoberta pelo acaso; é, em bom português, "atirar no que viu e acertar

*
"Três príncipes foram chamados pelo pai no leito de morte. O rei queria deixar todo seu vasto reinado para os
filhos e também dizer que havia um grande tesouro muito próximo da superfície. Logo após a morte do pai, os
três filhos mobilizaram todos os homens do reinado para cavar e revolver a terra. Após vários anos de trabalho,
nenhum tesouro foi encontrado, mas a terra foi tão revolvida, que as colheitas foram as maiores de toda a
história do reino" (Lacaz-Ruiz, 2000).
no que não viu" e, ainda assim, fazer uma instigante descoberta. Vale
ratificar que as pessoas serendipitosas têm a percepção apurada o
bastante para "ver", de modo que o achado ganhe corpo de descoberta.
No entanto, "antes de conhecer o caminho, é preciso saber o que
procurar; a noção de fim precede a escolha dos meios a utilizar para
alcançá-los corretamente" (Fedeli, 2000), mesmo que esses meios
estejam sugeridos, apenas, na própria existência da biblioteca. Nesse
contexto, aplica-se à biblioteca de livros raros, também, a expressão
"pentimento", cunhada por Lilian Hellman: a biblioteca seria como uma
obra de arte pintada sobre uma tela antiga, que por sua vez está pintada
sobre outra tela e assim sucessivamente. Descobrir a primeira pintura
ou interpretar todas as pinturas que se sobrepõem, pressupõe
serendipidade, fruto da singela obsessão e do crédito no acaso. Assim,
o leitor-usuário de livros raros deve ter dois talentos: serendipidade e
capacidade para "ler" o pentimento. Acima de tudo, deve ter a paixão da
busca, como no poema de Drummond de Andrade,

Certa Palavra dorme na sombra


de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo. Vou procurá-la.
Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
Procuro sempre.
Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra
(Andrade, 1997, p. 113).
É nesta circunstância mística, quase religiosa, em que a biblioteca
de livros raros, como um castelo de romance gótico (cf. Walpole, O
castelo de Otranto, 1994), permite o acesso ao leitor "aceito", até que
este possa descobrir-se, na realidade, seqüestrado (cf. Peyronie, 1997,
p. 567), que o livro raro encontra sua mais sublime manifestação – o
livro e o leitor tornam-se partes de uma mesma matéria e de um mesmo
espírito. Como um personagem kafkiano, o leitor "empurra portas,
atravessa corredores, vale-se de intermediários, mais jamais alcança
seus objetivos", ou melhor, alcança parte deles, porque a incompletude
decorre da estranha sensação de existe "aquele" livro, capaz de
responder a todas as questões, raríssimo, intocado, invisível – diante da
realidade das bibliotecas de livros raros, o leitor será sempre aquele que
se guiará pela realidade que lhe é imposta: relativa e hipotética (cf.
Peyronie, 1997, p. 573), porque a biblioteca, como castelo, é a
transcendência do espiritual, a conjunção dos desejos (cf. Chevalier &
Gheerbrant, 1998, p. 199), “a realização do inconcebível, a
materialização do inesperado” (Piobb, 1950, apud Cirlot, 1984, p. 143).
Ademais, se a história do livro raro é um labirinto, se a biblioteca
de livros raros é um labirinto, na concepção de Borges, o livro também o
é – como uma estrutura hierarquizada, do geral para o mais específico,
todas as partes do labirinto são, também, labirintos (Borges, 1995).
Evidencia-se a necessidade de uma "saída" dessa errância labiríntica,
dessa realidade exterior e hostil.
Se existe um caminho, certamente, perpassa pela dessacralização
das bibliotecas de livros raros existentes no Brasil. Dessacralizar essas
bibliotecas e suas coleções, expor sua essência inteligível, implica em
descomplicar o plano e a dificuldade de percurso, e iluminar os
caminhos no labirinto, de modo a garantir o acesso ao livro labiríntico e,
por isso, infinito, contínuo e multiplicado – raro, único e precioso.
