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A audiência de instrução foi realizada no dia 4 de maio, às 10h30, de forma presencial visto
que, por coincidência, todos se encontravam no local. Estavam presentes o juiz Dr. Marcus
Vinícius Nonato Rabelo Torres, a analista judiciária, duas testemunhas da parte ré, duas
testemunhas da parte autora, a defensora pública, a advogada da autora e a autora.
Presença do réu se fez dispensável, porém ele chegou quase no fim da audiência.
A autora, Jameciane, é filha de dona Nevinha, amiga de dona Nair. Dona Nair possui um
imóvel que é o objeto da ação, e não possui herdeiros. De acordo com Jameciane, dona
Nair morava na mesma casa que ela e dona Nevinha, e a conhecia desde que a mesma era
pequena. Dona Nair, enquanto em vida, deixou a posse de sua casa, documentos e
responsabilidades do imóvel sob os cuidados de Jameciane, que recebia os aluguéis de
forma devida enquanto auxiliava dona Nair no dia a dia, com variadas coisas. A parte ré,
Willian, é sobrinho de Jameciane, e ambos não possuem nenhum laço sanguíneo com a
proprietária do imóvel, dona Nair. Quando Willian nasceu, dona Nair se ofereceu para
batizar a criança, e de acordo com a defesa do réu, ele foi um homem presente na casa que
dona Nair morava, visto que era a casa de sua mãe também. Certo dia, Willian tomou posse
do imóvel e realocou sua família na casa, sem pedir autorização de Jameciane, que até
então considerava-se proprietária, pois após a morte de dona Nair ela lhe disse que o
imóvel era dela e deixou os documentos consigo. Inconformada com a situação, Jameciane
abriu uma ação contra Willian buscando seus direitos em relação ao imóvel.
A parte autora alega que Willian se apossou da casa que é sua por direito sem autorização
ou explicação, já a parte ré alega que Jameciane não possui direito sob a casa e sim ele,
que é afilhado de Nair e foi batizado por ela.
A segunda testemunha da parte autora se chama Isaura Rosalina Nascimento da Silva, que
conviveu por muito tempo na residência de dona Jameciane e também atuou como
informante. Ela diz que viu Jameciane nascer. Conheceu dona Nair, que de acordo com ela
morreu há mais ou menos 15 anos. Alega que Nair e Jameciane tinham uma relação de
mãe e filha. Sobre os pertences de dona Nair, citou o imóvel objeto da ação, dizendo que
ela morou lá e depois foi morar com a mãe de Jameciane, fazendo então de seu imóvel
apto para aluguel. Isaura deixa claro que apesar de não ter herdeiros nem filhos, Jameciane
era como uma filha para ela, diferente de Willian, com quem ela não teria relação alguma.
A quarta e última testemunha foi da parte ré, a mesma se chama Rosemery Jerônimo de
Barros. Ela é irmã do pai de Willian e conheceu dona Nair. Assim como as outras
testemunhas, diz que dona Nair morava com a mãe de Jaciane e Jameciane. Afirmou que
Nair possuía uma casa, mas não tinha documentação dela, e que a casa era dela mesmo
que ela não morasse lá. De acordo com ela, Jameciane que alugava a casa para dona Nair
enquanto ela estava viva e após a sua morte, e que ela pegava o dinheiro para ela. Willian
foi morar na casa por necessidade, diz, mesmo sem autorização. Foi morar lá porque
precisava da casa e a casa estava jogada, cheia de cupim. Ele tinha uma chave, mas ela
não sabe quem deu a chave. Disse que Jameciane alugou a casa enquanto Nair estava
viva e depois que ela faleceu ela deixou a casa sem alugar. Quando perguntado sobre a
convivência de Willian e Nair, disse que ele ia na casa de Nevinha sempre, visitando, mas
que não sabia se ele ajudava Nair com questões pessoais e de saúde.
É o relatório.