Universidade Federal do Rio Grande - FURG

15ª Mostra da Produção Universitária - MPU

Rio Grande/RS, Brasil, 19 a 21 de outubro de 2016
ISSN: 2317-4420

INFLUÊNCIA DA PENETRAÇÃO DE TRABALHO NA FORMAÇÃO DE

REBARBAS NO FRESAMENTO DO ALUMÍNIO

VALADÃO, Geordano de Moura/OLIVEIRA, Daniela Luize Perez

CASANOVA, Carlos A.

TEIXEIRA, Cleiton Rodrigues

geordanodmv@yahoo.com.br

Palavras-chave: Formação de Rebarbas, Usinagem de Alumínio, Rebarbação

1 INTRODUÇÃO

Nos processos de produção, cada vez mais são exigidas estreitas tolerâncias
dimensionais e alto grau de acabamento das superfícies das peças fabricadas. A
formação de rebarba é um importante tópico no estudo da usinagem onde se busca
reduzir ao máximo os processos pós usinagem, como a rebarbação, que aumentam
os custos e não agregam valor ao produto. Ainda não é possível eliminar totalmente a
formação da rebarba, entretanto é possível minimizar seu tamanho e facilitar sua
remoção através da escolha adequada dos parâmetros de corte. Portanto, é
necessário entender o mecanismo de formação da rebarba e a influência dos
parâmetros de corte envolvidos. Este trabalho tem como objetivo estudar a influência
da penetração de trabalho da ferramenta (ae) na formação da rebarba num processo
no fresamento discordante de rebaixos laterais, empregando uma fresa inteiriça de
topo reto. A rebarba analisada foi a formada pelo gume secundário, localizado
adjacente ao topo da ferramenta. Como resultado, notou-se uma variação brusca das
dimensões e da forma da rebarba com a variação de ae.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A rebarba é uma projeção indesejável de material formada na borda da peça

devido a deformação plástica que ocorre nos processos de usinagem. Dentre os
principais fatores que governam a formação da rebarba estão: 1) a geometria da peça
usinada; 2) os parâmetros de corte; 3) a ferramenta de corte; 4) as propriedades
mecânicas do material usinado.
A penetração de trabalho ae é um importante parâmetro de corte quando se
analisa a rebarba formada pelo gume secundário da fresa de topo no fresamento
discordante, sendo que a variação deste parâmetro modifica a forma como o gume
sai pela borda da peça, podendo alterar significativamente a forma e o tamanho da
rebarba.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Os ensaios foram realizados no laboratório de usinagem do PPMec-FURG,

utilizando um centro de usinagem com capacidade de rotação do fuso de 30.000RPM.
Os corpos de prova forma fabricados da liga de alumínio AA6070-T4. A ferramenta
utilizada foi uma fresa de topo inteiriça de metal duro com diâmetro de 10mm e dois
gumes. As dimensões das rebarbas foram obtidas através de um microscópio óptico
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com sistema de aquisição de imagens. As imagens foram obtidas através de

microscópio eletrônico de varredura (MEV) localizado no CEMESul-FURG.

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO

Figura 1 – Efeito da penetração de trabalho ae (a) nas dimensões da rebarba

(b) na forma da rebarba

A partir dos resultados apresentados na figura 1, conclui-se que:

 Com ae=1/4 do diâmetro da fresa, formaram-se rebarbas do tipo
secundária em todos os ensaios, este tipo de rebarba apresenta forma irregular e
dimensões pequenas. Isto se explica pelo fato de a quina da fresa ser a última parte
do gume a sair pela borda da peça, removendo a rebarba do gume anterior e com
velocidade máxima de corte.
 Com ae=3/4 do diâmetro da fresa, formaram-se rebarbas do tipo primária
em todos os ensaios, este tipo de rebarba apresentou forma característica de onda e
dimensões grandes. Isto se explica pelo fato de que a parte gume próxima ao centro
da fresa ser a última parte a deixar a borda da peça, não conseguindo remover
totalmente a rebara do gume anterior e saindo da peça com velocidade mínima.

REFERÊNCIAS

AURICH, J. C. Burrs—Analysis, control and removal. CIRP Annals -

Manufacturing Technology.
CHEN, M. Study on Active Process Control of Burr Formation in Al-Alloy Milling
Process. International Conference on Automation Science and Engineering Shanghai,
China, October 7-10, 2006.