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a comunidade de discussão de
empresas & tendências
no século 21
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Em 50 palavras
A economia
global de hoje,
Por que a ênfase agora
competitiva, de
As razões pelas quais Lean é hoje uma estratégia triunfante e
mudanças rápidas
particularmente importante refletem desafios colocados diante das
e focada no
empresas:
cliente levou a um
renovado interesse • A necessidade de competir eficientemente na economia
por Lean. global.
• A pressão dos clientes para a redução dos preços.
• O ritmo acelerado das mudanças tecnológicas.
A economia • O foco continuado do mercado sobre qualidade, custo e
global de hoje, entrega em tempo.
competitiva, de • O apego dos fabricantes OEM às suas competências estraté-
mudanças rápidas gicas, únicas e distintivas (core competencies), terceirizando
e focada no as demais.
cliente levou a um • Os requisitos de OEM adequados pelos fornecedores aos
renovado interesse padrões de qualidade ISO 9000:2000 ou QS-9000 na indústria
por Lean. automotiva (substituídos pela norma internacional ISO/TS
16949).
• As sempre crescentes expectativas do cliente.
• A necessidade de padronizar processos para sempre obter os
A economia resultados esperados.
global de hoje,
competitiva, de Para competir com êxito na economia de hoje, é necessário ser tão
mudanças rápidas bom quanto qualquer um dos concorrentes globais, se não o melhor.
e focada no Isto é válido não apenas no tocante à qualidade, mas também quanto
cliente levou a um aos custos, processamento, entrega, setup, resposta ao mercado e
renovado interesse outros tempos de ciclo.
por Lean.
Lean enfatiza coisas tais como trabalho em equipe, treinamento e
aprendizado contínuos, produção para a demanda (puxada), custo-
mização em massa e redução do tamanho de lotes, produção celular,
troca rápida e manutenção produtiva total. Não é surpresa o fato de a
implementação de Lean fazer uso tanto das abordagens da melhoria
incremental quanto da ruptura ou salto de qualidade (breakthrough) .
Os “desperdícios” de Lean
O desperdício de recursos tem impacto direto sobre custo, quali-
dade e entrega. Excesso de estoque, movimentação desnecessária, po-
tencial humano inaproveitado, tempos não-planejados de ociosidade
e de troca de turnos são, todos, sintomas de desperdício. No sentido
contrário, a eliminação dos desperdícios causa maior satisfação do
cliente, lucratividade, produtividade e eficiência.
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Tabela 1
Causas da
variação do
Oito tipos de desperdício (chamados de muda em japonês) são alvo
desperdício de Lean:
1. Superprodução: fazer mais, mais cedo ou mais depressa
Layout pobre que o requerido pelo próximo processo.
2. Desperdício de estoque: qualquer suprimento em exces-
Longo tempo de so de fluxo de uma só peça (fazer um lote e mover um lote)
setup durante o processo produtivo, seja de matérias-primas, serviço
em andamento ou mercadorias acabadas.
Fraca organiza- 3. Produto defeituoso: produto que requeira inspeção, classi-
ção do ambiente de ficação, sucateamento, degradação, substituição ou reparação.
trabalho 4. Retrabalho: esforço adicional que não agrega valor ao
Falhas na manu- produto (ou serviço) do ponto de vista do cliente.
tenção do equipa- 5. Espera: tempo ocioso à espera de coisas tais como mão-de-
mento obra, materiais, maquinaria, mensuração ou informação.
