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como medida preparatória, nos termos do artigo 846 e ss. do Código de Processo civil e
pelas razões que a seguir expõe:
1. DOS FATOS
A vítima conduzia o veículo marca VW, modelo GOL CL, ano 1990, cor azul, placa LZR
4665, chassi n° 9BWZZZ30ZLT034384, de propriedade da empresa Ré, que atualmente se encontra
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De início, resta demonstrado que se trata de acidente de trabalho, conforme definição
legal, art. 19 da Lei nº 8.213/91 a qual preceitua que “acidente do trabalho é o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, .....provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade
para o trabalho.”
“(...)
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo
ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por
esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado.”
Com efeito, tendo em vista que a vitima se encontrava a serviço e em veículo da própria
empresa, não pedem restar dúvidas de que se trata de acidente do trabalho.
Todavia, existem fortes indícios de que não se trata de mera fatalidade ou acaso. Pelas
causas do acidente descrita no Boletim de Acidente de Trânsito n° 8/4101157 e depoimento do
condutor do veículo n° 02, colhido pelos agentes da Polícia Rodoviária Federal, tudo indicada que o
acidente ocorreu por negligência na manutenção do veículo, sem qualquer culpa da vitima no evento.
Relatou o Sr. José Fridolino Beza que: “o veículo 01 seguia em frente e em sua mão
de direção quando perdeu o controle, invadiu a pista contrária colidindo frontalmente com o
veículo 02 que seguia em sentido contrário.”
Por outro lado, tratava-se de um veículo já com 14 (quatorze) anos de uso, que por si só
já não garante a adequada e desejada segurança, pela deterioração natural causa pelo tempo de
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uso.
Assim, somente pelo depoimento colhido do condutor veículo n° 02, pela descrição do
estado do pneu feito pelos agentes da Polícia Rodoviária, além do avançado estado de uso veículo
sinistrado, já fica caracterizado que a verdadeira causa do acidente foi a falta de manutenção.
Pode-se ver que houve uma seqüência de eventos que culminaram na fatalidade, porém
todos os eventos relatados indicam a falta de manutenção, excluindo a mera fatalidade e a culpa
exclusiva da vítima.
Entretanto, muitas vezes, mesmo assim, para manter os seus empregos, tinham que
sujeitar a trabalhar com um veículo em péssimo estado de conservação, mesmo correndo risco de
vida. Foi o que ocorreu com vítima, companheiro e filho do(a) Autor(a), teve que aceitar trabalhar com
o veículo sem a manutenção adequada.
Patente está que não foi mero acidente, foi a negligência na manutenção do veículo, em
total descumprimento das obrigações do empregador com a segurança de seus empregados que
provocou o acidente e vitimou o filho dos Autores.
Configura-se assim, a culpa exclusiva da Ré, pois agiu com imprudência e negligência no
que tange a segurança dos seus funcionários, causando a morte do companheiro filho do(a) Autor(a).
E isto representa um agir com culpa, à causa da qual nasce a obrigação do mesmo em reparar os
danos ocasionados. É dos princípios de nosso Direito. Ninguém pode causar prejuízo a outrem, sem
que fique obrigado a reparar o dano causado (art. 186, do Código Civil).
Assim, deverá ser condenado a indenizar o(a) Autor(a) pelos gastos que teve, e que
deverão ser ressarcidos, todos em decorrência do sinistro ocorrido.
Além dos danos materiais, os Autores sofreram danos de ordem moral, com a perda do
ente querido, que jamais poderá ser substituído, trazendo um grande abalo que até nos dias atuais
ainda tem reflexos no cotidiano dos Autores e de sua família, causando angustias e sofrimentos,
inclusive depressão.
2. DO DIREITO
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2.1. DOS FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE
O artigo 7.º, XXII, estabelece que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social, verbis:
XXII - redução dos riscos iminentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança” Grifamos
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impondo ao empregador a responsabilidade pela adoção de medidas coletiva e individual que visam à
proteção e prevenção de acidentes do trabalho:
“Artigo 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do
Art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e
individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir
as normas de segurança e higiene do trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da
operação a executar e do produto a manipular.”
Nessas circunstâncias, o infortúnio laboral ocorreu não pelo risco da atividade para a qual
a vitima foi contratada, mas por inexecução de uma obrigação que compete ao empregador,
caracterizando um ato ilícito de natureza contratual da empresa empregadora.
Neste sentido a Constituição Federal, art. 7°, XXVIII, impõe ao empregador a obrigação
de indenizar, quando este incorrer em dolo ou culpa no acidente de trabalho:
A obrigação de indenizar também está consagrada nos artigos 186 e 927do Código Civil
Pátrio, in verbis:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.”
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“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único - Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.”
Diante dos fatos narrados nesta peça pode-se constatar que o empregador descumpriu
imposições legais sobre normas de medicina e segurança do trabalho, revelando-se evidentemente
negligente, colocando os seus empregados em sérios riscos de sofrer um grave acidente, como no
caso ocorreu.
Os Autores provarão os fatos através de provas testemunhais, das provas materiais que
pretende produzir, além da fundamental prova pericial.
Sucede, contudo, que a referida prova pericial deverá ser realizada no veículo sinistrado,
que atualmente se encontra estacionado no pátio da Aldo Oficina Mecânica Ltda., situada
na Rua Pernambuco, 21, Itoupava Seca, nesta cidade de Blumenau-SC , pois o(a)
Autor(a), como receiam de que as provas já não existam, quando do tempo da sua produção na ação
cível que se seguirá, correndo o risco de seja alterado, dilapidado ou deteriorado, fazendo
desaparecer os vestígios que indicariam as verdadeiras causas do acidente, que geraram os danos
requeridos pelo(a) Autor(a).
Dessa forma, se faz urgente a realização perícia técnica a ser procedida por perito
indicado pelo Juízo, a fim de comprovar os fatos alegados, cujos quesitos da parte autora seguem ao
final.
A pretensão do(a) Autor(a) encontra fundamento legal nos artigos 846, 847 e seguintes
do Código Instrumental Pátrio, o qual viabiliza a produção antecipada de prova, nos seguintes termos:
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Art. 847. Far-se-á o interrogatório da parte ou a inquirição das testemunhas antes
da propositura da ação, ou na pendência desta, mas antes da audiência de
instrução:
I - se tiver de ausentar-se;
II - se, por motivo de idade ou de moléstia grave, houver justo receio de que ao
tempo da prova já não exista, ou esteja impossibilitada de depor."
Desse modo, resta ao(à) Autor(a) produzir antecipadamente a prova pericial, com fito
único de viabilizar a veracidade dos fatos que iram alegar na ação principal de INDENIZAÇÃO POR
DANOS MATERIAIS E MORAIS EM DECORRÊNCIA DE MORTE EM ACIDENTE DE TRÂNSITO /
ACIDENTE DE TRABALHO.
Pelo exposto, REQUER, nos termos dos artigos 846 e seguintes do CPC, a realização
de perícia técnica, na forma prevista nos artigos 420 a 439 do mesmo diploma, bem como a citação
da Ré, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, acompanhar o exame, indicando
assistente técnico e apresentando quesitos, determinando ainda:
c) o benefício da justiça gratuita, nos termos da Lei 1.060/50 e 7.510/86, por não possuir
condições de custear as despesas processuais sem prejuízo de seu próprio sustento e de seus
familiares (docs. anexos).
Termos em que,
Pede Deferimento.
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OLÍMPIO DOGNINI IVAN HOLTRUP
OAB/SC n 11.301 OAB/SC n 11.304