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Métodos de Resposta em Freqüência

1. Motivação

2. Gráficos de resposta em freqüência

pag.1 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


c Reinaldo M. Palhares

Métodos de Resposta em Freqüência

Origem do termo? Entende-se por resposta em freqüência a resposta em


estado estacionário de um sistema para uma entrada senoidal

Motivação Uma vantagem da abordagem por resposta em freqüência surge do


fato da simplicidade com que se pode, experimentalmente, realizar testes de
resposta em freqüência de forma precisa usando-se geradores de sinais senoidais
disponı́veis e instrumentos precisos para medição

B Geralmente FTs de componentes complicados podem ser determinados


experimentalmente por testes em respostas em freqüência

B Há ainda a vantagem que um sistema pode ser projetado, tal que os efeitos
de ruı́dos indesejáveis possam ser negligenciado

pag.2 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


c Reinaldo M. Palhares
°
Análise de Resposta em Freqüência
Saı́da em Estado Estacionário para entrada Senoidal Considere um sistema
linear e invariante no tempo G(s), tal que
Y (s)
= G(s)
R(s)

A entrada r(t) é senoidal e descrita da forma


ω
r(t) = R sen(ωt) ⇒ R(s) = R
s2 + ω 2

Logo
ω
Y (s) = G(s) R
s2 + ω 2
a a b1 bn
= + + + ··· +
s + jω s − jω s + p1 s + pn

sendo a e bi , i = 1, . . . , n constantes e a o conjugado complexo de a


pag.3 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12
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Análise de Resposta em Freqüência

Logo aplicando L−1 obtém-se a resposta temporal

y(t) = ae−jωt + aejωt + b1 e−p1 t + · · · + bn e−pn t , t ≥ 0

Para um sistema estável, −p1 , . . . , −pn têm parte real negativa. Portanto, em
regime, e−p1 t + · · · + e−pn t tendem a zero, com exceção dos dois primeiros
termos...

B Veja que se Y (s) envolve múltiplos pólos pj de multiplicade mj , então y(t)


envolverá termos da forma

thj e−pj t (hj = 0, 1, . . . , mj − 1)

no entanto, se o sistema é estável, thj e−pj t → 0, t → ∞

pag.4 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Análise de Resposta em Freqüência
B Portanto, a resposta em estado estacionário é da forma

yss (t) = ae−jwt + aejωt

sendo que a constante a pode ser avaliada da resposta no domı́nio-s:


ωR
¯
¯
a = G(s) 2 2
(s + jω)¯¯
s +ω s=−jω
ωR
¯
¯
= G(s) (s + jω)¯¯
(s − jω)(s + jω) s=−jω
RG(−jω)
= −
2j

Veja ainda que


ωR RG(jω)
¯
¯
a = G(s) 2 (s − jω) ¯ =
s + ω2 ¯
s=jω 2j

pag.5 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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°
Análise de Resposta em Freqüência

Como G(jω) é uma função de variável complexa, pode-se escrevê-la na forma:

G(jω) = |G(jω)| ejφ

sendo

Im (G(jω))
 
φ = ∠G(jω) = tan−1
Re (G(jω))
Da mesma forma obtém-se

G(−jω) = |G(−jω)| e−jφ = |G(jω)| e−jφ

pag.6 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Análise de Resposta em Freqüência

∴ yss (t) = a e−jwt + a ejωt

R |G(jω)| e−jφ R |G(jω)| ejφ


= − e−jωt + ejωt
2j 2j

ej(wt+φ) − ej(wt+φ)
= R |G(jω)|
2j

= R |G(jω)| sen(ωt + φ)

= Y sen(ωt + φ)

sendo Y = R |G(jω)|

pag.7 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Análise de Resposta em Freqüência

Portanto, para um sistema estável LIT


sujeito a uma entrada senoidal,
em estado estacionário, a saı́da será também senoidal,
tendo a mesma freqüência que a entrada,
porém com amplitude e fase diferentes

Nota Conseqüência evidente desta análise: simplesmente substitui-se s por jω

pag.8 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

Forma gráficas de apresentar resposta em freqüência

1. Diagrama de Bode ou diagrama logarı́tmico


2. Diagrama de Nyquist ou diagrama polar
3. Carta de Nichols ou Magnitude logarı́tmica versus diagrama de fase

pag.9 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

Exemplo Circuito RC com FT


1
G(s) =
RCs + 1

1 1 1 1
G(jω) = =   , ω1 = =
jω(RC) + 1 j ω
+1 RC τ
ω1

O gráfico polar é traçado a partir da relação:

1 − j(ω/ω1 ) 1 (ω/ω1 )
G(jω) = R(ω)+jX(ω) = = −j
(ω/ω1 )2 +1 1 + (ω/ω1 )2 1 + (ω/ω1 )2

pag.10 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

ou na forma polar:
G(jω) = |G(ω)| ∠φ(ω)

1 ω
 
|G(ω)| = p , ∠φ(ω) = tan−1
1 + (ω/ω1 )2 ω1

B A construção de diagramas polares, como apresentados até agora, é


relativamente tediosa e não indica o efeito individual de pólos e zeros. A
introdução de gráficos logarı́tmicos, ou diagramas de Bode, simplificam bastante
o traçado da resposta em freqüência

pag.11 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

Por que um diagrama logarı́tmico ? Veja que o logarı́tmico tem


propriedades do tipo:
n
[(ab)]
log = n log a + n log b − log c − log d
cd

ie, termos multiplicativos são convertidos em termos aditivos, e termos que


dividem, são algebricamente adicionados com termos negativos... Alguma
semelhança com FT descrita em termos de: ganho, zeros e pólos?