O plano, o percurso e o caminho para o livro raro dependem da
história e do conteúdo das coleções que compõe. Cada livro, mesmo
que em dezenas de exemplares, ganha o caráter da unicidade, quando
é parte de um todo particular, formado segundo os interesses de leitura
de um professor, de um estudioso, de um colecionador.
Por tradição, no Brasil, a biblioteca de livros raros é múltipla,
partilhável, partitiva e segmentária. É lugar-comum, no país, que parte
de uma biblioteca constitua outra e mais outra e tantas outras bibliotecas
quanto curadores e autoridades guardiãs julgarem necessário.
A biblioteca de livros raros no Brasil é múltipla (abrange objetos
diferentes), porque é a soma de muitas coleções, assemelhadas e
diversas, representativas de opiniões e ideologias, de crenças e
descrenças, de verdades e mentiras.
A biblioteca é partitiva (parte de um todo), partilhável (divisível em
partes) e segmentária (formada de muitos segmentos) porque seu
manifesto caráter múltiplo evidencia a possibilidade de subtração de
coleções, que vão formar outras bibliotecas. No Brasil, criam-se
bibliotecas à custa de outras e a biblioteca de livros raros tem se
prestado a isso, com inadmissível facilidade, porque se entende que
uma coleção de biblioteca pode se “desprender” dela, sendo
incorporada por outra ou se dividindo entre várias bibliotecas. Mas, o
que é uma coleção se não um conjunto único, peculiar, onde todos os
seus itens têm uma só identidade: o colecionador? Se olhada no seu
próprio universo, a coleção é, também, uma biblioteca formada de
múltiplas coleções – fotos, cartas, livros, recortes, manuscritos avulsos.
Da imagem do labirinto, “símbolo do desconcerto e da
perplexidade do homem” (Fundación, 2000), vertem essas teorias da
"biblioteca-subtraída-de-outra-biblioteca" ou da "coleção-dividida-entre-
bibliotecas", oferecendo novos ângulos de visão ao pesquisador de
livros raros, na maioria das vezes, imperceptíveis “a olho nu”. A
biblioteca de livros raros é um bom exemplo dessa situação, pois o
desenvolvimento de suas coleções é fundamentado, quase que
exclusivamente, em uma dessas “teorias”.
As revoluções, os sinistros, as reformas, o abandono e as mortes
são “parceiros” dessas “teorias”. Em todo o mundo, muitas bibliotecas
desaparecem pela combinação dessas contingências. Mas, é de crer
que inúmeras bibliotecas sobreviveram à ação destruidora, dispersaram-
se pelo mundo, tornando-se o fulcro de bibliotecas de livros raros.
O século XVIII, auge do colecionismo de livros, testemunhou o
confisco da coleção de meio milhão de volumes do duque de La Vallière,
pela Revolução Francesa (Alves, 1999). Sua magnífica coleção era a
soma de mais de 20 coleções de bibliófilos famosos, reunidas, a partir
de 1738, durante 40 anos – alguns de seus itens estão na Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro (Pinheiro, A., 1989, p. 46).
No final do século XVII, a biblioteca do ministro das finanças de
Luíz XIV, Jean Baptiste Colbert (1619-1683), confundiu-se com a
biblioteca real francesa que, hoje, constitui o acervo básico-histórico da
Biblioteca Nacional de Paris, com mais de 20 milhões de livros em 400
quilômetros de prateleiras (Escobar, 1997, p. 1). Vale ressaltar que “a
Revolução Francesa de 1789 destruiu perto de 250.000 volumes da
biblioteca do rei e guilhotinou dois bibliotecários” (Catedrais, 1992, p.