6. Pessoal: a não-utilização das habilidades mentais e criativas
Treinamento do pessoal e da sua experiência.
inadequado 7. Movimentação: qualquer movimento de pessoal, instru-
mentos e equipamentos que não agregue valor ao produto ou
Uso de métodos
serviço.
impróprios
8. Desperdício de transporte: transportar peças ou materiais
Uso de métodos dentro da fábrica.
impróprios
Cortar esses oito tipos de desperdício é o maior objetivo da im-
Processos plementação de Lean. A contínua redução ou eliminação deles resulta
estatisticamente em surpreendentemente grandes diminuições nos custos e nos tempos
incapazes de ciclo. Uma análise da causa fundamental de cada um dos oito
desperdícios permitirá que se descubra qual é o instrumento de Lean
Inobservância
adequado para lidar com as causas identificadas.
dos procedimentos
Se, por exemplo, os gargalos forem tempos muito longos de
Falta de clareza
espera por materiais e datas de entrega, a identificação dos motivos
nas instruções ou
subjacentes pode levar o gestor a concentrar-se em coisas tais como
informações
tempos de setup, ociosidade de máquinas, absenteísmo, falta de supri-
Planejamento mento por parte do fornecedor, problemas na qualidade, ou superpro-
falho dução que resulte em excesso de estoque.
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Treinamento em massa
Depois de ministrado o treinamento em ciclos de ensinar-e-fazer
a uma massa crítica de empregados, deve-se implementar imediata-
mente o Lean.
Um projeto-piloto
Selecione um gargalo ou área de constrição para fazer o aper-
feiçoamento de Lean usando a abordagem de rompimento (salto da
melhoria da qualidade) utilizada pela Association for Manufacturing
Excellence's Kaizen Blitz. Aí, aplicando as lições aprendidas, leve a
implementação de Lean para outras áreas.
Gestão da mudança
Sintonize as estratégias da companhia e os objetivos dos empre-
gados; então, mude a cultura saindo da tradicional produção empur-
rada para a produção puxada Lean. Isto deverá, eventualmente, gerar
uma mudança filosófica de como se vê o trabalho diário.
Blocos construtores
As ferramentas e técnicas usadas para apresentar, manter e aperfei-
çoar um sistema Lean – chamadas de blocos construtores – são as
seguintes:
• 5S. Todas as cinco etapas que entram nesse sistema de or-
ganização e padronização do local de trabalho começam com
a letra S das palavras japonesas seiri, seiton, seiso, seiketsu e
shitsuke. Esses cinco termos podem ser traduzidos livremente
como classificar, ordenar, limpar, padronizar e manter (no
caso, os quatro primeiros “s”).
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Exemplos
Vejamos, pormenorizadamente, um exemplo. Se a razão primor-
dial da superprodução e do estoque excessivo for o tempo muito
longo da troca de ferramentas em processos, o instrumento certo, ou
o bloco construtor de Lean a ser utilizado, será, muito provavelmen-
te, o que se chama “troca de ferramenta em menos de dez minutos”
(ou SMED, de single-minute exchange of dies) ou técnica de troca
rápida.
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Empresa Lean
A implementação de Lean em toda a empresa tem desafios ligei-
ramente diferentes da aplicação de Lean na fabricação.
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Principais
conceitos de Lean
to para outras áreas, dentro de uma investida planejada. No fim das
Aqui estão alguns contas, Lean, para ser sustentável, tem que se tornar um hábito no
conceitos úteis a trabalho diário ou a filosofia operacional de toda a organização.
serem memorizados Dar início ao processo de Lean é comparativamente fácil, mas
quando se estiver mantê-lo durante um longo trajeto requer planejamento robusto, dis-
preparando uma ciplina, compromisso, paciência, ambiente tolerante a algum risco ou
transformação Lean: erros, um bom programa de premiações e reconhecimento, e recepti-
vidade do pessoal à mudança e ao crescimento.
