O documento analisa a cultura alagoana após sua emancipação política de Pernambuco em 1817. A cultura popular e erudita entraram em conflito, com o popular representando a cultura dos dominados e o erudito a dos dominantes. Historiadores tradicionais trataram a cultura popular com desprezo, interpretando eventos como a Guerra dos Cabanos de forma parcial. O autor argumenta que é necessário entender a perspectiva do intelectual dentro do contexto histórico de Alagoas para definir a cultura alagoana.
Descrição original:
Título original
Ailton l. Filho - Análise Do Texto - Uma Cultura Em Questão. a Alagoana
O documento analisa a cultura alagoana após sua emancipação política de Pernambuco em 1817. A cultura popular e erudita entraram em conflito, com o popular representando a cultura dos dominados e o erudito a dos dominantes. Historiadores tradicionais trataram a cultura popular com desprezo, interpretando eventos como a Guerra dos Cabanos de forma parcial. O autor argumenta que é necessário entender a perspectiva do intelectual dentro do contexto histórico de Alagoas para definir a cultura alagoana.
O documento analisa a cultura alagoana após sua emancipação política de Pernambuco em 1817. A cultura popular e erudita entraram em conflito, com o popular representando a cultura dos dominados e o erudito a dos dominantes. Historiadores tradicionais trataram a cultura popular com desprezo, interpretando eventos como a Guerra dos Cabanos de forma parcial. O autor argumenta que é necessário entender a perspectiva do intelectual dentro do contexto histórico de Alagoas para definir a cultura alagoana.
ANLISE DO TEXTO - UMA CULTURA EM QUESTO: A ALAGOANA
LINDOSO, Dirceu. Uma Cultura Em Questo: A Alagoana. In: LINDOSO, Dirceu.
Interpretao da Provncia Estudo da Cultura Alagoana. Macei: Edufal, 1980. Capitulo 3. p. 97-131.
O captulo relata a cultura que se desenvolveu durante seus 163 de emancipao poltica de Alagoas, a sua emancipao poltica que se deu em 1817, j existindo como um espao autnomo , vida econmica e social, diferenciada de Pernambuco, com as tradies evidentes no acervo de documentaes, livros e manuscritos, objetos e artesanatos que demonstram as riquezas originrias. Mas na cultura alagoana, houve uma trama, diante do popular e o erudito, inclusive por diante das resistncias feitas por os ndios e os negros escravos. Podendo afirmar ento que o popular a cultura do dominado, e o erudito, o do dominante. Na histria da cultura em Alagoas, percebeu-se a separao delas com o espao potico de Jorge de Lima, os estudos sobre o negro feito por Arthur de Ramos, e os registros de folclores feitos por Jlio Campina. O desenvolvimento dos estudos folclricos popular teve ento duas correntes: A do registro e interpretao, e a outra com o estudo e determinao das reas, com a difuso dos fatos folclricos. Ambas se complementavam segundo o autor, e sendo relevantes para o conhecimento da cultura. E elas, so formadas pelo pluralismo da tradio popular e o funcional do erudito. Mas a questo que o prprio popular reagiu perante o prprio outro popular prximo. Como a decadncia citada, dos cultos vodus em Alagoas, aps as rebeldias feitas contra os centros religiosos. Nisso, os artefatos e utenslios religiosos daomeanos ainda existe como colees catalogadas do Instituto Histrico e Geogrfico. E servindo como exemplo que o popular, pode se rebelar contra o prprio espao cultural. A partir da, o autor comenta: o que a cultura alagoana? Desejando arrumar a melhor forma de abordar o problema, primeiramente, precisa estar em questo no o que o ser da cultura alagoana, mas sim, o o que o intelectual nas condies histricas de Alagoas, pois precisa ser algum em situao, mergulhado, empapado nas contradies das realidades suas e da cultura. E isso torna-se um desafio, pois o universo do historiador poderia complicar o encontro das razes populares das tragdias sociais. Os discursos e mtodos utilizados por tais historiadores, tornou-se um paradigma com tendncias de homogeneizar realidades, sem o foco neutro acerca dos povos. Tendo como exemplo no texto a Guerra dos Cabanos, mostrado os atos sacrificados e hericos deste povo como que selvagens. Mesmo sendo um dos pontos mais altos da histria poltica e social alagoana, e um dos maiores problemas para a historiografia brasileira do Segundo Reinado, so taxados como cabanagem selvagem ou at mesmo matilha de feras desumanas mui bem armadas. A M conscincia dos intelectuais e historiadores, foram contrrios a uma neutralidade, abandonando o Cabano a condio de criminoso, excludente. Nisso, Dirceu apresenta os antigos historiadores alagoanos mais como um ideolgico estamental, do que propriamente um historiador. Os discursos histricos tradicionais so postos em dvida. Com suas metodologias, fundamentos tericos. E diante de tamanhas riquezas no vistas com propriedade, v-se que a cultura erudita que os influenciavam tratavam as razes populares com temor e desprezo, e tratavam-os com interpertaes de adivinhos algo como o que , o que ?. Eis que o autor fala sobre as intenes da intelectualidade alagoana de ressacir-se da m conscincia, com remisses de culpas. Mas para o autor, no lhe parece absurdo. O produto cultural no neutro segundo Dirceu consta. Isso resultou numa compensao pelo popular, com os trabalhos de coleta e interpretaes feitas. A partir de 1844 que surgiram os primeiros dados histricos sobre a vida com gegrafos-historiadores, de forma desordenada. A partir de tais observaes que precisa considerar at onde o erudito e o popular passaram por conflitos e um lado passou a sofrer influencias sobre a contextualizao histrica-cultural. Observando variadas fontes, o autor mostrou os equvocos, as penumbras causadas pelas metodologias que no possui um foco neutro, e inclusive o uso da interpretao a partir da viso do erudito. Enquanto a popular tambm propriamente diverso, tambm tinha variados conflitos e diferenas culturais afro-alagoanos. O texto demonstra a delicadeza sobre como definir o que aconteceu, at que ponto os historiadores possuram a perspiccia eficaz, para enfim, contribuir para as respostas que o autor colocou como questo: o que , o que a cultura alagoana?