53). Alguns itens que pertenceram a Colbert, estão nas estantes da
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (cf. Lonchamp, v. 1, p. 547). Não
foi à toa, portanto, que D. João e a corte portuguesa fugiram para Brasil
com todos os seus cimélios (particularmente, bibliotecas), diante da
invasão francesa, em 1807 (Hallewell, 1985, p. 31).
A “Inconfidência do Rio de Janeiro”, assim denominada em face
das atividades da Sociedade Literária do Rio de Janeiro, contrárias aos
interesses da Coroa Portuguesa, levou à prisão, em 1794, o poeta,
professor régio de Retórica, Manuel Inácio da Silva Alvarenga, e expôs
sua biblioteca, com livros contrabandeados, censurados e proibidos
(Santos, 1992). Sua coleção de 1.576 volumes foi posta em leilão por
um livreiro português, que a comprou à preta Joaquina, herdeira e
testamenteira de Alvarenga – o Arquivo Nacional possui o catálogo
manuscritos das obras em leilão (cf. Porto, 1815). O leilão foi
embargado pelo príncipe Regente D. João, que comprou os livros,
incorporando-os à Real Biblioteca, em 1815 (Melo, 1885, p. 23; Melo,
1897, p. 224) – ou melhor, ao acervo básico-histórico da Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro.
O terremoto de 1755, em Lisboa, destruiu as principais coleções
portuguesas (cf. Mendonça, 1758, p. 130) e motivou a doação da
biblioteca do abade de Santo Adrião de Séver, Diogo Barbosa Machado,
ao rei D. José I, que perdera, também, a sua livraria. A biblioteca de
Machado, que alicerçou a produção da sua monumental "Bibliotheca
Luzitana", com seus 5.764 volumes, está hoje na Biblioteca Nacional do
Rio de Janeiro (Melo, 1897, p. 221), assim como os livros dos conventos
jesuítas de Coimbra, da Ilha de São Miguel (Carvalho, 1999, p. 91-101),
de Paris, de Lisboa (Melo, 1897, p. 222; Ribeiro, 1914, p. 416); e ainda,
os livros do conde da Barca, do duque de Aveiro; do naturalista
brasileiro José Mariano da Conceição Veloso, e tantos outros.
O incêndio que devorou quatro quintos de Londres, em 1666,
destruiu, também, bibliotecas (Gde. Enc. Delta, 1971, v. 9, p. 4083);
assim como incêndios acidentais ou criminosos destruíram metade da
biblioteca do palácio e mosteiro espanhol O Escorial, em 1671; a
Biblioteca de Estrasburgo, em 1870, bombardeada pelos alemães; a
Biblioteca Nacional do Peru, em 1879 ou 1881, pelas tropas chilenas
(Gde. Enc. Delta, 1971, v. 11, p. 5286); a Biblioteca de Turim, em 1904
(cf. Oliveira, 1989, p. 413); a Biblioteca Pública da Bahia, em 1912,
quando do bombardeio da cidade, por ordem do governo federal, que
decretou a sua intervenção (Gde. Enc. Delta, 1971, v. 2, p. 687; Martins,
1996, p. 366); e a Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro, em
1984 (A situação, 1984, p. 16,17).
As reformas administrativas, no Brasil, em nome do bem do
Estado, transferiram, dividiram ou partilharam o patrimônio de vários
órgãos, considerados “inócuos” para o funcionamento da máquina
governamental, entre eles, o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) e o
Instituto Brasileiro do Café (IBC) – as mais completas bibliotecas da
América Latina, sobre açúcar e café, respectivamente, estão na
Biblioteca do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro (Pinheiro, J.,
2000). Fato semelhante aconteceu com a biblioteca do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) – a mais
completa biblioteca sobre memória da Educação no Brasil está, hoje,
dividida, entre o próprio INEP, na sede do Ministério da Educação, em
Brasília, e a biblioteca do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, que recebeu 75.961 volumes
da coleção, em 1977, com a extinção do Centro Brasileiro de Pesquisa
Educacional (CBPE), fundado pelo educador Anísio Teixeira (Simis,
1993, p. 6). O acervo da extinta CODEBRAS-Coordenação de
Desenvolvimento de Brasília, cuja finalidade era tratar da transferências
dos órgãos oficiais para Brasília, foi incorporado à biblioteca do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em 1975 (Menezes,
2000).
