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UNIVERSIDADE IGUAÇU

LUCAS COSTA DE LIMA

A SUSTENTABILIDADE NA ORDEM DEMOLAY

NOVA IGUAÇU
2016
UNIVERSIDADE IGUAÇU
COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

LUCAS COSTA DE LIMA

A SUSTENTABILIDADE NA ORDEM DEMOLAY

NOVA IGUAÇU
2016
LUCAS COSTA DE LIMA

A SUSTENTABILIDADE NA ORDEM DEMOLAY

Monografia de final de curso apresentada ao


Curso de Pós-Graduação em Gestão e
Educação Ambiental e Desenvolvimento
Sustentável, da Universidade Iguaçu como
exigência para obtenção do grau de Especialista.

ORIENTADOR:
RICARDO SIERPE VIDAL SILVA

NOVA IGUAÇU
2016
LUCAS COSTA DE LIMA

A SUSTENTABILIDADE NA ORDEM DEMOLAY

Aprovada em Julho de 2016.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________
Prof. M.Sc. Ricardo Sierpe Vidal Silva - Orientador - UFF

_______________________________________________________________
Prof. Emilton da Silva Amaral - UNIG

NOVA IGUAÇU
2016
DEDICATÓRIA

Aos meus alunos que, no dia a dia,


despertam em mim o interesse em
aprimorar meus conhecimentos e
compartilhar com eles do que aprendo,
vivenciando um aprendizado conjunto.
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos que me incentivaram e me acompanharam durante esta


caminhada de especialização e de tomada de decisões acerca das
responsabilidades que eu, enquanto professor, tenho ao despertar dentro da
consciência de cada um dos meus alunos a responsabilidade em assumir uma
postura correta e respeitosa ao meio ambiente.
Agradeço aos meus colegas de classe da UNIG, que durante esses meses de
aulas, pesquisas e trabalhos em campo, fortificaram minha disposição em dar
continuidade e concluir esta especialização.
Agradeço de modo especial aos meus familiares que tanto me incentivaram,
devido às dificuldades de distâncias a serem percorridas para cursar esta pós-
graduação em outra cidade e, que a partir de suas palavras de conforto, foi possível
concluí-la.
Agradeço aos professores colegas de trabalho, que labutam diariamente em
tornar nossa sociedade mais justa através da disponibilização do ensino - que é a
nossa missão e obrigação - de modo que a parceria do dia-a-dia foi também, capaz
de auxiliar na certeza de realizar esta especialização.
Agradeço aos professores da UNIG que através de cada aula possibilitou a
mim e aos meus pares nesta Universidade a idealização, entendimento e
aprendizagem acerca dos temas discutidos e conceitos aprendidos.
Agradeço aos meus alunos, pois a partir da relação que tenho de ensino-
aprendizagem com cada um deles eu pude, através desse trabalho, questionar e
propor melhores condições da aproximação entre os jovens de hoje com a
sustentabilidade, esse conceito que ontem era pouco falado, hoje é debatido e
aplicado e para amanhã será necessário e inestimável.
Agradeço à Ordem Demolay e seus membros que disponibilizaram material
que serviram de base para a elaboração desta monografia, de modo especial ao
Sergio Luiz Gonçalves, Grande Mestre Nacional da Ordem DeMolay 2013/2014,
atualmente Deputado Estadual da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa do
Mato Grosso do Sul e Gestor do Programa Caravana da Saúde do Governo do
Estado do Mato Grosso do Sul.
EPÍGRAFE

“Se trabalharmos sobre o mármore, um dia ele acabará. Se trabalharmos sobre o


metal, um dia o tempo o consumirá. Se erguermos templos, um dia se tornarão pó.
Mas se trabalharmos sobre almas jovens e imortais, se nós as imbuirmos com os
princípios do justo temor ao criador e amor à humanidade, daqui a cem anos pouco
importará o quanto tenhamos acumulado no banco; que tipo de casa, palacete ou
carro possuímos. Mas o mundo poderá ser diferente, talvez porque fomos
importantes na vida dos jovens."
Frank Sherman Land.
RESUMO

O descompromisso e o descaso com a preservação ambiental é crescente. Isso se


deve, em parte, ao acesso que a população tem aos meios de comunicação que
incitam o consumo e não mostram algumas de suas consequências, como o uso
excessivo dos recursos naturais e o descarte desses recursos após terem sido
consumidos, gerando os resíduos sólidos. Tendo em vista que a população jovem é
a responsável pelas novas e futuras gerações, cabe a eles, em parte, a
responsabilidade de despertar o interesse pela preservação dos recursos naturais
renováveis e não renováveis, valorizando-os continuamente. A Ordem Demolay,
através do Projeto DeMolay Sustentável, auxilia crianças e adolescentes por todo o
mundo, a desenvolverem um bom caráter, baseado na responsabilidade social e
ambiental.

PALAVRAS-CHAVE: Preservação; Consumo; Recursos Naturais; Responsabilidade;


Caráter.
ABSTRACT

The disengagement and disregard for environmental conservation is growing . This is


due in part to the access that people have to the media that incite consumption and
not show some of its consequences , such as excessive use of natural resources and
the disposal of these resources after being consumed , generating solid waste .
Considering that the young population is responsible for the new and future
generations , it is up to them, in part, the responsibility to generate interest in
preservation of renewable natural resources and non-renewable , valuing them
continuously . The Demolay Order, through the Sustainable DeMolay Project helps
children and adolescents around the world , to develop a good character , based on
social and environmental responsibility.

KEYWORDS: Preservation; Consumption; Natural resources; Responsibility;


Character.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aumento da população mundial 13


Figura 2 Brasão da Ordem DeMolay 18
Figura 3 Frank Sherman Land 21
Figura 4 Alberto Mansur 24
Figura 5 Brasão do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o
Brasil 24
Figura 6 Brasão DeMolay Sustentável 25
Figura 7 Mapa da densidade demográfica brasileira em 2007 30
Figura 8 Mapa do consumo per capta brasileiro no ano de 2006 31
Figura 9 Mapa do analfabetismo 2000 32
Figura 10 Consumo médio de água para a produção de alguns
produtos agropecuários 34
LISTA DE SIGLAS

SCODB Supremo Conselho da Ordem Demolay Para o Brasil


SCODRFB Supremo Conselho da Ordem Demolay para a República Federativa
do Brasil
REEA Rito Escocês Antigo e Aceito
CMSB Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13
2 ORDEM DEMOLAY 16
2.1 DEMOLAY NO MUNDO 18
2.2 DEMOLAY NO BRASIL 21
3 DEMOLAY SUSTENTÁVEL 25
4 O CONSUMO HUMANO E O DESCARTE IRRESPONSÁVEL DE
RESÍDUOS 28
4.1 O DESCARTE IRRESPONSÁVEL DE RESÍDUOS E A LOGÍSTICA
REVERSA 32
4.2 ATITUDES BÁSICAS PARA MUDANÇA 34
5 DESENVOLVENDO UM CARÁTER SUSTENTÁVEL 37
6 LEGISLAÇÃO 40
7 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 44
8 PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS LIGADOS AO CONSUMO
EXCESSIVO 45
9 CONSCIENTIZANDO A JUVENTUDE COM ATIVIDADES PRÁTICAS 46
9.1 O TRABALHO PARA SER DESENVOLVIDO DENTRO DA ORDEM
DEMOLAY 46
9.2 O TRABALHO PARA SER DESENVOLVIDO DENTRO DAS ESCOLAS 47
9.3 OBTENDO RESULTADOS COM A RESPONSABILIDADDE
AMBIENTAL 47
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS 49
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 51
13

1 INTRODUÇÃO

A busca contínua por uma melhor condição ou qualidade de vida ao longo dos
anos, levou o ser humano a desenvolver muitas atividades nocivas ao meio
ambiente, não de modo essencialmente predatório, mas de modo que utilizasse
seus recursos de maneira a não se preocupar com sua disponibilidade no futuro. Por
muitos séculos a humanidade desenvolvia suas atividades sociais, econômicas e
culturais a partir dessa condição de exploração dos recursos naturais, utilização e
geração de resíduos. Tendo em vista que a população mundial tem crescido
exponencialmente nas últimas décadas, também cresceu o consumo e,
naturalmente, a utilização dos recursos naturais.

