Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LEITURA BÁSICA:
Richard W Malott
Western Michigan University
Resumo: Este artigo apresenta uma visão analítico-comportamental sugerindo que fatores
biológicos, tanto genéticos quanto de outra origem, tem pouco a ver com nossa preferência pela
estimulação sexual vinda do mesmo gênero ou do gênero oposto. Essa visão enfatiza a importância
da história comportamental e das atuais contingências na compreensão das causas dos valores e
comportamentos de um indivíduo. Essa visão afirma que a genética e outros fatores biológicos são
cruciais na determinação dos processos comportamentais que interagem com nosso histórico
comportamental e as contingências atuais; no entanto, os fatores biológicos tem pouco efeito direto
nas diferenças entre os seres humanos em seus comportamentos e valores. Além disso, essa visão
analítico-comportamental sugere que as formas particulares de comportamento são arbitrárias; seja
qual for o comportamento humano pelo qual estamos interessados, as contingências de reforçamento
e de punição determinam essas formas particulares.
Tudo isso sugere que nascemos bissexuais ou até mesmo multissexuais (isto
é, suscetíveis ao reforçamento sexual de uma grande variedade de fontes). É
apenas através de nossa história comportamental que nos tornamos mais focados
em nosso comportamento sexual e nas nossas preferências ou aversões em relação
a específicas fontes de estimulação sexual.
Mas é difícil para a maioria das pessoas imaginar que nossos valores são
aprendidos porque eles parecem muito naturais, algo com o que nascemos. Isso é
porque não estamos cientes da sutil, mas sempre presente programação social nos
forçando para os papéis sexuais que adquirimos, assim como não estamos cientes
da programação social que nos força a aprender a falar como estrangeiros. E, dado
que a grande maioria de nós acaba com repertórios e valores heterossexuais, é
difícil pra maioria das pessoas imaginar como uma minoria acaba com repertórios e
valores homossexuais ou com repertórios e valores transexuais, assim como é difícil
imaginar uma minoria pode aprender a falar espanhol sem um sotaque revelador.
Mas poucos argumentariam que essa pessoa bilíngue herdou um espanhol perfeito.
Pela mesma lógica, uma visão de mundo behaviorista iria sugerir que não
deveríamos argumentar que os repertórios e valores sexuais são herdados.
Outra parte do problema é que as pessoas não parecem compreender o
poder da nossa história de aprendizado. Elas pensam que ou nós herdamos nossos
valores sexuais ou nós os escolhemos como escolheríamos qual chapéu usar para ir
ao mercado. Elas não compreendem um conceito que chamo de fatalismo pré-
REFERÊNCIAS
Barlow, D. H., Reynolds, E. H., & Agras, W. S. (1973). Gender identity change in
transsexuals. Archives of General Psychiatry, 28, 569-579.
http://dx.doi.org/10.1001/archpsyc.1973.01750340089014
Billings, P., & Beckwith, J. (1993). Born gay? Technology Review, 96, 60-62.
Hamer, D. H., Hu, S., Magnuson, V. A., Hu, N., & Pattatucci, A. M. L. (1993). A
linkage between DNA markers on the X chromosome and male sexual
orientation. Science, 261, 321-7. http://dx.doi.org/10.1126/science.8332896
Hu, S., Pattatucci, A. M., Patterson, C, Li, L., Fulker, D. W., Cherny, S. S.,
Kruglyak, L., & Hamer, D.H. (1995). Linkage between sexual orientation and
chromosome Xq28 in males but not in females. Nature Genetics, 11, 1061-4036.
http://dx.doi.org/10.1038/ng1195-248
Knight, F. W., & Carson, C. (1995). Blacks in the Americas. In Microsoft encarta
96 encyclopedia [CD-ROM]. Redmond WA: Microsoft.
Pennisi, E. (1994). Gay rams lack hormone sensitivity. Science News, 145, 159.
http://dx.doi.org/10.2307/3978014