B O logarı́tmico do módulo da FT é normalmente expresso em decibéis, dB, ie

20 log10 |G(ω)|

No diagrama de Bode, a magnitude (logarı́tmico do módulo) é traçado em um


gráfico e o ângulo (argumento de G(jω)) em outro

pag.12 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência
Exemplo Para o circuito RC obtém-se
( 1/2 )
1  2

20 log |G| = 20 log 2
= −10 log 1 + (ωRC)
1 + (ωRC)

B Para freqüências baixas, ie, ω  1/RC = 1/τ , o ganho logarı́tmico é

−10 log 1 = 0dB

B Para freqüências altas, ie ω  1/RC, obtém-se

20 log |G| = −20 log ωRC

B Particularmente quando w = 1/RC, na chamada freqüência de corte (ou de


canto), obtém-se

20 log |G| = −10 log(1 + 1) = −3.01dB

pag.13 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

Nota Veja que para freqüências mais altas, tomando-se ω2 = 10ω1 , ou


ω1 = ω2 /10 quando se aplica a análise obtém-se neste trecho uma informação
de magnitude da forma

ω2 τ
−20 log ω2 τ − (−20 log ω1 τ ) = −20 log
ω1 τ

= −20 log 10

= −20dB/década

pag.14 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

B Para ω2 = 2ω1 , obtém-se

ω2
−20 log ω2 τ − (−20 log ω1 τ ) = −20 log
ω1

= −20 log 2

= −6dB/oitava

pag.15 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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10

0
dB

Asymptotic
Exact
210 curve
curve
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220
(a)

0
Exact
f(v), degrees

Linear
approximation
245

290
0.1 1 10
t t t
v

(b)

MASTER 101
Figure 8.9 Bode diagram for (1 + jvt)–1
Gráfico de Resposta em Freqüência

Para a FT genérica

Q
Y
Kb (1 + jωτi )
i=1
G(jω) = M R
" 2 #
2ζk jω
Y Y   
(jω)N (1 + jωτm ) 1+ jω +
m=1 k=1
ωnk ωnk

pag.17 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

O módulo logarı́tmico de G(jω) é

Q
X
|G(jω)| = 20 log Kb + 20 log |1 + jωτi |
i=1

M
X
− 20 log (jω)N − 20

log |1 + jωτm |
m=1
2
R
2ζk jω
X   
− 20 log 1 + jω +

ωnk ωnk


k=1

Nota Basta adicionar a parte de cada fator individualmente...

pag.18 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

O gráfico de fase corresponde à soma dos argumentos de cada fator da FT, ou:

Q
X
φ(ω) = tan−1 (ωτi ) − N (900 )
i=1

M
X
− tan−1 (ωτm )
m=1

R
2ζk ωnk ω
X  
− tan−1 2
k=1
ωnk − ω2

pag.19 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

B Portanto, os quatro tipos de fatores que podem aparecer numa FT são:

1. Ganho constante — Kb

2. Pólos ou zeros na origem — jω

3. Pólos ou zeros no eixo real — jωτ + 1


2
2ζ jω
  
4. Pólos ou zeros complexos conjugados — 1 + jω +
ωn ωn

B A curva da função completa é obtida somando-se graficamente as curvas de


cada fator

pag.20 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

Ganho Constante — Kb

20 log Kb = constante em dB, φ(ω) = 0

B Se Kb < 0, o módulo continua sendo 20 log Kb , porém a fase passa a


ser −1800

Pólos ou zeros na origem — jω Para um pólo na origem


1

= −20 log ω dB, 0
20 log φ(ω) = −90

Para um zero na origem

20 log |jω| = +20 log ω dB, φ(ω) = +900

pag.21 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

Pólos ou zeros no eixo real — jωτ + 1 para um pólo em −1/τ , obtém-se

1

= −10 log(1 + ω 2 τ 2 ) dB,

20 log
φ(ω) = − tan−1 ωτ
1 + jωτ

pag.22 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

2
2ζ jω
  
Pólos ou zeros complexos conjugados — 1 + jω +
ωn ωn

O fator quadrático correspondente a um par de pólos complexos conjugados pode


ser escrito na forma normalizada

2 ω
1 + j2ζu − u , sendo u =
ωn

Portanto, para

1
G(jω) =    2
2ζ jω
1+ ωn
jω + ωn

pag.23 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

Obtém-se
2ζu
 
2 2 2 2
 
20 log |G(jω)| = −10 log (1 − u ) + 4ζ u , φ(w) = − tan−1
1 − u2

B Quando u  1,

20 log |G| ≈ −10 log 1 = 0 dB, φ(w) → 00

B Quando u  1,

20 log |G| ≈ −10 log u4 = −40 log u dB, φ(w) → −1800

resulta numa curva com inclinação de −40dB/década

B As duas assı́ntotas encontram-se na linha de 0dB, quando u = ω/ωn = 1

pag.24 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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Gráfico de Resposta em Freqüência

