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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS


DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FILOSOFIA

Disciplina: O ensino de Filosofia através de problemas filosóficos

Prof. Dr. Pedro Gilberto da Silva Leite Júnior

LIVRE-ARBÍTRIO

TEXTO:
Fernando Savater. Ética para um Jovem. Lisboa: Dom Quixote, 2005.
Vou contar-te um caso dramático. Você já ouviu falar das térmitas? São formigas
brancas que na África constroem formigueiros impressionantes, com vários metros de
altura e duros como pedras. Uma vez que o corpo das térmitas é mole, por não ter a
couraça de quitina que protege outros insetos, o formigueiro serve-lhes de carapaça
coletiva contra certas formigas inimigas, mais bem armadas do que elas. Mas por vezes
um dos formigueiros é derrubado, por causa de uma cheia ou de um elefante (os elefantes
gostam de coçar os flancos nas termiteiras). A seguir, as térmitas-operárias começam a
trabalhar para reconstruir a fortaleza afetada, e fazem-no com toda a pressa. Entretanto,
as grandes formigas inimigas se lançam ao assalto. As térmitas-soldados saem em defesa
da sua tribo e tentam deter as inimigas. Como nem no tamanho nem no armamento podem
competir com elas, penduram-se nas assaltantes tentando travar o mais possível o seu
avanço, enquanto as ferozes mandíbulas das invasoras as vão despedaçando. As térmitas-
operárias trabalham com toda a velocidade e esforçam-se por fechar de novo a termiteira
derrubada; mas fecham-na deixando de fora as pobres e heroicas térmitas-soldados, que
sacrificam suas vidas pela segurança das restantes formigas. Não merecerão estas
formigas-soldados pelo menos uma medalha? Não será justo dizer que são valentes e
corajosas? Mudemos, então, o cenário; mas não o assunto. Na Ilíada, Homero conta a
história de Heitor, o melhor guerreiro de Tróia, que espera em pé firme fora das muralhas