Criatividade
antes do capital: Muitos gerentes descobriram que os três ingredientes essenciais
a prática da tem- para o sucesso da implantação de Lean são:
pestade de idéia
(brainstorming) pela • Compromisso constante, do tipo mão-na-massa, e de longo
equipe, em busca de prazo por parte dos altos dirigentes.
idéias e soluções, • Treinamento em blocos construtores de Lean para todos os
é mais importante empregados.
do que o gasto de • Boa gestão da mudança cultural durante a transformação
grandes somas de da mentalidade tradicional de “empurrar” para a mentalidade
capital. O pessoal Lean de “puxar”.
que trabalhará no
processo é reunido
para externar suas
Jornada que nunca acaba
experiências, ha- Muitas firmas têm seus campeões de Lean e lhes dão poderes
bilidades e capaci- por haverem implementado a transformação com êxito. Esses cam
dade intelectual de peões ajudam outros empregados como seus mentores, treinadores,
gerar um plano para facilitadores de grupo, comunicadores, planejadores, avaliadores,
redução do desper- iniciadores de melhoramentos contínuos e “torcedores” na celebração
dício e melhoria do de cada sucesso alcançado.
processo.
Os campeões também ajudam na permanente captação de ganhos
Uma solução não por meio da padronização dos trabalhos no mais alto nível, à medida
tão perfeita que for que o processo de Lean for implementado, para não haver recuo.
implementada hoje Lean não funcionará se for encarado meramente como um projeto,
é melhor que uma uma solução pontual ou veículo para reduzir o tamanho da empresa.
solução perfeita,
mas tardia. Faça Por ser Lean uma viagem que jamais termina, sempre há espa-
tudo agora! ço para a melhoria contínua – componente necessário a qualquer
sistema eficaz de gestão da qualidade e chave para se ter sucesso na
Estoque não é economia global de hoje, altamente competitiva, de mudanças rápi-
ativo, mas sim custo das e focada no cliente.
ou desperdício. Use
a comprovada meto- Comumente, 95% do tempo despendido para a execução de uma
dologia de planejar- atividade não agrega valor. Derrubando-se esse tempo de execução
fazer-verificar-agir para mais perto do tempo real de processamento, por meio da elimi-
(ciclo PDCA) para nação do tempo e das tarefas que não agregam valor, conseguir-se-á o
desdobrar os aperfei- resultado duplo de reduções de custo e de tempo de ciclo.
çoamentos – tanto os
Henry Ford sabia disto já em 1926, quando dizia: “Uma das mais
incrementais como
notáveis realizações para manter baixos os preços dos produtos Ford
os de ruptura (ou
salto de qualidade).
Glossário
Breakthrough
Breakthrough improvements, conceito desenvolvido por Juran, é
uma quebra de paradigma representada por uma mudança dramatica-
mente positiva na qualidade de um produto ou serviço, ou seus pro-
cessos, capaz de elevá-los a um nível jamais alcançado. É um salto
de qualidade, que contrasta com a melhoria contínua ou incremental
(kaizen).
Ciclo PDCA
Uma das ferramentas mais conhecidas no controle de processos.
O “P” de Plan (planejar) abrange as etapas de determinação de obje-
tivos e metas, bem como a definição dos métodos para alcançá-los. O
“D” de Do (fazer) compreende o treinamento do pessoal e a imple-
mentação do trabalho. O “C” de Check (checar) verifica os efeitos da
implementação. No “A” de Act (agir), adotam-se as medidas necessá-
rias, inclusive corretivas (se houver).
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DMAIC
Acrônimo formado pelas iniciais de cinco palavras inglesas que
definem fases interconectadas em busca do Seis Sigma. Essas palavras
são: Define (definir), Measure (medir), Analyse (analisar), Improve
(melhorar) e Control (controlar).
Fabricantes OEM
Original equipment manufacturer, ou fabricante original do
equipamento. Componentes OEM são fabricados para montadores de
equipamentos (como os de computadores), que colocam os produtos
montados sob sua marca no mercado consumidor.
ISO/TS 16949
Norma automotiva mundial elaborada pelos membros da Inter-
national Automotive Task Force (IATF). Em 1996, as três grandes
montadoras dos Estados Unidos – Chrysler, Ford e General Motors
– uniram esforços com fabricantes europeus e formaram a IATF, a fim
de harmonizar seus requisitos de qualidade. Três anos depois, surgiu a
ISO/TS 16949:1999, que substituiu no fim de 2006 a QS-9000 (EUA)
e os padrões europeus equivalentes.
