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Nota de Leitura - Dona Haraway
Nota de Leitura - Dona Haraway
Título da obra:
HARAWAY, Donna, “Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o
privilégio da perspectiva parcial”, Cadernos Pagu, (5), 1995:07-41.
Objetivos:
- Segundo a autora, este texto tem como objetivo argumentar a favor do conhecimento
situado e corporificado e contra várias formas de postulados de conhecimento não
localizáveis e, portanto irresponsáveis (irresponsáveis significa incapaz de ser chamado
a prestar contas). Ela busca também apresentar uma visão feminista de ciência além
dos parâmetros da academia e desconstruir o estereótipo de gênero e de dominância
baseada em parâmetros masculinizados sustentada pela ciência.
Tese Central:
- A tese principal da Haraway é de que a corporificação feminista, as esperanças
feministas de parcialidade, objetividade e conhecimentos localizados, estimulam
conversas e códigos neste potente nódulo nos campos de corpos e significados
possíveis. E que é aqui que a ciência, a fantasia científica e a ficção científica
convergem na questão da objetividade para o feminismo.
Portanto a autora quer argumentar a favor de uma doutrina e de uma prática da
objetividade que privilegie a contestação, a desconstrução, as conexões em rede e a
esperança na transformação dos sistemas de conhecimento e nas maneiras de ver. Mas
não é qualquer perspectiva parcial; deve-se ser hostis aos relativismos e holismos
fáceis, feitos de adição e subsunção das partes.
Principais Conceitos:
- Eles imaginado: Constitui uma espécie de conspiração invisível de cientistas e
filósofos masculinistas, dotados de bolsas de pesquisa e de laboratórios.
- Nós imaginado: São os outros corporificados, a quem não se permite não ter um
corpo, um ponto de vista finito e, portanto, um viés desqualificador e poluidor em
qualquer discussão relevante, fora dos nossos pequenos círculos, nos quais uma revista
de circulação de “massa” pode alcançar alguns milhares de leitores, em sua maioria
com ódio da ciência.
- Grupo de interesse especial: É, na definição Reaganóide, qualquer sujeito histórico
coletivo que ouse resistir à atomização desnudadora da Guerra nas Estrelas, do
hipermercado, do pós-moderno, da cidadania simulada pela mídia.
- Construcionismo social: Haraway diz que os adeptos do construcionismo social
deixam claro que as ideologias oficiais sobre a objetividade e o método científico são
péssimos guias, particularmente no que diz respeito a como o conhecimento científico
é realmente fabricado. Também que os construcionistas sociais puderam sustentar que
a doutrina ideológica do método científico e toda a verborragia filosófica a respeito da
epistemologia tinham sido inventadas para distrair nossa atenção de chegar ao
conhecimento do mundo efetivamente através da prática da ciência.
- Atores sociais: Tem a convicção de que a ciência é retórica, de que o conhecimento
fabricado por alguém é um caminho para uma forma desejada de poder bem objetivo.
Tais convicções devem levar em conta a estrutura dos fatos e artefatos, tanto quanto os
atores mediados pela linguagem no jogo do conhecimento.
- Tecnociência: Possui um modo de conhecimento chamado de “recuperacionismo”, o
renascimento do Homem através da homogeneização de todo corpo do mundo como
recursos para seus projetos perversos. E a tecnociência e a ficção científica
desmoronam no sol de sua radiante (ir)realidade - a guerra.
- Agonístico: Um campo de poder do qual todo conhecimento é um nódulo
condensado.
- Ciência: É um texto constestável e um campo de poder; o conteúdo é a forma. A
forma na ciência é retórica artefactual-social de fabricar o mundo através de objetos
afetivos.
- Pós-modernismo: A formação pós-moderna fica com sua "anti-estética" de "objetos"
do conhecimento e da prática permanentemente divididos, problematizados, sempre
retrocedendo e sendo diferidos, objetos que incluem signos, organismos, sistemas, egos
e culturas. Esta em questão nos debates sobre o pós-modernismo, o padrão de relações
entre e no interior de corpos e da linguagem.
- Marxismo Humanista: Segundo Haraway, foi poluído em sua origem pela sua teoria
ontológica estruturante de dominação da natureza na auto-construção do homem e pela
sua, intimamente relacionada, impotência para historicizar qualquer coisa que as
mulheres fizessem que não fosse por salário. Mas acredita que o marxismo oferecia um
recurso promissor na forma de uma higiene mental epistemológica feminista, para
reelaborar as suas versões das teorias de perspectivas, à insistência na corporificação e
críticas da hegemonia.