As informações desse gráfico nos mostra que em 1804 a população mundial


atingiu 1bilhão de habitantes. Demorou 123 anos para que ela saltasse para dois
bilhões de habitantes. Após 32 anos, em1959, ela já chegava a três bilhões.Em
1974, 13 anos depois, a população chegou a 4 bilhões de pessoas. Mais 13 anos e,
em 1987 ela atingiu os 5 bilhões. Em 1999, após 12 anos, população mundial
chegou aos 6 bilhões. E, finalmente no ano de 2011, o número da população
mundial atinge o incrível número de sete bilhões.
14

O grande impulso para o crescimento exorbitante a partir do início do século


XX se deve, em maior parte, às Revoluções Industriais que passaram a substituir o
artesanato e a manufatura, justamente para dar à população mundial uma
possibilidade de aumentar a produção dos recursos necessários para o consumo,
otimizando a produção e enriquecendo de maneira mais rápida e eficiente os
proprietários dos meios de produção. Porém uma consequência drástica para o meio
ambiente começa a ocorrer junto da maquinofatura - a descoberta dos combustíveis
fósseis para dar movimento às máquinas a partir da Segunda Revolução Industrial,
onde as indústrias de automóveis dão um salto na produção, fazendo com que as
pessoas desenvolvam em si a vontade de possuir um veículo para facilitar seu dia-a-
dia, encurtando distâncias e otimizando o tempo.

Nesse período da história já surgem alguns países europeus que se destacam


economicamente devido aos seus investimentos nas indústrias e comercialização de
seus produtos. O fornecimento de capital para a manutenção dessas indústrias foi
proveniente de diversas colônias na América e África, de onde os recursos naturais
foram explorados por dois, três ou até quatro séculos incessantemente. Percebemos
aqui um início de degradação ambiental e falta de um pensamento global a respeito
das consequências dessas atividades exploratórias, simplesmente pelo fato de as
colônias se localizarem em outros continentes - longe demais dos olhos dos grandes
líderes europeus.

Os avanços tecnológicos e o aprimoramento dos meios de produção


alavancaram a economia mundial e deu início ao fenômeno da urbanização, onde
áreas próximas as indústrias começaram a atrair um contingente populacional cada
vez maior, dando ao espaço ruralizado um aspecto urbanizado. Junto dessa
transformação da paisagem e surgimento de novos lugares, surgem também alguns
problemas provenientes da urbanização, como o acúmulo de lixo, doenças causadas
por esse motivo, poluição de águas correntes e contaminação das mesmas, poluição
atmosférica e doenças causadas pela contaminação do ar. Percebemos que por um
lado a qualidade de vida melhora, a partir da geração de capital através do trabalho,
porém devemos considerar que há uma piora nas condições físicas e de saúde da
população.
15

Em meio aos avanços que a sociedade passa nesse período de Revoluções


Industriais, urbanização e modificação do espaço vivido, houve a necessidade de se
instalar condições para abrigar essa população oriunda de um êxodo rural, como
investimentos em infraestrutura como ruas, avenidas, moradias, escolas e condições
básicas para o tratamento de saúde. Da-se o início aqui à conscientização da
população através dos estudos. Para poucos até então, mas já ocorria.

Embora o processo de ensino-aprendizagem comece a ocorrer a partir desse


momento, um assunto primordial na contemporâneidade não era discutido, e
naquele momento estava surgindo: a degradação dos recursos naturais e a
responsabilidade em conscientizar as pessoas acerca de sua preservação.

Neste sentido, apenas no final do século XX e início do século XXI a


sustentabilidade torna-se assunto de diversas universidades, pauta de reunião entre
líderes mundiais e até propagandas de televisão. E a discussão desse assunto e sua
aplicação no dia a dia ocorre a partir do trabalho do professor e o desenvolvimento
da Educação Ambiental nas mais diversas instituições do mundo. Como afirmava o
Imperador brasileiro D. Pedro II, o professor possui a "[...] missão maior e mais
nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro."

Atualmente os professores compartilham da responsabilidade em ensinar e


transformar o caráter das pessoas com diversas instituições. Não apenas as
instituições de ensino, mas também humanitárias, filantrópicas, filosóficas, políticas e
Organizações não Governamentais. Dentre essas instituições, há a Ordem DeMolay,
grupo social dedicado em enobrecer e moldar o caráter de jovens para o bom
desenvolvimento da humanidade na atualidade e promover o seu futuro saudável e
responsável. Na Ordem DeMolay há o projeto DeMolay Sustentável que servirá de
base para a elaboração dessa pesquisa e apontamento de soluções de que forma
esse projeto pode auxiliar a sociedade atual acerca do desenvolvimento da
sustentabilidade e da responsabilidade social na dualidade meio ambiente e caráter
pessoal.
16

2 ORDEM DEMOLAY

A Ordem DeMolay é a maior organização juvenil do mundo, de fins filosóficos,


filantrópicos, e sem fins lucrativos, já tendo iniciado desde de sua origem, mais de
2,5 milhões de jovens. Trabalha alicerçada na prerrogativa de que “educando-se o
jovem estaremos nos eximindo da tarefa de ter que castigar o adulto”. Fundada em
18 de março de 1919 em Kansas City, Missouri, EUA, tem como objetivo formar
jovens de 12 à 21 anos de idade, melhores cidadãos e líderes através do
desenvolvimento e fortalecimento da personalidade e enfatizando virtudes
indispensáveis para a boa conduta social. Ao contrário do que muitos pensam, a
Ordem DeMolay não é uma instituição Maçônica Juvenil, mas, unificada e dirigida
por Maçons, organizada em sua origem como Supremo Conselho Internacional da
Ordem DeMolay, em Kansas City, EUA.

A Ordem DeMolay não tem a pretensão e não deseja tomar o lugar do Lar, da
Igreja ou da Escola nessa busca do aperfeiçoamento, mas coadjuvá-los com um
programa de ensinamentos, visando uma boa cidadania à seus membros. É
baseado no espírito de fidelidade, liderança, responsabilidade e busca de um ideal
que a Ordem DeMolay trabalha os valores e virtudes de seus membros, na busca de
um mundo mais digno e justo para todos, sem distinções. Os ensinamentos da
Ordem orientam seus membros a se dedicar à felicidade de seus semelhantes, não
só porque a razão e a moral lhes impõem tal obrigação, mas também porque esse
sentimento de solidariedade os faz irmãos.

E quanto mais isto se intensifica, os países do mundo inteiro ficam mais


próximos uns dos outros, ligando-se através dos jovens DeMolays que desenvolvem
as Sete Virtudes Cardeais de um DeMolay: Amor Filial, Reverência pelas Coisas
Sagradas, Cortesia (educação), Companheirismo (amizade), Fidelidade, Pureza e
Patriotismo. Assim, mais importantes se tornam as atividades e os esforços para
alcançarmos a verdadeira compreensão mútua dos valores culturais e sociais de
cada nação, independentemente de origem, raça, cor, nacionalidade, religião, língua
e sexo.

Quando um jovem ingressa na Ordem DeMolay várias coisas passam em sua


17

cabeça, como a idéia da grande responsabilidade que assumiu em estar entrando


para “o maior exército de jovens do mundo”; pode parecer muito, mas dali já se
forma a mente de um futuro líder que irá lastrear sua conduta aos moldes de Nossa
Ordem.

Atualmente a Ordem DeMolay está presente em 13 países dos quais


podemos destacar Brasil, Estados Unidos, Austrália, Japão, Itália e Alemanha e
outros países desejam implantar a Ordem como Inglaterra, França, Índia e Noruega.
Além dos Estados Unidos mais cinco países tem Supremo Conselho próprio
incluindo o Brasil.