Just-in-time
É a filosofia da eliminação do desperdício e da sobra no processo
total de fabricação, da compra à distribuição. No ambiente just-in-ti-
me, tudo o que não agrega valor é eliminado. Além da eliminação das
perdas, o just-in-time trabalha dimensões como a qualidade (melhoria
contínua ou kaizen), manutenção, comprometimento das pessoas e
relacionamento com os fornecedores. Por trás do “produzir o necessá-
rio, no tempo e na qualidade necessários”, há toda uma filosofia que
transcende o sistema de produção.
Kaizen
Palavra japonesa que ficou mundialmente famosa com o livro
Kaizen: The Key to Japan's Competitive Success (1986), de Masaaki
Imai. Significa melhoria contínua baseada no princípio de fazer o
melhor possível, das pequenas às grandes coisas, estabelecer padrões
gradualmente melhores e comprometer todos os níveis hierárquicos
com a melhoria.
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Kanban
Termo japonês que é a pedra angular da produção puxada (pull
system) – que, por sua vez, é integrante do just-in-time. O kanban é
um cartão que sinaliza a operação anterior autorizada para produzir a
unidade seguinte. É, portanto, usado como meio de controle da produ-
ção.
Três Ms
Muda, Mura e Muri – conhecidos como três Ms – são práticas
abolidas pelo Sistema Toyota de Produção. Muda é qualquer ativi-
dade que gaste recursos sem agregar valor ao cliente. Mura, por sua
vez, é a falta de regularidade na produção – picos alternados com
longas esperas. Muri é sobrecarga, tanta de equipamento, como sobre
o pessoal.
Poka-yoke
Termo japonês que se refere a um design à prova de erros, no qual
toda ambigüidade é eliminada e se torna praticamente impossível
executar o setup de uma máquina ou produzir uma peça ou realizar
qualquer montagem de forma incorreta. Em geral, essa técnica é exe-
cutada por meio do desenho de componentes de uma ferramenta ou
de um processo de montagem no qual o ajuste só ocorre na orientação
ou seqüência apropriada.
Produção puxada
Do inglês pull system, o sistema de produção puxada é um meio
de gerenciar o chão-de-fábrica sem estoque em processamento. A
produção um ponto acima requer a demanda do cliente um ponto
abaixo, sinalizada pelo sistema kanban. É a antítese da produção
empurrada (push system), baseada em determinados planejamentos a
partir de comportamento do mercado.
SMED
Acrônimo de single-minute exchange of dies, uma técnica de
redução de setup desenvolvida pelo Dr. Shigeo Shingo, o idealizador
do Sistema Toyota de Produção. Grosso modo, significa troca rápida
de uma ferramenta, em menos de dez minutos.
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Seis Sigma
Sigma é a 18ª letra do alfabeto grego e corresponde ao nosso “s”.
O termo “Seis Sigma” origina-se do Programa de Qualidade Seis Sig-
ma da Motorola, lançado em 1987. Alcançar o Seis Sigma, segundo
Mario Perez-Wilson (Seis Sigma, Qualitymark, 2000), “significa re-
duzir defeitos, erros ou falhas a zero defeito e/ou reduzir o sigma ou
desvio padrão a um valor que permitirá encaixar 12 vezes o valor do
sigma entre os limites superior e inferior de especificação, ao mesmo
tempo em que se mantém a média o mais próximo possível do meio
das especificações”.
Setup
Na produção Lean, setup é preparação e troca de ferramentas
numa máquina. Um dos mais famosos teóricos da redução do tempo
de setup é Shigeo Shingo – que concebeu o sistema de produção com
estoque zero da Toyota. Ele desenvolveu a técnica chamada Single
Minute Exchange of Dies (Smed) – troca rápida, em menos de dez
minutos.
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