A morte também deu e tem dado seu contributo às coleções de
livros raros e preciosos. As coleções de José Bonifácio de Andrada e
Silva (em 1838), do Visconde do Rio Branco (1881), do comendador
Manuel Ferreira Lagos (1873), do compositor Ernesto Nazareth (1976),
do maestro Guerra Peixe (1989), entre muitas outras, foram doadas ou
compradas pela Biblioteca Nacional.
Identificar a história das coleções que compõem a Biblioteca
Nacional brasileira não é tarefa fácil, mas, certamente, não será tão
difícil quanto recuperar a história das coleções de livros raros em todo o
Brasil ou, em todas as palavras, a própria história do livro raro no Brasil.
A dispersão de coleções e a quase total falta de registros e de
disseminação dessa mesma dispersão deixam o mais serendipitoso dos
usuários perdido no labirinto, porque poucas são as bibliotecas que
publicaram informações sobre a formação e o desenvolvimento de suas
coleções.
A "inesgotável riqueza" do livro (Chartier & Roche, 1995, p. 111)
tem urgência de revelação, porque, embora seja infinito o seu
significado, o livro também morre, pelo menos, fisicamente. Nessas
circunstâncias, as missões de domínio da História do Livro podem ser
parafraseadas daquelas apontadas por Dain para a Codicologia, a
saber: 1 a História dos livros; 2 a história das coleções de livros; 3
investigações sobre sua localização atual; 4 problemas de catalogação;
5 repertórios de catálogos; e 6 comércio do livro (Dain, apud Ruiz
García, 1988, p. 19).
No Brasil, quanto às três primeiras missões, mal dominamos a
história de nossos livros e de nossas coleções, e sequer dispomos de
instrumentos indicadores, que ofereçam informações sobre sua
localização. Quanto às outras missões, dependem destas, que são
prioritárias.
Onde estão as coleções de livros raros do Brasil. A resposta é
simples, quase ingênua: em todo o Brasil, ou melhor, dispersando-se ou
"morrendo" ou sendo salvas em todo o Brasil. A história dos livros raros
no Brasil, infelizmente, ainda é uma história de heroísmo; mas, alguns
tesouros já estão sendo revelados. Há coleções preciosas e raras, por
exemplo, nas bibliotecas do (a):
1 Museu Nacional de Belas Artes – coleção Quirino Campofiorito,
professor e artista plástico (Shinkado, 2000);
2 Paço Imperial – coleção Paulo Santos, arquiteto (Shinkado, 2000);
3 Centro de Memória Fluminense, da Universidade Federal
Fluminense – coleções Carlos Mônaco, livreiro e erudito; Ayrton
Pinto Ribeiro, historiador; Samuel Nóbrega de Siqueira, poeta,
jornalista e crítico literário e teatral (Fernandes, 2000);
4 Centro de Memória do Colégio Pedro II – coleções do Núcleo de
Documentação e Memória, do Museu e do Arquivo Histórico; e
coleções Professores Cândido Jucá Filho, Roberto Bandeira Accioli,
Antenor Nascentes e Haroldo Lisboa da Cunha (Silva, 2000);
5 Universidade do Estado do Rio de Janeiro – coleções Professores
Felipe dos Santos Reis, Roberto Lyra, Amílcar Falcão, Mattos
Peixoto Neto e coleção Hamilton de Barros Filho (Amazonas, 2000);
6 Ministério das Relações Exteriores, Brasília – coleção Ronald de
Carvalho, diplomata (Lopes, 2000);
7 Universidade Federal de São Carlos – coleção Florestan Fernandes
(Marques, 1996);
8 Centro de Estudos Baianos, da Universidade Federal da Bahia –
coleções Frederico Edelweiss, etnólogo; Manuel Pinto de Aguiar; e
José Calasans (Universidade Federal da Bahia, 2000);
9 Universidade de Campinas – coleções Sérgio Buarque de Holanda;
e Aristides Cândido de Mello e Souza, doada pelo ensaísta Antonio
Cândido em memória de seu pai (Universidade de Campinas, 2000);

Apenas, para citar algumas!