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da sua cidade Aquiles, o enfurecido campeão dos Aqueus, embora sabendo que Aquiles
é mais forte do que ele e que vai provavelmente matá-lo. Heitor faz isso para cumprir seu
dever, que consiste em defender a família e os concidadãos. Ninguém tem dúvidas: Heitor
é um herói, um homem valente como deve ser. Mas será Heitor heroico e valente da
mesma maneira que as térmitas-soldados, e que nenhum Homero se deu ao trabalho de
contar suas façanhas? Afinal de contas, não faz Heitor a mesma coisa que qualquer uma
das térmitas anónimas? Por que nos parece que o valor a ação de Heitor é mais autêntico
e mais difícil do que o dos insetos? Qual a diferença entre um e outro caso? Muito
simplesmente, a diferença assenta no fato de as térmitas-soldados lutarem e morrerem
porque têm de o fazer, sem que possam evitá-lo. Por sua vez, Heitor sai para enfrentar
Aquiles porque quer. As térmitas-soldados não podem desertar, nem se revoltar, nem
fazer cera para que outras vão em seu lugar: estão programadas necessariamente pela
natureza para cumprir sua heroica missão. O caso de Heitor é distinto. Ele poderia dizer
que estava doente ou que não tinha vontade de lutar com alguém mais forte do que ele.
Talvez os seus concidadãos lhe chamassem covarde e o considerassem insensível ou
talvez lhe perguntassem que outro plano tinha ele para deter Aquiles, mas é indubitável
que Heitor tem a possibilidade de se recusar a ser herói. Por muita pressão que os restantes
exercessem sobre ele, ele teria sempre uma maneira de escapar daquilo que se supõe que
deve fazer: não está programado para ser herói; nem qualquer homem que for. Daí que
o seu gesto tenha mérito e que Homero nos conte a sua história com uma emoção épica.
Ao contrário das térmitas, dizemos que Heitor é livre, e por isso admiramos a sua
coragem.
QUESTÃO: Por que o louvor de Heitor é justificado?
1. Porque Heitor não tinha inevitavelmente de enfrentar Aquiles em combate; podia
seguir outro caminho; por exemplo, fingir-se doente e recusar-se a combater. Tinha,
portanto, cursos alternativos de ação ao seu dispor.
2. Porque optar por um ou outro desses cursos alternativos de ação apenas dependia
de Heitor: é ele o autor das suas ações. Heitor não nasceu herói; tornou-se herói ao decidir
sê-lo.
Curso alternativo de ação: qualquer opção que esteja disponível ao agente e que
este possa pôr em prática.
QUESTÃO: Por que as térmitas não merecem louvor?
1. Por que as térmitas-soldados se comportam sempre da mesma forma quando o
seu formigueiro está em perigo. Mesmo que quisessem não poderiam evitar agir assim
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porque é essa a sua natureza. O seu comportamento é causado pelo programa genético
que herdaram e que exclui que elas adoptem outros cursos alternativos de ação sempre
que o formigueiro é atacado.
2. O curso de ação adotado não depende delas: as térmitas-soldados não escolheram
sacrificar-se para salvar as outras térmitas. Isso foi-lhes imposto pela sua natureza (os
seus genes).
Programa genético: aquilo para o qual os genes predispõem o organismo. Trata-se
do conjunto de instruções bioquímicas que fazem com que um organismo desenvolva
características de determinado tipo, como a cor dos olhos, asas em vez de mãos, etc. Estas
instruções estão no núcleo das células; os genes são o alfabeto em que estão escritas, são
as unidades básicas que as compõem.
As diferenças detectadas entre o comportamento de Heitor e o das térmitas-
soldados permitem-nos identificar em que condições uma ação deve ser considerada livre
e em que condições o não é.
Duas condições para um agente realizar livremente uma ação X se e somente se:
CONDIÇÃO 1: tem ao seu dispor mais do que um curso alternativo de ação.
CONDIÇÃO 2: está sob o seu controlo (apenas depende dele) praticar ou não a ação.
Vamos então, definir provisoriamente livre-arbítrio como sinónimo de
autodeterminação.
Assim:
Um agente possui autodeterminação quando é ele próprio (auto) que faz acontecer
(determina) a ação. Isso significa dizer que temos nas mãos o nosso destino ou que somos
os autores do que virão a ser as nossas vidas.
CONDIÇÃO 1: supomos sermos os autores da pessoa em que nos tornámos porque
podíamos ter escolhido outro rumo para a nossa vida;
CONDIÇÃO 2: nos cabe realmente a última palavra na escolha do caminho que
seguimos, e a ninguém mais.
A questão do livre-arbítrio é importante, não somente porque é uma questão
filosófica (de metafísica), mas também porque geralmente se supõe que a
responsabilidade moral requer o livre-arbítrio. Portanto, se o livre-arbítrio é uma ilusão,
também o é a responsabilidade moral. E, isso mina àquelas práticas sociais, morais e
legais que pressupõem tal responsabilidade.
Como posso de ser censurado ou elogiado não tenho responsabilidade pelas minhas
escolhas?
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ATAQUES AO LIVRE-ARBÍTRIO
FATALISMO
FATALISMO LÓGICO
FATALISMO TEOLÓGICO
DETERMINISMO

FATALISMO
Fatalismo é a concepção de que tudo o que acontece, seja o que for, estava destinado
a acontecer, independentemente do que façamos.
Embora a palavra “fatalismo” seja comumente usada para se referir a uma atitude
de resignação em face de algum evento futuro ou eventos que são considerados
inevitáveis, os filósofos usualmente usam a palavra para se referir à visão de que somos
impotentes para fazer qualquer outra coisa do que realmente fazemos. Essa visão pode
ser defendida de várias maneiras:
Apelando para leis lógicas e necessidades metafísicas (“fatalismo lógico” ou “fatalismo metafísico”);
Apelando para a existência e natureza de Deus (“fatalismo teológico”).
O interesse em argumentos fatalistas está, pelo menos, muito mais na questão de
como a conclusão pode ser evitada do que na questão de saber se ela é verdadeira.