A aproximação é boa para raı́zes complexas? Veja que as duas assı́ntotas


obtidas são independes do valor do fator de amortecimento, ie, não foi
considerado na aproximação para o traçado da curva de magnitude...

B Próximo a freqüência ω = ωn , um pico ressonante acontece como pode ser


esperado de
1
G(jω) =    2
2ζ jω
1 + ωn jω + ω n

e o valor do fator de amortecimento, ζ, determina a magnitude deste pico


ressonante. Para valores pequenos geram-se picos grandes... Isto é ilustrado na
próxima figura

pag.25 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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MASTER 102

20
z 5 0.05
0.10
10 0.15
0.20
0.25

0
20 loguG u

0.3 0.4
210 0.5
0.6
0.8
1.0

220

230

240
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.8 1.0 2 3 4 5 6 8 10
u 5 v /v n 5 Frequency ratio

(a)
0
z 5 0.05
220 0.10
0.15
240 0.3 0.4 0.20
Phase angle, degrees

0.5 0.25
260 0.6
0.8
280 1.0
2100

2120

2140

2160

2180
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.8 1.0 2 3 4 5 6 8 10
u 5 v /v n 5 Frequency ratio

(b)

Figure 8.10 Bode diagram for G ( jv) = [1 + (2z /vn )jv + ( jv /vn )2] –1

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Gráfico de Resposta em Freqüência

Freqüência de ressonância, ωr e pico ressonante, Mω

Pela figura anterior nota-se que o valor máximo de |G|, denotado por Mω , ocorre
na freqüência de ressonância, ωr

B wr é determinado no máximo de

1
|G(jω)| = r 2  2
ω2 2ζω
1− 2
ωn
+ ωn

pag.27 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


c Reinaldo M. Palhares

Gráfico de Resposta em Freqüência

Como o numerador de |G| é constante, o valor de pico de |G| irá ocorrer quando
o valor do denominador

2 2 2 2 2 2 2
ω 2ζω ω − ωn (1 − 2ζ )
  
1− 2
+ = 2
+ 4ζ 2 (1 − ζ 2 )
ωn ωn ωn

for mı́nimo, o que acontece em


p
ωr = ω = ωn 1 − 2ζ 2

Substituindo ωr em |G|, obtém-se o pico ressonante


1
Mω = |G(ωr )| = p
2ζ 1 − ζ2

pag.28 Controle de Sistemas Lineares – Aula 12


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MASTER 103

3.25 1.0

3.0 0.90

vr /vn
2.75 0.80

2.5 0.70

2.25 0.60

Mpv vr /vn

2.0 0.50

1.75 0.40

Mpv
1.5 0.30

1.25 0.20

1.0 0.10
0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70
z

Figure 8.11 The maximum of the frequency response, Mpv, and the
resonant frequency, vr , versus z for a pair of complex conjugate poles

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MASTER 104

TABLE 8.3 Asymptotic Curves for Basic Terms of a Transfer Function

Term Magnitude 20 log u G u Phase, f (v )

1. Gain, 40 90°
G( jv ) 5 K
20 45°
20 log K
dB 0 f (v) 0°

220 245°

240 290°
v v

2. Zero, 40 90°
G( jv ) 5
20 45°
(1 1 jv /v 1 )
dB 0 f (v) 0°

220 245°

240 290°
0.1v1 v1 10v1 0.1v1 v1 10v1
v v

3. Pole, 40 90°
G( jv ) 5
20 45°
(1 1 jv /v 1 )11
dB 0 f (v) 0°

220 245°

240 290°
0.1v1 v1 10v1 0.1v1 v1 10v1
v v

4. Pole at the origin, 40 90°


G( jv ) 5 1/ jv
20 45°

dB 0 f (v) 0°

220 245°

240 290°
0.01 0.1 1 10 100 0.01 0.1 1 10 100
v v

5. Two complex poles, 40 180°


0.1 , z , 1, G( jv ) 5
20 90°
(1 1 j 2 z u 1 u2 )11,
u 5 v /v n dB 0 f (v) 0°

220 290°

240 2180°
0.01 0.1 1 10 100 0.01 0.1 1 10 100
u u

Table 8.3 Asymptotic curves for basic terms of a transfer function

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