A Ordem DeMolay é uma organização para jovens entre 12 e 21 anos de


idade, tendo estado ativa por mais de 80 anos e se orgulha de ser uma sociedade
fraternal-juvenil de milhões de membros.

Seu patrono, Jacques DeMolay, foi expedicionário das Cruzadas, no século


XIV. Foi queimado no poste por não trair seus irmãos e seguidores. Do seu exemplo,
a Ordem DeMolay aprendeu a lição e importância da honestidade, da lealdade e do
amor fraterno. Nós reverenciamos sua memória e tentamos viver nossas vidas
baseados nestes princípios e ideais, com os quais qualquer jovem pode conviver.
Possui em seu fundamento 7 princípios essenciais, os quais chamamos de Virtudes
Cardeais de um DeMolay como citado acima.

Os propósitos da Ordem DeMolay são muitos: sociais e de caráter


construtivo. Pode-se dizer que as atividades são variadas, sempre com algo para
todos. Na Ordem DeMolay o jovem é encorajado a se expressar e fazer suas
opiniões conhecidas; falar com outros jovens e discutir problemas comuns à
juventude.

Também na Ordem DeMolay o jovem será ajudado a se tornar um tipo de


pessoa que será um crédito para a sociedade, não por ser forçado a isso, mas
porque sentirá uma vontade própria, porque esta é a coisa certa a fazer, como
homem e como DeMolay. Com as pressões de hoje sobre o jovem e as exigências
postas sobre eles, cabe-lhes o direito de serem chamados de jovens e como
resultado, o mundo tem o direito de esperar que eles conduzam suas vidas de
18

acordo.

A Ordem DeMolay tem o poder de alistar jovens de bons princípios e


transformá-los em líderes, dando-lhes ensinamentos e leis diárias para dirigir os
rumos de suas vidas e até de sua nação. Cada novo DeMolay é um líder em
potencial: falta-lhe apenas o devido treinamento.

Para adentrar a esta grandiosa organização de jovens é necessário,


sobretudo, a crer em um Deus, independente de qualquer religião. No entanto, vale
ressaltar que a Ordem DeMolay não é uma religião. O jovem deve também trazer
consigo os sete princípios básicos da Ordem DeMolay. E se algum jovem abraça
estas Sete Virtudes, com certeza não passará desapercebido pela Ordem DeMolay.

Brasão da Ordem DeMolay

2.1 DEMOLAY NO MUNDO

A Ordem DeMolay surge a partir das aspirações de um cidadão


estadunidense que percebeu a necessidade que a juventude tinha de ter acesso a
uma educação que fosse slém dos ensinamentos de sala de aula, uma educação
que fosse assimilada e trouxesse resultados diretamente no caráter da juventude.
Por isso, a história da Ordem DeMolay só é completa com a história da vida de
Frank Sherman Land. Uma não seria completa sem a outra.
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Frank Sherman Land chamado de "Dad" diminutivo carinhoso de pai, por


milhares de jovens que o conheceram pessoalmente e por milhões de outros que
nunca o ouviram era uma pessoa inspiradora. Tendo que deixar a faculdade para
trabalhar pelo sustento da família, chegou a ser um grande homem de negócios, um
membro do Conselho de Educação de Kansas City, destacado Maçom Grau 33º, e
em seu ideal de colaborar com a juventude fundou uma fraternidade internacional de
jovens, tendo sido admirado e respeitado, contando entre seus amigos, Presidentes,
Senadores, Juízes e líderes comunitários das forças armadas, religiosos, comerciais
etc. dos Estados Unidos.

Vários foram os fatores que fizeram da Ordem DeMolay uma associação de


sucesso, mas certamente foi a capacidade de administrar estes pontos favoráveis e
minimizar ação dos maus fatores demonstrada por seu fundador que trouxe a
Ordem DeMolay ao patamar atual.
Frank Sherman Land nasceu em 21 de julho, na cidade de Kansas City no
ano de 1890, filho de Elizabeth Lottie e William Sherman Land. Sempre foi um
menino especial e à frente de seu tempo. Uma das coisas que mais chama a
atenção dos que o conheceram ou dos que conhecem sua história de vida anos
depois, é a sua dedicação à Igreja e às orações.
Estas características eram marcadas por frequência impecável à escola
dominical e a administração de uma escola nos mesmos moldes, toda realizada por
crianças no porão de sua casa. Tais fatos renderam a Land o apelido de “Menino
Pastor de Saint Louis”, pois ele mesmo era o presidente e encarregado da pregação
na Escola dominical, tendo a mão a Bíblia que ganhou por não ter sequer uma falta
na Escola da Igreja.

Quando cresceu, Land foi estudar artes, mas com o tempo e com a separação
dos pais, mudou-se de volta para Kansas City e teve que deixar os estudos para se
dedicar aos negócios da família, que havia montado um restaurante coma o que
puder com 25 centavos de dólar. Seu negócio prosperou e em pouco tempo ele teve
que aumentar o negócio.

Aos 21 anos, sua avó lhe entregou um envelope que continha o dinheiro
exato para que ele entrasse para a Maçonaria, assim como seu avô tinha feito. De
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fato ele entrou e passou a fazer parte de todos os Corpos Maçônicos mais
importantes na época.

Land ainda chegou a voltar aos estudos, como exímio desenhista. Foi quando
conheceu sua esposa Nell Swiziensky. Ela era a única mulher com quem ele se
sentia à vontade e, de fato, foi com ela que veio a casar.

Nesta época, vendeu o restaurante e passou a trabalhar integralmente com o


Rito Escocês. Através desta oportunidade conheceu Louis Lower, a quem acolheu
como filho e, inspirado nele, criou a Ordem DeMolay. Finalmente ele tinha achado a
contribuição dele a humanidade. Colocou cada esforço neste trabalho.

Quando fundou a Ordem, tinha de 29 anos de idade. Era muito jovem para ser
chamado de Senhor, mas não ousavam chama-lo pelo primeiro nome por isto os
garotos chamaram-no de Dad (Pai em Inglês, mas que equivale ao nosso Tio).
Assim tornou-se líder destes jovens, sendo seu maior expoente, apesar de jamais
ter sido Grande Mestre.

Faleceu no dia 8 de novembro de 1959, vítima de uma rara doença chamada


escleroderma, deixado órfãos vários DeMolays e o sentimento de saudades em
grandes e pequenos homens. Homens tais como Harry Truman e Franklin
Roosevelt. Hoje o dia de sua morte é lembrando em um dia obrigatório no dia 8 de
novembro.
21

Frank Sherman Land

2.2 DEMOLAY NO BRASIL

“Iniciado na Maçonaria em 1950, somente em 1970 tive a oportunidade de


conhecer, através da leitura do The New Age - Junho de 1969, comemorativo do
cinquentenário da Ordem DeMolay, o importante trabalho em favor da juventude,
feito pela Maçonaria, patrocinando a Ordem DeMolay.

Esse conhecimento despertou em mim o sonho de trazer para o Brasil essa


Organização, que viria a preencher uma lacuna existente na tradicional maçonaria
brasileira, que se traduzia na absoluta ausência de jovens dentro de nossa
fraternidade."

Essas foram as palavras de Alberto Mansur, maçom responsável em trazer


para o Brasil, difundir no território e divulgar as atividades da Ordem DeMolay.

Alberto Mansur tentou alguns contatos com o Supremo Conselho


Internacional da Ordem DeMolay sem resultados, até que em meados de 1974 teve
a honra de conhecer pessoalmente, no Rio de Janeiro, o Ilustre e saudoso Ir.
George A. Newbury 33º Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho
22

R.E.E.A. que participava da VII Reunião dos Soberanos Grandes Comendadores


das Américas, e a quem confiei o meu desejo sobre a fundação da Ordem DeMolay
no Brasil.