- Especificidade histórica radical: Um instrumento afiado para a desconstrução das
alegações de verdade de uma ciência hostil, e de todas as camadas da cebola das
construções científicas e tecnológicas.
- Doutrina da objetividade: Esta doutrina ameaçava o nascente sentimento de
Subjetividade das feministas e da atuação histórica coletiva e suas versões
"corporificadas" da verdade. Também promete uma transcendência, uma estória que
perde o rastro de suas mediações justamente quando alguém deve ser reponsabilizado
por algo, e poder instrumental ilimitado.
- Teorias de perspectiva: Teorias desenvolvidas pelo feminismo a partir da afirmação
de que o lugar de onde se vê (e se fala) - a perspectiva - determina nossa visão (e nossa
fala) do mundo. Tais teorias tendem a sugerir que a perspectiva dos subjugados
representa uma visão privilegiada da realidade.
- Empiricismo Feminista: Converge com a utilização feminista dos recursos marxistas
para chegar a uma teoria da ciência que continua a insistir nos significados legítimos
da objetividade e mantém a suspeita sobre um construcionismo radical conjugado com
a semiologia e a narratologia.
- Ciência Sucessora: Feministas tem interesse num projeto de ciência sucessora que
ofereça uma explicação mais adequada, mais rica, melhor do mundo, de modo a viver
bem nele, e na relação critica e reflexiva em relação às nossas próprias e às práticas de
dominação de outros e nas partes desiguais de privilégio e opressão que todas as
posições contêm.
- Tecnologias semióticas: É necessária uma prática para reconhecer estas tecnologias
para a construção de sentido, e um compromisso a sério com explicações fiéis de um
mundo "real", um mundo que possa ser parcialmente compartilhado e amistoso em
relação a projetos terrestres de liberdade finita, abundância material adequada,
sofrimento reduzido e felicidade limitada.
- Reducionismo: Quando uma linguagem é imposta como parâmetro para todas as
traduções e conversões, para mobilidade de significados e universalidade.
- Visão: sistema sensorial muito difamado no discurso feminista, mas a visão pode ser
útil para evitar oposições binárias.
- Tecnologias de visualização: As tecnologias de visualização aparentemente não tem
limites; o olho de um primata comum como nós pode ser infindavelmente aperfeiçoado
por sistemas de sonografia, imagens de ressonância magnética, sistemas de
manipulação gráfica vinculados à inteligência artificial, microscópios eletrônicos com
scanners, sistemas de tomografia ajudados pelo computador, técnicas de avivar cores,
sistemas de vigilância via satélite, vídeos domésticos e no trabalho, câmeras para todos
os fins, desde a filmagem da membrana mucosa do estômago de um verme marinho
vivendo numa fenda entre plataformas continentais até o mapeamento de um
hemisfério planetário em outro lugar do sistema solar.
- A objetividade feminista ou Saberes Localizados: Revela-se como algo que diz
respeito à corporificação específica e particular, apenas a perspectiva parcial promete
visão objetiva, que abre a questão da responsabilidade pela geração de todas as práticas
visuais. Portanto, trata-se da localização limitada e do conhecimento localizado, desse
modo podemos nos tornar responsáveis pelo que aprendemos a ver. Saberes parciais,
localizáveis, críticos, apoiados na possibilidade de redes de conexão, chamadas de
solidariedade em política de conversas compartilhadas em epistemologia.
Racionalidade posicionada. Saberes Localizados ainda requerem que o objeto do
conhecimento seja visto como um ator e agente, não como uma tela, ou um terreno, ou
um recurso, e finalmente, nunca como um escravo do senhor que encerra a dialética
apenas na sua agência e em sua autoridade de conhecimento “objetivo”.
- Sistemas de Percepção ativos: São todos os olhos, orgânicos ou artifícios protéticos
que constroem traduções e modos específicos de ver, modos de vida.
- Relativismo: É uma maneira de não estar em lugar nenhum, mas alegando-se que se
está igualmente em toda parte. A "igualdade" de posicionamento é uma negação de
responsabilidade e de avaliação crítica. Nas ideologias de objetividade, o relativismo é
o perfeito gêmeo invertido da totalização; ambos negam interesse na posição, na
corporificação e na perspectiva parcial; ambos tornam impossível ver bem. É um
"truque de deus", prometendo, igualmente e inteiramente, visão de toda parte e de
nenhum lugar, mitos comuns na retórica em torno da Ciência.