FATALISMO LÕGICO
1. O argumento de Aristóteles e a natureza da verdade
O argumento clássico para o fatalismo ocorre em Aristóteles, De Interpretatione,
capítulo 9. Ele aborda a questão de saber se, em relação a todas as questões, é necessário
que a afirmação ou a negação sejam verdadeiras ou falsas. O que ele diz pode ser
apresentado como um argumento ao longo das linhas seguintes.
- Suponha que:
(i) p seja verdadeiro ou p seja falso e;
(ii) não-p seja verdadeiro ou não-p seja falso.
Então p é verdadeiro ou não-p é verdadeiro.
Agora suponha que:
(i) em 1900 uma pessoa diga que ocorrerá uma batalha no mar em 1/1/2100 e;
(ii) outra pessoa diga que não ocorrerá uma batalha no mar em 1/1/2100.
Então, o que a primeira pessoa diz é verdade ou o que a segunda pessoa diz é verdade.

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Mas, nesse caso:
(a) ou é necessário, em 1900, que uma batalha marítima ocorra em 1/1/2100;
(b) ou é necessário, em 1900, que não ocorra em 1/1/2100.
Mas a data das previsões é irrelevante, e é irrelevante se alguma previsão é
realmente feita.
Portanto, é necessário em todos os momentos que ocorra uma batalha no mar em
1/1/2100, ou que não ocorra uma batalha no mar em 1/1/2100.
Mas o argumento pode evidentemente ser generalizado.
Então, tudo o que acontece ocorre por necessidade.

Primeiro de tudo, precisamos ter clareza sobre o que significa “necessidade” aqui.
O que está em questão aqui não é uma necessidade lógica.
Quando se diz que a ocorrência de uma batalha no mar em 1/1/2100 é necessária
em uma determinada data, o que se quer dizer é que, naquela data, nada pode impedir que
ocorra uma batalha no mar em 1/1/2100. Em particular, ninguém tem o poder de impedi-
lo.
Aristóteles aceita que:
aquilo que é, necessariamente é, quando é, e;
aquilo que não é, necessariamente não é, quando não é”.

Então, ele aceita que:


Se uma batalha no mar está realmente acontecendo em 1/1/2100:
Então em 1/1/2100 está necessariamente ocorrendo.
Nada pode então impedir que isso aconteça, porque está acontecendo.
O que este argumento parece estabelecer, no entanto, é que, se ocorrer uma batalha
no mar em 1/1/2100, não só é necessário então que ocorra uma batalha no mar em
1/1/2100, mas sempre foi necessário.
Ninguém jamais poderia ter evitado isso. E o mesmo se aplica a tudo que pode
acontecer. Então, ninguém nunca tem o poder de fazer algo diferente do que eles
realmente fazem.
2. Diodoro Cronus e a necessidade do passado
Diodoro Cronus tinha um argumento para o fatalismo, conhecido como “O
Argumento Mestre”. Sua conclusão foi “o possível é aquilo que é ou será”. Conhecemos

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as premissas, mas infelizmente não sabemos os passos intermediários. As premissas
foram:
(1) “Tudo que é passado e verdadeiro é necessário”;
(2) “O impossível não se segue do possível”.

Considere um argumento que defende o fatalismo com base na necessidade do


passado.
O que é verdade do passado é necessário.
- Suponha que haja uma batalha no mar em 1/1/2100.
Então foi verdade em 1900 que haveria uma batalha no mar em 1/1/2100.
Então, era verdade no passado que haveria uma batalha no mar em 1/1/2100.
Portanto, é necessário que haja uma batalha no mar em 1/1/2100.
Portanto, se houver uma batalha no mar em 1/1/2100, é necessário que haja uma batalha
no mar em 1/1/2100 (e impossível que não haja).

Michael Dummett, “Bringing about the Past”. In: Truth and Other Enigmas.
Cambridge, Mass: Harvard University Press, 1978, p. 338.
Argumento da prece retrospectiva (relativa ao passado)
Um pai (sem saber o destino de seu filho) reza hoje para ajudar a causar a salvação de
seu filho de um naufrágio ocorrido ontem. Ou seu filho se afogou ou não. Se ele se
afogou, então certamente sua prece não será (não pode ser) atendida. Se ele não se
afogou, sua prece é supérflua. Assim, em ambos os casos, sua prece fora de propósito:
ela mão pode fazer nenhuma diferença em relação a ele ter se afogado ou não.