Apesar de todo o empenho de bibliotecários e responsáveis por
coleções, muitas bibliotecas de livros raros e preciosos, ainda são
cadinhos secretos, onde o livro raro, simplesmente, cumpre o seu tempo
de vida útil, morrendo, sem encontrar a mão do leitor. As bibliotecas
enfrentam a carência de dados absolutamente necessários e que ainda
não constituem informação aferida, validada. O Brasil pouco sabe sobre
os livros raros e sobre as história dos livros que possui, o que confere à
nossa História do Livro uma total falta de unidade. Se considerarmos
que, apenas, no século XV, foram impressos em torno de 30 a 40.000
edições, em cerca de 20 milhões de exemplares (Manfré, apud Ruiz
García, 1988, p. 300; Labarre, 1981), somos levados a concluir que
estamos perdendo tempo. Em outros países, a História do Livro e os
Livros Raros são objetos de grupos de estudos, de congressos de
alcance internacional.
É plenamente dispensável falar da importância de inventários e
catálogos, mas, também não é mais possível que uma área tão
específica da Biblioteconomia viva de contribuições esparsas. Talvez,
os versos de Borges preconizassem o fim dos livros que permanecerem
desconhecidos:
Meu nome é Hsiang. Sou o que custodia os livros,
Que talvez sejam os últimos,
Porque nada sabemos do Império
E do filho do Céu.
Aí estão nas altas estantes,
A um tempo próximos e distantes,
Secretos e visíveis como os astros.
Aí estão os jardins, os templos.
(Borges, 1994, p. 44)
Ou é possível que os livros raros e preciosos sejam, como quis um
poeta anônimo renascentista, o caminho que leva a Deus, a
representação de seus mistérios, ou o próprio Deus, na pessoa da
"Virgem dos Bons Livros":
pois foste o livro em quem Deus
encadernou seus prodígios,
se ao que é vida sentiste
em teu virgem pergaminho,
já livro foste da vida;
vida hás de ser dos livros.
........................................
és o título aplaudido
de teu livro, porque é Deus,
o conceito de teu livro.
O livro fechado a culpas
E aberto a humanos gemidos;
derrama um pouco de tuas graças
nas erratas de meus vícios.
(Anônimo, séc. XVII-XVIII)
Certamente, o lidar com livros raros exige sua revelação. Essa
revelação, como o fio de Ariadne no Labirinto, levaria ao Conhecimento,
que se pretende, um dia, organizado. O usuário-leitor, como Teseu, sob
as luzes de catálogos e indicadores, faria sucumbir o Minotauro, o
monstro travestido daquilo que tende a permanecer, enquanto tiver vida,
desconhecido. Compete, pois, aquele "que custodia os livros, que talvez
sejam os últimos", revelar "o livro em quem Deus encadernou seus
prodígios", para que aquele outro, que busca a "palavra que dorme na
sombra de um livro raro", possa ininterruptamente desencantá-la, como
à senha da vida.
REFERÊNCIAS
ALLEAU, René. A ciência dos símbolos. Lisboa : Edições 70, [c1976].
273 p. p. 81-98: A lógica da analogia.

ALVES, Márcio Moreira. Sobre livros (I). O Globo, Rio de Janeiro, 28


mar. 1999. O país. Disponível na Internet.
http://www.oglobo.com.br/2turno/arquivo/colunas/19990328/marcio.htm. 06 abr.
1999.

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