- Divisão: É a imagem privilegiada das epistemologias feministas do conhecimento
científico. "Divisão", neste contexto, deve ser vista como multiplicidades heterogêneas,
simultaneamente necessárias e não passíveis de serem espremidas em fendas
isomórficas ou listas cumulativas.
- Eu Cognoscente: É parcial em todas as suas formas, nunca acabado, completo, dado
ou original; é sempre construído e alinhavado de maneira imperfeita e capaz de juntar-
se a outro, de ver junto sem pretender ser outro. Um conhecedor científico não procura
a posição de identidade com o objeto, mas de objetividade, isto é, de conexão parcial.
- Posicionar-se: É a prática chave, base do conhecimento organizado em torno das
imagens da visão, é como se organiza boa parte do discurso cientifico e filosófico
ocidental. Posicionar-se implica em responsabilidade por nossas práticas capacitadoras.
- A Corporificação Feminista: Trata-se de nódulos em campos, inflexões em
orientações e responsabilidade pela diferença nos campos de significado material -
semiótico. Corporificação é prótese significante; a objetividade não pode ter a ver com
a visão fixa quando o tema de que trata é a história do mundo. Resite à fixação e é
insaciavelmente curiosa a respeito das redes de posicionamentos diferenciais.
- O conhecimento racional: É um processo de interpretação crítica contínuo
entre campos" de intérpretes e decodificadores. O conhecimento racional é uma
conversa sensível ao poder (King, 1987).
- Ator material-semiótico: Enfatiza o objeto de conhecimento como um eixo ativo,
gerador de significado, do aparato da produção corporal, sem nunca implicar na
presença imediata de tais objetos ou, o que dá na mesma, sua determinação final ou
única do que pode contar como conhecimento objetivo numa conjuntura histórica
específica.
- Aparato da Produção corporal: Os corpos como objeto de conhecimento são
nódulos gerativos material-semióticos. Suas fronteiras se materializam na interação
social
- Feminismo: É um movimento social, filosófico e político que tem como meta,
direitos equânimes iguais e uma vivência humana, por meio do empoderamento
feminino e libertação de padrões opressores baseados em normas de gênero. Envolve
diversos movimentos, teorias e filosofias advogando pela igualdade para homens e
mulheres e a campanha pelos direitos das mulheres e seus interesses.
Fontes Utilizadas:
1. Referência a autores:
- Karin Knorr-Cetina, Michael Mulkay, Wiebe Bijker e Bruno Latour [KNORR-
CETINA, Karin e MULKAY, Michael (eds.): Science observed: perspectives on the
social study of science. Beverly Hills, Sage, 1983; BIJKER Wiebe e outros: The social
construction of technological systems. Cambridge, M.A., MIT Press, 1987; e
especialmente LATOUR, Bruno: Les microbes, guerre et paix, suivi des irrédutions.
Paris, Metailié, 1984]: Karin Knorr-Cetina, nascida em 19 julho de 1944, na Áustria, é
um socióloga austríaca conhecida por seu trabalho
em epistemologia e construcionismo social. Michael Joseph Mulkay, nascido em 1936,
é um sociólogo britânico aposentado da ciência. Trabalhou como um leitor e
pesquisador da Universidade de Cambridge até 1966, ele foi professor de sociologia
na Universidade Simon Fraser, 1966-1969, em Aberdeen University 1.969-1.973, e
depois professor de Sociologia da Universidade de York , a partir de que se aposentou
em 2001. Ele apoia o direito metodológica da sociologia para investigar o processo de
produção de conhecimento científico por meio da comparação, ilustrando
circunstâncias sociais influente acadêmico e o padrão informativo de interação
individual entre os cientistas que estão em debate ou cooperação. Wiebe Bijker, nascido
em 19 de março de 1951, é um professor holandês, presidente do Departamento de
Ciências Sociais e Tecnologia da Universidade de Maastricht na Holanda. Os campos
de pesquisa de Bijker incluem estudos sociais e históricos da ciência, tecnologia e
sociedade; teorias do desenvolvimento da tecnologia; metodologia da ciência,
tecnologia e estudos da sociedade; democratização da cultura tecnológica, políticas de
ciência e tecnologia; TIC, multimídia e as dimensões sócio-culturais da sociedade da
informação; gênero e tecnologia e estudos de meta de arquitetura, planejamento e
engenharia civil. Ele é considerado como um dos principais adeptos da
abordagem Construcionismo Social da Tecnologia. Bruno Latour, nascido em
Beaune, 22 de junho de 1947, é um antropólogo, sociólogo e filósofo da
ciência e francês. Um dos fundadores dos chamados Estudos Sociais da Ciência e
Tecnologia (ESCT), sua principal contribuição teórica - ao lado de outros autores como
Michel Callon e John Law - é o desenvolvimento da ANT - Actor Network
Theory (Teoria ator-rede) que, ao analisar a atividade científica, considera tanto os
atores humanos como os não-humanos, estes últimos devido à sua vinculação
ao princípio de simetria generalizada. São citados como exemplos de estudos recentes
sobre ciência e tecnologia tornaram disponível um argumento muito forte sobre a
construção social de todas as formas de conhecimento.