Após o seu regresso aos Estados Unidos da América, Mansur recebeu uma
carta do Supremo Conselho Internacional e as primeiras medidas para tornar seu
sonho realidade, começaram a se delinear. Como Soberano Grande Comendador
R.E.A.A. no Brasil, anunciava como meta prioritária de sua Gestão a Fundação da
Ordem DeMolay no Brasil. Começou, portanto, um grande trabalho de divulgação da
Ordem DeMolay, o que despertou a atenção e o interesse de muitos maçons,
conseguindo desse modo bons colaboradores para a Obra. Cinco anos se passaram
sem que uma atitude mais positiva por parte do Supremo Conselho Internacional
fosse tomada, até o dia que teve a felicidade de encontrar em Boston, no ano de
1979, o então Grão Mestre Internacional, C. C. "Buddy" Falkner 33º, Grande Líder e
entusiasta da Ordem DeMolay e que imediatamente confiou ao Mansur, autorizando-
o a fundar a Ordem DeMolay no Brasil e nomeando-o Oficial Executivo.

Começou a tradução para o Português dos Rituais. Tornando realidade seu


sonho, com a força que tem todos os sonhos, instalou o primeiro Capítulo da Ordem
DeMolay no Brasil, no Rio de janeiro, no dia 16 de agosto de 1980, com 59
candidatos e tendo como patrocinador o Supremo Conselho do Grau 33º, R.E.A.A.
do Brasil, tendo a felicidade de ver seu próprio filho, Jorge Alberto Mansur, como
Mestre Conselheiro, concretizando sua aspiração de trazer os jovens para seu
convívio, realização impraticável de outra forma.

Alberto Mansur acreditava que o crescimento que tinha se baseia no fato de


que a Ordem DeMolay viria realmente ocupar um espaço desejado e sonhado por
toda a sociedade, e que não tem similar em outras organizações. É nesse aspecto
fundamental que procurava ressaltar, e acreditava residir aí a fórmula do sucesso.
Para esse fim, buscava o imprescindível apoio dos Grãos Mestres Brasileiros. Muitos
dos quais exercem hoje simultaneamente o cargo de Oficial Executivo para o seu
Estado.

A Ordem DeMolay apresenta dois aspectos fundamentais e de grande


23

importância na sociedade contemporânea: A luta pela manutenção das Escolas


Públicas - base essencial para qualquer desenvolvimento posterior, e a promessa da
construção de um novo mundo com o melhor preparo de nossa juventude, que um
dia assumirá o comando de todas as atividades.

Desde os primeiros momentos, Mansur procurou associar de forma bem


destacada o envolvimento da Maçonaria com a Ordem DeMolay, nesse objetivo de
transformar o futuro, buscando o aperfeiçoamento da juventude, mantendo acesa a
chama do bem que existe em germe na natureza humana e especialmente no
coração de todos os jovens, e porque verificou que esse ideal despertava o
entusiasmo na sociedade e que inúmeros auxiliares surgiam para ajudar na tarefa.

É importante considerar que ao ressaltar esse patrocínio da Maçonaria,


deixamos bem claro também que a Ordem DeMolay não é restrita a filhos de
Maçons ou parentes de Maçons, e sim que essa tem suas portas abertas a todos os
interessados.

Atualmente a Ordem DeMolay já conta com o reconhecimento por lei, como


Entidade de Utilidade Pública, e tem oficialmente seu dia de comemoração do
calendário brasileiro: 18 de Março.

Em Assembleia da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB)


realizada, na tese "REVITALIZAÇÃO DA MAÇONARIA", a Ordem DeMolay foi
incluída como peça fundamental para atingir esse objetivo. Muitos Grãos Mestres já
oficializaram a isenção de taxas para a iniciação de Seniors DeMolays na
Maçonaria.

O Sonho de Frank S. Land continua vivo, e se constitui ao nosso ver o


Grande Baluarte em que deve se apoiar a Maçonaria, com visitas a seus planos para
o século que se aproxima, esforçando-se para preparar homens melhores para um
mundo melhor!”
24

Alberto Mansur, discursando no Senado Federal em Solenidade de homenagem aos


30 anos de atuação no Brasil da Ordem DeMolay - 21/03/2011

Brasão do Supremo Conselho da Ordem DeMolay Para o Brasil


25

3 DEMOLAY SUSTENTÁVEL

Esse projeto iniciado dentro da Ordem DeMolay chega ao Brasil em 2013 e o


apresentarei a partir das palavras do Grande Mestre Nacional do Supremo Conselho
da Ordem DeMolay para o Brasil, Sergio Luiz Gonçalves.

Brasão DeMolay Sustentável

"DeMolay Sustentável trata-se de uma virada de paradigma, uma nova


maneira de olhar para o mundo em que vivemos e reafirmar nosso compromisso de
pensar soluções para o crescente problema ambiental e social que nos atinge.

O Supremo Conselho da Ordem DeMolay do Brasil alinha-se aos conceitos


de sustentabilidade por uma vocação, o desejo do novo, de ser útil a sociedade em
que vivemos, e, nesse novo conceito, o caminho da sustentabilidade que
escolhemos ao lançarmos o Projeto DeMolay Sustentável, que é uma oportunidade
para as nossas fileiras, sempre antenada na busca de soluções para uma sociedade
melhor, trará uma contribuição inestimável capaz de perdurar gerações.

Em 29 de dezembro de 2009, o Brasil, de maneira inovadora, comprometeu-


se no plano interno, dando um passo histórico ao instituir a Política Nacional de
Mudança do Clima por meio da Lei Federal nº 12.187. De acordo com esta lei, o
Brasil adotará ações para reduzir entre 36,1% e 38,9% de suas emissões projetadas
26

até 2020 (isso equivale a uma redução de 17% comparada aos níveis de 2005). Em
junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro, vivemos a Rio + 20, Conferência das
Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, marcando o vigésimo
aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento que aconteceu na capital carioca no ano de 1992 (Rio-92), e
também os dez anos da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, que
ocorreu em Johanesburgo, África do Sul, no ano de 2002.

Esse é um projeto com a marca da inovação, gerando valor para todos na


cadeia de oportunidades que as ações que serão realizadas vão trazer a cada uma
de nossas fileiras. Um valor socioambiental que cria novas rotinas e cultura de
trabalho em todos os níveis do SCODB. Sua implementação cria novas fontes de
ideias e contribuições que vão estimular a sustentabilidade.

Reafirmamos nosso compromisso com as gerações futuras ao dedicar tempo,


energia e esforços para implementar em todos os cantos do País o Projeto DeMolay
Sustentável e podemos afirmar que quem ignora esses movimentos inovadores em
direção a sustentabilidade está fadado a perder o trem da história."

O DeMolay Sustentável abordará os temas recorrentes do meio ambiente e


que deverão pautar nossas ações e decisões nos próximos anos. Albert Einstein já
dizia que a “insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar
resultados diferentes”. Com o Projeto DeMolay Sustentável nossa visão deve ser
para dentro da comunidade em que vivemos. Sérgio Abranches, PhD, sociólogo,
cientista político e analista político, afirma que “precisamos melhorar as capacidades
que temos, desenvolver as que não temos e ter uma estratégia clara e sustentada
para entrar nessa busca da inovação para a sustentabilidade e para a transição
rumo a uma sociedade verde de baixo carbono.”

O Projeto DeMolay Sustentável foi elaborado para atender os seguintes


parâmetros:

Universalização das ações em todos os capítulos com a participação ativa de


todos os parceiros no projeto;
27

Adoção de métodos, técnicas e processos que visem quantificar a pegada


ecológica de cada integrante da Ordem DeMolay;

Articulação com as Lojas Maçônicas, Clubes de Mães, entidades


paramaçônicas, prefeituras, órgãos de proteção ambiental que realizem projetos
para a melhoria da qualidade de vida.

A sustentabilidade ambiental e a efetividade das ações da sociedade voltadas


para o planejamento, execução e acompanhamento do Projeto DeMolay
Sustentável, seguirá todos os parâmetros de liderança e proatividade que a Ordem
DeMolay pretende difundir pelo país.

