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Defendia que a ciência se devia basear em princípios metafísicos a partir dos quais todos os
- Deve ser de tal modo evidente (claro e distinto) que o pensamento não possa dele duvidar.
A 1ª regra é a regra da evidência, que nos diz para não aceitarmos como verdadeiro
aquilo que não for absolutamente indubitável: é verdadeiro o que resiste a toda e
qualquer dúvida.
- Considerando como sempre enganador aquilo que alguma vez nos enganar.
1º Nível– Dúvida em relação aos sentidos. A dúvida vai aplicar-se em primeiro lugar
às informações dos sentidos e como estes nos enganam algumas vezes, ao aplicar o princípio
hiperbólico da dúvida concluímos que: se devemos considerar como sempre enganador aquilo
que nos engana algumas vezes, então os sentidos não merecem qualquer confiança. Assim
Descartes rejeita um dos fundamentos principais do saber tradicional: a crença em que o
conhecimento começa com a experiência, com as informações dos sentidos.
2º Nível– Dúvida dos objectos. Descartes vai pôr em causa outro dos fundamentos
essenciais do saber tradicional: a convicção ou crença imediata na existência das realidades
física ou sensíveis. Descartes considera que se não existe uma maneira clara de diferenciar o
sonho da realidade, então podemos desconfiar de que os acontecimentos e as coisas que
julgamos reais não são mais do que figurantes de um sonho.
3º Nível– Dúvida do conhecimento matemático. O facto de Deus ser omnipotente e
de nos ter criado leva-nos a suspeitar de que Deus, ao criar o nosso entendimento, ao
“depositar” nele as “verdades” matemáticas, pode tê-lo criado “virado do avesso” sem
disso nos informar. Ou seja, o nosso entendimento pode estar radicalmente pervertido,
tomando como verdadeiro o que é falso e vice-versa.
Esta verdade, “Eu penso, logo existo”, vai ser o critério ou o modelo de toda e
qualquer verdade ou evidência posterior.
TIPOS DE IDEIAS
A ideia de alma e de Deus são ideias inatas– estão na mente desde o nascimento e
serão desenvolvidas pela razão sem o apoio da experiência. Só as ideias inatas são
claras e distintas.
As ideias adventícias (ideia de Sol ou maçã) são ideias que procedem da
experiência.
As ideias factícias são ideias forjadas pelo sujeito como é o caso da ideia de sereia
ou unicórnio.
- É garantia das minhas evidências passadas, isto é, não actualmente presentes na minha
consciência. É Deus quem vai garantir que aquilo que é válido para mim num certo
momento seja válido objectivamente, isto é, independentemente de mim e sempre. O
saber firme, seguro e constante que Descartes ambiciona só pode ser assegurado pela
veracidade e imutabilidade divinas. As evidências às quais dei o meu assentimento
continuam a ser evidências, mesmo quando já nelas não penso.
Deus acaba por ser a verdadeira “raiz da árvore do saber” porque só a sua veracidade
garante a verdade dos conhecimentos que o sujeito pensante (a primeira realidade a
ser conhecida, mas não a realidade verdadeiramente fundamental) vai constituindo.
DAVID HUME
Encarregou-se de uma profunda investigação sobre a origem, possibilidade e os limites
do conhecimento.
Percepções, dividem-se
Impressões (actos originários do
nosso conhecimento, correspondendo
aos dados da experiência presente ou
actual. Imagens ou sentimentos que
derivam imediatamente da realidade.
São percepções vivas e fortes)
ou
As Impressões dividem-se:
Simples(a
percepção de
uma caneta azul)
ou
Complexas(a
visão global de um
povoado a partir
de um ponto alto)
Isto é:
Conhecimentos
de facto– f ísica
As Ideias dividem-se:
Simples(a
recordação da
caneta azul)
ou
Complexas(a
recordação do
povoado)
isto é:
Não existem ideias inatas, pois, segundo Hume, elas só aparecem após a impressão
que lhes deu origem e não ao contrário: “as impressões simples precedem sempre as ideias
correspondentes e nunca aparecem na ordem contrária”. “As impressões sãoas causas das
nossas ideias e não as nossas ideias das nossas impressões.”
TIPOS DE CONHECIMENTO
Além da forma de determinar a sua verdade (a priori num caso; a posteriori noutro),
há uma diferença importante entre a relação entre ideias e os conhecimentos de facto: ao
contrário das relações de ideias, não há qualquer contradição na negação de um conhecimento
de facto. As proposições de facto podem ser verdadeiras mas é possível que venham a revelar-
se falsas.
PROBLEMA DA CAUSALIDADE
Todas as nossas ideias derivam de uma impressão sensível. A toda e qualquer ideia
tem de corresponder uma impressão porque as ideias são imagens das impressões. Do
que não há impressão sensível não há conhecimento.– Conhecimento de factos.
1. Observação de um facto: duas bolas de bilhar chocam. (conjunção
constante entre (A) e (B), que (B) sucede a (A).
2.Análise do Fenómeno:
Como consequência da conjunção constante ou sucessão regular de
(A) e (B) nasce na nossa mente a ideia de relação causal ou conexão
necessária. Dizemos então: Sempre que se dá (A) acontece (B).
Assim, pensamos que acontecendo (A) não poderá deixar de
acontecer (B). Quando dizemos isto estamos a falar de um facto
futuro. É aqui que Hume diz que ultrapassamos o que a experiência– a única fonte de validade
dos conhecimentos de facto– nos permite. Para Hume o conhecimento dos factos reduz-se às
impressões actuais e passadas. Não podemos ter conhecimento de factos futuros porque não
podemos ter qualquer impressão sensível ou experiência do que ainda não aconteceu.
3. Conclusões:
Nósinfe rimos uma relação necessária entre causa e efeito pelo facto de
nos termoshabi tuado a constatar uma relação constante entre factos semelhantes ou
sucessivos. É apenas ohábito oucostume que nos permite sair daquilo que está imediatamente
presente na experiência em direcção ao futuro.
A constante relação de contiguidade espacial e de prioridade temporal
entre os fenómenos A e B levam a razão a inventar uma conexão que
ela julga necessária, mas da qual nunca teve experiência.
A crença na ideia de causalidade tem um fundamento não racional. Tal
ideia não deriva da razão, mas de factores psicológicos– a vontade de
que o futuro seja previsível e, logo, controlável.
Ideia de causa– a ideia de que há uma conexão necessária entre dois ou mais
eventos.
- Contudo, observamos:
1. a contiguidade espacial;
2. a sucessão temporal e;
3. a conjunção constante entre dois fenómenos e chamamos causa ao que
precede e efeito ao que sucede.
- Ao observar que algum evento (A) tem até agora sido sempre sucedido pelo evento (B),
acreditamos que da próxima vez que ocorrer (A) sucederá (B). Acreditamos que o futuro será
igual ao passado.