- Hayden White (The content of the form: narrative discourse and historical
representation. Baltimore, Johns Hopkins University Press, 1987): Nasceu em 1928 e
é um historiador estadunidense conhecido por suas críticas epistemológicas
à historiografia. Haraway cita-o para ser uma elucidação elegante e muito útil de uma
versão não caricatural desse argumento “ciência é um texto contestável e um campo de
poder; o conteúdo é a forma”.
- Evelyn Keller: Nasceu em 20 de marco de 1936, é uma física
americana, autora e feminista . Atualmente é professora emérita de História
e Filosofia da Ciência no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Os primeiros
trabalhos de Keller concentrada no cruzamento da física e da biologia. Sua pesquisa
subsequente centrou-se na história e filosofia da biologia moderna e em gênero e
ciência. Insiste nas importantes possibilidades abertas pela construção da interseção da
distinção entre sexo e gênero, de um lado, e natureza e ciência, de outro. Ela insiste
também na necessidade de manter algum substrato não discursivo para "sexo" e
"natureza", o que Haraway chama de "corpo" e "mundo".
- Zoë Sofoulis: Doutora em história da consciência (1988), e pesquisadora interessada
em tecnologia, cultura e gêneros, é citada pela autora em função de uma obra (tese de
doutorado: Through the lumen: Frankenstein and the optics of re-origination.
Universidade da Califórnia, Santa Cruz, Tese de doutorado,1988) que evidencia
metaforicamente a opressão masculinista na visão científica e tecnológica, e cujo
ensaio da Haraway foi realizado em dialogo com os argumentos e metáforas de sua tese
de doutorado.
- Nancy Hartsock (1983): Nascida em 1943, é uma feminista filósofa, conhecida por
seu trabalho em epistemologia feminista e teoria da perspectiva, especialmente
o ensaio "ponto de vista feminista". Sua teoria da perspectiva deriva do marxismo, que
afirma que o proletariado tem uma perspectiva distinta sobre as relações sociais e que
só essa perspectiva revela a verdade. Haraway traz esta por ter conseguido perceber
com clareza o perigo, através do conceito de masculinidade abstrata.
- Isaac Newton: Cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora
tenha sido também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo. A autora o
menciona para exemplificar a posição dos movimentos feministas no contexto da
ciência.
- Sandra Harding: Nascido em 1935, é americana, uma filósofa feminista e da teoria
pós-colonial, da epistemologia, da metodologia de pesquisa, e filosofia da ciência. O
artigo Saberes Localizados originou-se de um comentário a Sandra Harding. Ela
sugeriu que gênero tem três dimensões, cada uma delas historicamente específica:
simbolismo de gênero, a divisão sócio-sexual do trabalho e processos de construção de
identidade individual de gênero. Haraway propõe uma ampliação desta observação
sugerindo que não há nenhuma razão para esperar que as três dimensões variem em
conjunto ou se determinem umas às outras, pelo menos não diretamente. Cita também
que esta autora chamou de Ciência Sucessora o objetivo da abordagem do empiriscismo
feminista.
- Karl Marx, Louis Althusser e Friedrich Engel: Marx foi um intelectual e
revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna. As teorias de Marx
sobre a sociedade, a economia e a política - conhecidas coletivamente como marxismo
- afirmam que as sociedades humanas progridem através da luta de classes: um conflito
entre a classe burguesa que controla a produção e um proletariado que fornece a mão
de obra para a produção. Althusser é considerado um dos principais nomes do
estruturalismo francês dos anos 1960 e sua principal tese é o anti-humanismo teórico
que consiste em afirmar a primazia da luta de classes e criticar a individualidade como
produto da ideologia burguesa. E Engels foi o principal colaborador de Marx,
principalmente na fundação do marxismo ou socialismo científico, Engels
desempenhou papel de destaque na elaboração da teoria comunista, a partir do
materialismo histórico e dialético. A autora cita-os como uns dos quais a teoria
anglófona das relações objetais influenciou, mas não mais do que o feminismo
socialista americano.