Há a expectativa de reduzir o volume e a complexidade da informação que é


repassada aos gestores e aos atores deste Projeto, afirmando que a importância das
ações efetivadas é trazer um impacto sócio cultural em nossos jovens com a
possibilidade de ser útil a sociedade.

Do mesmo modo, proporcionar publicidade aos fatos e ações realizadas para


que a mesma sociedade possa identificar os jovens DeMolays como líderes
inovadores e responsáveis ao desenvolverem atividades que transformam a vida de
muitos outros.

Após a análise do ambiente e embasado pelas diretrizes e princípios, serão


priorizados os seguintes Objetivos Estratégicos:

1. Propor ações de sustentabilidade para todos os Capítulos membros do


Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil.

2. Diminuir o impacto das emissões de carbono do Supremo Conselho,


adotando medidas que possam colaborar com a queda destas emissões, tais como:
utilizar nas correspondências oficiais apenas papel reciclado, digitalizar toda a
documentação para que possamos alcançar o menor nível de utilização de papel,
entre outras ações.

3. Estudar oportunidades de atuação em novas parcerias com outras


organizações.
28

4. Conscientizar sobre o nosso papel nesta temática do meio ambiente, tão


importante para a qualidade de vida de todos nós.

O Mapa Estratégico do Projeto DeMolay Sustentável esta na visão de futuro


como verdadeiros agentes de transformação, gerindo idéias para a sociedade, com
a intenção de diminuir o impacto da pegada ecológica que causamos.

Implantar metodologia de avaliação individual e coletiva das ações propostas


no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) proposto pelo Projeto DeMolay
Sustentável em busca do Carbono Neutro mitigando as emissões por meio do
plantio de árvores. Ampliar o programa de treinamentos e capacitação em nossos
Capítulos. Ser reconhecidos como líderes preocupados com a preservação
ambiental e o desenvolvimento sócio cultural em nossas comunidades.
29

4 O CONSUMO HUMANO

Ao considerar a racionalidade ambiental, nos pontos de vista entre razão e


valor; pensamento e ação, Enrique Leff destaca "O saber ambiental emerge dessas
mudanças epistêmicas com um sentido estratégico e prospectivo, para desconstruir
a racionalidade econômica e instrumental na qual tem sido fundado o modelo
civilizatório da modernidade e para construir uma nova racionalidade social".

Esse modelo civilizatório supracitado, baseado no consumo, tem uma


perspectiva pouco ampla no que se refere às informações sobre a oferta de matéria-
prima para a produção do que consumimos hoje. A todo momento há pessoas
usufruindo de recursos naturais renováveis e não renováveis, sem ao menos saber
disso. Apenas imaginam querer algo, ir à loja, adquirir esse produto e satisfazer sua
vontade. Essa falta de perspectiva nos leva a perceber que há uma grande falta de
responsabilidade social e econômica que, em muitos casos, ocorre pela falta de
informação e falta de acesso à educação.

Nos mapas abaixo, podemos observar que a densidade demográica brasileira


está concentrada predominantemente no litoral, acompanhada da urbanização,
melhor infraestrutura da educação e maior mercado consumidor:
30

Mapa da densidade demográfica brasileira em 2007 - áreas mais escuras com maior
densidade demográfica.
31

Mapa do consumo per capta brasileiro no ano de 2006 - as áreas mais escuras
apresentam as regiões onde há maior mercado consumidor.
32

Mapa do analfabetismo 2000 - as áreas mais escuras correspondem às áreas de


maior analfabetismo
33

A sobreposição dos três mapas nos mostram que o acesso à educação não é o
único instrumento para combater o consumo excessivo, visto que as áreas mais
urbanizadas e onde há o maior mercado consumidor, também são as áreas onde
não ocorre em grande escala o analfabetismo, portanto as pessoas possuem acesso
à educação e às ferramentas que ela oferece no que diz respeito à formação do
caráter e da responsabilidade social e ambiental de cada um.

E para mudar essa consciência do consumo, de querer possuir cada vez mais
produtos e objetos de modo geral, para satisfazer uma vontade que muitas vezes
não é própria, mas surge da necessidade de comparar com outras pessoas o que
tem ou deixa de ter, há a necessidade de modificar as atitudes das pessoas,
tentando difundir em suas atividades cotidianas pequenas ações que caracterizam
uma responsabilidade ambiental, social e de consumo. Aos poucos, incrementar em
seu caráter uma postura de preocupação com a disponibilidade dos recursos e
diminuir, cada vez mais, a preocupação apenas com seu ego. Essa é uma tarefa que
o projeto DeMolay Sustentável propõe realizar, de modo que atingindo a juventude,
pais, familiares, amigos nas escolas e demais instituições sociais como igrejas, por
exemplo, possam adquirir esses hábitos, ou anos menos percebe-los e, de pouco
em pouco também os assimilar.

4.1 O DESCARTE IRRESPONSÁVEL DE RESÍDUOS E A LOGÍSTICA REVERSA

Uma maneira muito óbvia, porém falsa, de contribuir na preservação do meio


ambiente e na redução do consumo dos recursos que dele provém, é a redução no
consumo de determinados materiais, como também a redução do consumo de
energia e água potável. Essas atitudes afirmo serem falsas, devido ao fato de que
na cadeia produtiva, não cabe apenas a nós pensarmos a respeito dessa finalidade
de atitude. Sim, a redução do consumo de materiais e racionalização do uso de
água e energia já ajuda bastante, porém setores da economia como o primário e
secundário aparecem como grandes vilões e, muitas vezes, não contribuem com
essas atitudes de responsabilidade socioambiental, como podemos observar:
34

Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso/agrodebate/noticia/2015/02/produtores-de-
ms-adotam-boas-praticas-para-uso-racional-da-agua.html

No que tange a essa perspectiva, surge outra necessidade, a de amparar e


conscientizar grandes empresas e corporações que, na maioria dos casos, são as
maiores responsáveis pelo desuso de materiais, produção de resíduos, despejo de
resíduos em cursos d’água, desperdício de recursos, entre outras coisas que
constituem atitudes agressivas ao meio ambiente.

A maneira mais adequada seria a realização de uma logística reversa que


possibilitasse a essas empresas e corporações o desenvolvimento da
responsabilidade em acompanhar durante o processo da cadeia produtiva, desde a
retirada do recurso da natureza até o seu pós-consumo e, em alguns casos, o
reaproveitamento, dando às comunidades locais, próximas ao mercado consumidor
dessas instituições, a visão de que há uma preocupação ambiental no uso do
recurso e produção de mercadoria com o mesmo. Para realizar esses apontamentos
35

e elaborar projetos que sejam viáveis às empresas que se disponibilizassem a


realizar essa logística reversa, o Projeto DeMolay sustentável poderia auxiliar de
modo que empresários locais, próximos aos Capítulos DeMolays assumissem esse
compromisso, junto a lideranças públicas e a fiscalização da realização ou não
desse trabalho, caberia à população local realizar, bem como os próprios DeMolays
e seus contatos.

4.2 ATITUDES BÁSICAS PARA MUDANÇA

Não adianta querermos mudar o mundo sem antes pararmos pra pensar se
nossas atitudes estão sendo condizentes a isso. Como afirmava Mahatma Gandhi,
“Temos de nos tornar a mudança que queremos ver no mundo.” Portanto o
desenvolvimento das atitudes básicas para a mudança deve partir da indignação
com o que acompanhamos diariamente a respeito do consumo excessivo e
ocorrência de impactos ambientais. A máxima de pensar global e agir local cabe
muito bem a essa atitude que devemos assumir para combater às agressões ao
meio ambiente.

Para que possamos desenvolver dentro de nós mesmos um interesse em


mudar nossas atitudes e assumir o papel de protagonistas na preservação do
planeta, é muito complicado, tendo em vista as inúmeras facilidades e comodidades
que temos em ficar parados e esperar que ONGs e outras instituições se
responsabilizem e se manifestem em prol da responsabilidade ambiental. Porém, o
que muitas pessoas ignoram ou fingem não saber é que as cobranças realizadas
pelas ONGs e movimentos ambientais tem um propósito que fará todos gozarem de
seus benefícios, não apenas os militantes. Dessa forma, podemos ilustrar a atitude
de agir local e pensar global.