Michael Dummett, “Bringing about the Past”. In: Truth and Other Enigmas.
Cambridge, Mass: Harvard University Press, 1978, p. 339.
Argumento da precaução (relativo ao futuro)
A forma padrão do argumento do fatalista era muito popular em Londres durante o
bombardeiro. A sirene tocava, e eu corria para o abrigo antiaéreo para evitar ser morto
por uma bomba. O fatalista argumenta: “Ou você vai ser morto por uma bomba ou não
vai ser. Se vai, então qualquer precaução que você tome será sem efeito. Se não vai,
todas as precauções que você tomar serão supérfluas. Por isso, não faz sentido tomar
precauções”.

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FATALISMO TEOLÓGICO
O argumento de Pike e a onisciência de Deus
Um problema que tem sido muito discutido pelos filósofos, pelo menos desde o
tempo de Agostinho, é se a onisciência divina é compatível com o livre-arbítrio, e em
particular com o fato de termos o poder de fazer algo diferente de nós.
Uma maneira de argumentar a favor dessa incompatibilidade deve-se Nelson Pike
(Pike, Nelson. “Divine Omniscience and Voluntary Action”. In: Philosophical Review,
74, 1965, p. 27–46). O argumento de Pike, pode ser expresso mais ou menos do seguinte
modo.
Vamos supor que:
(i) existe um Ser divino;
(ii) este Ser divino é onisciente (conhece tudo – passado, presente e futuro).

Agora, vamos supor que:


João raspará a cabeça em 10/01/2030;
Então, o Ser divino já sabia que João raspará a cabeça em 10/01/2030.

QUESTÃO: João tem o poder de não raspar a cabeça em 10/01/2030?


Não. Porque isso significaria:
(1) ou João não teria o poder de não raspar a cabeça em 10/01/2030, confirmando que
Deus sabia isso (uma ação não livre);
(2) ou João teria o poder de não raspar a cabeça em 10/01/2030, conduzindo Deus a
ter uma crença falsa (não sabida) (o que é absurdo);
(3) ou João teria o poder de não raspar a cabeça em 10/01/2030, mostrando a não
existência de Deus (o que é impossível).
PORTANTO: A AÇÃO DE JOÃO NÃO É LIVRE.
O futuro será o que será.
Todos os acontecimentos se encontram já inscritos na origem do tempo.