- C.D.B. Bryan (The National Geographic Society: 100 years of adventure and
discovery. New York, Abrams. 1987): Courtlandt Dixon Barnes Bryan (22 de abril de
1936 - 15 de dezembro de 2009), mais conhecido como CDB Bryan, era um
americano autor e jornalista e escreveu o livro celebrando o centésimo aniversário da
National Geographic Society citado por Haraway como um tributo à ideologia de visão
direta, devoradora, generativa e irrestrita.
- Chela Sandoval e Glória Anzaldúa (Yours in struggle: women respond to racism, a
report on the national Women's Studies Association. Oakland, Ca, Center for Third
World Organizing, sd; ANZALDÚA, Gloria: Borderland/La frontera. São Francisco,
Spinsters/Aunt Lute 1987): Chela Sandoval é professora associada da teoria crítica e
cultural e os estudos Chicanos na Universidade da Califórnia, Santa Barbara. Gloria
Anzaldúa (1942-2004) foi um escritora visionária cujo trabalho foi reconhecido com
muitas honras, incluindo o Before Columbus Foundation American Book Award, um
prêmio literário Lambda, o National Endowment for the Arts Fiction Award, e o Bode-
Pearson Prize for Outstanding Contributions to American Studies. Seu livro
Borderlands / La frontera foi selecionado como um dos 100 melhores livros do século
por Hungry Mind Review e o Utne Reader. Citadas como correntes do feminismo que
tentam estabelecer bases teóricas para uma confiança especial na perspectiva dos
subjugados, que a visão é melhor abaixo das brilhantes plataformas espaciais dos
poderosos.
- Annete Kuhn: Nasceu em 22 de maio 1934, em Berlim, é um
alemão historiador e paz e pesquisador sobre as mulheres. Ela era 1966-1999 professor
de Didática da História e mais tarde também para estudos da mulher na Faculdade de
Educação Renânia (Departamento de Bonn) e após sua dissolução, em 1980,
na Universidade de Bonn. Citada pela autora para introduzir o conceito de
“distanciamento apaixonado”, quando se argumenta que se deve tomar uma postura de
hostilidade perante os relativismos e holismos fáceis.
- Teresa de Lauretis ("Feminist studies/ critical studies: issues, terms, and contexts",
IN Feminist Studies/critical studies. Bloomington, Indiana University Press. 1986,
pp.14-15): É uma escritora e professora de História da Consciência na Universidade da
Califórnia, em Santa Cruz. Esta autora, em sua obra citada entre parênteses, expressa
uma frase semelhante da Haraway “O eu dividido e contraditório é o que pode
interrogar os posicionamentos e ser responsabilizado, o que pode construir e untar-se à
conversas racionais e imaginações fantásticas que mudam a história”, da seguinte
maneira: "Diferenças entre as mulheres podem ser melhor compreendidas como
diferenças no interior das mulheres... Mas, uma vez compreendidas em seu poder
constitutivo - isto é, uma vez que se compreende que essas diferenças não apenas
constituem a consciência e os limites subjetivos de cada mulher, mas que, juntas,
definem o objeto feminino do feminismo em sua própria especificidade, em sua
contradição inerente e pelo menos por ora inconciliável - essas diferenças não podem,
então, ser outra vez desmanchadas através de uma falsa identidade, uma mesmice de
todas as mulheres como a Mulher, ou como uma representação do Feminismo como
uma imagem coerente e disponível."
- Katie King: Doutora que tem lecionado desde 1986 na Universidade de Maryland, é
feminista e ativista pelos direitos dos GLBT. A autora a cita para introduzir o conceito
de “aparato da produção literária”, que é sugerido por King para enfatizar a emergência
do que é corporificado como literatura na interseção da arte, dos negócios e da
tecnologia.
- Aristóteles: Filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande.
Juntamente com Platão e Sócrates, Aristóteles é visto como um dos fundadores da
filosofia ocidental. É citado por Haraway justamente nesse sentido, ao se referir a sua
tradição analítica.