A sociedade do consumo na qual estamos inseridos, só nos faz pensar em


tomar alguma atitude quando vemos que ocorrerá uma consequência negativa direta
a nós e em curto prazo. Como as consequências da depredação do ambiente serão
refletidas em médio ou longo prazo, ou ainda, de maneira constante mas devagar,
passam imperceptíveis aos nossos olhos, quando analisamos o ontem, hoje e
amanhã. Diferente de analisarmos décadas atrás, a década atual e as prospecções
36

para as décadas futuras. A humanidade não consegue analisar o mundo a partir


desse ponto de vista porque a globalização idealiza, produz e realiza tudo em tempo
reduzido. Tudo agora e nada para depois. Esse ponto de vista e modo em que a
sociedade caminha, não nos possibilita pensar a longo prazo, deixando escondido
abaixo dos nossos olhos que as atitudes predatórias ao meio ambiente terão
consequências graves no futuro e que, como não sabemos o dia de amanhã,
podemos ou não sofrer com essas consequências.
37

5 DESENVOLVENDO UM CARÁTER SUSTENTÁVEL

"Talvez a circunstância mais comum sob a qual as sociedades não


conseguem resolver um problema é quando este problema toma a forma de uma
tendência lenta, oculta por grandes e frequentes variações. O melhor exemplo disso
em tempos modernos é o aquecimento global.

Hoje sabemos que as temperaturas ao redor do mundo têm subido


lentamente nas últimas décadas, devido em grande parte a mudanças atmosféricas
causadas pelo homem. Contudo, isso não quer dizer que o clima a cada ano tenha
sido exatamente 0,01° mais quente que no ano anterior. Em vez disso, como todos
sabemos, o clima varia aleatoriamente para cima e para baixo de ano a ano: três
graus mais quente em um verão do que no anterior, então dois graus mais quente no
próximo verão, quatro graus mais frio no seguinte, um grau mais frio no posterior,
então cinco graus mais quente no outro, etc. Com flutuações tão grandes e
imprevisíveis, demorou muito tempo até que a tendência média de aumento de 0,01°
por ano fosse discernível. Por isso, muitos dos climatologistas profissionais que não
acreditavam no aquecimento global só se convenceram desta realidade
recentemente. [...] Os groenlandeses medievais tinham dificuldade semelhante para
reconhecer que seu clima estava esfriando de forma gradual, e os maias e anasazis
tinham problemas semelhantes para discernir que seu clima estava ficando mais
seco.

Os políticos usam o termo "normalidade deslizante" para se referir a essas


lentas tendências ocultas por trás de flutuações confusas. Se a economia, a
educação, o trânsito ou qualquer outra coisa estiverem se deteriorando aos poucos,
é difícil reconhecer que cada ano sucessivo está em média ligeiramente pior do que
o anterior, de modo que o padrão básico daquilo que constitui a "normalidade" muda
gradual e imperceptivelmente. Pode demorar algumas décadas de leves mudanças
anuais até que as pessoas se dêem conta, com surpresa, de que as condições
costumavam ser muito melhores algumas décadas antes e que aquilo que se
considera normal hoje em dia é uma deterioração daquilo que era normal
anteriormente." (DIAMOND, 2010).
38

A partir dessa citação do livro COLAPSO, podemos analisar algumas das


decadências da sociedade atual que procura insistentemente justificar seus erros a
partir de administrações passadas, quando na verdade, dia-a-dia a atual
administração também, de alguma forma, contribui para a depredação ou descaso
com investimentos para o ambiente ou até mesmo infraestrutura da cidade.

Temos que acabar com essa mentalidade de culpar outros e não considerar
que nós mesmos podemos ser capazes de causar danos ambientais. O
desenvolvimento do caráter íntegro muito tem a ver com a forma que nos colocamos
diante dos fatos cotidianos, sabendo nos posicionar como vítimas, mas também
como causadores de problemas. E a Ordem DeMolay visa desenvolver em seus
membros e, dessa maneira, na sociedade o pensamento de que todas as pessoas
compõem a mesma sociedade e desfrutam dos mesmos recursos oferecidos pelo
mesmo e único planeta. Por isso, a importância de lidar com o caráter do jovem,
apresentando a ele as mazelas da sociedade contemporânea e, ao mesmo tempo,
mostrando quantas vantagens podemos ter em pequeno, médio e curto prazo,
quando sabemos lidar com o que temos disponível para consumir, de acordo com a
nossa necessidade.

A escola de liderança que a Ordem DeMolay é para muitos jovens, não se


restringe ao ensino de ser um líder dentro de uma instituição ou de saber administrar
as funções dentro de uma empresa, mas a liderança no sentido de saber se
posicionar frente às situações-problemas do dia-a-dia e saber solucioná-las. Como
um exemplo, é muito comum nos depararmos com políticos que se enaltecem com
propostas de investimentos em infraestrutura sem se preocuparem com a
responsabilidade ambiental e possíveis impactos que essas propostas podem
causar para o meio ambiente e para as pessoas que desfrutam dele. Essa é uma
situação em que a liderança ensinada a um DeMolay ou por um DeMolay deve ser
colocada em prática, de modo que ele faça os devidos questionamentos e faça o
político perceber as possíveis consequências desse projeto que até então não foram
consideradas.

Com práticas como essa é possível sim desenvolver um caráter sustentável


dentro de cada pessoa. E a escola surge como uma instituição social de importância
39

singular, devido ao número de crianças e adolescentes que diariamente são


protagonistas no processo de ensino-aprendizagem e que, de certa forma, deixam
seus pensamentos como portas abertas às informações que são passadas pelos
seus professores. Se os professores, paralelamente aos conteúdos que devem
ensinar, desenvolver um senso crítico e fazer despertar uma responsabilidade sócio-
ambiental no interior de cada aluno, o objetivo do projeto DeMolay Sustentável
passa a adquirir um ótimo aliado e demasiadamente eficiente.
40

6 LEGISLAÇÃO

O Brasil possui boas leis ambientais. O problema é que a maior parte não é
cumprida de maneira adequada.

Conhecer esses documentos é um passo fundamental para que leis de papel


se transformem em direitos de verdade. Neste sentido, a atitude que pode ser
tomada e difundida para a sociedade brasileira, público alvo dos benefícios que
essas leis oferecem, pode contar com o auxílio do desenvolvimento do projeto
DeMolay Sustentável. Onde nas distintas esferas de governo: federal, estadual ou
municipal poderia oferecer ajuda no sentido de fiscalizar e buscar o seu
cumprimento e atuar diretamente na sociedade, através da instrução de alunos das
redes pública e privada de ensino, proporcionando a difusão do debate acerca
desses assuntos, promovendo assim, a cidadania.

Algumas leis que podem ser destacadas, no sentido de contar com a


colaboração do projeto DeMolay Sustentável em seu cumprimento e acompanhenho
são:

1. Ação Civil Pública (Lei 7.347 de 24/07/1985)

Lei de Interesses Difusos, que trata da açâo civil pública de responsabilidades


por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, e ao patrimônio artístico,
turístico ou paisagístico. A ação pode ser requerida pelo Ministério Público, a pedido
de qualquer pessoa, ou por uma entidade constituída fiá pelo menos um ano.
Normalmente ela é precedida por um inquérito civil.

2. Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 12/02/1998)

A Lei dos Crimes Ambientais reordena a legislação ambiental brasileira no que


se refere às infrações e punições. A partir dela, a pessoa jurídica, autora ou coautora
da infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se
ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. Por outro
lado, a punição pode ser extinta quando se comprovar a recuperação do dano
ambiental e - no caso de penas de prisão de até 4 anos - é possível aplicar penas
alternativas. A lei criminaliza os atos de pictiar edificações urbanas, fabricar ou soltar
41

balões (pelo risco de provocar incêndios), maltratar as plantas de ornamentação


(prisão de até um ano), dificultar o acesso às praias, ou realizar um desmatamento
sem autorização prévia. As multas variam de R$ 50 a R$ 50 milhões. Para saber
mais o IBAMA tem, em seu site, um quadro com as principais inovações desta lei,
bem como de todos os vetos presidenciais.