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DETERMINISMO

O determinismo é a proposição filosófica de que todo evento, decisão e ação é


causalmente determinado por uma cadeia ininterrupta de ocorrências anteriores. Isso não
significa necessariamente que os seres humanos não têm influência sobre o futuro e seus
eventos (uma posição mais corretamente conhecida como Fatalismo), mas que o nível ao
qual os humanos têm influência sobre o futuro depende do presente e do passado. Levado
ao seu extremo lógico, o determinismo argumentaria que o Big Bang inicial acionou cada
ação, e possivelmente o pensamento mental, através de um sistema de causa e efeito.
Assim, uma visão materialista ou fisicalista do universo quase sempre envolve
algum grau de determinismo. Entretanto, se as mentes ou almas dos seres conscientes são
consideradas entidades separadas, e a posição sobre o Determinismo se torna mais
complexa. Por exemplo, as almas imateriais podem ser consideradas parte de uma
estrutura determinista; ou poderiam exercer uma influência causal não determinista sobre
os corpos e o mundo; ou não poderiam exercer influência causal, livre ou determinada.
Outra variação surge da ideia de deísmo, que sustenta que o universo tem sido
determinista desde a Criação, mas atribui a própria Criação a um Deus metafísico ou
primeira causa fora da cadeia do determinismo.
Alguns sustentam que, se o determinismo fosse verdadeiro, negaria a moral e a ética
humanas. Alguns, no entanto, argumentam que, durante um longo período de
desenvolvimento social, uma confluência de eventos poderia ter se formado para gerar a
própria ideia de moral e ética em nossas mentes (uma espécie de situação de galinha e
ovo).
INTERPRETAÇÃO DO DETERMINISMO
O determinismo pode ser interpretado de duas formas principais:
INCOMPATIBILISMO:
É a crença de que o livre-arbítrio e o determinismo são categorias logicamente
incompatíveis e, portanto, mutuamente exclusivos.
(i) Isso pode incluir acreditar que o determinismo é a realidade e, portanto, o livre-
arbítrio é uma ilusão (conhecida como Hard Determinism);
(ii) Ou que o livre-arbítrio é verdadeiro e, portanto, o determinismo não é (conhecido
como Libertarianismo);
(iii) Ou mesmo que nem determinismo nem livre arbítrio é verdadeiro (conhecido como
Incompatibilismo Pessimista).
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COMPATIBILISMO:
É a crença de que o livre arbítrio e o determinismo podem ser ideias compatíveis, e
que é possível acreditar em ambos sem ser logicamente inconsistente. Por essa definição,
livre-arbítrio não é a capacidade de escolher como um agente independente de causa
anterior, mas como um agente que não é forçado a fazer uma certa escolha. Isso leva à
posição do Determinismo Suave, proposta por William James, sob a alegação de que o
Determinismo Completo (Hard) leva a um pessimismo sombrio ou a um subjetivismo
degenerado no julgamento moral.

TIPOS DE DETERMINISMO
Determinismo Causal (ou Determinismo Nomológico) é a crença de que eventos
futuros são necessários por eventos passados e presentes combinados com as leis da
natureza. Assim, todos os eventos têm uma causa e um efeito e a combinação precisa de
eventos em um determinado momento resulta em um resultado particular.
Determinismo Lógico é a noção de que todas as proposições (isto é, asserções ou
sentenças declarativas), seja sobre o passado, presente ou futuro, são verdadeiras ou
falsas. Surge então a questão de como as escolhas podem ser livres, dado que o que
alguém faz no futuro já é determinado como verdadeiro ou falso no presente.
Determinismo Ambiental (ou determinismo climático ou geográfico) é a visão de
que o ambiente físico, e não as condições sociais, determina a cultura.
Determinismo Biológico é a ideia de que todo comportamento, crença e desejo são
fixados por nossa dotação e composição genética e não podem ser modificados.
Determinismo Teológico é a crença de que existe um Deus que determina tudo o
que os humanos farão, seja conhecendo suas ações antecipadamente (por meio de alguma
forma de onisciência) ou decretando suas ações com antecedência.
Emergencialismo (ou generativismo) argumenta que o livre-arbítrio não existe,
embora uma ilusão de livre-arbítrio seja experimentada devido à geração de variações
aparentemente infinitas no comportamento a partir da interação de um conjunto de regras
e parâmetros finitos (e determinísticos). Assim, a imprevisibilidade do comportamento
emergente que vemos na vida cotidiana na verdade resulta de processos complexos, mas
inteiramente deterministas.
Exibição e discussão do vídeo da Professora Claudia Feitosa Santana (UFABC).

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Bibliografia:
DUMMETT, Michael. “Bringing about the Past”. In: Truth and Other Enigmas.
Cambridge, Mass: Harvard University Press, 1978.
GARRETT, Brian. Metafísica. Conceitos-chaves em Filosofia. Porto SAlegre:
ARTMED, 2008.
GREEN, Hank. Determinism vs Free Will. In: Crash Course Philosophy #24.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vCGtkDzELAI
PIKE, Nelson. “Divine Omniscience and Voluntary Action”. In: Philosophical
Review, 74, 1965.
RICE, Hugh. Fatalism. In: Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2014. Disponível
em: https://plato.stanford.edu/entries/fatalism/#7
SANTANA, Claudia Feitosa. Casa do Saber. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=4r4wFuOA8kg
SAVATER, Fernando. Ética para um Jovem. Lisboa: Dom Quixote, 2005.

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