A aluna descreve sua experiência como professora e critica o currículo do curso de Letras da UFBA por ter poucas matérias voltadas para o ensino e por haver discrepância entre o que é ensinado sobre determinados assuntos no ensino médio e na universidade. Ela defende que um curso de licenciatura deveria ter mais matérias práticas desde o início para preparar melhor os futuros professores.
Descrição original:
Minha opinião sobre o currículo de Letras com Inglês da UFBA.
A aluna descreve sua experiência como professora e critica o currículo do curso de Letras da UFBA por ter poucas matérias voltadas para o ensino e por haver discrepância entre o que é ensinado sobre determinados assuntos no ensino médio e na universidade. Ela defende que um curso de licenciatura deveria ter mais matérias práticas desde o início para preparar melhor os futuros professores.
A aluna descreve sua experiência como professora e critica o currículo do curso de Letras da UFBA por ter poucas matérias voltadas para o ensino e por haver discrepância entre o que é ensinado sobre determinados assuntos no ensino médio e na universidade. Ela defende que um curso de licenciatura deveria ter mais matérias práticas desde o início para preparar melhor os futuros professores.
O Currculo de Letras Vernculas e Lngua Inglesa: perspectivas e desafios.
Eu sou aluna de Letras Vernculas na Universidade Federal da Bahia, tenho
21 anos e, e, atualmente, curso o stimo semestre do curso. A minha primeira experincia como professora foi aos dezenove anos. Fui aprovada para lecionar Ingls em um ncleo de extenso da UFBA e permaneci l por um ano e meio. Eu entrei na faculdade pensando em ser professora, mas ainda no tivera experincia nenhuma com ensino, terica ou prtica. Estava no incio do curso de licenciatura em Letras com Ingls e provavelmente precisaria de mais tempo para aprender como ensinar. Mas acabei aprendendo como ensinar por outros meios, que no as matrias do currculo de meu curso. Na minha perspectiva, um curso de licenciatura, ou seja, prprio para indivduos que seguiro carreiras de professor, deveria ter vrias matrias voltadas para o ensino, desde o incio. Na UFBA, entretanto, vejo que a realidade outra: O curso de letras muito mais focado na pesquisa acadmica e, aparentemente, a nica diferena de um currculo de um estudante de licenciatura para um estudante de bacharelado a reduo de matrias (as matrias exclusivas do bacharelado seriam ainda mais especificamente voltadas para a pesquisa acadmica). Para aqueles que se formam para ser professores, o ser professor se aprende, sobretudo, na prtica, o que a minha prpria realidade. Depois de um ano e meio ensinando Ingls para adultos no curso de extenso da UFBA, j me sentia mais preparada para enfrentar uma sala de aula como professora, mas, para que chegasse a esse ponto, tive que enfrentar muitas coisas por conta prpria e sem experincias prvias.
Ento, comecei a ensinar para crianas e muitos novos desafios vieram
tona. Dentro de uma sala com doze crianas de oito anos, precisei buscar novas tcnicas de ensino, conselhos para fazer um bom plano de aula, descobrir novos jogos e brincadeiras e formas de fazer com que meus alunos aprendessem, superando muitos obstculos. Mais uma vez, nada disso veio de algo que aprendi dentro da faculdade. Os conselhos, as tcnicas, as ideias, vieram de outros professores em atividade, alguns muito mais experientes, colegas de trabalho e amigos. A minha falta de experincia acadmica na prtica do ensino, sem outros meios de ajuda, dificultaria muito as coisas. O meu sexto semestre foi o primeiro em que tive contato com uma matria voltada especificamente para o ensino: Didtica e Prxis Pedagcica I. Entretanto, essa matria era apenas terica e talvez muito generalizada. No tive o contato esperado com o lado prtico do ensino, no mbito de trazer o espao da sala de aula para a discusso em classe, buscando como um professor poderia trazer didtica em seu ensino. Na faculdade, sinto falta de uma matria que, dentro da teoria, me faa imaginar a prtica, pensar o ensino, a sala de aula, o professor, os alunos, a aula. Tenho apenas seis matrias obrigatrias voltadas para o ensino no meu curso, o que, para um curso de licenciatura, considero absurdo. Outro ponto que gostaria de abordar sobre o currculo de licenciatura em Letras Vernculas com Lngua Inglesa a discrepncia entre o que se aprende numa sala de faculdade e numa sala de ensino mdio, sobre o mesmo assunto. Para esclarecer a minha posio, gostaria de citar o curso de Sintaxe da Lngua Portuguesa como exemplo. Considero que para um futuro professor, relevante ensinar a maneira como a sintaxe vista dentro do ambiente acadmico, trazendo as novas teorias e conceitos e mostrando o desenvolvimento da gramtica com o passar do tempo. Entretanto, uma coisa falta: Ensinar ao futuro professor, dentro da sala de aula na universidade, no apenas as novas discusses de tericos sobre lingustica e gramtica e os novos termos desconhecidos no ensino mdio que estes trazem, mas, da mesma forma, ensinar da forma como ns ensinaremos nossos alunos de ensino mdio no futuro.
Tanto essa incoerncia da forma como assuntos presentes no ensino mdio
so trazidos na universidade como a falta de matrias voltadas especificamente ao ensino so, portanto, as duas principais crticas que tenho a respeito do currculo de meu curso. Imagino que, repensados esses dois itens, o curso de licenciatura de Letras Vernculas com Ingls da Universidade Federal da Bahia ser bastante enriquecido e de qualidade muito maior.