3. Patrimônio Cultural (Decreto Lei 25, de 30/11/1937)

Este decreto organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,


incluindo como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico, arqueológico, os
monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável pela natureza ou
a partir de uma intervenção humana. A partir do tombamento de um destes bens, fica
proibida sua destruição, demolição ou mutilação sem prévia autorização do Serviço
de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), que também deve ser
previamente notificado, em caso de dificuldade financeira para a conservação do
bem. Qualquer atenta do contra um bem tombado equivale a um atentado ao
patrimônio nacional.

4. Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 17/01/1981)

A mais importante lei ambiental. Define que o poluidor é obrigado a indenizar


danos ambientais que causar, independentemente de culpa. O Ministério Público
(Promotor Público) pode propor açôes de responsabilidade civil por danos ao meio
ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos
causados. Também esta lei criou os Estudos e respectivos Relatórios de Impacto
Ambiental (EIA/RIMA), regulamentados em 1986 pela Resolução 001/86 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). O EIA/RIMA deve ser feito antes
da implantação de atividade económica que afete significativamente o meio
ambiente, como estrada, indústria, ou aterros sanitários, devendo detalhar os
impactos positivos e negativos que possam ocorrer por causa das obras ou após a
instalação do empreendimento, mostrando ainda como evitar impactos negativos. Se
não for aprovado, o empreendimento não pode ser implantado.

5. Recursos Hídricos (Lei 9.433 de 08/01/1997)


42

A lei que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema


Nacional de Recursos Hídricos define a água como recurso natural limitado, dotado
de valor econômico, que pode ter usos múltiplos (por exemplo: consumo humano,
produção de energia, transporte aquaviário, lançamento de esgotos). A partir dela, a
gestão dos recursos hídricos passa a ser descentralizada, contando com a
participação do Poder Público, usuários e comunidades. São instrumentos da nova
Política das Águas:

1 - os Planos de Recursos Hídricos: elaborados por bacia hidrográfica, por


Estado e para o País, visam gerenciar e compatibilizar os diferentes usos da água,
considerando inclusive a perspectiva de crescimento demográfico e metas para
racionalizar o uso; 2 - a outorga de direitos de uso das águas: válida por até 35
anos, deve compatibilizar os usos múltiplos; 3 - a cobrança pelo seu uso (antes, só
se cobrava pelo tratamento e distribuição); 4 - os enquadramentos dos corpos
d'água (a ser regulamentado).

A lei prevê a formação de: 1 - Sistema Nacional de Gerenciamento de


Recursos Hídricos (integrado conselho nacional e estaduais de Recursos Hídricos,
bem como os Comitês de Bacia Hidrográfica); 2 - Conselho Nacional de Recursos
Hídricos, composto por indicados pelos respectivos conselhos estaduais de recursos
hídricos, representantes das organizações civis do setor e de usuários; 3 - Comitês
de Bacias Hidrográficas, compreendendo uma bacia ou sub-bacia hidrográfica, cada
comitê deve ter representantes de governo, sociedade civil e usuários com atuação
regional comprovada; 4 - Agências de bacia com a mesma área de atuação de um
ou mais comitês de bacia, têm entre as atribuições previstas, a cobrança de uso da
água e administração dos recursos recebidos; 5 - Sistema Nacional de Informação
sobre Recursos Hídricos: para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação
de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.

6. Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição (Lei 6.803, de


02/07/1980)

De acordo com esta lei, cabe aos estados e municípios estabelecer limites e
padrões ambientais para a instalação e licenciamento da indústrias, exigindo Estudo
43

de Impacto Ambiental. Municípios podem criar três classes de zonas destinadas a


instalação de indústrias: 1) zona de uso estritamente industrial: destinada somente
às indústrias cujos efluentes, e ou ruídos e ou radiação possam causar danos à
saúde humana ou ao meio ambiente, sendo proibido instalar atividades não
essenciais ao funcionamento da área; 2) zona de uso predominantemente industrial:
para indústrias cujos processos possam ser submetidos ao controle da poluição, não
causando incômodos maiores às atividades urbanas e repouso noturno, desde que
se cumpram exigências, como a obrigatoriedade de conter área de proteção
ambiental que minimize os efeitos negativos; 3) zona de uso diversificado: aberta a
indústrias que não prejudiquem as atividades urbanas e rurais.
44

7 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

No desenvolvimento desta pesquisa, que incorpora ao projeto DeMolay


Sustentável bases para a sua aplicação e desenvolvimento de atividades, é bastante
conciso o passo a passo de como fazer se tornar realidade cada uma das ideias
propostas.

No que tange a educação ambiental, é prerrogativa de DeMolays, tanto como


dos demais cidadãos, se preocupar e buscar cada vez mais um aprofundamento em
conhecimento e respeito à educação. Os estudos que englobam atividades
ambientais se tornam o foco deste trabalho, tendo em vista a relação com a
sustentabilidade.

Para alcançar os cidadãos de maneira mais eficiente, nada melhor do que a


escola para servir de palco para a atuação do DeMolay Sustentável, para isso o
projeto busca contar com o apoio de cada instituição de ensino, bem como
secretarias municipais e estaduais de educação, de modo que facilite o acesso do
projeto DeMolay Sustentável em cada escola.

O desenvolvimento do caráter responsável, paralelamente ao


desenvolvimento da cidadania, abordada no capítulo anterior, referente à legislação,
é uma forma muito importante e eficiente de se atingir os jovens. Ao ocorrer o debate
a respeito de legislações ambientais, há o incremento de opiniões de cidadãos às
atividades políticas executivas e legislativas de cada cidade, estado ou país. Desta
forma, tanto a escola, quando os alunos sofrem consequências positivas com a
aderência e aplicação do projeto DeMolay Sustentável na escola.
45

8 PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS LIGADOS AO CONSUMO EXCESSIVO

O ser humano, por si só, depende do consumo de recursos naturais. Não


exista possibilidade de gerir uma sociedade, desvinculada do consumo. Porém a
forma como esse consumo é realizado que permeia o descontentamento com a
preservação ambiental.

De modo a garantir maior facilidade e comodidade no dia-a-dia,


constantemente vivemos em busca de desenvolvimento de tecnologias que cada vez
mais nos proporcionam essas vantagens. Porém cabe a percepção de saber dosar o
ritmo do consumo e qual recurso está sendo consumido. Considerando os recursos
naturais renováveis e não-renováveis, há uma grande diferença na forma como esse
recurso será utilizado por nós e quais impactos a sua retirada da natureza trará ao
meio ambiente.

A grande questão é que o consumo em excesso traz consigo uma


necessidade maior de extrair mais recursos naturais, renováveis e não-renováveis,
não medindo o tamanho dos impactos que serão causados ao meio ambiente. Além
de impactos diretamente no meio natural como floresta, formações rochosas ou
cursos hídricos, há também os impactos causados posteriormente ao consumo
desse recurso, como o despejo de resíduos na atmosfera, no solo, em rios, lagos, ou
até mesmo nos oceanos. A diversidade biológica sofre um extermínio com a redução
da biodiversidade vegetal, que por sua vez agrava a ameaça à biodiversidade animal
até alcançar os seres humanos. Há ainda que se considerar os impactos que
indiretamente podem atingir os seres vivos devido à essas formas de poluição, como
problemas respiratórios e outros impactos à saúde.
46

9 CONSCIENTIZANDO A JUVENTUDE COM ATIVIDADES PRÁTICAS

Toda atividade humana deixa uma marca impactante, e saberemos o volume


de emissões que cada um gera todo mês ou ano, pelo cálculo feito por meio da
pegada ecológica. A pegada ecológica é uma forma de medirmos o tamanho do
nosso consumo, comparado com a verdadeira necessidade que temos de utilizar os
recursos naturais.

Com esses indicadores, podemos por exemplo, quantificar quantas árvores


cada um de nós teremos que plantar e as alternativas viáveis para reduzir o impacto
das emissões. O projeto DeMolay Sustentável disponibilizará calculadoras para que
cada um faça o cálculo da pegada ecológica individualmente.

O projeto consiste basicamente em calcular nossa pegada ecológica


utilizando de metodologia científica existente e mitigar o passivo das ações do
Supremo Conselho, viagens, Congressos, promoções e campanhas por meio do
plantio de árvores, palestras educativas, campanhas locais e debates sobre
sustentabilidade que estejam acontecendo ou que sejam patrocinados pelos
Capítulos.

Essa é uma forma de exemplificar como desenvolver na prática o projeto


DeMolay Sustentável. A partir da própria Ordem, atingindo primeiramente seus
membros, posteriormente seus colegas das escolas onde estudam e, a partir daí,
formar uma multiplicação de boas ações em prol da natureza e sustentabilidade.

9.1 O TRABALHO PARA SER DESENVOLVIDO DENTRO DA ORDEM DEMOLAY

Na sede do Supremo Conselho da Ordem DeMolay Para o Brasil, serão


quantificados gases emitidos pelos automóveis utilizados pelos funcionários e
colaboradores, a energia elétrica consumida, o gás, a água e todas as outras
maneiras de consumo que irão constar na prestação de contas do balanço
ambiental.

Além disso, serão previstas, diagnosticadas, avaliadas e monitoradas todas e


quaisquer ações que tenham impacto sobre o meio ambiente na comunidade em
que vivemos, possibilitando aos Capítulos a tomada de consciência ambiental e as
47

soluções para os problemas diagnosticados, não esquecendo que o projeto permite


a participação em escolas públicas, com uma disciplina transversal na grade
curricular por meio de palestras sobre sustentabilidade, consumo consciente,
reciclagem, entre outros assuntos interligados. O SCODB disponibilizará o roteiro
que poderá ser seguido para a execução dessas palestras, oferecendo bases
técnicas e didáticas para que haja melhor aproveitamento por parte dos alunos.

Tendo em vista a realização dessas atividades, há maior facilidade de


divulgação e realização do projeto DeMolay Sustentável.

9.2 O TRABALHO PARA SER DESENVOLVIDO DENTRO DAS ESCOLAS

Integrada a essa ação nas escolas, podem ser realizadas gincanas escolares,
mutirão de limpeza nos bairros, reflorestamento em áreas ribeirinhas, em praças
públicas e rodovias, implantação de latas de lixos em locais públicos, implantação de
logística reversa nas comunidades, criação de pontos de entrega voluntária de
materiais recicláveis, incluindo papéis, óleo de cozinha, plástico, metal e vidro,
realizar um passeio ciclístico, propor audiência pública nas câmaras de vereadores,
convidando para participar as entidades da sociedade civil e o povo em geral, para
dar suas opiniões, e debater soluções com os gestores públicos sobre as questões
do meio ambiente no município,entre tantas outras atividades que os Capítulos
poderão criar.

Com o desenvolvimento dessas atividades propostas acima é possível


desenvolver a cidadania, trabalhar com a ética e moral, bem como difundir a
responsabilidade de cuidar do meio ambiente e perceber que ele é o nosso lugar.

9.3 OBTENDO RESULTADOS COM A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

"A educação é o único caminho para emancipar o homem. Desenvolvimento


sem educação é criação de riquezas apenas para alguns privilegiados." Essa
afirmação de Leonel de Moura Brizola ilustra e explicita muito bem o sentido de se
desenvolver a educação. Como a educação está ligada ao que aprendemos e como
aplicamos esse conhecimento no dia-a-dia, também podemos relacioná-la ao
desenvolvimento de responsabilidades ambientais.
48

Ao se instruir um aluno ou outra pessoa com atitudes que podem ser tomadas
a respeito da preservação ambiental, o que ocorre é uma oferta de como a própria
pessoa manter saudável o lugar onde vive. De uma forma mais simples com atitudes
diárias dentro da própria casa, bem como com atitudes mais ousadas, como
aplicação, ajuda na elaboração ou fiscalização do cumprimento de leis, de uma
forma ou de outra o que se faz é preservar os recursos naturais, desenvolver a
sustentabilidade no planeta e difundir dentro deste grande mundo a vontade de
preservar o que ele nos oferece para que não carecemos desses mesmos recursos
em um futuro próximo.

Embora os resultados dessas atitudes que podem ser tomadas acerca da


preservação ambiental nos apresentem resultados, em maior parte, a longo prazo,
podemos ter a certeza e segurança de saber que amanhã ainda terá a
disponibilidade desses recursos, porque hoje paramos para pensar e agimos de
forma responsável e garantir às gerações futuras, as mesmas possibilidades que
temos hoje.

Cada cidadão, independentemente da idade, gênero, classe social ou


nacionalidade, independentemente até do país ou continente que vive, será
beneficiado com o desenvolvimento da responsabilidade ambiental, porque a
vantagem que essa responsabilidade proporcionará, significa vida.
49

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mundo carece de pessoas com tempo livre e que desenvolvam outras


atividades que não sejam trabalhar e consumir, sem considerar ao mínimo a
disponibilidades dos recursos naturais. Esse quadro social que permeia o planeta
também ocorre no Brasil de maneira muito parecida. Embora nos últimos anos
tenhamos alcançado posições melhores de desenvolvimento econômico e IDH,
ainda é grande o problema que o Brasil enfrenta a respeito do consumo exagerado e
sem preocupação com a responsabilidade em saber de onde vem e para onde vão
todos os produtos que são consumidos diariamente.

Tendo em vista a grande exploração dos recursos naturais, o descaso com a


grande produção e acúmulo de lixo, as poucas informações acerca do
desenvolvimento da sustentabilidade nas escolas a ausência de debates em grupos
sociais, bem como dentro de casa sobre preservação ambiental, o projeto DeMolay
Sustentável vem dar um suporte para a sociedade a respeito desse assunto tão
importante, bastante comentado, bastante discutido e pouco colocado em prática: a
Sustentabilidade.

A proposta que é dada a partir dessa pesquisa é a de se desenvolver um


mundo melhor, onde pessoas possam trocar experiências entre si, principalmente
através do diálogo, mas também a partir de ações desenvolvidas nas escolas, na
família, nas comunidades, nas cidades, assim generalizando nacionalmente o
desenvolvimento da responsabilidade ambiental e o questionamento do que pode
ser feito para a preservação dos recursos naturais e como podemos gerir um planeta
finito em um sistema de consumo linear. A solução, nesta questão é desenvolver a
união de todos os indivíduos ao longo desse sistema linear e despertar em cada um
deles o interesse em desenvolver atitudes que proporcionem ao planeta uma
condição viável de sustentabilidade entre o consumo e o uso responsável dos
recursos naturais.

Neste sentido a Ordem DeMolay, oferece à sociedade não uma solução, mas
um auxílio para que cada indivíduo que a compõe, desenvolva em seu caráter
soluções sustentáveis e as transformem em ações e atitudes para que dessa forma,
50

guie a sociedade por um caminho de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente.


51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAMOND, Jared. Colapso. 7ª edição. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.

LEFF, Enrique. Aventuras da Epistemologia Ambiental. Rio de Janeiro: Editora


Garamond Universal, 2004

BUARQUE, Daniel. População mundial chega a 7 bilhões de pessoas, diz ONU.


Disponível em < http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/populacao-mundial-
chega-7-bilhoes-de-pessoas-diz-onu.html> - acessado em 20/10/2015 11:54h

SUPREMO Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil. O que é a Ordem DeMolay.


Disponível em <http://demolay.org.br/o-que-e-a-ordem-demolay/> - acessado em
21/10/2015 11:02

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